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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Detergente OMO em Portugal


Foto de Southallboard 131 em Flickr
O detergente em pó OMO foi criado pelo grupo inglês Unilever na década de 1930. A palavra OMO era a abreviatutura de Old Mother Owl (velha mãe coruja) e referia-se à imagem que surgia na publicidade com uma sábia coruja que recomendava: «Usem-no», enquanto segurava num pacote deste produto. Para tornar mais implícito o uso da imagem os dois «O» representavam os olhos da coruja e o «M» central o bico estilizado. Contudo a imagem da coruja nunca saíu de Inglaterra.

Registo nacional em 1955
 O primeiro registo em Portugal data de 1950, ainda sem imagem, mas em 1955 foi publicado novo registo da marca, pedido pela Lever’s Zeep-Maatschappj N.V., uma firma holandesa, sediada em Roterdão, em que surgia a imagem da marca com a palavra Omo a preto sobre fundo branco e um espiculado à volta, nas cores encarnado e azul.
Só nessa altura foi feito o lançamento do detergente e se deu início às campanhas publicitárias informativas sobre o modo de utilização.
Foram distribuídos folhetos explicando a forma de lavar a roupa (roupa branca e lãs) em tanque. Por todo o país demonstradoras faziam esse ensino em casa, se assim o desejassem.
Durante as décadas de 50 e 60, de forma a aumentar a adesão ao detergente, foram desenvolvidas várias campanhas publicitárias que passavam pela oferta de utensílios domésticos às donas de casa em troca de cupões retirados das embalagens. Em 1959 foram oferecidos baldes de plástico; em 1960 cestos de roupa e panos de cozinha; em 1961 facas de cozinha; em 1963 tabuleiros para o forno; em 1965 e 1966 ofertas de caçarolas, colheres de chá, etc; em 1970 panos do pó.
Já anteriormente falei sobre estes brindes Omo, vistos como de grande utilidade pelas donas de casa numa época de dificuldades económicas em Portugal.  
Após o 25 de abril de 1974 estas campanhas pararam, porque as condições sociais já eram outras ou porque o consumo do produto estava estabilizado.
Ontem quando vi esta promoção, de data que desconheço (anos 70?), com uma mensagem tão subtil, não pude deixar de voltar ao tema. Em folha impressa, mas com letra manual, parece uma carta escrita para uma amiga por uma Cristina Menezes. Um nome falso, tal como o de Francine Dupré usado pela margarina Chefe.
Incluía-se numa outra forma de incentivo ao consumo que são aos vales e a que, na época referida, todas as empresas recorriam.
As campanhas agressivas de hoje mostram-nos que não há nada de novo à superfície da Terra. Apenas nos adaptamos aos tempos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os brindes do OMO

O OMO foi um dos primeiros detergentes em pó introduzidos em Portugal.
O seu lançamento foi feito em 1955 pela empresa Lever, hoje conhecida por Unilever. Até então as donas de casa usavam sabão em barra para lavar a roupa e foi necessário incutir-lhes a ideia da eficácia desta forma alternativa de lavagem.

Para isso foram usados argumentos que passavam pela transmissão da ideia de que a lavagem era fácil. Tão fácil que nem era preciso esfregar.
Embora inicialmente tivesse sido lançado para roupa delicada, as campanhas passaram depois a ter como indicação toda a roupa de casa. Foi assim que surgiram na publicidade crianças e homens. Estes últimos para mostrar a brancura das suas camisas. A frase «OMO lava mais branco» foi extraordinariamente feliz e ficou na memória de todos.
Imagem retirada de Santa Nostalgia

A publicidade foi feita em jornais e revistas e, a partir de 1964, pela televisão.
Mas para além destas campanhas publicitárias, a aquisição do detergente era incentivada por ofertas de objectos para o lar, a troco de tampas e algum dinheiro. Eram os chamados “brindes OMO”.
Foi assim que em 1959 forma oferecidos baldes de plásticos, em 1960 panos de cozinha e cestos para roupa, fundos, para a roupa lavada recolhida e planos para a roupa passada a ferro, de que tenho uma exemplar de cada, em plástico encarnado.
Foi em 1961 que foram oferecidas as facas de cozinha como a apresentada, que felizmente se encontra ainda na caixa. Como se pode ler no exterior da embalagem, o cabo era efeito em melamina. Existiam também com cabos pretos e penso que em branco, mas sobre estas ultimas não estou certa.
Em 1963 foram oferecidos tabuleiros para o forno e em 1965/1966, colheres de chá, pratos e facas com cabo de plástico. As caçarolas com cabo comprido preto são também um brinde desta época e ainda hoje tenho uma a uso.
Em 1970 foram panos do pó, tabuleiros e pegas. Devo dizer que destes brindes não tenho qualquer recordação. Algumas das informações aqui referidas, em especial as que dizem respeito a datas, foram obtidas a partir de um estudo de caso, de que desconheço o nome do autor, publicado em Publicitor, pp 60-64, e acessível em http://tvsabao.no.sapo.pt/estudos.htm e que poderão consultar se desejarem saber mais pormenores.