“As nossas crenças mais justificadas não têm qualquer outra garantia sobre a qual assentar, senão um convite permanente ao mundo inteiro para provar que carecem de fundamento.” John Stuart Mill
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
O divino em nós
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Para além da argumentação
Se a excisão faz as mulheres sofrerem desnecessariamente, então não deve ser realizada.
A excisão faz as mulheres sofrerem desnecessariamente.
Logo, a excisão não deve ser realizada.Se existem rochas com milhões de anos, então o mundo não começou há cerca de seis mil anos como diz a Bíblia.
Existem rochas com milhões de anos.
Logo, o mundo não começou há cerca de seis mil anos como diz a Bíblia.
A lógica diz-nos que estes argumentos são válidos. Serão sólidos? A reflexão ética dá-nos boas razões para pensar que o primeiro é sólido. A ciência mostra que o segundo é sólido.
Ainda assim, há pessoas que os rejeitam e acham as suas premissas e conclusões falsas.
Será possível persuadir essas pessoas? Além de argumentos sólidos que recursos temos para convencer uma pessoa acerca da verdade de uma tese?
Segundo Aristóteles, um orador tem à sua disposição três meios de persuasão: os argumentos (logos) com que defende a sua tese, o seu próprio carácter (ethos) e o estado emocional (pathos) do auditório que pretende convencer.
«As provas de persuasão fornecidas pelo discurso são de três tipos: umas residem no carácter moral do orador; outras, no modo como se dispõe o ouvinte; outras, no próprio discurso, naquilo que ele demonstra ou parece demonstrar. Persuade-se pelo carácter quando o discurso é proferido de modo a deixar a impressão do orador ser digno de confiança. Acreditamos mais e mais depressa em pessoas honestas (…). Persuade-se pela disposição dos ouvintes, quando estes são levados a sentir emoção por causa do discurso, pois os juízos que emitimos variam conforme sentimos tristeza ou alegria, amor ou ódio. […] Persuadimos, enfim, pelo raciocínio quando mostramos a verdade ou o que parece verdade, a partir do que é persuasivo em cada caso particular.»
Aristóteles, Retórica
Nos posts Ethos, logos, pathos, Ethos, Logos, Pathos & pizza e Como usar a retórica para conseguir o que queremos? encontra diversos exemplos.
A retórica ocupa-se dos aspetos da persuasão que vão além da argumentação. A retórica é muitas vezes definida como a arte de bem falar, ou seja, a arte de convencer através do discurso.
Os especialistas em retórica estudam a melhor forma de persuadir as pessoas. Dão atenção a muitos aspetos, além da qualidade dos argumentos – que por vezes pode até ser considerada secundária.
A ideia central é que é preciso adequar a mensagem aos destinatários – ou seja, ao auditório. Para isso é preciso conhecer as suas características: idade, nível educacional, interesses, gostos, preocupações, opiniões, etc. O pathos aristotélico é um aspeto entre outros.
Para ser eficaz, o discurso do orador deve ser construído em função dessas características. Por exemplo: a escolha de palavras mais ou menos simples deve ser feita em função da idade e nível educacional do auditório, dar mais ou menos atenção a certos temas depende do que se conhece dos interesses, preocupações e opiniões do auditório, etc.
Imagine um médico que tem de dar palestras acerca de uma doença nova e muito contagiosa. Se falar para ouvintes pouco escolarizados deve usar ou evitar termos técnicos da medicina?
Se esse médico falar para pessoas que, presumivelmente, não têm grande capacidade de concentração (como crianças ou idosos), deve fazer um discurso longo ou breve? E como deve organizar as ideias: dizer o mais importante no princípio ou no final?
Imagine que um político português durante uma campanha eleitoral visita uma aldeia onde recentemente um imigrante assassinou uma pessoa. Seria prudente esse político dar grande relevância à questão dos refugiados e defender que Portugal deve receber muitos refugiados?
Imagine que um político durante uma campanha eleitoral visita uma aldeia onde recentemente várias pessoas morreram num grave acidente de viação. Seria adequado esse político falar em tom muito inflamado e entusiasmado? Ou seria preferível falar de maneira mais calma, grave e séria?
A retórica surgiu na Grécia, quando no século V a. C. a democracia surgiu em Atenas. Os políticos democráticos precisavam de falar bem para conseguir convencer os cidadãos nas Assembleias e votações. Muitos desses políticos recorreram aos serviços dos sofistas.
Os sofistas eram professores itinerantes que, entre outras coisas, ensinavam (a troco de dinheiro) retórica. Foram acusados por diversos filósofos, nomeadamente Platão, de fazer um mau uso da retórica – um uso não ético. Mais precisamente, foram acusados de promoverem a manipulação e não a persuasão racional.
