Putin recusa liminarmente qualquer inculpação russa...No enredo do maior crime político e mediático da era do post-post Guerra Fria...
Sete meses após a morte por intoxicação de Alexander Litvinenko em Londres, por beber chá misturado com o terrível Polónio 210 num bar de hotel, a polícia inglesa adquiriu provas para inculpar um antigo colega do morto na KGB, a residir e a trabalhar na capital britânica. Moscovo recusa extraditar o visado e ameaça retaliar ainda mais as " frias " relações bilaterais: Os homens do senhor do Kremlin fazem tudo para culpar Boris Berezovski no atentado.
Os meios do exílio russo na capital britânica ficaram em estado de choque com a morte por substância radioactiva do antigo oficial do KGB, que se tinha aproximado do multimilionário Berezovski para ajudar a derrubar Putin e o seu regime semi-ditatorial. As provas de implicação da FSB, a sucessora do KGB, no atentado não deixam dúvidas à excelente polícia criminal inglesa. Só que os serviços de Poutin não admitem tal acção.
Um especialista sobre os serviços secretos russos, Wladimir Voronov, mostra-se convencido de que tal façanha, com a manipulação de partículas radioactivas muito caras e de difícil acesso público, contou com o apoio do FSB e necessitou de uma ordem de execução que só podia partir do Kremlin. A hipótese de um ajuste de contas político-corporativo entre antigos rivais do KGB não está também inviabilizada, acrescentou. As autoridades soviéticas não tomaram a iniciativa de inculpar a nova polícia política, no entanto.
FAR