Lista de sugestões de filmes interessantes. Cada postagem traz foto, breve sinopse, censura, diretor, distribuidora, elenco, responsáveis pelo roteiro, musica e fotografia. Com o eterno deslumbramento de fã apaixonada, By Star Filmes acredita que o cinema emociona, ensina e é a melhor diversão.

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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Entre doramas e dramédias

Há quase 7 anos (23-02-18) fiz a última postagem sobre um filme no By Star Filmes. Veio o fim das locadoras e desanimei. As circunstâncias da vida mudaram e hoje disponho de menos tempo livre. Ainda amo o cinema de paixão e virei caçadora de doramas no Netflix! Quem diria? Muitas adolescentes e jovens, e uma fã de 73 anos, todas unidas em torno de dramas e dramédias coreanos! Assim é! Me apaixonei por "Uma Advogada Extraordinária", acabei "Pousando no Amor", e em todas as séries do período Joseon! Gosto dos valores destes filmes e do desejo neles presente de "dar o melhor de si", que sempre me lembra "A Festa de Babette". Se há um núcleo cômico na história, melhor ainda!

Qual o último filme que assisti numa agradável poltrona do Espaço Itaú de Cinema Botafogo? Barbie! E amei. Não desisti. Aguardo a oportunidade de conhecer o atual Rede Cinesystem Cinemas - Praia de Botafogo. Enquanto isso, os doramas coreanos alegram meus dias.





sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Tres Anuncios para um Crime

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri * * *
(2017) 115 min (16 anos)

Diretor: Martin McDonagh
Roteiro: Martin MCDonagh
Musica: Carter Burwell
Fotografia: Ben Davis 
Designer de Produção: Inbal Weinberg
Diretor de Arte: Jesse Rosenthal
Figurino: Melissa Toth
Elenco: Frances McDormand, Woody Harrelson, Sam Rockwell, Peter Dinklage, John Hawkes, Abbie Cornish, Lucas Hedges, Clarke Peters, Sandy Martin, Amanda Warren

Não gostei do trailer de ”Três Anúncios para um Crime” e decidi não ver o filme no cinema, coisa arriscada em tempos de poucas locadoras. Mesmo apreciando a atriz Frances McDormand (“Fargo”), me pareceu mais uma daquelas produções americanas de vendetta e violência policial. Mas, de Dublin, meu irmão Carlos avisou: é do mesmo escritor e diretor de “In Bruges” (“Na Mira do Chefe”). Mudei de ideia rapidamente e fui assistir na primeira semana do lançamento. Adoro “In Bruges” e confio no Carlos. Como valeu a pena! 

Na pequena cidade de Ebbing, Mildred Hayes esperava há meses que a polícia descobrisse o assassino que estuprou e matou sua filha Angela. Para agitar as coisas, Mildred aluga 3 outdoors na estrada onde ocorreu o crime, questionando o xerife local. E coisas começam a acontecer...

”Três Anúncios para um Crime” surpreende e prende a atenção, porque nasce de um roteiro inteligente, escrito com sensibilidade. O resultado são personagens muito humanos nos seus erros e grandezas, misturando suspense, humor e emoção. Não me perdoaria ter deixado de ver na tela grande o filme do inglês Martin McDonagh. Vou guardar esse nome para o futuro. Ele é jovem (26/03/1970) e pode escrever/dirigir outras jóias como “In Bruges” e “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”.

Destaque para os desempenhos de Frances McDormand, Woody Harrelson e Sam Rockwell, perfeito como o policial impulsivo e preconceituoso que ainda desconhece o bem de que é capaz. Filme indicado em 7 categorias do Oscar; já ganhou o BAFTA e o Golden Globe. (IMDB).



*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A Luz entre Oceanos

The Light between Oceans * *
(2016) 133 min (12 anos)

megafilmesonline
Você só tem que perdoar uma vez. 
O ressentimento tem que ser cultivado a cada dia, todos os dias.”

Oeste da Austrália, 1918 - O som das ondas e gaivotas compõe a trilha sonora dos dias em Janus Rock. Tom Sherbourne aprecia o isolamento da ilha, onde se mantem ocupado, encerrando os trabalhos diários no cerimonial de subir as escadas e acender a luz no farol. Depois dos horrores vividos no front ocidental, tudo o que o herói da primeira guerra precisava para se restabelecer era contemplar o horizonte e cumprir essa produtiva rotina na costa australiana. Menos sorte tiveram os que tombaram em solo europeu ou voltaram com sequelas.

Janus Rock dista 160 km da cidade mais próxima. É de Partageuse que vem o barqueiro abastecer a ilha algumas vezes ao ano. E é lá também que mora a jovem Isabel Greysmark, o primeiro ser humano a despertar curiosidade e afeto no reservado funcionário do Serviço de Faróis da Comunidade Britânica. Depois de um namoro epistolar, os dois se casam e tentam constituir família na ilha. A alegria de Isabel não resiste a duas gravidezes interrompidas. É então que um barquinho de madeira surge na praia. Conduzido pelas ondas, cruza as águas em direção ao horizonte. Tom e Isabel correm até ele. Para o bem e para o mal, esse é um momento de virada no destino da família Sherbourne.

Mesmo considerando a sensível atuação de Alicia Vikander e Michael Fassbender, o que me hipnotizou em "A Luz entre Oceanos" foi o espetáculo das imagens do sol nascendo no mar, as águas cinzentas furiosas das tempestades, alternando com dias de calmas ondas azuis, tornadas flamejantes ao entardecer. Essa beleza foi também um alívio para o sofrimento que sucede aos primeiros tempos na ilha, quando o casal descobre as alegrias do amor em sua doce convivência. Haja coração e lenço para conter tantas lágrimas! Um filme bonito, bem interpretado e difícil de ser esquecido.

