Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

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domingo, 22 de novembro de 2015

De Gravata e Unha Vermelha

De Gravata e Unha Vermelha *
(2015) 85 min (12 anos)

CinePlaneta
Brasil - Depois de tantos dias de ausência, durante os quais vi muitos filmes, mas não houve tempo e cabeça para escrever sobre eles no blog, por que retornar logo com um documentário de entrevistas com transgêneros e gays? Porque o filme me surpreendeu e emocionou. Apreciei a sinceridade dos relatos e a leveza no trato de tema tão controvertido. Por mais que essa realidade fuja do universo da maioria, importa pelo menos tentar compreender mais essa diversidade do ser humano.

A abertura do filme se faz com a presença exuberante de Candy Mel no palco, apoiada pelo ritmo da Banda Uó. Seguem os depoimentos de gente anônima e famosa que já sentiu na pele o que é ser diferente da norma. Certamente mais difícil para as pessoas comuns do que para os famosos. Lá estão Rogéria, Ney Matogrosso e Laerte. 

A diretora Miriam Chnaiderman alterna momentos até comoventes - como as confidências da simpática vovó Letícia Lanz - com sorrisos provocados pelas tirinhas bem-humoradas do cartunista Laerte. E segue com clips de apresentações de Ney Matogrosso, além da voz suave de Gilberto Gil. Fez falta alguma menção a Roberta Close no documentário; uma lacuna importante, já que a modelo e atriz assumiu sua condição transexual ainda na década de 80, enfrentando os preconceitos com beleza, elegância e inteligência.
Roberta Close no Extra

Diretora: Miriam Chnaiderman
Roteiro: Miriam Chnaiderman
Fotografia: Fernanda Rescali
Diretor de Arte: Dudu Bertholini
Participação: Laerte, Rogéria, Ney Matogrosso, Claudia Mel, Banda Uó, Letícia Lanz, João W. Nery, Johnny Luxo, Eduardo Laurentino, Dudu Bertholini, Dudda Nandez, Walério Araujo
Distribuidora: Imovision

De acordo com o site AdoroCinema, o filme ganhou o Premio Felix no Festival do Rio 2015.

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Apenas uma Chance

One Chance
(2013) 103 min (12 anos)

Pais de Gales - Desde pequeno, quando ainda cantava no coral de meninos, Paul Potts sofria bullying e precisava correr dos valentões da sua turma. O jovem rechonchudo ainda guarda no corpo as marcas de algumas das surras que levou: um dente da frente quebrado e a cicatriz de uma chicotada com correia de bicicleta no abdômen, de autoria de Matthew, seu algoz mor. 

Como adulto, o sonho de Potts é cantar ópera, mas sua realidade é vender celulares numa loja pouco movimentada em Port Talbot. Nas horas vagas, sob o nome de "Brad", há um ano Paul conversa com "Cameron" numa sala de bate-papo na internet. Braddon, seu chefe e único amigo, encoraja-o a encontrar-se com a jovem, torcendo para que seja realmente uma moça.

"Cameron" na realidade chama-se Julie-Ann, mora em outra cidade e Paul vai recebê-la na estação de trem. Os dois se sentem à vontade desde o primeiro instante. No momento da despedida, Julz faz Paul prometer que só voltará a procurá-la depois de se inscrever num concurso de canto, cujo prêmio é uma bolsa de estudos numa escola de Veneza. Animado com o incentivo, Potts conquista a vaga e já telefona para a moça direto da cidade dos canais. A vida parece que tomou novo rumo e ele se agarra a essa chance, mas no caminho surge uma apresentação diante do famoso tenor Luciano Pavarotti, seu ídolo. Terá Paul a segurança necessária para mostrar o melhor de si?

"Apenas uma Chance" foi produzido por Simon Cowell, exigente membro do juri do programa da TV inglesa "Britain's Got Talent". O filme inspira-se em fatos da vida do candidato Paul Potts, cuja voz aparece dublando as canções para o simpático ator James Corden. Com uma noiva tão solidária, um chefe engraçado e pais muito bem interpretados por Julie Walters e Colm Meaney, fica fácil torcer pelo sucesso do candidato a cantor de ópera mais azarado do planeta. Além do competente elenco, há a bela fotografia do alemão Florian Ballhaus, enfeitando um roteiro bastante sentimental. Só faltou o verdadeiro Potts cantando para a Rainha!

Curiosidade:
* O roteiro sofreu algumas transformações para tornar a história mais atraente para o público. O pai de Paul é motorista de ônibus e não operário de uma metalúrgica.

Diretor: David Frankel
Roteiro: Justin Zackham
Musica: Theodore Shapiro
Fotografia: Florian Ballhaus (O Diabo Veste Prada, Marley & Eu, Red: Aposentados e Perigosos, A Menina que Roubava Livros)
Design de Produção: Martin Childs
Diretores de Arte: Nick Dent, James Wakefield
Elenco: James Corden, Alexandra Roach, Julie Walters, Colm Meaney, Mackenzie Crook, Valeria Bilello, Trystan Gravelle, Stanley Townsend, Jemima Rooper, Christopher Bull, Ewan Austin, Simon Cowell, Amanda Holden, Piers Morgan
Distribuidora: Diamond Films Brasil

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A Musica segundo Tom Jobim

A Musica segundo Tom Jobim *
(2012) 84 min (Livre)

Esse não é o documentário habitual, relatado em ordem cronológica. A trajetória de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994) é cantada com musica e imagens. O amado Rio de Janeiro de Tom também aparece como personagem importante do filme, em cenas das décadas de 50 e 60. Sentindo falta de mais informação sobre o músico que virou nome do principal aeroporto da cidade, recorri à Wikipedia, onde se lê que ele nasceu na Tijuca e foi criado em Ipanema, para onde a família se mudou um ano depois.

As lágrimas rolavam pelo meu rosto, quando chegaram as cenas finais de "A Musica segundo Tom Jobim". Na Marquês de Sapucaí, Tom desfilava em cima do carro principal da Estação Primeira de Mangueira, que o homenageou em 1992 com o enredo "Se Todos Fossem Iguais a Você". Que saudades do romântico Maestro carioca, amigo do Jardim Botânico, cantador da natureza e do nosso coração! O DVD pode ser adquirido na Saraiva por R$ 15,90.

