O cacau quente é feito com o pó do cacau, isto é, dos grãos do Theobroma cacao, a que foi extraída a gordura ou manteiga de cacau.
O chocolate quente, hoje em dia, é feito com chocolate em barra ou em pastilhas, derretido, até obter creme. Estas definições só fazem sentido depois que, em meados do século XIX, se industrializou o processo de fabricação.
A esse processo chamou-se «Método Holandês». E foi provavelmente devido a isso que os melhores cacaus em pó foram, e ainda são, de origem holandesa.
Quando, em 1838, expirou a patente, outras empresas começaram a fazer novos produtos em chocolate, como o chocolate em barra, feito pela primeira vez, em 1847, pelo inglês J.S. Fry & Sons.
A partir de 1850 a empresa Van Houten, começou a exportação dos seus produtos. A firma utilizou precocemente a publicidade para divulgar os seus produtos. O mesmo se iria passar com outras empresas holandesas que passaram a produzir o cacau em pó pelo processo «Dutch», de que resultou o aparecimento de empresas como a Droste, a Bensdorp, De Beukelaer e a Betke.
É sobre esta último que queremos falar.
Encontramos anúncios ao cacau Betke no jornal «A Capital» de 27 de Maio de 1913 e também numa publicação não datada, igualmente de 1913, «O Anunciador Artístico».
Cerca de 1920-1925 a mesma lata aparecia no mercado em cores mais vivas, encarnadas ou verdes. Interessantemente, nos anos 40, na Holanda, após a invasão nazi, só era permitida a sua venda quando o nome Betke estava tapado. Era então vendida em latas idênticas, com a mesma cartela central e sem identificação do nome.
Em Portugal perdemos-lhe o rasto depois destes anúncios e não encontramos outras referências, ignorando quando deixou de ser importada. Fica apenas este registo, a aguardar novos acréscimos de informação.