Curiosidade:
* Alicia Vikander e Michael Fassbender se conheceram no set de filmagem em setembro de 2014 e começaram a namorar em dezembro do mesmo ano.

Diretor: Derek Cianfrance
Roteiro: Derek Cianfrance, baseado no romance de M. L. Stedman
Musica: Alexander Desplat
Fotografia: Adam Arkapaw
Designer de Produção: Karen Murphy
Diretora de Arte: Sophie Nash
Figurino: Erin Benach
Elenco: Alicia Vikander, Michael Fassbender, Rachel Weisz, Florence Clery, Anthony Hayes, Jack Thompson, Thomas Unger, Bryan Brown, Jane Menelaus, Garry McDonald, Caren Pistorius
Distribuidora: Paris Filmes

The Playlist

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Brooklin

Brooklyn * * *
(2015) 111 min (14 anos)

Irlanda/EUA - Rosa e Eilis Lacey moram com a mãe viuva em Enniscorthy, no sudeste da Irlanda. Rosa trabalha como escriturária numa firma e Eilis presta serviço aos domingos na loja da implacável senhorita Kelly. Enfrentando a má vontade da patroa, a jovem explica que deixará o serviço por motivo de viagem à América. Um padre conhecido da irmã havia lhe conseguido emprego como vendedora numa loja de departamento do Brooklin, bairro cheio de emigrantes irlandeses. Em vez de desejar sorte à funcionária, Miss Kelly comenta secamente que Rosa terá que arcar sozinha com a responsabilidade da mãe até o final de sua vida. Assim, Eilis deixa para trás as duas pessoas que mais ama no mundo, para dividir uma cabine econômica com uma desconhecida, no navio que conduz mais uma leva de passageiros esperançosos, rumo à terra das oportunidades. 

Chegando aos Estados Unidos, Eilis se hospeda na pensão irlandesa para moças de Madge Kehoe, no Brooklin. A proprietária comanda a conversa na mesa do jantar com mão de ferro. A primeira carta recebida de casa, deixa a tímida Eilis em prantos. Mas, aos poucos, vai ganhando desenvoltura no trabalho, começa um curso de contabilidade, e é a unica das pensionistas que se propõe a ajudar o padre Flood na festa de final de ano para idosos irlandeses. De vez em quando, a recém chegada frequenta um baile, onde conhece Tony Fiorello, um rapaz bem intencionado que se apaixona por ela. A vida fica mais rica e promissora. Então chegam notícias amargas da velha Irlanda. O coração de Eilis se divide.

Deixarei que outros louvem o roteiro, a perfeição técnica deste filme e a interpretação sensível e poderosa dos atores. Além da beleza da fotografia e da fiel reconstituição de época, foram os tipos humanos que me impressionaram em "Brooklin". Entre outros, o padre dedicado a fazer o bem, a irmã altruísta que engendra uma oportunidade para a irmã caçula e a protagonista, ainda muito jovem, que enfrenta o medo e embarca na única saída visível para a independência. Do lado menos amável, há a rigorosa e carismática senhora Kehoe, a dona da pensão, que acaba se rendendo aos bons modos e a simplicidade de Eilis, assim como a mesquinha senhorita Kelly, a ex-patroa irlandesa. No conjunto, parece que personagens saídos dos romances de Dickens e Jane Austen desembarcaram em Nova Iorque na década de 50. Uma delícia. Indicado aos Oscar de Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. Ganhou o BAFTA como Melhor Filme Inglês em 2016.

Curiosidade: (Imdb)
* A Brooklin do filme foi gravada na verdade em Montreal, por razões econômicas. Apenas dois dias da produção foram rodados no Brooklin, um para as tomadas dos exteriores dos prédios em "brownstone", um tipo de rocha sedimentar ou arenito, e o outro para filmar em Coney Island.

* Saoirse Ronan (Eilis Lacey) nasceu no Bronx, em Nova Iorque, mas foi criada na Irlanda, de pais irlandeses. Ela considera "Brooklin" seu filme mais pessoal e a primeiras vez que usou o sotaque irlandês. Mas o dialeto do personagem é diferente do que usa na realidade. No filme ela usa um sotaque de Wexford, porque sua personagem é de Enniscorthy, mas na vida real, Saoirse fala com o sotaque de Dublin.

Diretor: John Crowley
Roteiro: Nick Hornby, baseado no romance de Colm Tóibín
Musica: Michael Brook
Fotografia: Yves Bélanger
Designer de Produção: François Séguin
Diretores de Arte: Irene O'Brien, Robert Parle
Figurino: Odile Dicks-Mireaux
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Jim Broadbent, Julie Walters, 
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

terça-feira, 12 de abril de 2016

Morangos Silvestres

Smultronstället * * *
Wild Strawberries
(1957) 95 min (Livre)



Suécia - Sentado em frente à escrivaninha em seu escritório, o professor Eberhard Isak Borg se apresenta como um médico solitário de 78 anos e informa que receberá uma homenagem na cidade de Lund. Depois de uma noite inquieta, durante a qual tem um sonho atribulado, Isak avisa à Agda, sua empregada há 40 anos, que deseja viajar de carro, e não de avião, como fora combinado. Nessa viagem, o doutor Borg e a nora Marianne começam a se conhecer melhor e dão uma carona à jovem Sara e seus dois pretendentes: um ateu e um religioso.

Acredito que estivesse com uns 8 anos quando meus pais foram ao cinema assistir "Morangos Silvestres". O filme já deveria ser classificado como Livre para todas as idades, mas nessa época eram as histórias da Disney e de Frank Capra que me seduziam. Por incrível que pareça, só ontem assisti, pela primeira vez, essa joia deixada pelo diretor sueco! As reflexões sobre a solidão e os distúrbios nos diversos tipos de relacionamento humano são apresentados de forma bem mais otimista do que em outras obras do cineasta. E é a possibilidade de superá-los que torna essa experiência mais adorável. O solitário professor se deixa contaminar com a alegria dos três jovens que encontra ao visitar a casa onde morou com a família. Parece tirar o coração do casulo onde seu infeliz casamento o enclausurou. Mais adiante o doutor faz uma parada para cumprimentar a mãe de 95 anos, uma figura independente e severa, que não aproveita essa tentativa de aproximação.