Diretores: Nelson Pereira dos Santos, Dora Jobim
Roteiro: Miucha Buarque de Holanda, Nelson Pereira dos Santos
Som: Jorge Saldanha
Participação: Antonio Carlos Jobim, Elis Regina, Frank Sinatra, Nara Leão, Elizeth Cardoso, Ella Fitzgerald, Vinicius de Moraes, Adriana Calcanhoto, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Judy Garland, Sarah Vaughan, Maysa, Carlinhos Brown, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Paulo Jobim, Dizzie Gillespie, Silvia Telles, Nanna Caymmi, Sammy Davis Jr.

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante
Placa do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O Ultimo Concerto

A Late Quartet * *
(2012) 115 min (14 anos)

EUA - Quatro músicos tomam seus lugares no palco. Eles estão prestes a apresentar uma obra tardia de Beethoven, Op. 131. Mas o tempo retrocede para os fatos que antecederam esse último concerto do quarteto de cordas "Fugue". Juntos há 25 anos sob a liderança do violoncelista Peter Mitchell, os músicos ganharam prestígio internacional por sua perfeita harmonia musical. Daniel Lerner é o primeiro violino, Robert Gelbart é o segundo e sua esposa Juliette toca viola. Ambos têm uma filha, Alexandra, que é aluna de Daniel. No momento em que Mitchell descobre estar com Mal de Parkinson, o grupo perde a sintonia e conflitos latentes eclodem. 

Tantos assuntos são levantados em "O Último Concerto"! Dificuldade no relacionamento mãe-filha, dúvidas no amor entre marido e mulher, infidelidade, ressentimento, compromisso profissional, paixão x perfeccionismo, aceitação dos limites impostos pela doença, rivalidades, o poder da música e do amor à arte. E tudo se harmoniza delicadamente sob a direção de Zilberman.

Mas as cerejas do bolo, no meu caso, foram a oportunidade de ver mais um desempenho de Philip Seymour Hoffman e a historinha contada pelo violoncelista Peter à turma de jovens alunos, recordando seus dois encontros com Pablo Casals. Diante da atitude excessivamente crítica de alguns, o músico valorizava a importância de tocar com originalidade e paixão, minimizando pequenos deslizes eventuais. Esse olhar benévolo me lembrou do conselho do meu querido analista baiano, Pedro de Figueiredo Ferreira: "A gente deve fazer o vínculo com a parte boa das pessoas, para tolerar as partes ruins." Os músicos terão uma compreensão extra de "O Último Concerto", mas nós, leigos, podemos admirar a precisão e elegância desta obra orquestrada por Yaron Zilberman.
Rembrandt (1658)

Curiosidades:
* A historia que Peter Mitchell conta a seus alunos sobre o lendário Pablo Casals é verídica; aconteceu com outro famoso violoncelista, o ucraniano já falecido Gregor Piatigorsky. A historia aparece na autobiografia de Piatigorsky, "Cellist".

* A cena entre Mitchell e Juliette na The Frick Collection, maravilhosa galeria de pinturas de Nova Iorque, é a primeira a ter recebido permissão para ser filmada ali, desde a inauguração do museu (1935). Entre as obras ali apresentadas, destaca-se o auto-retrato de Rembrandt.

* O Quarteto de Cordas Brentano dublou as performances do quarteto "Fugue".

Diretor: Yaron Zilberman.
Roteiro: Yaron Zilberman, Serth Grossman
Imogem Poots como Alexandra Gelbart
Musica: Angelo Badalamenti
Fotografia: Frederick Elmes
Designer de Produção: John Kasarda
Diretora de Arte: Rumiko Ishii
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener, Mark Ivanir, Imogen Poots, Madhur Jaffrey, Liraz Charhi, Nina Lee, Wallace Shawn
Distribuidora: Europa Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante


The Frick Collection - NY

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Into the Woods - trailer


No dia 8 de janeiro de 2015 estreia o novo filme da Disney: "Caminhos da Floresta".
O trailer promete. Um filme de Rob Marshall, com Meryl Streep, Anna Kendrick, Emily Blunt, Johnny Depp, Chris Pine.
Programa de férias imperdível!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Não Pare na Pista

Não Pare na Pista, a Melhor Historia de Paulo Coelho
(2014) 110 min (16 anos - cenas de sexo e drogas)

Wikipedia
Brasil - Desde adolescente, Paulo Coelho só queria ser escritor, para aflição do pai, que insistia em que, além do sonho, o filho tivesse uma profissão que pagasse as contas. Internado algumas vezes em clínicas psiquiátricas, foram necessários muitos anos e experiências até que esse desejo se tornasse realidade. Desde 25 de julho de 2002, Paulo ocupa a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras e é o autor mais traduzido no mundo. "O Alquimista" foi vertido para 69 idiomas.

"Não Pare na Pista" é o título de uma das músicas que Paulo Coelho fez em parceria com Raul Seixas. Sua fase de letrista é uma das histórias contadas no filme do diretor Daniel Augusto. O roteiro se fixa em três períodos: décadas de 60 e 80, além de um momento em 2013, quando o escritor deixa uma clínica, onde passou por um procedimento cardíaco, e refaz o Caminho de Santiago na companhia de sua segunda esposa, a artista plástica Christina Oiticicca, com quem vive desde 1981. 

"Não Pare na Pista" é produção agradável, enfeitada por uma bela direção de arte e levada por elenco muito competente. Destaco, entre os acertos do filme, a atuação dos irmãos Julio e Ravel Andrade, que se revezam no papel do Paulo Coelho jovem e maduro, além da maquiagem do técnico de efeitos especiais, Stephen Murphy (Harry Potter e as Relíquias da Morte), que tornou muito natural o processo de envelhecimento do personagem.

Até hoje, só tive a oportunidade de ler um livro de Paulo Coelho: "O Dom Supremo". É uma adaptação livre da obra "A Melhor Coisa do Mundo" (The Greatest Thing in the World), do escritor evangélico escocês Henry Drummond. Trata-se de uma reflexão sobre o 13º capítulo das primeiras cartas de São Paulo aos Coríntios. (Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como um bronze que soa, ou como um címbalo que tine...) Paulo fez um ótimo trabalho, escrevendo numa linguagem simples e poética. "O Dom Supremo" vendeu mais de 5 milhões de exemplares em todo mundo. Talvez me falte o conhecimento de outras obras do escritor para compreender melhor sua busca espiritual exibida no filme. O que não me impediu de apreciar bastante "Não Pare na Pista".