Persuadir racionalmente consiste em tentar convencer as pessoas sem as enganar, sem usar mentiras e falácias. Manipular consiste em persuadir irracionalmente, tentando convencer as pessoas a todo o custo e sem olhar a meios, enganando-as se necessário.
Segundo Platão, os sofistas ensinavam as pessoas a vencer as discussões mesmo que não tivessem razão, recorrendo a mentiras e a qualquer outro artifício que fosse persuasivo. Devido a isso, ainda hoje a palavra “sofista” designa alguém engandor, alguém que usa sofismas – ou seja, argumentos propositamente falaciosos.
Para Platão esse comportamento era indigno de um filósofo. Para ele a retórica devia ser apenas uma defesa da verdade.
Leituras:
Aires Almeida e Desidério Murcho, 50 Lições de Filosofia – 11º ano, Didáctica Editora, Lisboa, 2014.
Paula Mateus e outros, Cogito – 11º ano, Asa, 2014.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Como usar a retórica para conseguir o que queremos?
O verdadeiro discurso do rei Jorge VI está disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=WF8q45vwf-0
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Filosofia e rigor
No inico da Ética a Nicómaco, Aristóteles defende que não devemos procurar o mesmo grau de rigor no estudo de todos os assuntos. Segundo ele, é próprio de uma pessoa instruída requerer em cada investigação “apenas tanto rigor quanto a natureza do tema em tratamento admitir. Na verdade, parece um erro equivalente aceitar conclusões aproximadas a um matemático e exigir demonstrações a um orador.” 1
Aristóteles conclui que na ética não é possível um rigor matemático, mas podemos aplicar essa conclusão à filosofia em geral (exceto, talvez, à lógica).
Contudo, o facto de na filosofia não ser possível alcançar o rigor matemático não significa que não seja possível algum rigor nem que não valha a pena tentar alcançá-lo. Por isso, o facto de a filosofia não poder ser tão rigorosa como a matemática não é desculpa para os autores de alguns manuais de filosofia para o ensino secundário cometerem certas imprecisões e incoerências.
Dois exemplos.
Alguns manuais definem a ação humana como sendo essencialmente livre e logo a seguir, na discussão do problema do livre-arbítrio, apresentam a teoria conhecida como Determinismo Radical, que defende (com argumentos poderosos) que nenhuma ação humana é livre. Ora, se se discute filosoficamente a existência ou não de ações livres, então não tem sentido começar por dizer – como se fosse algo consensual e estabelecido – que “a ação humana é livre”.
Nesses manuais define-se os juízos de valor como sendo essencialmente subjetivos e pouco depois, a propósito da discussão da natureza dos juízos de valor morais, apresentam-se teorias que defendem (com plausibilidade) que esses juízos não são subjetivos (o Relativismo defende que são culturalmente relativos e o Objetivismo ou Realismo Moral defende que são objetivos). Ora, se se discute filosoficamente se esses juízos são ou não subjetivos, então não tem sentido começar por dizer – como se fosse algo consensual e estabelecido – que “os juízos de valor são subjetivos”.
1 Aristóteles, Ética a Nicómaco, 1094b11, tradução de António Caeiro, Quetzal Editores, Lisboa, 2004, pp. 20-21.
quinta-feira, 6 de março de 2014
O que é a felicidade?
“Procuremos compreender agora – uma vez que todo o saber e toda a intenção têm um bem por que anseiam – (...) qual será o mais extremo dos bens susceptível de ser obtido pela ação humana. Quanto ao nome desse bem, parece haver acordo entre a maioria dos homens. Tanto a maioria como os mais sofisticados dizem ser a felicidade, porque supõem que ser feliz é o mesmo que viver bem e passar bem. Contudo, acerca do que possa ser a felicidade estão em desacordo e a maioria não compreende o seu sentido do mesmo modo que o compreendem os sábios.”
Aristóteles, Ética a Nicómaco, tradução do grego de António C. Caeiro,Quetzal Editores, Lisboa, 2004, pág. 22.
Mesmo que na conferência As doutrinas da felicidade na Antiguidade Clássica, de António Pedro Mesquita, não seja dada resposta à pergunta “o que é a felicidade?”, o desacordo referido por Aristóteles ficará certamente mais claro e o problema melhor compreendido. Por isso, quem puder ir amanhã, às 10:30h, à Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, dará por certo o seu tempo bem empregue.
Na imagem: Aristóteles e Alexandre, de Charles Laplante.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Ethos, logos, pathos
Segundo Aristóteles, um orador tem à sua disposição três meios de persuasão: o seu próprio carácter (ethos), os argumentos (logos) com que defende a sua tese e o estado emocional (pathos) do auditório que pretende convencer.
Vejamos dois exemplos ilustrativos desses conceitos.
I
O Xavier quer persuadir alguns amigos e colegas da turma de que devem ler o romance A Vida de Pi, de Yann Martel (que fala de um rapaz que, após um naufrágio, se vê obrigado a partilhar um barco salva-vidas com um tigre e outros animais).