À parte a profundidade freudiana dos dramas de Bergman, são fascinantes suas composições da imagem. Nesse filme, como em "Fanny & Alexander", percebe-se a influência estética do pintor sueco Carl Larsson, especialmente nas lembranças do dr. Isak Borg na casa paterna. 

As aquarelas de Larsson retrataram sobretudo seus 8 filhos com a designer Karin, na colorida casa de Lilla Hyttnäs, em Sundborn. Bergman imaginou Isak numa família de dez irmãos e primos, em cenário que se inspira na luminosa decoração da casa de campo do pintor sueco e seu entorno. O ambiente alegre suaviza a carga dramática dos sentimentos do idoso personagem de "Morangos Silvestres". O filme foi indicado ao Oscar e ao BAFTA, e ganhou o Globo de Ouro como Melhor Filme Estrangeiro em 1960; uma obra-de-arte que resistiu com brilho à passagem do tempo.

Diretor: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Musica: Erik Nordgren
Fotografia: Gunnar Fischer
Designer de Produção: Gittan Gustafsson
Elenco: Victor Sjöström, Ingrid Thulin, Bibi Andersson, Gunnar Björnstrand, Jullan Kindahl, Naima Wifstrand, Max von Sydow
Distribuidora: Versátil Home Video

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Ex_Machina

Ex Machina * *
(2015) 108 min (14 anos)

tudo capas gtba
EUA - No cinema, os meninos solitários costumam tornar-se escritores, gênios ou psicopatas. Nathan Bateman tornou-se um nerd genial enfadado com seus semelhantes. Ele mora numa mansão high tec, isolado dos outros seres humanos, acompanhado apenas de Kyoko, uma governanta que não compreende inglês. Como criador do Bluebook, o motor de busca mais usado no mundo, Nathan acumulou imensa fortuna e está empenhado numa pesquisa de inteligência artificial. 

Para testar seu projeto secreto, é sorteado um dos funcionários da Bluebook. O programador Caleb Smith vence a loteria e ganha uma viagem de uma semana na companhia de Nathan. Orfão de pais, 26 anos, sem irmãos ou namorada, Caleb também é um solitário. Num helicóptero da companhia, ele sobrevoa montanhas geladas até ser deixado no meio da mata, com instruções para acompanhar o rio até a casa.

O tímido jovem deve aplicar o Teste de Turing para avaliar se uma andróide criada por Nathan é capaz de se passar por humana. Alimentada com o software do Bluebook, a suave Ava reconhece as menores expressões faciais e distingue se o interlocutor está falando uma verdade ou uma mentira. Durante sete encontros, Ava permanece numa sala envidraçada, enquanto Caleb lhe faz perguntas. Um vínculo parece se estabelecer entre os dois.

O que distingue Ava, de "Ex Machina", e o David da belíssima fábula de Spielberg-Kubrick? O menino-robô de "A.I." foi criado para amar apenas sua "mãe" Monica. Na ausência dela, esse amor obsessivo tornou o pequeno andróide supérfluo, sem propósito. Ava é um programa que absorve todo o conhecimento existente na internet, sobretudo o modo como pensam as pessoas. Se só é possível amar a quem se conhece, seria Ava capaz de amar os humanos? Isso possibilitaria um vínculo entre Caleb e Ava? Quais foram as intenções do criador do software? "Ex_Machina" é daqueles filmes de ficção científica que faz pensar. Ótimo roteiro e mais um desempenho exemplar de Alicia Vikander, vencedora do Oscar de 2016, como atriz co-adjuvante em "A Garota Dinamarquesa". "Ex_Machina" também foi premiado na categoria de Efeitos Visuais.


Diretor: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Musica: Geoff Barrow, Ben Salisbury
Fotografia: Rob Hardy
Designer de Produção: Mark Rigby
Elenco: Oscar Isaac, Domhnall Gleeson, Alicia Vikander, Sonoya Mizuno
Distribuidora: Universal

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sicario - Terra de Ninguém

Sicario * *
(2015) 121 min (16 anos)

EUA, Arizona - A agente do FBI Kate Mercer perde dois colegas na batida policial a uma das propriedades do cruel traficante Manuel Diaz. Por trás das paredes da casa, os agentes encontram algumas dezenas de corpos de homens e mulheres adultos, todos de pé, ensanguentados, com as cabeças dentro de sacos plásticos. Os experientes investigadores passam mal diante da cena.

Decidida a punir o verdadeiro responsável, Kate se junta a uma força tarefa chefiada pelo sorridente Matt Graver. O objetivo da missão é fazer barulho, apreendendo drogas e mexendo nas contas bancárias do cartel mexicano. Matt tem autoridade para congregar equipes de diversas agências, só voa em jatinho particular e frequenta reuniões de trabalho usando sandálias havaianas. Junto a ele atua o enigmático agente Alejandro. Com voz mansa e modos incisivos, o latino obtém confissões de qualquer criminoso. Quem são na realidade Matt Graver e Alejandro?

Como espectadores, não recebemos qualquer informação privilegiada. Sabe-se apenas o que é do conhecimento da agente Kate Mercer. Isto é, pouco ou quase nada. Esse clima de suspense permanece até o fim de "Sicario: Terra de Ninguém", e funciona bem, mantendo a tensão e o interesse. A conclusão do roteiro é de deixar inquieto quem habita as grandes cidades, onde o tráfico de drogas tece suas teias por entre as esferas do poder oficial. No elenco merecem destaque as interpretações expressivas de Emily Blunt e Benício del Toro. Belíssima, como sempre, é a fotografia de Roger Deakins, o fantástico britânico CBE (Commander of the Order of the British Empire), que ainda não conseguiu convencer seus colegas americanos a lhe oferecerem um Oscar. Este é um filme imprescindível para os que gostam de emoções fortes.