Curiosidade:
* As filmagens foram feitas no Rio de Janeiro, durante 7 semanas, e mais duas de gravação em Santiago de Compostela, Espanha.

Diretor: Daniel Augustp
Roteiro: Carolina Kotscho
Musica: Pascoal Gaigne
Fotografia: Jacob Solitrenick
Elenco: Julio Andrade, Ravel Andrade, Fabiana Gugli, Fabiula Nascimento, Enrique Diaz, Lucci Ferreira, Theresa Amayo, Paz Vega, Luis Carlos Miele, Nancho Novo
Designer de Produção: Antxon Gomez
Diretor de Arte: Zé Luca
Distribuidora: Europa Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

domingo, 7 de setembro de 2014

Toque de Mestre

Grand Piano
(2013) 90 min (12 anos)

EUA - O jovem pianista Tom Selznick deixou de se apresentar em público depois de ter congelado durante um concerto no qual deveria tocar "La Cinquette". A peça do compositor Patrick Godureaux era considerada muito difícil, praticamente intocável. Cinco anos depois, Tom é convidado para um concerto em Chicago, em homenagem a Godureaux, que havia sido seu mentor. O próprio piano do compositor, já falecido, seria levado para o show. Incentivado pela esposa Emma, famosa atriz de cinema, Selznick foi encorajado a vencer o pânico e participar da apresentação.

Alguns minutos antes de subir ao palco, um funcionário do teatro entrega a Tom o caderno de partituras que ele havia esquecido no camarim. O pianista abre a pasta e vê o manuscrito de "La Cinquette". Desgostoso, amassa a partitura, deixa-a cair no chão e dirige-se para o palco. Selznick toca brilhantemente a primeira música e é muito aplaudido. Ao continuar virando as folhas, vê um aviso escrito em letras vermelhas: "Erre uma nota e você morre". 

Outras frases ameaçadoras se seguem em outras páginas e um ponto de luz vermelha é posicionado na mão do pianista. Alguém está apontando uma arma para a orquestra! Durante um intervalo, Tom corre para o camarim onde recebe uma mensagem no celular, ordenando que olhe em sua mochila. Num dos compartimentos ele encontra um fone de ouvido. A partir do momento em que coloca o fone, Selznick está sob o comando de um atirador desconhecido, que lhe ordena que toque "La Cinquette" sem cometer qualquer erro, ou Tom e Emma serão mortos dentro do teatro.

"Toque de Mestre" provoca algum suspense, mas a maior curiosidade sobre o filme fica por conta de dois atores oriundos de séries muito queridas. Podemos dizer que "Downton Abbey encontra Hobbit". Elijah Wood dá vida a Tom Selznick e Allen Leech, que interpreta o genro de Lord Crawley na série inglesa, faz um pequeno papel como amigo de Emma, a esposa de Tom. Com boa vontade e um pote de pipoca, "Toque de Mestre" dá para distrair. Torço para que surjam outros desafios ainda mais interessantes para os dois artistas.

Curiosidade:
* Elijah Wood treinou durante 3 semanas com um professor de piano antes das gravações começarem. Para ele foi estressante tocar e conversar ao mesmo tempo.

Diretor: Eugenio Mira
Roteiro: Damien Chazelle
Musica: Victor Reyes
Fotografia: Unax Mendia
Designer de Produção: Javier Alvariño
Diretor de Arte: Jaime Anduzia
Elenco: Elijah Wood, Kerry Bishé, Allen Leech, Tamsin Egerton, Dee Wallace, Jim Arnold, John Cusack
Distribuidora: PlayArte Home Video

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sábado, 26 de julho de 2014

A Musica Nunca Parou

The Music Never Stopped *
(2011) 105 min (10 anos)

EUA - Henry e Helen Sawyer tiveram um único filho a quem criaram com todo amor. Desde pequeno, Gabriel era estimulado a reconhecer as músicas favoritas do pai e ouvir histórias sobre o momento em que Henry as escutara pela primeira vez. Quando tocava uma canção no rádio, o menino devia adivinhar o nome, data de lançamento e quem era compositor. Era uma das brincadeiras favoritas dos dois. Na adolescência, Gabriel desenvolveu seu próprio gosto musical e criou uma banda. Mas Henry não gostava de rock. O bom relacionamento entre eles ficou abalado quando seus objetivos começaram a divergir. Henry queria ver o filho na apresentação da universidade, enquanto Gabriel preferia assistir com os amigos um show do "Grateful Dead". Seguiu-se uma briga e o adolescente saiu de casa.

Uns vinte anos depois, Helen e Henry vão encontrar o filho num hospital. Gabriel está com barbas longas e parece um morador de rua. O médico explica que ele está com um extenso tumor no cérebro que precisa ser operado. Mesmo sendo benigno, não se podem prever as consequências do procedimento. Depois da cirurgia, pouco sobrou de sua memoria recente, mas a musica ainda mexe com ele e desperta recordações. Henry encontra uma pesquisadora que teve resultados promissores com casos semelhantes, em sessões de musicoterapia. A Dra. Dianne Dally torna-se a última esperança da família Sawyer. Para se conectar com Gabriel, Henry mergulha no repertório das bandas dos anos 60. Sua missão primordial é reconstruir o relacionamento com o filho através da música.

O desempenho de J. K Simmons como Henry e a trilha sonora maravilhosa - Bing Crosby, Paul Simon, Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan - são os grandes trunfos de "A Música Nunca Parou".