O Xavier começa por dizer que gostou muito do livro e que nunca o recomendaria se não o achasse realmente muito bom. Os colegas acreditam nele, pois acham-no uma pessoa sincera e confiam no seu carácter.
Depois, o Xavier argumentou que o livro está escrito de uma maneira bela e clara e que a história é divertida e interessante, pelo que prende o leitor da primeira à última página e o leva, até, a pensar em questões filosóficas importantes.
Os interlocutores de Xavier mostraram-se bastante interessados, mas este decidiu reforçar o seu esforço persuasivo com uma referência emocional: chamou a atenção para a relação, insólita mas especial e comovente, que o rapaz e o tigre estabeleceram e que, no fundo, não era muito diferente da relação que eles tinham com o Tareco Austero (o gato da escola que, para grande pena e tristeza de todos, tinha morrido havia pouco tempo).
II
Um político que na campanha eleitoral refere a sua experiência militar (quando é sabido que foi condecorado pela sua coragem em combate), tenta persuadir os eleitores baseando-se no seu próprio carácter.
Um político que na campanha eleitoral compara as suas propostas com as propostas dos adversários e tenta mostrar que as suas são melhores, tenta persuadir os eleitores baseando-se em argumentos.
Um político que na campanha eleitoral usa uma linguagem emotiva e privilegia temas que despertam emoções fortes em muitas pessoas (como por exemplo a criminalidade e a insegurança), tenta persuadir os eleitores baseando-se no estado emocional destes.
Pode ou não tratar-se do mesmo político, ou seja, esses meios de persuasão podem ser usados em conjunto ou separadamente. Presumivelmente, a eficácia será maior no primeiro caso.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Meios de persuasão
O texto que se segue, da autoria de Aristóteles, é citado a partir do manual de Filosofia “Logos”, (na imagem, pág. 86).
«Entendamos por Retórica a capacidade de descobrir o que é adequado a cada caso com o fim de persuadir. Esta não é seguramente a função de nenhuma outra arte¸ pois cada uma das outras apenas é instrutiva e persuasiva nas áreas da sua competência; por exemplo a Medicina sobre a saúde e a doença, a Geometria sobre as variações que afectam a grandeza e a Aritmética sobre os números; e o mesmo se passa com todas as outras artes e ciências. A Retórica parece ter, por assim dizer, a faculdade de descobrir os meios de persuasão sobre qualquer questão. E por isso se afirma que, como arte, as suas regras não se aplicam a nenhum género específico de coisas. […]
As provas de persuasão fornecidas pelo discurso são de três tipos: umas residem no carácter moral do orador; outras, no modo como se dispõe o ouvinte; outras, no próprio discurso, naquilo que ele demonstra ou parece demonstrar.
Persuade-se pelo carácter quando o discurso é proferido de modo a deixar a impressão do orador ser digno de confiança. Acreditamos mais e mais depressa em pessoas honestas, em todas as coisas em geral, mas sobretudo nas de que não há conhecimento exacto e que deixam margem para dúvida. Porém, é necessário que a confiança seja o resultado do discurso e não de uma opinião prévia sobre o carácter do orador; não se deve considerar sem importância para a persuasão a probidade de quem fala, como alguns autores propõem, e quase se poderia dizer que o carácter é o principal meio de persuasão.
Persuade-se pela disposição dos ouvintes, quando estes são levados a sentir emoção por causa do discurso, pois os juízos que emitimos variam conforme sentimos tristeza ou alegria, amor ou ódio. […]
Persuadimos, enfim, pelo raciocínio quando mostramos a verdade ou o que parece verdade, a partir do que é persuasivo em cada caso particular.»
Aristóteles, Retórica
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
quarta-feira, 17 de junho de 2009
O que é a amizade?
Dedico este post à minha colega, professora Luísa Madeira
“Analisemos agora a amizade. De facto, trata-se de uma certa excelência, ou algo de estreitamente ligado à excelência; além disso, é do que mais necessário há para a vida. Pois ninguém há-de querer viver sem amigos, mesmo tendo em conta os restantes bens. E até os ricos, os que têm posição e poder, têm uma necessidade extrema de amigos (…).
Contudo, uma amizade que tem como fim em vista o que cada um é em si próprio existe apenas entre homens de bem, porque os ordinários não podem sentir prazer nenhum uns com os outros, a não ser que possam obter uma qualquer vantagem. E só a amizade entre os bons é capaz de resistir à calúnia. Na verdade, não é fácil acreditar no que se diz sobre um amigo que foi posto à prova por nós próprios durante longo tempo. Na amizade entre boas pessoas há confiança mútua (…).