Space

Diretor: Denis Villeneuve (Incendios, Os Suspeitos)
Roteiro: Taylor Sheridan
Musica: Jóhann Jóhannsson
Fotografia: Roger Deakins
Designer de Produção: Patrice Vermette
Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benício del Toro, Bernardo Saracino, Daniel Kaluuya, Maximiliano Hernandez
Distribuidora: Paris Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sábado, 5 de dezembro de 2015

Morte Súbita

The Casual Vacancy
(2015) 180 min (16 anos) minissérie BBC1

Inglaterra - Os campos verdes da pequena vila de Pagford são um colírio para os olhos. Contudo, por trás das paredes da aldeia inglesa, a realidade não é tão bonita. Pais e filhos se estranham, esposas se desentendem com os maridos, ambição e intrigas se multiplicam entre os moradores. Há os idealistas, os que só procuram um pouco de paz e aceitação, além dos omissos, dos dependentes de drogas, e alguns obcecados por sexo. 

O centro Sweetlove oferece as atividades assistenciais em Pagford, mas um grupo de cidadãos menos sensíveis às desigualdades sociais planeja transformá-lo num spa de luxo. O comitê responsável está dividido, quando a morte de um dos membros abre uma vaga no conselho municipal, para a qual surgem três candidatos duvidosos. Os que defendem os direitos dos moradores do bairro pobre de Fields estão em desvantagem. 

Das fantasias de Hogwarts à dura realidade de Pagford, J.K. Rowling mostra sua versatilidade em "Morte Súbita". Algo do sentimento de desamparo do período mais difícil da vida da escritora, quando precisou viver da previdência social, pode ter alimentado essa história. Depois dos minutos necessários para captar o vínculo entre os personagens, e assimilar suas fraquezas, ficamos envolvidos com o drama. Um ótimo elenco.

Curiosidade:
* As gravações de "Morte Súbita" foram feitas em Painswick, Gloucestershire. Os moradores ficaram chocados ao descobrir uma loja nova, vendendo lingeries sensuais em sua rua principal. Alguns entravam para examinar as mercadorias, enquanto outros foram reclamar na reunião do conselho municipal, sem perceber que se tratava de um set de filmagem.

Diretor: Jonny Campbell
Roteiro: Sarah Phelps, J.K. Rowling
Musica: Solomon Grey
Fotografia: Tony Slater Ling
Designer de Produção: Sami Khan
Elenco: Abigail Lawrie, Michael Gambon, Julia McKenzie, Monica Dolan, Keeley Hawes, Rufus Jones, Rory Kinnear, Simon McBurney, Emily Bevan, Silas Carson, Keeley Forsyth, Joe Hurst, Lolita Chakrabarti, Simona Brown, Julian Wadham
Distribuidora: Warner

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Orgulho e Esperança

Pride * *
(2014) 120 min (16 anos)

Inglaterra e Pais de Gales - Na primeira metade da década de 80, o governo de Margaret Thatcher está reprimindo vigorosamente tanto os trabalhadores das minas quanto os movimentos de homossexuais. Ao constatar essa realidade, o grupo de ativistas gays que se reúne numa livraria do Soho resolve arrecadar fundos para o movimento dos mineiros. É assim que nasce a campanha Lésbicas e Gays apoiam os Mineiros. 

Mas o sindicato desses trabalhadores revela constrangimento e recusa a entusiasmada oferta. Sem desanimar diante da rejeição, os ativistas do LGSM (Lesbians and Gays Suport the Miners) escolhem Onllwyn, uma pequena cidade do Pais de Gales, se metem num micro-ônibus e vão entregar pessoalmente o dinheiro. Então, aquilo que começa em Londres, no verão de 1984, com uma incipiente Parada Gay, termina de forma quase apoteótica um ano depois.

Adoro filmes baseados em histórias reais, ainda que sejam só parcialmente fiéis à realidade! Não é à toa que há um marcador só para eles nesse blog. Geralmente são dramas, mas "Orgulho e Esperança" consegue misturar com sabedoria doses de humor e compaixão entre os momentos de amarga intolerância. Esta semana conversava com a família sobre emoção no cinema. Meus irmãos e eu, reconhecidos manteigas derretidas, não precisamos de muito para nos comover. Mas minha filha caçula é dura na queda, fica relativamente tranquila frente partidas e perdas na tela. Ela desaba mesmo é diante de cenas de solidariedade. Estou certa de que "Orgulho e Esperança" há de lhe arrancar mais do que apenas lágrimas furtivas. Recomendo!

Curiosidade:
* No momento do lançamento do filme, as últimas minas de carvão estavam sendo fechadas na Grã-Bretanha. Não é mais aceitável queimar carvão devido às Leis de Mudanças Climáticas de 2008.

Diretor: Matthew Warchus
Roteiro: Stephen Beresford
Musica: Christopher Nightingale
Fotografia: Tat Radcliffe
Design de Produção: Simon Bowles
Figurino: Charlotte Walter
Elenco: Bill Nighy, Imelda Stauton, Dominic West, Paddy Considine, Andrew Scott, George Mackay, Joseph Gilgun, Ben Schnetzer, Faye Marsay, Freddie Fox, Chris Overton, Joshua Hill, Karina Fernandez, Jessie Cave, Lisa Palfrey, Liz White, Jack Baggs, Menna Trussler
Distribuidora: California Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante





quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Segunda Chance

En Chance Til *
(2014) 102 min (14 anos)

Dinamarca - Na casa limpa e confortável, Andreas e Anne não conseguem repousar à noite porque o recém-nascido Alexander chora de hora em hora. Andreas embala o filho até que durma. Simon, seu parceiro de trabalho na polícia, acabou de se divorciar e está bebendo excessivamente.