Diretor: Jim Kohlberg
Roteiro: Gwyn Lurie, Gary Marks, baseado no ensaio "The Last Hippie", do livro "An Anthropologist on Mars", de autoria do psiquiatra e neurologista Oliver Sacks.
Musica: Paul Cantelon
Fotografia: Stephen Kazmierski
Designer de Produção: Jennifer Dehghan
Diretor de Arte: Michael Ahern
Elenco: J. K. Simmons, Lou Taylor Pucci, Cara Seymour, Julia Ormond, Mía Maestro, Tammy Blanchard, Max Antisell
Distribuidora: Europa Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Farinelli - Il Castrato

Farinelli, Il Castrato
(1994) 105 min (18 anos)

Italia - Nascido Carlo Maria Michelangelo Nicola Broschi, de uma família de músicos italianos, Farinelli foi castrado no início da adolescência para preservar sua bela voz de soprano. Contemporâneo do compositor Handel, Farinelli foi o cantor de ópera mais famoso e bem pago de seu tempo. Sua voz cobria três oitavas e o desenvolvimento torácico permitia que sustentasse uma nota durante um minuto sem respirar. O filme do diretor Gérard Corbiau toma algumas liberdades com os fatos reais mas revela a importância do cantor para plateias cultas e populares da Europa. Farinelli foi uma unanimidade. 

O hábito de castrar meninos cantores começou no século XVI e durou até 1870 na Itália. Geralmente eram escolhidos os órfãos e abandonados, mas algumas famílias pobres, incapazes de sustentar os filhos, ofereciam um deles para ser castrado. Em Nápoles, algumas barbearias traziam um aviso na porta: "Qui si castrano ragazzi" ("Aqui castram-se rapazes"). A castração consistia no corte dos canais provenientes dos testículos para evitar a mudança de voz na adolescência. A que extremos se chegava pelo amor à arte! Foi publicado no "Journal of Anatomy" um breve estudo sobre os restos mortais de Carlo Broschi. Nas conclusões, os autores lembram que Farinelli era um homem bem-humorado que conservou a lucidez, além da voz bela e poderosa, até o fim de seus 78 anos. Um caso bastante interessante.

"Farinelli, il Castrato" foi indicado ao Oscar, representando a Bélgica, e ganhou o Globo de Ouro em 1995, como Melhor Filme Estrangeiro. Olga Berluti recebeu o David di Donatello pelo vestuário. O DVD pode ser alugado no Guimarães Video Clube, em Laranjeiras, Rio de Janeiro. 

Curiosidades:

* Foi preciso combinar eletronicamente vozes masculina e feminina para recriar o som da voz de Farinelli cantando. A voz masculina pertence ao contratenor Derek Lee Ragin e a feminina à mezzo-soprano polonesa Ewa Mallas-Godlewska, dois especialistas em música barroca.

* A extensão vocal de Farinelli abrangia do Lá2 até Ré6, como escreveu Johann Joachim Quantz:
“ Farinelli tem uma voz de soprano ligeiro, completa, rica, luminosa e bem trabalhada, com uma extensão que abrange desde o Lá debaixo do Dó central a Ré três oitavas acima do Dó médio… Sua entonação era pura, seus vibratos maravilhosos, seu controle sobre sua respiração era extraordinário e sua garganta muito ágil, porque cantou os intervalos mais amplos rapidamente e com a maior facilidade e firmeza. As passagens das obras e todo tipo de melismas não representaram dificuldades para ele. Na invenção das ornamentações livres nos adágios foi muito fértil."
Carlo Broschi, o Farinelli

Diretor: Gérard Corbiau
Roteiro: Andrée Corbiau & Gérard Corbiau
Musica:  Riccardo Broschi, Johann Adolf Hasse, Georg Friedrich Händel, Giovanni Battista Pergolesi, Nicola Porpora
Fotografia: Walther van den Ende
Designer de Produção: Gianni Quaranta
Vestuario: Olga Berluti, Anne de Lagaurdière
Elenco: Stephano Dionisi, Enrico Lo Verso, Elsa Zylberstein, Jeroen Krabbé, Caroline Cellier, Renaud du Peloux de Saint Romain, Marianne Basler, Jacques Boudet
Distribuidora: Top Tape

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Saving Mr. Banks * *
(2013) 125 min (10 anos)

EUA - Walt Disney prometeu a suas filhas obter os direitos de filmagem do livro de P. L. Travers para levar à tela a história de Mary Poppins, a babá mágica. Passados 20 anos, Walt ainda está tentando cumprir essa promessa, mas Pamela Travers resiste à ideia de vender a amada personagem. Enfim, pressionada pelo seu agente, e pelo receio de perder seu lar em Londres, a escritora aceita voar para Los Angeles por algumas semanas, para repassar o roteiro nos estúdios Disney. Qualquer desacordo e a sra. Travers, como gosta de ser chamada, volta para casa sem assinar o contrato.

Walt faz de tudo para agradá-la: voo na primeira classe, limousine com chofer, hotel confortável, cesta de frutas no quarto, um imenso Mickey sorridente sobre a cama, além de balões coloridos e outros animais do mundo Disney. Mas, para a rabugenta escritora australiana, tudo isso pouco importa e ela implica com cada detalhe do roteiro. Walt precisará se desdobrar e desvendar o próprio passado para ajudar Pamela a superar o seu.

Foi um caso de amor à primeira vista. Meu filho assistia "Walt nos Bastidores de Mary Poppins" à noite, enquanto eu escrevia no computador. Olhei para a tela da TV de relance e me deparei com uma rua londrina onde casinhas brancas enfileiradas emolduravam cerejeiras em flor. Tive certeza: vou gostar desse filme. Só não esperava o tanto de emoção que senti, seja pela história da infância de P. L. Travers, quanto por minhas próprias saudades de Walt e seu mundo encantado, que me apresentou aos clássicos da literatura infantil. Os filmes do estúdio da Califórnia iluminaram minha infância. A tal ponto que, quando visitei a Disneylandia, em 1981, já então com 30 anos e dois filhos, me escondi atrás do ombro do meu marido e me debulhei em lágrimas durante o desfile do Mickey, Cinderella, Branca de Neve e todos os outros personagens na parada em Main Street. 

O filme de John Lee Hancock tem ótimo roteiro, desempenhos formidáveis do elenco, sobretudo de Emma Thompson, como P. L. Travers e Tom Hanks (Walt). Pamela-menina é vivida pela encantadora Annie Rose Buckley, em sua estreia na tela grande. Linda fotografia, música, cenários e tudo mais. Imperdível. 

Curiosidade
* Na vida real, Pamela Travers, ou Helen Lyndon Goff, seu nome verdadeiro, detestou o filme "Mary Poppins" a tal ponto que fez constar em seu testamento que não queria nenhum americano envolvido com futuras produções de sua obra, apenas escritores ingleses de nascimento. Mais detalhes no site Mental Floss.

