30 de novembro de 2015

Das férias do postar

Então, olha as ideias da pessoa em plena segunda-feira, férias. Se bem que sendo final de mês, último dia para ser exata, vale gente.
Ausência de visitas por aqui, de movimento em blogs vizinhos e as demandas de filho de férias, festas de final de ano, novos projetos, atividades, novidades que depois venho contar e motivos diversos pelos quais não dá para aqui diariamente, como de costume, postar.
O plano é só em dias pontuais  em dezembro e janeiro publicar. Conto com a compreensão de todos, sugiro a leitura aos  muitos posts aqui já publicados. 
Dado o recado, vou aqui para minhas férias com pouco descanso. Fui!

25 de novembro de 2015

Convite na bagunça

Aqui na bagunça da casa, minhas, alheias, coisas para resolver, fazer. Sem nada programado ou nos rascunhos para publicar com a devida dedicação, hoje e amanhã fica aqui esse convite a quem por aqui passar, ler e comentar posts passados.

24 de novembro de 2015

Do meu amar rio e mar

Disse em seus doces escritos para O Globo
José Agualusa, sobre Mia Couto:
"Para criar, para escrever
Ajuda muito estar criança
Convém manter intacta a capacidade de transformar em brinquedo tudo aquilo que nos rodeia, das palavras aos sons. Convém permanecer disponível para o espanto, atento às surpresas que a vida sempre engendra e, ao mesmo tempo, manter intacta a capacidade de indignação"
Indignada com a poluição do Rio Doce
Do mar
Indignada por ser uma tragédia anunciada 
Indignada com o ser humano
Sobre o rio, mais afetivas e assertivas palavras de quem tem água no nome: "Quando um rio morre, morre tudo o que há nele, e todo o chão que ele atravessa. Surpreende-me que a tragédia do Rio Doce não provoque mais emoção e mais revolta, quer dentro, quer fora do Brasil."
Surpreendo-me 
E decepciono-me também caro Agualusa
Não foi acidente
Como beber, dirigir, ferir e matar
Também não é
Foto do Rio de Imbassai
Para desaguar meu pesar
Que nem fiz lá no Instagram
Para fazer pensar e se indignar

23 de novembro de 2015

Das caçarolas

Cronicalizei aqui dia desses sobre as minhas primeiras panelas, que tinham a Nicette Bruno e o Paulo Goulard de casal propaganda e na emenda eu ia prosear por cá sobre ser maioria chefs homens e ganhadores de concursos gourmet homens e meu estranhar dos tais não saberem e não se envergonharem de não saber fazer o trivial, tipo arroz branco e feijão e pior quem é do avental todo sujo de ovo não ser as estrelas das cozinhas e competições de panelas.
Enfim, eis que recebo uma resenha, um contar, com recantos paulistas e encantos baianos meus, do prosaico e poético de panelas velhas que fazem comida boa. Autoria de Ana Paula Amaral. "Conversávamos eu e marido no sábado da minha precisão em comprar panelas. As que tenho cumprem sua boa função de nos preparar o alimento, mas estão exaustas, desgastadas. 
Reclamei a ele dos programas Master Chefes, que nunca assisto, mas bem sei do espírito. Por causa desses programas, as panelas se elevaram na condição gourmet, ou talvez top, como se fossem modelo de passarela paga a preço de diamante. Mostrei a ele nos sites que consultei o nome pomposo que aparece: Zwilling. Uma panela, mais de quinhentos reais. Ele me perguntou se havia ouro ali. Não, respondi, há a França e seus chefes. Lembramos saudosos da loja de rua no centro de Guarulhos, onde o dono ficava ali na porta, com os braços atrás, nas costas, uma mão a segurar a outra. Utilidades domésticas, copos avulsos, colher e garfo soltos, escorredor de macarrão de plástico verde, prato Duralex e panelas, muitas, diversas. Soltas, que a gente tirava a tampa para espiar-lhe o interior. Será que alguém ali imaginava se o arroz do dia a dia caberia, ficaria bem branquinho ou tingido de açafrão?
Alguma dona vi bater com o ossinho do dedo no fundo da caçarola. Levou. Devia o som corresponder a algo que ela procurava.Tinha também os jogos em grandes caixas. Comprei lá em momentos distintos duas panelas e uma frigideira. Foi enterrar o dono e na semana seguinte os herdeiros venderam a loja que se tornou uma grande loja de cosméticos com o maior corredor de esmaltes da cidade. 
Era ele, o “Seu Mesquita” que mantinha viva a loja Mesquita, que tinha uma ou outra finura para presentear e comprar. Mas tinha de um tudo sortido, que tanto agradava sem ter nomes impronunciáveis como Zwilling. Afirmo, sem mesmo ter presenciado, que lá esteve Nicete e Paulo, a estampar com sorriso verdadeiro a tampa de caixa de panelas, a mostrar que o companheirismo e amor de quem divide o feijão, o macarrão, a farofa, a dificuldade passageira, são essenciais para se viver.
Nunca vi a caixa da panela da tal panela com ares franceses. Imagino porém, um chef carrancudo a dizer que tem pimenta de mais na quiabada. Nicette, foi-me a segunda Dona Benta que eu assistia com gosto com as crianças ainda pequenas. A pequena Nicette engrandecendo o sítio do pica-pau amarelo. Que tenham mais amor dentro das panelas do que glamour em suas etiquetas."

