O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 1 de dezembro de 2024

Sortilégios

 Sortilégios



O vento caminhava na calçada
O vento brincava de esconder
O vento ia e vinha 
E girava os rodamoinhos

O vento passeava de manhã 
E também à tardinha
Mas corria à noitinha
Até o dia amanhacer 

Era assim que o vento vinha
Todo dia a mesma coisa
Soprava soprava sem fim
Aquela vontade de correr 

O vento brincava na calçada 
O vento brincava de amarelinha 
O vento tentou apagar
Em vão a luz das estrelinhas.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Nas notas duma canção




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Nas notas duma canção

A tua aura vem, vem e aquece!

Na brisa da tua oração

O tempo vai, vai e esmaece.

 

Machado de Carlos

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Enviado por Machado de Carlos em 19/02/2023

Código do texto: T7723141

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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DESCARTE

Tirei a tristeza
Do armário
Dei um trato
Levei pra passear

Ela empolgou-se
Na rua
Embriagou-se
Com o perfume
Da murta

Ficou por lá

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

FONTE FECUNDA



Entremeados verbos
obscuro sentido
na lucidez da trama
palavras que são véus

nas entrelinhas
teias de segredos
improváveis de decifrar
mescla entre real e imaginário

variáveis as vertentes
alimentam-se de si mesmas
num processo de recriar-se
contemplam a eterna sede de existir


In Tessituras e Tramas , Editora Verve, 2013
Ianê Mello.

Quem se interessar em adquirir um exemplar basta acessar o link:
http://www.livrariareliquia.com.br/tessituras-e-tramas.html

* Foto de Felipe Abrahão Monteiro no Pelada Poética No Leme.
 — em Estrela de Luz - Quiosque

sábado, 16 de novembro de 2013

O JOIO DO TRIGO


Há que separar o joio do trigo
O fruto bom do apodrecido
O supérfluo do necessário
O homem honesto do salafrário

Há que separar o direito do avesso
O ciúme do apreço
A paixão do amor
A honestidade do falso pudor

Há que separar o verdadeiro do falso
O bem calçado do descalço
O real desejo da luxúria
O lado animal da criatura

Há que separar o falso brilhante da jóia verdadeira
A sobriedade da bebedeira
O erro do ledo engano
O supostamente sagrado do profano

Há que separar a liberdade da prisão
A mão direita da contramão
O verdadeiro amor da obsessão
O verdadeiro sim e o disfarce do não

In Tessituras e TramasEditora Verve, 2013
Ianê Mello.

Lembrando que esta e outras poesias estão no livro Tessituras e Tramas Tramas, recentemente lançado pela Editora Verve e a venda na Livraria Relíquia (http://www.livrariareliquia.com.br/tessituras-e-tramas.html
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