Diretor: John Lee Hancock
Roteiro: Kelly Marcel e Sue Smith
Musica: Thomas Newman
Fotografia: John Schwartzman
Designer de Produção: Michael Corenblith
Diretora de Arte: Lauren Polizzi
Elenco: Emma Thompson, Tom Hanks, Colin Farrell, Annie Rose Buckley, Ruth Wilson, Paul Giamatti, Rachel Griffiths, B. J. Novak, Jason Schwartzman, Kathy Baker, Melanie Paxson, Don DaGradi
Distribuidora: Disney Buena Vista

Walt Disney e Tom Hanks


*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Canção para Marion

Song for Marion *
(2012) 90 min (14 anos)

Inglaterra - O rabugento aposentado Arthur não sabe se relacionar com as pessoas. Só sua esposa Marion consegue ler dentro de seu coração. Ela está com um câncer terminal e se preocupa com o futuro do marido, que não é capaz sequer de se comunicar com o filho único.  Mesmo achando um esforço absurdo para a saúde frágil da mulher, Arthur leva Marion para ensaiar no coral de idosos onde ela fez muitos amigos, a começar pela professora Elizabeth. Com a morte da esposa, Arthur se isola completamente do mundo, mas gosta de ficar escutando os ensaios do coral do lado de fora da janela. Um dia Elizabeth convida-o a entrar.

Como se explica que as melhores notas recebidas por "Canção para Marion" no site imdb tenham sido dadas pelas jovens de menos de 18 anos (8,1)? Acho que conta a disposição alegre dos cantores idosos, um grupo de avós que todo adolescente gostaria de ter. Quero ficar bem velhinha assim, levando os achaques com leveza, tendo projetos de vida, amigos e canções até o fim. Conheço uma artista desse feitio. Quando pequenos, meus primos e eu éramos fascinados por Henriqueta Dora, nossa querida Manta, que nos contava histórias e trazia cigarros de chocolate com fósforos de marzipan. Hoje me considero amiga da intrépida Dorée Camargo Corrêa, como é mais conhecida, uma suave pintora e escultora, amiga da natureza, que, apesar das limitações da idade, participa ativamente de várias associações, em defesa da arte e da ecologia. 

Alguns críticos sisudos fizeram pouco de "Canção para Marion", julgando que os velhinhos pareciam uns bobos alegres. Prefiro a simplicidade das mocinhas adolescentes e sua opção pela felicidade, e recomendo o filme aos mais benevolentes, que não se importam de misturar sorrisos e lágrimas. Terence Stamp se sai bem no papel do rabugento empedernido.

Diretor: Paul Andrew Williams
Roteiro: Paul Andrew Williams
Musica: Laura Rossi
Fotografia: Carlos Catalán
Elenco: Terence Stamp, Vanessa Redgrave, Gemma Arterton, Anne Reid, Barry Martin, Taru Devani, Chritopher Eccleston, Brian Shelley, Bill Thomas
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

My Way - O Mito Além da Música

Cloclo
(2012) 143 min (12 anos)

França - Enquanto os Beatles agitavam a Inglaterra, e Sinatra embalava os corações na América, a França teve em Claude François, o famoso Cloclo, uma de suas maiores revelações musicais. Mas Claude só sentiu que tinha alcançado o sucesso quando Frank Sinatra adaptou sua canção "Comme d'Habitude", transformando-a em "My Way", um clássico mundial.

Como não conhecia essa história, e não prestei nenhuma atenção ao título do filme, apenas mais um na pilha selecionada pela locadora, surpreendi-me ao reconhecer os primeiros acordes da canção francesa. Pensei: - Meu Deus, em sua obsessão pelo sucesso, agora Claude vai plagiar "My Way"! Nada disso, Cloclo foi mesmo o criador dessa linda música. A vida inteira o cantor buscou a fama para convencer ao pai inflexível que fizera a opção certa. E o senhor François jamais cedeu, morrendo sem ter perdoado ao filho por seguir a carreira de músico.

"My Way - O Mito Além da Musica" tem bom ritmo. Mas a personalidade do cantor francês - ciumento, possessivo, egocêntrico, regrinha, controlador - exaure nossas energias, porque ele está presente em todas as cenas e nunca se sabe quando vai explodir. A intensidade do desempenho de Jérémie Renier merecia outros prêmios, além do Festival de Filme Romântico de Caubourg. 

Diretor: Florent-Emilio Siri
Roteiro: Florent-Emilio Siri, Julien Rappenau
Musica: Alexandre Desplat
Fotografia: Giovanne Fiore Coltellacci
Elenco: Jérémie Renier, Joséphine Japy, Benoît Magimel, Monica Scattini, Marc Barbé, Éric Savin, Robert Knepper, Sabrina Seyvecou, Ana Girardot
Distribuidora: Europa Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

sábado, 27 de julho de 2013

O Quarteto

Quartet * *
(2012) 98 min (12 anos)

Inglaterra - Beecham House é uma casa de repouso para músicos aposentados. Ampla, confortável, cercada por jardins e servida por uma equipe dedicada, é o lar de Cissy, Reggie e Wilfred, famosos cantores de ópera que atuaram juntos no passado. A música paira em todos os ambientes da mansão, pois os artistas idosos estão sempre cantando, tocando, ensinando os jovens ou aplaudindo os colegas. Curiosos, eles reparam quando o carro deixa a casa para buscar um novo interno. Para surpresa geral, e revolta de Reggie, trata-se de Jean Horton, sua ex-mulher e uma soprano famosa do mundo da ópera.

A doutora Lucy Cogan dirige a instituição e acumula funções desde que foi preciso diminuir o staff. Para garantir o funcionamento de Beecham House, o diretor residente Cedric Livingstone organiza um recital para os festejos de aniversário do compositor Giuseppe Verdi, quando pretende angariar fundos para manter a casa por mais um ano. Uma apresentação do Rigoletto, cantada pelo quarteto de estrelas da ópera britânica seria o ponto alto do show. Mas Jean recusa-se a participar por sentir-se insegura quanto à capacidade de sua voz.

