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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Uma campanha (muito) tristonha…

«A micro-política do desejo está a varrer tudo e todos. Os próprios “tenores” da actualidade, de todos os tipos e feitios, estão a ficar regularmente atrás dos acontecimentosF.Guattari

Categorias normativas do pensamento sociólogico desfeitas? Bom senso “moral” a meter água por todos os lados? Crescendo da especulação sem rede e apogeu da Sociedade do Espectáculo com efeitos letais e unidimensionais? Vamos puxar pelo pensar, sem ocultar nada: “O tempo é a alienação necessária, como o mostrava Hegel, o meio no qual o sugeito se realiza perdendo-se, tornando-se outro para se tornar a verdade de si mesmo. Mas o seu contrário é justamente a alienação dominante, que é suportada pelo produtor dum presente estranho,” (G. Debord, in La Société du Spetacle).

O semanário “Sexta” anunciava na sua última edição, que existe um regresso em força dos comentadores políticos às diferentes Televisões. António Barreto e Miguel de Sousa Tavares aparecem quase de acordo no diagnóstico: “Comentário político há muito na televisão. Por vezes até de mais. Debate de ideias, sério, construtivo, é que não há”. MST e Marcelo R. S. também tombam de acordo: “Comentadores não devem ser politicos no activo".

A questão da telegenia e do a-vontade frente às câmaras preocupa MR Sousa. Barreto fazia caretas medonhas na Sic, no tempo da Terça-Feira à Noite, emissão política pioneira na primeira TV independente portuguesa. E como profissional do Espaço Público de Informação, em todos os tabuleiros, MR Sousa alude aos comentadores que “operam” na Net, na TV e na Imprensa escrita. “É uma opção difícil a escolha de onde e a quem dar as declarações mais fortes”, frisa.

MR Sousa não perde o fôlego e atira: “O Pacheco Pereira é um caso invulgar de imaginação, ele é o único profissional do comentário em Portugal, e por isso pode estar em quatro sítios ao mesmo tempo e ter sempre assunto”. No entanto, a preferência de M R Sousa é outra.: “O que gosto mais é do Vasco Pulido Valente, que é o mais brilhante, mas tenho que reconhecer que o mais completo é o Pacheco Pereira-pesquisa, arquiva,digere, divulga”. Justamente, VP Valente está a fazer 30 anos de ininterrupta escrita/comentário politico nos jornais. FP Balsemão, aconselhado por certo por FS Carneiro, deu-lhe a primeira página do Expresso para comentário, a partir de 19 Setembro de 1977. Início de uma carreira fulgurante, singular e magistral: mesmo quando não se está de acordo com ele, a inteligência, a audácia e o timbre ou grão da escrita são superlativos e inconfundíveis. E eu participei com pseudónimo nas barricadas do blogue Espectro, em 2004, que VPV e CC e Sá realizaram durante algumas semanas memoráveis…

FAR