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terça-feira, 22 de novembro de 2011

A teoria do Big Bang

Eis uma série de televisão muito divertida e inteligente: The Big Bang Theory. Mistura de modo genial ciência e problemas pessoais ou afetivos com doses maciças de humor.

Aqui e aqui pode ver dois engraçadíssimos (e legendados) vídeos cuja incorporação não é permitida.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Houve ou não violação da liberdade de expressão?

Os argumentos do filósofo Stuart Mill em defesa da liberdade de expressão podem ser aplicados e discutidos a propósito de casos concretos. Veja-se, por exemplo, o facto da Câmara Municipal de Lisboa ter mandado retirar um cartaz nacionalista do PNR sobre a presença de imigrantes em Portugal.

Os intervenientes no programa “Quadratura do Círculo” discutem este caso e apresentam diferentes argumentos: dois deles para defender que houve violação da liberdade de expressão e um outro para defender que não.

Quem tem, na sua opinião, razão? Porquê?

domingo, 19 de abril de 2009

Ser ou não ser digno de admiração

Aristides de Sousa Mendes José Castelo Branco

No âmbito do capítulo do programa de Filosofia do 10° “Problemas do mundo contemporâneo ”, propus aos meus alunos a realização de trabalhos de grupo sobre o tema dos direitos humanos (as indicações específicas que foram fornecidas encontram-se aqui).

Quando escolhi este tema, para além do seu interesse filosófico, a minha principal motivação residiu no facto de ter constatado que existe na maioria dos alunos, tal como na sociedade portuguesa em geral, uma preocupação com aspectos da vida ligados, sobretudo, ao prazer imediato, à aparência, ao que é rápido e não exige atenção ou esforço intelectual. Relacionado com este facto acontece um fenómeno curioso: a admiração de pessoas, que se tornam figuras públicas sem nunca terem feito nada que tivesse mérito ou merecesse, verdadeiramente, ser objecto de admiração. Para comprovar estas minhas afirmações basta consultar alguns dados relativos às vendas das numerosas revistas cor-de-rosa existentes em Portugal ou, então, analisar o conteúdo dos programas que passam no “horário nobre” das televisões portuguesas, particularmente os concursos e as novelas, onde as virtudes apregoados são bastante duvidosas ou inexistentes.

Não é o caso da lista de personalidades que sugeri aos alunos para realizarem os trabalhos: Aristides de Sousa Mendes (um ilustre português, desconhecido da maioria dos portugueses), Shirin Ebadi, Aung San Sun Ky, Gandhi, Luther King, entre outros homens e mulheres que se destacaram na luta pelos direitos humanos. Estas pessoas são, ou foram, capazes de prescindir do seu bem-estar, dos seus interesses, ou mesmo de arriscar a sua vida para defender elevados ideais da humanidade: a liberdade, a justiça, a igualdade, por exemplo.

Conhecer os actos que praticaram, perceber as razões e as consequências destes, permite-nos compreender, de forma efectiva, o significado desses valores e do que significa agir eticamente. As acções exemplares, penso eu, ensinam-nos algo sobre o que são as reais virtudes humanas.

Nas fotografias: Aristides de Sousa Mendes e José Castelo Branco.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Cortar um seio com uma serra eléctrica será um abuso da liberdade de expressão?

«Um episódio da temporada 5 da série americana Nip/Tuck, em que se vê uma mulher despir-se na sala de espera da clínica, perante o olhar atónito dos outros pacientes, pegar numa serra eléctrica e amputar o seio, deixou chocada a associação Parents Television Council, depois da exibição do episódio na semana passada no canal por cabo FX. (...)
O Parents Televison Council já protestou contra as séries Dexter ou South Park. Desta vez, contactou os anunciantes do canal FX pedindo-lhes que não anunciassem mais, de forma a colocar o programa em dificuldades».