"O Quarteto" emocionou a mim, meu marido e várias amigas, pois reconhecemos nas limitações que vivem os músicos velhinhos aquelas vividas por nossos pais e das quais nós mesmos já começamos a sentir alguns sinais. A simpática Cissy agia normalmente quando tranquila, mas saía do ar nos momentos de estresse. O cuidado e o carinho com os idosos é tão vital para o equilíbrio dos idosos como para as crianças. Como são importantes as palavras do Papa Francisco! "Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas. Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado". O primeiro filme inteiramente dirigido por Dustin Hoffman é uma obra de qualidade, com desempenhos brilhantes dos principais protagonistas, destacando Dame Maggie Smith e Pauline Collins, além da participação calorosa de vários músicos idosos aposentados. É para ver e rever.

Diretor: Dustin Hoffman
Roteiro: Ronald Harwood, baseado em sua peça "Quartet"
Musica: Dario Marianelli
Fotografia: John de Borman
Elenco: Maggie Smith, Tom Courtenay, Pauline Collins, Billy Connolly, Michael Gambon, Sheridan Smith, Gwyneth Jones, Ronnie Fox, Eline Powell, Colin Bradbury
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

domingo, 16 de junho de 2013

Os Miseráveis

Les Misérables * *
(2012) 158 min (14 anos)

França, 1815 - Jean Valjean, o prisioneiro de número 24601, é colocado em liberdade condicional depois de passar 19 anos na cadeia. Seu crime foi ter roubado um pão para saciar a fome do sobrinho pequeno, agravado por diversas tentativas de fuga. Jean Valjean deverá carregar para sempre um documento amarelo onde estará registrado que é um ex-condenado perigoso.

Ameaçado pelo severo guarda Javert e rejeitado por todos que examinam sua carta de identificação, Jean Valjean só recebe ajuda do bispo da cidade de Digne. O sacerdote oferece comida e abrigo ao faminto ex-prisioneiro. Mas durante a noite Jean Valjean foge com objetos de prata da casa episcopal e é capturado pela polícia. Para sua surpresa, o bispo não o denuncia, afirmando que a prataria foi um presente e que ele esqueceu o mais importante, dois valiosos candelabros.

Valjean fez bom uso desta generosidade, deixou de lado a mágoa pelo tratamento cruel e abraçou o projeto de tornar-se um homem bom. Adotou o nome de Monsieur Madeleine, começando um empreendimento que deu certo.  Na sua empresa trabalha Fantine, uma jovem esforçada que entrega todo o salário ao casal que cuida de sua filha Cosette. Desgraçadamente, o encarregado da fábrica despede Fantine e o destino coloca a pequena Cosette sob a proteção do regenerado empresário.

Jean Valjean e o bispo de Digne
Baseado no romance de Victor Hugo, a história de "Os Miseráveis" abrange tanto os que carecem do pão de cada dia, quanto os encarcerados, ou o casal Thenardier, dois espertalhões que não perdem a oportunidade de enganar o próximo, e até o policial Javert, vítima da dureza do próprio coração. Contudo, mesmo a criatura mais pecadora tem salvação, por isso o bispo preferiu confiar em Jean Valjean e acreditar em sua capacidade de mudança.

Se você assistiu ao musical na Broadway ou em Londres, não procure comparações ou vai deixar de aproveitar o que o filme de Tom Hooper tem de positivo. A escolha de ótimos atores como protagonistas - Hugh Jackman e Anne Hathaway - enfatizou a carga dramática do enredo. Entre meus intérpretes favoritos estão as crianças, Gavroche e a Cosette pequena, além do casal romântico Amanda Seyfried (Cosette adulta) e Eddie Redmayne (Marius), que brilham no quesito voz e afinação. A atual versão de "Os Miseráveis" acrescenta um belo cenário e uma eficiente reconstituição de época ao romance de Victor Hugo. O DVD já está à venda por R$ 39,90. O blu-ray traz extras interessantes. Para pesquisar o preço, clique aqui.

a cidade de Digne
Curiosidade:
* O Bispo de Digne é interpretado por Colm Wilkinson, que foi o primeiro Jean Valjean nas apresentações de "Os Miseráveis" em Londres e Nova Iorque.

* Muitos artistas do competente elenco de apoio são cantores que trabalharam nas produções do musical em Londres e Nova Iorque.

Diretor: Tom Hooper
Roteiro: William Nicholson & Alain Boublil e Claude-Michel Schönberg & Herbert Kretzmer, baseado no romance "Les Misérables" (1862), de Victor Hugo
Musica: Claude-Michel Schönberg
Fotografia: Danny Cohen (O Discurso do Rei)
Elenco: Hugh Jackman, Anne Hathaway, Russell Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Colm Wilkinson, Samantha Barks, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen, Aaron Tveit, Daniel Huttlestone, Isabelle Allen
Distribuidora: Universal

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Priscilla, a Rainha do Deserto

The Adventures of Priscilla, Queen of The Desert * *
(1994) 103 min (16 anos)
(Agressão física, conflitos psicológicos, insinuação de sexo e temática com impropriedade)

Australia - Fabulosas, elas chegaram e conquistaram a todos. Este filme australiano incrivelmente criativo, visualmente maravilhoso e incomparavelmente divertido conta a história de três drag queens, desbravando a vastidão do deserto australiano. (capa do DVD)

Na verdade, "Priscilla, a Rainha do Deserto" conta a história de duas drag queens e uma transsexual. Bernadette Bassenger passou pela cirurgia radical e detesta ser chamada por seu nome de batismo (Ralph). Junto às amigas Mitzi Del Bra (Anthony) e Felicia Jollygoodfellow (Adam), atua num show transformista em Sidney. 

Anthony recebe um convite para fazer o show num hotel cassino na longínqua cidade de Alice Springs. Bernadette aceita participar para se distrair e esquecer a morte de seu jovem namorado Trumpet. Adam sempre quis se apresentar no King's Canyon, no centro da Austrália, maquiado, usando um vestido longo Gaultier, de paetês, salto e tiara. É dele a iniciativa de comprar um velho ônibus e batizá-lo de Priscilla. Assim começa a aventura dos três numa viagem de 30 horas e 2780 km de muitas peripécias.