19 de novembro de 2015

Repique

Hoje não é meu aniversário
Mas é dia 19
Super auspicioso
Ai peguei esse print
E palavras emprestadas de Elisa Lucinda
Para dessa lona
E do sem lonas
Falar aos quarto ventos e todos os continentes de meu contentamento e ansiedade 
Respeitável público
Trupe Plano 3
Menino do Circo sem Lonas
"Ave rara de todos os céus
Soberano sujeito de suas possibilidades
Criança sorridente (hoje homem)
Domador de seus passos 
E ao mesmo tempo palhaço 
Estendendo seus sublimes braços
Tentáculos no universo
Sobre a lona dessa esfera
Para ser, se quiser
O maior espetáculo da terra”
Quiseram
Fizeram por onde
E lá estão em Amsterdã 
Hoje Jonas e o Circo sem lonas sendo exibido
E irmã fã exibida aqui, na torcida

17 de novembro de 2015

Rá-tim-bum

"Rá-ti-bum", é som de batidas circenses que virou pop complemento do cantarolar de parabéns. O "rá" batida na caixa, os pratos fazem o "tim" e o bumbo faz o "bum". Já o bordão: "É pique, é pique, é hora, é hora", li por ai surgiu no ambiente estudantil da Faculdade de Direito do largo de São Francisco, em São Paulo, na década de 1930. O "é pique, é pique" era uma saudação jocosa a um estudante chamado Ubirajara Martins, apelidado de "pique-pique", porque vivia aparando barba e  o bigode com uma tesourinha. Que tal?
O "é hora, é hora" era um grito de guerra de botequim, criado pelos estudantes para pedir uma nova rodada de cerveja em tempo e hora, devidamente gelada.
Devidas contações, cantemos, brindemos e saudemos a vida nossa de cada dia, com água que seja, agradecidos por ter água para beber e sempre com sede de saber.

16 de novembro de 2015

Sobre livros e borboletas

Recebi por e-mail a foto acima, após contatos por conta de uma postagem que fiz em 2014, cheia de visitas escolares e comentários ainda durante esse ano (ver aqui). Contação que transcrevi com minhas impressões, sobre um projeto realizado em 2011 lá na Escola Municipal Prof. João Bernardino da Silveira Junior, lá em
O projeto: De lagarta a borboleta, foi desenvolvido em duas turmas de 4º ano do Ensino Fundamental. Foram levadas para a sala de aula, umas vinte lagartas de couve, retiradas na folha e colocadas em um vidro de conserva com perfurações na tampa para que as crianças pudessem observá-las. As simpáticas verdejantes rastejantes eram de vários tamanhos, desde pequetiticas, até grandononas e comilonas. 
Questões problematizadoras surgiram, observações, colocações, interrogações. Curiosos e ansiosos diante das lagartas, que foram se acalmando e parando de comer, se preparando para entrar em outra fase. Durante esse período, foram feitas leituras de textos diversos, exibição de vídeos e registros individuais. 
A cada mudança, muitas resenhas, muita imaginação, contemplação, aprendizados, interação, a espera, o acompanhar e entender processos, transformações que dizem respeito à vida, das lagartas, deles e de todos os seres vivos. Professora e alunos curtiram os movimentos em crisálidas, rompimento da cutícula, o nascimento das borboletas e a libertaram as lagartas capturadas, com asas e cores ao meio ambiente.
De lagartas a borboletas é o processo escolar, que mais devia ser observado, enriquecido, desvirtualizado cada dia menos e não mais, poetizado. Fica aqui o registro, meu aplauso, o comparativo entre livros e borboletas, que possuem e dão asas, meu encantamento e meu desejo de melhores escolas, bons professores, diretores, alunos estimulados, acompanhados, com propostas e projetos que os envolvam com a natureza, uns com os outros, com sentidos e sentimentos, para que sejam pessoas melhores, por um mundo melhor.

