A propósito dos saleiros da Casa
Museu Anastácio Gonçalves (CMAG) vou falar na 5ª feira, dia 12 de Outubro, às 18,20
horas, sobre este objecto de mesa, presentemente ostracizado.
Saleiros Kangxi. Família verde. CMAG. |
Numa época em que se diaboliza
o sal é importante compreender como a sua presença na alimentação foi e
continua a ser importante.
Saleiros Qianlong. Família rosa. CMAG |
Este mineral único foi desde
muito cedo considerado sagrado na história do Homem. Os povos estabeleceram uma
ligação entre o sal e o divino, mas nenhuma religião sacralizou mais o sal do
que a tradição judaico-cristã.
Saleiro duplo. Porcelana. Colecção AMP. |
Foi assim que o saleiro se torna
no objecto mais importante sobre a mesa, o primeiro a nela ser colocado, situando-se
durante séculos junto ao lugar do anfitrião. Era o saleiro fixo, imponente, de
grande valor simbólico.
Nos séculos que se seguiram
foi-se democratizando e no século XIX foi de bom-tom o saleiro individual. Presença
constante sobre a mesa no século XX, foi progressivamente sendo ignorado.
Saleiro de Francisco I. Benvenuto Cellini. Kunsthistorisches Museum. Viena de Austria |
É esta evolução do saleiro que
iremos apresentar, analisando os saleiros adquiridos por Anastácio Gonçalves,
os principais saleiros mundiais (onde não podia faltar o mais belo: a saliera de Benvenuto Cellini, de 1543) e já agora alguns exemplares da minha pequena
colecção.
Aos interessados no assunto lá
os espero.