Trata-se de uma notícia do Ípsilon, suplemento do jornal Público. Clique para ler mais.
Ao inserir na história uma cena que quase todas as pessoas consideram muito chocante e que é susceptível de perturbar algumas delas, nomeadamente as crianças, terão os argumentistas abusado da liberdade de expressão?
A tentativa da associação Parents Television Council de prejudicar a série, procurando convencer os anunciantes a escolher outros programas para colocar os seus anúncios publicitários, constituirá uma inaceitável forma de censura ou a defesa de um limite legítimo à
liberdade de expressão?

sábado, 31 de janeiro de 2009

O que se ganha com a leitura de bons livros

Escher, Libertação.

Tornei obrigatória no 10º ano a leitura do livro Ética para um Jovem de Fernando Savater. Muitos dos meus alunos consideram pouco democrática esta minha imposição. Também os desgosta o facto de, no teste de avaliação, existirem questões para verificar a leitura e compreensão da referida obra.

Muitos dos meus alunos são pessoas que frequentam há anos a escola, mas não compreendem o que se pode ganhar com a leitura de um livro - de Filosofia mas não só, pois a resistência à leitura das obras analisadas em Português é facilmente observável. Para eles é uma seca que recusam ou pelo menos vão adiando até ao último momento.

As causas deste fenómeno são complexas e não posso discuti-las todas aqui. Quero só referir que a explicação do fenómeno não pode residir apenas na existência de novos meios de comunicação e de maravilhas tecnológicas. Há pessoas, ingénuas – creio eu -, que julgam que a maioria dos alunos do secundário substituiu os “antiquados” livros em papel da minha geração por modos mais modernos de aceder ao conhecimento e à cultura em geral: a Internet, a televisão, etc. Segundo essas pessoas, os jovens lêem e acedem a diversas formas culturais de qualidade e intelectualmente estimulantes – só que já não é através dos livros.

Essa perspectiva optimista não é verdadeira. Na verdade, a utilização que a maioria dos alunos faz do computador, da televisão e de outros meios de comunicação relaciona-se apenas com o desfrutar do prazer imediato proporcionado pelos jogos, vídeos, filmes… Nada tem a ver com curiosidade em aprofundar os assuntos estudados, em alargar horizontes, em saber mais. Naturalmente que existem honrosas excepções, mas são uma diminuta minoria.

Em vez de referir todas as causas do fenómeno, vou limitar-me a apresentar alguns argumentos a favor da leitura.

A leitura de bons livros – de filosofia ou outros – permite-nos adquirir conhecimentos e proporciona um óptimo treino intelectual. O que alarga os nossos horizontes, dá-nos mais independência de espírito e capacidade crítica – em relação aos outros e a nós mesmos. O que faz com que os outros tenham mais dificuldade em manipular-nos. A leitura de alguns livros pode até ajudar-nos a ser melhores pessoas. Mas, mesmo quando isso não sucede, torna-nos pelo menos pessoas mais informadas e autónomas. O mundo é mais compreensível para quem lê do que para quem não lê.

Epicteto (um filósofo romano que durante muitos anos foi escravo) disse: “Não devemos acreditar nos muitos que afirmam que só as pessoas livres devem ser instruídas, mas devemos antes acreditar nos filósofos que dizem que só os instruídos são livres” (Epicteto, Dissertações). Epicteto tinha razão.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

“Right to die?” na televisão


«A última aula de Craig Ewert foi vista esta noite por todos os ingleses, na televisão. O canal “Sky Real Lives” emitiu um documentário canadiano, chamado “Right to die?” que mostra o suicídio assistido de Craig Ewert na Suíça, em Setembro de 2006, meses depois de lhe ter sido diagnosticado uma doença degenerativa incurável.

“Para o Craig (...) permitir que as câmaras filmassem os seus últimos momentos em Zurique, foi a maneira de enfrentar o fim da sua vida de uma forma honesta”, escreveu Mary Ewert, viúva de Craig Ewert, num artigo do jornal “The Independent”. “Ele fez questão que o documentário fosse mostrado porque quando a morte fica escondida e é privada, as pessoas não enfrentam os medos que têm relativamente à morte”, acrescentou.