13 de novembro de 2015

Por menos e mais

Relações não podem existir apenas no virtual. Vi uma matéria e tenho visto ao vivo, jovens e adultos que resolvem conflitos, fazem convites, dão notícias boas e ruins por escrito, via celular. Ótimo escrever, escrever errado como muitos escrevem é péssimo vale ressaltar, e só se comunicar e preferir se comunicar escrevendo, é frio, sem expressões faciais que são parte do dito e escutado, sem gestos, sem tom, que quando não combina com as palavras valem mais que elas, o uso de subterfúgios e mascaras por voz e ainda mais cara a cara é menor, mais perceptivo.
Contatos, trocas, papos olho a olho é outro nível de papo, dá e abre espaço para uma escuta mais generosa, fala mais direta e sincera. Podemos ser, ver, sentir melhor.
Nesse mundinho conectado há muitos contatos e poucas amizades do tipo parcerias, em que o movimento de um favorece o movimento do outro. Abaixo laços, nós na verdade, com competição, inveja, cobiça, birras, individualidades.
O mundo tá carente do cultivo de relações presenciais,  com naturalidade, fluidez. Viver e se socializar é menos sobre se exibir, parecer, vencer, ser macho, antenada, independente, sarado, na moda, sobre falar e publicar e mais sobre ser, permanecer sendo ou mudar por motivações amplas.
Você oferece sem receber em troca ? Você faz recomendações de livros, lugares, filmes conectados aos sonhos, gostos ou obstáculos de quem te cerca? Você reconhece e elogia os feitos significativos e também os sutis dos outros? Se pergunte? Recomende esses e outros tantos autos e multi questionamentos, aconselhe quem te cerca a ser mais, a falar, ouvir, interagir, desconectar do celular e se conectar uns aos outros.

11 de novembro de 2015

Das misturas

No Brasil, em sua imensidão e em especial no nordeste, crenças, cultura, imaginação, ciência e tecnologia, se confundem e se fundem. O pensamento brasileiro é sincrético, as tradições, os ritmos, a culinária, até a religião. Sagrado e profano, tragédia e comédia. Coceitos que se misturam a preceitos, prática a teoria, teses a poesia, sonhos a realidade.
Ignorar ou desconhecer essa característica quisa sorte, bondade de Deus, intermediação de Padinho Padre Cícero, Cosme e Damião, Iemanjá, Alá é no mínimo alienação.
"Tem certas coisas no mundo, que eu olho e fico surpreso: Uma nuvem carregada se sustentar com seu peso e dentro de um bolo d’água sair um corisco aceso", paralelo poético rimado do repentista pop Manoel Chudu para desejar me surpreender com menos racismo, preconceitos e faltas de respeito.

8 de novembro de 2015

Circo mundo



Ai
Fui na Banca eufórica hoje
Como antigamente se ia para ver ou não o nome na lista dos aprovados no vestibular
E meu nome não estava lá, mas estava
Na Revista Muito
No Jornal A tarde que saiu de manhã cedinho
Clica aqui para ler
Muito amor, orgulho, alegria
No detalhe
Meu sobrenome e o nome de meu irmão 
Os pés com asas de Jonas
De All star
Estrelas das lonas
Estrela por dentro
Rumo a Amsterdã
Para começar a semana
Com inspiração e alegria
Vai ficar aqui hoje e amanhã a publicação