Quando os dois policiais são chamados para lidar com um casal de drogados, deparam-se com o ambiente imundo, onde há um bebê fechado no armário. O negligenciado Sofus está sujo, mas não maltratado, e precisa ser deixado com os alterados Tristan e Sanne. Andreas fica revoltado por manter uma criança sob cuidados de pais irresponsáveis, mas não há nada a fazer. Contudo ele se lembrará de Sofus quando a desgraça se abater sobre seu próprio lar. Para contornar uma crise evidente, o detetive tomará decisões equivocadas, com amplas consequências.

A vida ordenada num país socialmente desenvolvido deslumbra, especialmente quem vive num sistema que não favorece a igualdade de oportunidades. Contar com serviços públicos de alto nível para todos e um tratamento humano para os que incorrem em erro, isso é um sonho! Além disso, a decoração simples e elegante dos ambientes escandinavos agrada os olhos, mas é a dor dos personagens que desponta e rouba a cena nos 102 minutos de "Segunda Chance". O filme de Susanne Bier é um drama forte, muito bem interpretado. Uma grata surpresa foi reconhecer Ewa Fröling, a bela Emilie Ekdahl de "Fanny & Alexander", fazendo uma ponta como a elegante sogra de Andreas.

Ewa Fröling
Curiosidade:

* A modelo May Anderson estreia no cinema como a prostituta Sanne. A diretora Susanne Bier escolheu-a para o papel depois de encontrá-la numa festa. Susanne resistiu à ideia de fazer um teste pois julgou que May poderia não se sair bem, mas que seria a pessoa certa para o papel.

Diretora: Susanne Bier
Roteiro: Anders Thomas Jensen
Musica: Johan Söderqvist
Fotografia: Michael Keith Snyman
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Ulrich Thomsen, Maria Bonnevie, Nikolaj Lie Kaas, Lykke May Andersen, Ewa Fröling
Distribuidora: California Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Wolf Hall

Wolf Hall * *
(2015) 350 min (15 anos) minissérie BBC

Inglaterra - Casado há mais de 20 anos com Catarina de Aragão, e pai da princesa Mary, Henrique VIII cansou de esperar um herdeiro homem e solicitou ao Papa a anulação do matrimônio. O cardeal Wolsey, Arcebispo de York, pleiteou sua causa no Vaticano em vão, caindo em desgraça com o monarca inglês. Por indicação de Ana Bolena, sobrinha do Duque de Norfolk e candidata a nova rainha, Thomas Cromwell assume o posto de conselheiro do rei. Filho de um ferreiro, o advogado foi soldado e mercador antes de se tornar importante membro da corte. É por seus olhos que observamos os acontecimentos em “Wolf Hall”.

O nome da minissérie vem de ‘Wulfhall’, a mansão medieval da aristocrática família Seymour, onde Henrique VIII esteve hospedado em 1535. Wolf (lobo em inglês) também transmite a ideia de algo selvagem, feroz, que coincide com a maneira pela qual são representados os cortesões britânicos, defensores ávidos dos próprios interesses.

wikipedia
Thomas Cromwell tinha a fama de frio e soturno, "um homem baixo e corpulento, com um rosto largo e barbeado, cabelo cortado curto, e um pesado queixo duplo, uma boca pequena e cruel, olhos cinzentos juntos, que se moviam sem cessar sob as sobrancelhas finas" (R. B. Merriman). Assim ele surge  no quadro de Holbein, mas o roteiro de "Wolf Hall" prefere retratar o advogado como uma pessoa discreta, fiel, que não humilhava ninguém e era gentil com os personagens menos importantes da corte, ainda que para transformá-los em informantes e aliados. Sua frieza e distanciamento são justificados pelo tratamento violento que recebeu do pai.

Já o católico Sir Thomas More, o Lord Chancellor católico que preferiu a morte a reconhecer a nulidade do casamento do rei, é apresentado de modo menos simpático do que o habitual em livros e filmes.

São muitas as virtudes desta minissérie da BBC. Entre elas, destaco as locações, um roteiro excelente, elenco expressivo, figurino esplêndido e uma bela fotografia, que muitas vezes emula os quadros de Hans Holbein, artista alemão que pintou vários membros da corte de Henrique VIII.

Curiosidade
* A minissérie é uma adaptação dos dois romances de Hilary Mantel: "Wolf Hall" e "Bringing Up the Bodies". O drama apresenta 102 personagens.
telegraph

Diretor: Peter Kosminsky
Roteiro: Hilary Mantel, Peter Straughan
Musica: Debbie Wiseman
Fotografia: Gavin Finney
Designer de Produção: Pat Campbell
Diretor de Arte: Frederic Evard
Vestuário: Joanna Eatwell
Elenco: Mark Rylance, Damian Lewis, Claire Foy, Jonathan Pryce, Bernard Hill, Anton Lesser, Joanne Whalley, Jessica Raine, Kate Phillips, Thomas Brodie-Sangster, Tom Holland

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Um Pouco de Caos

A Little Chaos
(2014) 117 min (14 anos)

França, 1682 - O arquiteto paisagista André le Nôtre procura um encarregado para construir um dos bosques do palácio de Versailles. Entre os convidados para a tarefa está a jovem viúva Sabine de Barra. O arquiteto amante da ordem observa da janela o momento em que Sabine troca um vaso de plantas de lugar, no jardim criado por ele. A entrevista entre os dois dura três minutos e não parece promissora, mas ainda assim ela é a privilegiada escolhida, passando à frente de um grupo de homens experientes, mas com menor criatividade. Interesses contrariados e sabotagem ameaçam o projeto, mas a sincera paisagista conta com fortes aliados.