Craig Ewert, de 59 anos, era um ex-professor universitário norte-americano, radicado na Inglaterra. Durante a Primavera de 2006, foi-lhe diagnosticado uma doença degenerativa do sistema nervoso motor que rapidamente o ia tornar incapaz de realizar movimentos. Nesse Verão teve que ser ligado à uma máquina respiratória.

Apesar de a maioria das pessoas que sofrem deste tipo de doença morrerem de uma forma pacífica, Craig tinha medo de não fazer parte da maioria, conta a mulher. Na Inglaterra, a morte assistida é ilegal, por isso, o norte-americano decidiu utilizar os serviços de uma clínica suíça (onde esta prática é legal) chamada Dignitas.
"Se eu não for com isto para a frente, a minha escolha é essencialmente sofrer e fazer sofrer a minha família. E eu morro. Possivelmente de uma forma mais aflitiva e dolorosa”, diz Craig Ewert no documentário. Posteriormente pode ver-se o antigo professor a tomar uma dose elevada de barbitúricos, morder o botão para desligar a máquina de ventilação e adormecer. Meia hora depois, o coração deixa de bater.»

Artigo de Nicolau Ferreira, no Jornal Público de 10-12-2008. Leia mais e reflicta.

Será moralmente correcto ajudar uma pessoa doente a morrer? Porquê?

Organizações contra a eutanásia criticaram a exibição televisiva do vídeo. Além da discordância em relação à eutanásia (e ao suicídio assistido), haverá razões para considerar errada essa exibição televisiva? Um defensor da eutanásia (e do suicídio assistido) poderá ter boas razões para também criticar a exibição televisiva do vídeo? Porquê?


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Razões para estudar para o teste de Filosofia

Para a semana há teste de Filosofia. Existem diversas razões (muito racionais e sensatas) capazes de justificar a ideia de que os alunos devem estudar, mas são tão óbvias que é escusado referi-las. Infelizmente, sucede frequentemente a algumas pessoas não se deixarem convencer pelas melhores razões.
Sugerir aos alunos dos autores deste blogue que, caso passem os próximos dias a ver TV e a jogar jogos de computador em vez de estudar, poderão ficar gordinhos como a personagem do cartoon, não seria certamente um modelo de justificação racional e sensata. Na verdade, seria um exemplo da falácia do apelo à força - como aprenderão daqui a algumas aulas.
A questão é: seria a falácia mais eficaz que uma justificação racional? Esperemos que não.

sábado, 13 de setembro de 2008

A Alegoria da Caverna e a televisão

Na Alegoria da Caverna, Platão descreve um grupo de homens que vivem presos no fundo de uma caverna e que consideram reais as sombras projectadas na parede. Para eles, essas sombras são a realidade – a única realidade.
Platão termina a Alegoria dizendo que os prisioneiros são semelhantes a nós. Essa semelhança significa que nós muitas vezes também confundimos a aparência com a realidade e julgamos verdadeiro o que é falso. Não estamos presos por correntes metálicas como os prisioneiros descritos por Platão, mas por outro género de “correntes”, que não imobilizam o corpo mas sim a mente: preguiça, medo, vícios, falta de espírito crítico, etc.
Inspirando-se na Alegoria da Caverna, o artista brasileiro Maurício criou uma pequena banda desenhada ("As Sombras da Vida") em que compara os prisioneiros, que julgam as sombras reais, com as pessoas “viciadas” em televisão, que confundem as suas imagens com a vida. Como é evidente, não é a televisão em si que é uma “corrente” mas a atitude acrítica e passiva que muitas pessoas têm perante ela.

(Pode encontrar essa banda desenhada aqui: clique em Quadradinhos, depois em Histórias Seriadas e finalmente em Piteco: As Sombras da Vida).
Para ilustrar essa ideia existem muitos outros exemplos: as pessoas que discutem as acções e personalidades das personagens das telenovelas como se estas fossem pessoas reais; as pessoas, nomeadamente crianças, que imitando os feitos dos super-heróis vistos na TV tentam voar ou dar saltos impossíveis; as pessoas que em vez de praticar desporto passam horas sentadas no sofá a ver desportos na TV; etc.