Quem viu Terence Stamp como General Zod, em "Superman II" ou Sargento Troy, em "Longe Deste Insensato Mundo", talvez não pudesse imaginar a versatilidade do ator inglês. Numa entrevista ao BFI, Terence conta que "Beau Geste" (1939) foi o primeiro filme que assistiu. A imagem de Gary Cooper como um soldado da legião estrangeira causou forte impressão no menino de 4 anos. Depois de ter interpretado vários machões, Terence Stamp transforma Bernie numa senhora que se veste discretamente durante o dia, despreza fofocas e futilidades, bebe sem perder a classe e tem um soco poderoso. À noite a história muda. Com saltos altos, roupas coloridas e engraçadas, muito brilho, perucas e maquiagem, ela dança e dubla sucessos musicais junto aos colegas travestis. O dinâmico Adam é seu oposto, totalmente escandaloso, adora chamar a atenção. Anthony surpreende os amigos quando revela ser casado. O segundo segredo ele deixa para contar quando chegam na cidade de Alice Springs. O filme trata superficialmente a questão de identidade e orientação sexual dos protagonistas.

Assim como Terence Stamp, a dupla Guy Pearce e Hugo Weaving convence, tornando reais os transformistas australianos. O roteiro do filme mistura equilibradamente humor e drama. Guarda-roupa e maquiagem são divertidos e exuberantes, contrastando com a paisagem árida do outback australiano.  A fotografia é gloriosa, mas, para mim, coisa rara, o que tornou "Priscilla, a Rainha do Deserto" realmente inesquecível foi sua trilha sonora contagiante.

Curiosidades
* O personagem de Hugo Weaving baseou-se na drag queen australiana Cindy Pastel, que tem companheira e filho.

* Bill Hunter (que interpreta Bob) estava filmando "Priscilla" e "O Casamento de Muriel" ao mesmo tempo. Em cada um dos filmes ele precisava ter tamanhos de cabelo e barba diferentes. Além de precisar se deslocar de uma cidade para outra.

* Para marcar o local onde o ônibus estava enguiçado, Adam solta uma boneca inflável vestida de vermelho no meio do deserto. Depois dos créditos finais há uma cena rápida mostrando onde a boneca finalmente aterriza.

* O diretor Stephan Elliott faz uma pequena aparição como o porteiro do hotel.

Diretor: Stephan Elliott
Roteiro: Stephan Elliott
Musica: Guy Gross
Fotografia: Brian J Breheny
Elenco: Terence Stamp, Hugo Weaving, Guy Pierce, Bill Hunter, Julia Cortez, Sarah Chadwick, Mark Holmes, Rebel Penfold-Russell
Distribuidora: MGM

Trilha Sonora
1. "I've Never Been to Me" – Charlene
2. "Go West" – Village People
3. "Billy Don't Be a Hero" – Paper Lace
4. "My Baby Loves Lovin'" – White Plains
5. "I Love the Nightlife" – Alicia Bridges
6. "Can't Help Lovin' That Man" – Trudy Richards
7. "I Will Survive" – Gloria Gaynor
8. "A Fine Romance" – Lena Horne
9. "Shake Your Groove Thing" – Peaches & Herb
10. "I Don't Care if the Sun Don't Shine" – Patti Page
11. "Finally" – CeCe Peniston
12. "Take a Letter Maria" – R. B. Greaves
13. "Mamma Mia" – ABBA
14. "Save the Best for Last" – Vanessa Williams
15. "I Love the Nightlife" – Alicia Bridges
16. "Go West"  – Village People
17. "I Will Survive" – Gloria Gaynor
18. "Shake Your Groove Thing" – Peaches & Herb
19. "I Love the Nightlife" – Alicia Bridges

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

sábado, 13 de abril de 2013

A Escolha Perfeita

Pitch Perfect * *
(2012) 112 min (12 anos)

EUA - A solitária Beca Mitchell pensa e ouve música o dia inteiro. Beca deseja tornar-se uma DJ contra a vontade do pai, um professor de literatura comparada na Universidade de Barden, que acha que ser DJ é hobby e a filha deve preparar-se para uma profissão. Aborrecida com o pai desde o divórcio, Beca evita-o, assim como a todas as outras pessoas. Dr. Mitchell convence a filha a ficar um ano na universidade, juntar-se a um grupo e fazer amigos. Se ao final do período ainda quiser desistir, ele bancará sua viagem a Los Angeles para tentar a vida como DJ.

Meio por acaso, Beca junta-se às "Barden Bellas", um grupo de cantoras a cappella liderado pelas veteranas Chloe Beale e Aubrey Posen, uma loura afinada, controladora e obcecada em vencer a competição nacional no Lincoln Center. Depois de um acidente no palco, que empanou a imagem das Bellas de Barden, Aubrey é obrigada a aceitar cantoras menos convencionais. Nesse grupo Beca encontra sua voz e começa a abrir-se para o mundo.

Treblemakers
Um dos personagens mais simpáticos de "A Escolha Perfeita" é Jesse Swanson, que faz estágio com Beca na rádio da universidade. Jesse sonha criar trilhas sonoras para filmes. Suas trilhas favoritas são as de ET, Tubarão, Guerra nas Estrelas, Rocky e Clube dos Cinco, cujo final ele julga perfeito. O músico se empenha em conquistar Beca com pequenos gestos de gentileza, mas o romance entre eles é proibido, pois Jesse tornou-se um dos Treblemakers, grupo rival imbatível das Bellas de Barden, já que o júri aprecia os tons graves das vozes masculinas.

Outras duas figuras interessantes são John e Gail, o casal de locutores das competições a cappella, interpretados por John Michael Higgins e pela vibrante Elizabeth Banks. "A Escolha Perfeita" custou 17 milhões de dólares e faturou 112 milhões. Que tal? Um belo retorno. Selecionei o DVD apressadamente, ao ver o nome de Anna Kendrick, e me surpreendi ao me emocionar com a escolha e excelência na interpretação das músicas. Perdi a hora, esqueci de colocar o lixo para fora - hoje é sábado - deixei de alimentar os gatos e só dei por mim quando cambacicas e beija-flores nervosos começaram a piar na minha janela. Saí correndo, não gosto de deixar os passarinhos esperando.
John e Gail

Diretor: Jason Moore
Roteiro: Kay Cannon, baseado no livro de Mickey Rapkin
Musica: Christophe Beck
Fotografia: Julio Macat
Elenco: Anna Kendrick, Skylar Astin, Rebel Wilson, Adam Devine, Anna Camp, Brittany Snow, John Michael Higgins, Elizabeth Banks, John Benjamim Hickey
Distribuidora: Universal

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Gonzaga - de Pai para Filho

Gonzaga - de Pai para Filho *
(2012) 130 min (12 anos)


Brasil - "Luiz Gonzaga decide mudar seu destino e sai de casa jovem para a cidade grande para apagar uma tristeza amorosa. Ao chegar conhece uma mulher por quem se apaixona, a Odaléia. Após o nascimento do filho e complicações de saúde da esposa, ele decide voltar para a estrada para garantir os estudos e um futuro melhor para o herdeiro. Ele tem um amigo no Rio de Janeiro e com ele deixa o pequeno e sai pelo Brasil afora.