O roteiro é tênue, nem sempre convincente, ambientado em Paris, filmado na Inglaterra e falado em inglês. A personagem de Sabine de Barra não existiu. Aliás, mulheres trabalhando em posições de destaque não eram comuns, excetuando uma rainha ou outra. A magnífica pintora Elizabeth Vigée Lebrun (1755-1842) nasceria quase um século mais tarde. Apesar de tudo, o filme tem cenas interessantes. E traz Kate Winslet (Sabine), Alan Rickman (Luis XIV), Stanley Tucci (Duque de Orleans) e Helen McCrory, como uma frívola e inconsequente Mme. Le Nôtre. Para quem curte boas interpretações e filmes de época, vale a pena.

Curiosidades
Wikipedia
* O bosque do qual Sabine é encarregada trata-se do "Le Bosquet de la Salle de Bal" ou "Le Bosquet des Rocailles".

* André Le Nôtre, apresentado como jovem, era na realidade 20 anos mais velho do que Luis XIV. 

Diretor: Alan Rickman
Roteiro: Jeremy Brock, Alison Deegan, Alan Rickman
Musica: Peter Gregson
Fotografia: Ellen Kuras ("Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança", "Rebobine, Por Favor")
Designer de Produção: James Merifield
Elenco: Kate Winslet, Matthias Schoenaerts, Alan Rickman, Stanley Tucci, Helen McCrory, Danny Webb, Rupert Tenry-Jones, Paula Paul, Jennifer Ehle, Phyllida Law, Adam James, David Foxxe
Distribuidora: Imagem Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Little Boy

Little Boy *
(2015) 106 min

EUA - "Little Boy" ainda não chegou ao Brasil. Mas meu filho insistiu muito para que eu o visse pelo computador. "Mãe, tenho certeza que você vai amar!" Mesmo não apreciando essa maneira de assistir filmes - sou fervorosa defensora dos dvds - concordei. E ele estava certíssimo, achei "Little Boy" um filme emocionante, leve, interpretado por atores sensíveis que infundiram total credibilidade aos personagens. Entre eles, destaca-se Jakob Salvati, o afetuoso guri do título, o Pepper Flint Busbee. 

Emma e James Busbee já há algum tempo eram pais de London, quando lhes nasceu o pequeno Pepper Flint. Logo formou-se um vínculo forte entre o amoroso pai e seu filho caçula. Quando não estava na oficina, consertando os carros da cidade de O'Hare, James envolvia-se em brincadeiras e aventuras imaginárias com seu entusiasmado parceiro mirim. 

A entrada dos EUA na 2ª Guerra separou essa dupla invencível. Para tolerar a dor, o menino agarrou-se às palavras do versículo de Mateus 17:20 ("em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível"). Pepper decide aumentar sua fé, para trazer o pai de volta. Orientado pelo padre Oliver, resolve seguir os passos sugeridos por uma lista antiga: Alimentar os famintos, abrigar os sem-teto, visitar os presos, vestir os nus, visitar os doentes, enterrar os mortos. 

A essas seis tarefas, o padre acrescenta mais uma: ser amigo dos seus inimigos, o que no caso de Pepper significa aproximar-se do japonês Hashimoto. De acordo com o padre, a Fé não funcionará se você tiver qualquer resquício de ódio no seu coração. Para encantar-se com a nobre missão desse valente menino de 8 anos, encontre um jeito de assistir "Little Boy". Já ouviu falar do site Popcorntime? Você também pode fazer download do programa no Baixaki. Mas quando o filme chegar ao Brasil, vou querer o DVD para mim!

Curiosidade:
* O terremoto no filme realmente aconteceu em los Angeles, três meses antes da detonação da bomba em Hiroshima.

* Kevin James (dr. Fox) gostou tanto do roteiro que concordou em fazer o filme gratuitamente.

* "Little Boy" foi produzido pela Metanoia Films, companhia fundada por Eduardo Verástegui, Alejandro Gomez Monteverde e Leo SeverinoA empresa é responsável pelo filme "Bella" (2006).

Diretor: Alejandro Monteverde
Roteiro: Alejandro Monteverde & Pepe Portillo
Musica: Stephan Altman, Mark Foster
Fotografia: Andrew Cadelago
Designer de Produção: Bernardo Trujillo
Elenco: Jakob Salvati, Emily Watson, Michael Rapaport, David Henrie, Kevin James, Tom Wilkinson, Cary-Hiroyuki Tagawa, Ben Chaplin

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

domingo, 23 de agosto de 2015

Mr. Turner

Mr. Turner * *
(2014) 150 min (14 anos)
Loft Cinema
Inglaterra - Um céu entre rosa e laranja ocupa toda a tela. À direita, as pás de um moinho de vento giram e duas mulheres, em vestes holandesas tradicionais, conversam enquanto caminham. Ao fundo destaca-se a silhueta escura de um homem de chapéu, que desenha a paisagem. Assim somos apresentados ao excêntrico e solitário Joseph Mallord William Turner, pintor revolucionário e romântico, considerado precursor do Impressionismo. Posteriormente, seremos apresentados ao pai, seu ajudante no ateliê, responsável pela compra de todo material, conheceremos as mulheres com quem o artista manteve relacionamentos, além de outros pintores contemporâneos e clientes fiéis, entre os quais se incluía o crítico de arte John Ruskin. 

Turner (1775-1851) entrou cedo para a Real Academia de Pintura. Seus conselhos certeiros eram apreciados pelos colegas durante os preparativos para as exposições coletivas da academia. Até hoje, o prolífico pintor é um dos mais amados pelos britânicos, embora, na época, seus quadros não tivessem caído nas graças da rainha Victoria. Especialista em disputadas paisagens terrestres e marinhas, no final da vida, o artista recusou uma oferta milionária pelo conjunto de sua obra. Ao recusar a proposta, a intenção de Turner era que seus quadros pudessem ser apreciados gratuitamente pelo povo inglês, em vez de ficarem trancafiados numa propriedade particular. E assim foi feito. Aliás, até hoje, na Inglaterra é possível frequentar museus e galerias de arte sem ter que pagar nada por isso, embora se encorajem as doações.