Agora, parece que não é possível ser-se amigo de muitas pessoas, pelo menos no sentido pleno da amizade, do mesmo modo que não é possível amar ao mesmo tempo muitas pessoas (tal parece que, na verdade seria excessivo; e o amor costuma nascer naturalmente em relação a uma única pessoa), porque não é possível agradar de modo totalmente satisfatório a muitos ao mesmo tempo, nem eventualmente até para as pessoas de bem. Por outro lado, para se criar uma amizade tem de se ter experiência conjunta de dificuldades e ganhar confiança mútua, o que é muito difícil (…).”
Aristóteles, Ética a Nicómaco, tradução do grego de António C. Caeiro,Quetzal Editores, Lisboa, 2004, pp. 180, 185 e 188.
As características referidas por Aristóteles (384-322 a.C.) continuarão a fazer parte daquilo que chamamos amizade? Haverá outras?
O desenvolvimento tecnológico e a consequente facilidade de comunicação (entre outros aspectos da vida actual, nomeadamente a igualdade de direitos entre homens e mulheres) terão transformado de tal modo as relações entre as pessoas que a amizade já não é o que era na época de Aristóteles?
sábado, 10 de janeiro de 2009
Dizer a verdade...
sábado, 3 de janeiro de 2009
Qual é a distinção entre a física e a metafísica?
“Há muitas décadas, por altura de um jantar, pediram ao físico Robert W. Wood que respondesse ao brinde «À física e à metafísica» (…) Wood respondeu o seguinte:
O físico tem uma ideia. Quanto mais pensa nela, mais sentido ela parece fazer. Consulta a literatura científica. Quanto mais lê mais promissora a ideia se torna. Assim preparado, vai para o laboratório e concebe uma experiência para a pôr à prova. A experiência é trabalhosa. São verificadas muitas possibilidades. A exactidão das medidas é melhorada e as barras de erro reduzidas. Ele só se ocupa do que a experiência ensina. No fim de todo este trabalho, através de uma experimentação cuidadosa, descobre que a ideia não é válida. E, assim, o físico põe-na de lado, liberta o seu espírito do amontoado de erros e passa a outra coisa qualquer.
A diferença entre a física e a metafísica, concluiu Wood erguendo bem alto o copo, não reside no facto dos praticantes de uma serem mais inteligentes do que os praticantes de outra. A diferença é que o metafísico não tem laboratório.”
«O estudo dos aspectos conceptuais mais gerais da estrutura da realidade. Por exemplo: Serão todas as verdades relativas, ou haverá verdades absolutas? E o que é a verdade? (…) A designação de "metafísica", contudo, não foi introduzida por Aristóteles, que usava a expressão "filosofia primeira", muito corrente ainda no séc. XVII, mas hoje pouco usada — o que é uma pena, pois não permite o trocadilho informativo que consiste em dizer que a filosofia primeira estuda as questões últimas.
A metafísica é uma das disciplinas centrais e mais gerais da filosofia; muitas outras disciplinas abordam problemas metafísicos particulares. Por exemplo: a filosofia da acção estuda, entre outras coisas, o problema metafísico de saber o que é e como se individua uma acção (isto é, como se distinguem as acções umas das outras); a filosofia da ciência estuda, entre outras coisas, o problema ontológico de saber se as entidades inobserváveis postuladas pelas ciências (como os quarks) têm existência real e independente de nós, ou se são meras construções humanas.
Com o desenvolvimento da ciência moderna, a partir do séc. XVII, a metafísica começou a sofrer ataques por não produzir resultados à semelhança da ciência; afinal, era a ciência empírica, como a física, que produzia conhecimento seguro sobre a natureza última das coisas, e não a metafísica. Esses ataques começam com Kant. Posteriormente, algumas escolas de filosofia, como o positivismo lógico, encaravam a metafísica como coisa mítica do passado. Contudo, na filosofia contemporânea, a força dos problemas metafísicos voltou a impor-se, e o seu estudo floresceu uma vez mais.»
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Filosofar para escapar à ignorância.
"Foi, de facto, o espanto que levou, tal como hoje, os homens a filosofar. Inicialmente, foram os fenómenos surpreendentes mais comuns (..) depois avançando assim a pouco e pouco, procuraram resolver problemas mais importantes, tais como os fenómenos da lua, os do sol e das estrelas e a génese do universo. Dar conta de um problema é espantar-se, é reconhecer a sua própria ignorância (...). Assim, pois, se foi para escapar à ignorância que os primeiros filósofos se entregaram à filosofia é claro que eles procuravam o saber com o fim de conhecerem e não com um fim utilitário. Aquilo que na realidade se passou prova-o: quase todas as artes que se referem às necessidades e se interessam pelo bem estar já eram conhecidas quando se começou a procurar uma disciplina deste género."
Aristóteles, Metafísica, livro I, Editorial Gredos, págs. 14-15.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
A origem histórica da Filosofia