Só não imaginava que essa distância entre eles faria crescer uma complicada relação, potencializada pelas personalidades fortes de ambos. Baseada em conversas realizadas entre pai e filho, essa é a historia de Luiz Gonzaga, cantor e sanfoneiro, conhecido como Rei do Baião ou Gonzagão. Já seu filho Gonzaguinha, é com esse nome que ficou conhecido". (wikipedia)


De menino pobre em Exu, interior de Pernambuco, ao sucesso no Rio de Janeiro, foi longa a trajetória de Luiz Gonzaga. O filme de Breno Silveira consegue encenar de forma convincente e emocionante a saga nordestina do homem forte que se realizou cantando a natureza e o folclore da sua terra. Apesar das críticas de estudiosos da vida de Gonzagão, o saldo é positivo (ver avaliação de Sidney Rezende) A caracterização dos personagens foi muito feliz. Chambinho do Acordeão foi escolhido entre 5 mil atores e vestiu a pele do sanfoneiro na maturidade. Julio Andrade se assemelha fisicamente a Gonzaguinha. A escolha dos dois contribui para o sucesso do filme. 

Uma das piores posturas diante da vida é nos sentirmos credores de mais chance, carinho ou atenção. Melhor vivemos quando nos colocamos na posição de doadores de afeto, oportunidade e, sobretudo, quando somos gratos pelo que tivermos recebido. Se esse sentimento não nos vem naturalmente, pode exigir uma vida para conseguir. Quando formos capazes de "perdoar" os progenitores, seguiremos em paz. Enquanto acharmos que os pais nos devem algo - que frequentemente eles mesmos não receberam para poder dar - teremos uma postura amarga e reivindicadora. 

Parece que foi isso o que aconteceu entre Gonzaguinha e Gonzagão. Felizmente houve tempo para uma reconciliação. Luis Gonzaga teve pai carinhoso e mãe forte. Ser rejeitado, quando moço, como pretendente da filha de um coronel, levou-o a almejar que o filho se tornasse doutor, contrariando a vontade de Gonzaguinha, que desejava ser músico, como o avô e o pai.  "Gonzaga - de Pai para Filho" mostra esse relacionamento conturbado e mais as belas canções criadas pelos dois músicos que tanto alegraram e enriqueceram a cultura brasileira.

Diretor: Breno Silveira
Roteiro: Patrícia Andrade
Musica: Berna Ceppas
Fotografia: Adrian Teijido
Elenco: Nivaldo Expedito de Carvalho (Chambinho do Acordeão), Julio Andrade, Adelio Lima, Nanda Costa, Silvia Buarque, Claudio Jaborandy, Ana Roberta Gualda, Cecilia Dassi, Domingos Montagner
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom
Sem Asterisco - interessante

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Ultimo Dançarino de Mao

Mao's Last Dancer *
(2009) 117 min (10 anos)

China - Niang e Dia eram camponeses muito pobres, que trabalhavam a terra na província de Shandong, durante a época da Revolução Cultural. O unido casal  chegava a passar fome com os 7 filhos homens, mas mantinham um lar alegre, onde as crianças aprenderam o valor do esforço e da esperança. Em 1972, seguindo instruções de madame Mao, oficiais do governo percorrem o país, escolhendo crianças flexíveis para receberem treinamento na escola de balé, em Pequim. Niang fica triste por separar-se de Li Cunxin, seu filho número 6, mas percebe que é uma oportunidade que ele não deve perder.

Li Cunxin estava com 11 anos quando deixou sua família. Na escola de dança a disciplina era severa, os alunos estavam sempre ocupados, praticando 16 horas por dia. O adolescente sentia saudades de casa e era pouco apreciado pelo encarregado dos exercícios. Mas na escola também havia o professor Chan, mais interessado em arte do que em política. Foi graças à orientação de Chan, admirador do balé clássico russo, que Li conseguiu superar uma constituição franzina e desenvolver a sensibilidade, tornando-se um talentoso bailarino. Escolhido pelo diretor do balé de Huston (Ben Stevenson) para um intercâmbio de 3 meses nos Estados Unidos, Li apaixonou-se por uma dançarina americana e pela liberdade, causando um incidente internacional.

Talvez por ter vivido a adolescência na década de 60, desenvolvi verdadeiro horror a controle da arte, da imprensa, e outros autoritarismos exercidos pelas ditaduras de todo tipo, inclusive as que adoram intitular-se "democráticas". Uma das primeiras vítimas destes regimes costuma ser a Verdade. O Último Dançarino de Mao parece ilustrar bem a situação na China à época da Revolução Cultural. O filme me fez lembrar de um outro, delicioso: Balzac e a Costureirinha Chinesa (2002). Imperdível.

Li Cunxin
Curiosidade:
* Os pais do ator Chi Cao, bailarino do Birmingham Royal Ballet, foram professores de balé de Li Cunxin na Academia de Dança de Pequim (Beijing). Foi o próprio Li quem sugeriu o nome de Chi Cao para interpretá-lo como adulto. Como Li adolescente foi escolhido Chengwu Guo, que teve uma história de vida semelhante, separando-se de sua família aos 10 anos. Os dois adquiriram uma base sólida e aprenderam a amar o balé. (the age)

Diretor: Bruce Beresford
Roteiro: Jan Sardi, baseado na autobiografia de Li Cunxin
Musica: Christopher Gordon
Fotografia: Peter James
Elenco: Chi Cao, Bruce Greenwood, Joan Chen, Ferdinand Hoang, Chengwu Guo
Distribuidora: California Filmes

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