Os múltiplos atrativos do filme de Mike Leigh são ambientes e vestuário, a magnífica fotografia, inspirada nas cores da pintura de William Turner e um elenco impecável e inspirado. Não fosse uma cena de sexo, em que Turner agarra por trás a empregada Hannah Danby, o filme seria adequado a todas as idades. Mas, para quem ama as Belas Artes, os outros 149 minutos do filme passarão voando. 

Curiosidades:
* Para se preparar para o papel de Turner, Timothy Spall passou quase 2 anos estudando pintura.

* A cena de abertura foi filmada em Herringfleet, Suffolk, e não na Holanda.

* Um dos encantos do filme é a recriação de cenas que teriam inspirado os quadros de Turner: a fumaça da locomotiva a vapor, as variadas cores do por-do-sol, e, especialmente, o momento em que o pintor se faz amarrar ao mastro de um navio, para poder observar a tempestade no mar de um ângulo privilegiado.

* Turner admirava o talento e o progresso. No roteiro de Mike Leigh ele aparece sorrindo com agrado diante de dois quadros do novato Sir John Everett Millais e posando para uma fotografia, a nova arte que substituiria a pintura no registro dos fatos.

* William Turner morreu em Chelsea, na casa de Sophia Booth, a viúva proprietária de uma pensão à beira-mar, com quem o pintor manteve seu último relacionamento. 

Diretor: Mike Leigh
Sophia Booth e Turner
Roteiro: Mike Leigh
Musica: Gary Yershon
Fotografia: Dick Pope
Designer de Produção: Suzie Davis
Diretor de Arte: Don Taylor
Figurinista: Jacqueline Durran
Elenco: Timothy Spall, Paul Jesson, Marion Bailey, Dorothy Atkinson, Lesley Manville, Martin Savage
Distribuidora: Sony

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

domingo, 5 de julho de 2015

Cinderella

Cinderella * * *
(2015) 105 min (Livre)

Num reino pequenino, pacífico e belo, bem no meio da floresta, vive a menina Ella, cercada pelo amor dos pais, na companhia de muitos amigos, entre os quais, os animais da fazenda. Seu pai é um rico mercador que viaja por outras terras, enquanto a esposa cuida da casa e ensina à filha valores de bondade, esperança e fé. Quando estão juntos, são a família mais feliz do mundo. 

Certo dia a mãe de Ella adoece. Em seu leito de morte, a amável senhora diz à menina que precisa ser sempre corajosa e gentil. Nos anos seguintes pai e filha se fazem companhia, até que o viúvo acredita que casar-se novamente poderia aumentar sua felicidade. Lady Tremaine, suas duas filhas, Anastácia e Drisella, o peludo e rabugento gato Lúcifer vêm morar na casa da floresta. As três mulheres são tão fúteis quanto frias e não têm qualquer interesse em conhecer ou amar pai e filha.

Antes de partir em mais uma viagem, o mercador pergunta a cada uma das jovens o que deseja como presente. As irmãs querem rendas e sombrinhas. Ella pede o primeiro galho que tocar o ombro do pai. Mal o marido deixa a casa, Lady Tremaine sugere que Ella troque de quarto com as irmãs e vá dormir no sótão. Este é só o começo das desventuras da bondosa Ella, que precisará de toda coragem e gentileza para não desistir de sonhar com uma vida melhor.

Os estúdios Disney conseguiram recriar pela segunda vez toda magia da história do escritor Charles Perrault (1697). "Cinderella" é um sonho desde o vestuário à escolha do elenco; feliz na direção, na música, nos diálogos e efeitos especiais. Kenneth Brannagh foi fiel a cada detalhe da história original, incluindo os mágicos sapatinhos de cristal, uma criação de Swarovski, inspirada num exemplar de 1950, que a figurinista Sandy Powell viu num museu. A companhia austríaca forneceu mais de 7 milhões de cristais para serem usados nos vestidos e tiaras da cena do baile. Tal como todo o filme, um luxo só.

Curiosidades:
* Na dança no baile, muitos dos vestidos foram inspirados nos vestidos das princesas da Disney : Bela, Tiana, da Princesa e o Sapo, Aurora, Branca de Neve, Mulan e Ariel.

* Lily James, que interpreta Cinderella, e Sophie McShera, que interpreta Drisella, também atuam juntas em Downton Abbey. Contudo seus papéis são trocados.  Lily é a Lady Rose e Sophie faz o papel de Daisy, a ajudante da cozinheira.

* O vestido azul e o cabelo de Cinderella foram enfeitados com 10.000 cristais Swarovski. A empresa confeccionou 8 pares de sapatinhos, mas nenhum era usável. Lily James usava sapatos de couro no set, que foram digitalmente transformados em crista

Diretor: Kenneth Branagh
Roteiro: Chris Weitz, baseado no conto de Charles Perrault
Musica: Patrick Doyle
Fotografia: Haris Zambarloukos
Designer de Produção: Dante Ferretti (A Invenção de Hugo Cabret, Cold Mountain, Entrevista com o Vampiro, A Época da Inocência, O Nome da Rosa)
Figurinista: Sandy Powell (Ilha do Medo, O Lobo de Wall Street, A Jovem Rainha Victoria, Shakespeare Apaixonado)
Elenco: Lily James, Richard Madden, Cate Blanchett, Helena Bonham Carter, Stellan Skarsgård, Sophie McShera, Holliday Granger, Derek Jacobi, Ben Chaplin, Hayley Atwell, Jana Perez
Distribuidora: Disney


*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

Calvario

Calvary * *
(2014) 90 min (16 anos)
"Não desespereis, um dos ladrões foi salvo.
Não presumais, um dos ladrões foi condenado."
(Santo Agostinho)

Irlanda - Vestindo uma estola roxa sobre a batina negra, o padre James Lavelle aguarda pacientemente os paroquianos para a confissão no domingo. O compreensivo sacerdote de meia idade nem imagina as primeiras palavras do homem que se aproxima do confessionário. A voz grave avisa que vai matá-lo na praia, no prazo de uma semana. Lavelle terá sete dias para deixar suas coisas em ordem na pequena vila a beira-mar. Padre James será assassinado exatamente por ser um bom sacerdote, pois eliminar um mau padre não chocaria ninguém.