7 de novembro de 2015

Do ser ou não ser simples

Complicado! Essa é uma palavra e exclamação que costumo usar para o muito de complicado que vejo e ouço e que resolvi usar para iniciat esse post sobre simplicidade, tema da blogagem coletiva do primeiro sábado de cada mês. Em dezembro, a propósito, pausa na blogagem coletiva, em 2016, talvez.
Sobre ela, a simples simplicidade, tenho ouvido e lido discursos (tipo rasos e tipo profundos), visto nome de livros, práticas que de simples não tem nada, pessoas, instituições, grupos, que pregam, descrevem, cantam, receitam a simplicidade produzida e entendida cada um a seu modo, conveniência e com uma listinha de intolerâncias. O simples na prateleira, colhido sem licença e com total descaracterização das pequenezas genuínas de Manoel de Barros, vestidas com a roupagem do tá na moda.
E com base na frase de Chorão "Quem é de verdade sabe quem é de mentira", eternizada em sua canção, é no todo que vemos os pedaços, uma fala ali, um gesto acolá, um outro escrito do mesmo autor, uma outra legenda da mesma pessoa,  um comentárioem, o silêncio, um suspiro amargo, entrelinhas onde a simplicidade que não é in natura, dá bolor.
O simples não se vende, divulga, ensina, é perecível penso eu, coisa que se é ou não é, sendo possível aprender e praticar sim, buscar, mas que não anda de mãos dadas com o posar, usar como cartaz. De críticas a Bela Gil, pelos seus churrascos de frutas e batata doce na lancheira da Escola da filha, passando pela sem pareja sugestão de quem se incomoda com passarinhos de que se abra a janela e deixe disso de se queixar por  bobagens, e como em tantos exemplos, onde a simplicidade é posta a prova, se choca com incoerências, inconsistências, simples assim de notar e sentir.
Textos e fotos publicados com legendas de puro amor e reconhecimento para os pais no dia dos pais, com os irmãos no dia dos irmãos, namorados, amigos e no dia dia a ligação fica lá perdida e não se retorna, para pegar um copo d´água para o outro muitas reticências. Exclamações aos montes, de amo, adoro, relatos de faço e aconteço, tudo dito e muito pouco praticado.
“Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho”, disse a complicada e amada Clarice Lispector. E querer muitas coisas simples, não será ser exigente e portanto complicado? E o que é simples para você é simples para mim?
“A felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora, por não perceber a sua simplicidade”, disse Quintana e é também pessoal penso eu, não há receita de bolo. Para mim por exemplo, é simples manusear um Smartphone, para tantos Seu João não. Para muitos Seu João  é simples plantar e colher feijão, para mim não.
Simples é uma palavra cheia de usos e significados, além da definição do dicionário, como poesia e filosofia, as palavras e práticas. Algo que ninguém ache digno de nota, de observância, pode representar, inspirar, desencadear ideias, sentidos simples, poéticos e filosóficos. Ser simples, creio eu, não significa evitar o complexo, o incomum, negar a profundidade, contentar-se com o trivial, comprar e vender a simplicidade como produto bem aceito no mercado.
Leonardo da Vinci disse que "a simplicidade é o último grau da sofisticação", e o primeiro da humildade eu diria e não objeto do anseio coletivo diante de um mundo cada vez mais complicado, em que o simples é atrativo e falso. A simplicidade é uma arte, sutil e difícil, por mais louco que isso possa parecer. Simples e complicado assim!

4 de novembro de 2015

Sem urgência nem unguentos

"Escrevemos com a urgência e a inevitabilidade com que uma nuvem derrama a sua chuva." Agualusa disse sobre ele e Mia, me representa e a Ana Paula, Calu e outras poucas sem fama, blogueiras, amigas, escritoras vizinhas.
Não preciso de um motivo, as vezes muitos para escrever, não preciso de álcool, café ou outra coisa qualquer, para me manter acesa, alegre, nem para me inspirar e desatinar a escrita. Rima, entendo, não é pertencente a tarefa escolar, cordel ou rap, rimar e coçar é só começar.
Tão carente de evolução quem acha que poesia é coisa de burguesia, falta do que fazer, viagem. Poucos likes no geral, dá poetar, lições de moral, esperto é quem vai a festa paga sem pagar e escritores polêmicos e de escritos sobre encomenda rimam com renda. Fatos fatídicos!
Vou parar de resenhar e dar a voz a Mia Couto, que tá na minha lista de livros e além do bem querer pelo escrever e por seu sobrenome, ganhou bônus comigopelo conteúdo de onde tirei a frase que iniciei o post, uma matéria de José Angualusa, publicada no jornal O globo. Segue escrito de Mia dos de minha concordância, de grande relevância, para arrematar com poesia, crítica, reflexão e elegância.
"Me entristece o quanto fomos deixando de escutar. Deixamos de escutar as vozes que são diferentes, os silêncios que são diversos. E deixámos de escutar não porque nos rodeasse o silêncio. Ficámos surdos pelo excesso de palavras, ficámos autistas pelo excesso de informação. A natureza converteu-se em retórica, num emblema, num anúncio de televisão. Falamos dela, não a vivemos. A natureza, ela própria, tem que voltar a nascer. E quando voltar a nascer teremos que aceitar que a nossa natureza humana é não ter natureza nenhuma. Ou que, se calhar, fomos feitos para ter todas as naturezas."

2 de novembro de 2015

Dos sem fim

E ai numa curva qualquer
Ao sabor do vento
Nuvem que passa
Pessoas que se foram
De quem lembramos ao olhar para o céu
E para a terra
Não subiram para as estrelas
A terra pertenciam
Frase do finado e por mim amado Saramago em Memorial do Convento
Aos meus amados já finados que por amados serem são imortais
Que aqui permanecem no que amavam
Nos que amam
Nas coisas, lugares memórias
Com vento que abranda a saudade
Com saudade
Presentes sempre
#pqnemsempreacabaquandotermina