A super-encenação em torno do " independente" candidato republicano às Presidenciais USA está a sofrer sérios danos nas últimas semanas. Analistas políticos de Wasghinton tentam desmontar o meccano estrutural da venda da imagem política e social do rival conservador de Barack Obama. As sondagens apresentam-se muito embrulhadas e mistificadas. E as grandes apostas de MacCain centram-se na continuação da Guerra no Iraque e no bombardeamento do Irão, por forma a pagar os múltiplos apoios angariados e satisfazer os Neo-Cons que já se colaram ao seu staff nuclear.
No Observer de Londres, Paul Harris fala-nos disso tudo num artigo de boa qualidade. Segundo ele, fundamentalmente, McCain é o candidato dos fortíssimos grupos lobbistas que operam na capital federal, a ponta-de-lança dos neo-capitalistas mais empertigados e o refém das teorias mais sinistras do Criacionismo, seita ligada aos meios trágicos do cristianismo radical extremista, racista e xenófobo norte-americano.
Subliminarmente, os terríveis fantasmas da cientologia podem manobrar na sombra também. O cocktail é alucinante, dramático e sinistro: um verdadeiro filme de terror, onde as gafes de GW Bush
parecem deslizes de adolescente mimado e infeliz. Ao invés, McCain construiu uma "máquina " eleitoral extrema: a nata dos capitalistas financeiros, o suprasumo dos grandes lobbistas juntos com o magma dos cristãos extremistas.
O staff dos conselheiros políticos do "republicano" é altamente revelador: o mais importante conselheiro de política internacional é Randy Scheunemann, uma das individualidades mais sinistras ligadas ao Comité para a Libertação do Iraque, erguido há muitos anos por Rumsfeld e os seus acólitos do American Entreprise Institute. Outros neo-conservadores integrados no inner circe da estratégia de McCain são, nada mais nada menos que, John Bolton,o famigerado antigo representante dos USA nas Nações Unidas Bill Kristol, editor da bíblia dos conservadores de todos os bordos, Weekly Standard, representada em Portugal pela Atlântico, o polígrafo extremista Max Bot, que quer ressuscitar o neo-colonialismo anglo-saxónico, e o assustador James Woolsey, ex-director da Cia e adepto consagrado do bombardeamento da Síria.