Padre Lavelle leva uma vida simples, dedicada à oração, ao serviço da comunidade local e a cuidar de seu velho cão. Durante a semana seguinte, mantem essa rotina e só revela ao Bispo local a ameaça ouvida na confissão. O superior explica que, como o homem não mostrou arrependimento, e há a intenção de cometer um crime, James não estaria violando o segredo da confissão se procurasse a polícia. Muitos eventos extraordinários se sucedem nos próximos dias, inclusive a chegada da frágil Fiona, filha única de Lavelle, que foi casado antes do sacerdócio. Fugir ou confrontar o assassino? Eis o dilema do misericordioso Padre James.

"Calvário" prende nossa atenção pelo inusitado do roteiro, pelo belo cenário, pela forte presença de Brendan Gleeson como o padre, assim como pelo desfile de paroquianos rebeldes. Um ótimo elenco. O título do filme remete aos momentos finais da vida de Jesus, que também sabia o que o aguardava. O suor de sangue no Horto das Oliveiras ilustra o tanto que Ele sabia. Enquanto não chegou sua hora, Cristo evitou expor-se em determinados momentos, para não ser preso antes que se completasse sua missão. Chegada a hora, ofereceu-se, sem qualquer resistência, à fúria astuciosa dos que desejavam eliminá-lo. Lavelle ainda tentou evitar o confronto com seu algoz, mas um encontro de última hora levou-o a repensar a decisão; padre James é um homem de fé. E "Calvário" é um filme que não se esquece.

Curiosidade:
* O papel do prisioneiro Freddie Joyce é interpretado por Domhnall Gleeson, filho de Brendam na vida real.

* São 12 os personagens coadjuvantes, como os 12 apóstolos.

Diretor: John Michael McDonagh
Roteiro: John Michael McDonagh
Musica: Patrick Cassidy
Fotografia: Larry Smith
Desenhista de Produção: Mark Geraghty
Diretora de Arte: Fiona Daly
Elenco: Brendan Gleeson, Kelly Reilly, Chris O'Dowd, Aidan Gillen, M. Emmet Walsh, Dylan Moran, Domhnall Gleeson, Owen Sharpe, Michael Og Lane, David Wilmot
Distribuidora: Fox Filmes

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Mais Um Ano

Another Year * *
(2010) 129 min (14 anos)

Inglaterra - Juntos e felizes há mais de 30 anos, Tom e Gerri Hepple jamais discutem. O casal aprecia passar os fins-de-semana cultivando um pequeno lote de terra nos arredores de Londres, onde produzem hortaliças para abastecer a mesa. Também gostam de receber em casa alguns amigos não tão felizes.

Tom é geólogo e coleta amostras do solo para determinar se é seguro construir novos edifícios na cidade. Gerri atua como conselheira num centro de saúde, onde a frágil Mary trabalha como recepcionista. Quando convidada, Mary costuma frequentar o lar dos Hepple, onde conhece Ken, um viúvo aposentado que bebe demais. Completam o grupo, o simpático advogado Joe, filho do casal, e Ronnie, o lacônico irmão de Tom. As estações se sucedem, os relacionamentos esquentam e amadurecem.

Os filmes de Mike Leigh fluem no ritmo natural da vida, sempre apoiados num time de atores extremamente convincentes. "Mais um Ano" retrata um casal de meia-idade bem resolvido. Unidos pelo carinho mútuo e por uma rotina simpática, Tom e Gerri atraem o pequeno grupo de amigos sem rumo. Imelda Staunton, completamente diferente de sua caracterização em O Segredo de Vera Drake, faz uma pequena ponta como Janet, paciente de Gerri, uma personagem amarga que nada espera da vida, além de conseguir dormir uma boa noite de sono. O desespero estampado no rosto trágico revela sua completa desilusão com as pessoas próximas. É o arquétipo extremo dos infelizes que desfilarão na tela a seguir, carentes de um projeto de vida que valha a pena. Gostaria que Gerri tivesse podido ajudá-la, mas isso Mike não quis nos mostrar.

O filme entra em cartaz esta semana na Estação Net Ipanema, Estação Net Barra Point e Estação Net Rio. Fiquem atentos. "Mais um Ano" foi exibido no Festival do Rio. O site Set Decor fez uma entrevista interessante com Mike Leigh.


Diretor: Mike Leigh
Roteiro: Mike Leigh
Musica: Gary Yershon
Fotografia: Dick Pope (Simplesmente Feliz, O Segredo de Vera Drake, Segredos e Mentiras, O Ilusionista)
Desenhista de Produção: Simon Beresford
Elenco: Jim Broadbent, Lesley Manville, Ruth Sheen, Peter Wight, Oliver Maltman, David Bradley, Imelda Staunton, Karina Fernandez, Martin Savage, Michele Austin, Phil Davis, Stuart McQuarrie
Distribuidora: Sony

Film… it’s great to be able to take this extraordinary invention from 1896 and capture the world, capture the poetry of the physical world (Mike Leigh)

*** excelente
** ótimo
* bom

Sem Asterisco - interessante
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