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sábado, 18 de junho de 2011

Bispo afirma que mulheres mentem ao dizer que são estupradas

Dá pra acreditar em tamanha infâmia? Pois tal aberração, entre tantas outras, foi registrada em entrevista do bispo católico Luiz Gonzaga Bergonzini ao jornal Valor Econômico e está publicada em vários sites inclusive no portal "Voto Católico".
"...o Ministério da Saúde editou uma norma técnica para os casos de aborto permitidos por lei e determinou que a vítima de estupro não precisaria apresentar um Boletim de Ocorrência para fazer o aborto, com base no Código Penal. Para o bispo, foi uma ação para flexibilizar a prática e tornou-se uma brecha.

“Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima… É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil”, comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. “Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre… Há os casos em que não é bem violência… [A mulher diz] “Não queria, não queria, mas aconteceu…”", diz. “Então sabe o que eu fazia?” Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. “Eu falava: bota aqui”, pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. “Entendeu, né? Tem casos assim., do “ah, não queria, não queria, mas acabei deixando”. O BO é para não facilitar o aborto”, diz.

O bispo continua o raciocínio. “A mulher fala ao médico que foi violentada. Às vezes nem está grávida. Sem exame prévio, sem constatação de estupro, o aborto é liberado”, declara, ajeitando o cabelo e o crucifixo."
Em sua cruzada contra o aborto o bispo prega que lá no fundo o ato foi simplesmente responsabilidade e por que não dizer até fruto da vontade da mulher. Absurdo dos absurdos.

domingo, 21 de outubro de 2007

"O que quer Heloísa Helena?"

No último dia 15, o portal Correio da Cidadania publicou um artigo entitulado "O quer quer Heloisa Helena?", aonde Gilberto Maringoni da direção nacional do PSOL, discorre sobre a atitude da presidente nacional de seu partido em praticamente militar publicamente contra a posição do I Congresso do PSOL realizado entre os dias 7 e 10 de junho.

Colo aqui trechos finais de Maringoni:
"Infelizmente, é larga a tradição brasileira de chefes partidários colocarem-se acima dos coletivos. Isso vem do período imperial, no qual oligarcas regionais dominavam arremedos de agremiações e faziam o que bem entendiam. No século XX, incontáveis caciques políticos abusaram dessa prática. Suas raízes estão no patrimonialismo das classes dominantes, pródigas em enxergarem a coisa pública como extensão de seus domínios. O PSOL não precisa de chefes. Precisa de dirigentes democráticos e socialistas, que rompam com os vícios da política tradicional.

Este tema deve ser um dos principais da pauta do Diretório Nacional do partido, ainda não reunido, quatro meses após o Congresso. Lá, deve-se oferecer à presidente do PSOL duas opções:

1. Não atacar mais publicamente decisões partidárias ou;

2. Licenciar-se de suas funções dirigentes enquanto desejar fazer sua pregação pública contra o partido.

Deve-se debater livremente e depois votar. É o mais democrático."

Corretíssima a queixa do dirigente do PSOL, o problema é que seu partido não reconhece a importância do centralismo democrático, e sem ele, se pode até "discutir livremente e depois votar" tal como sugere, mas não se pode centralizar, e assim as figuras públicas estão totalmente livres para defender o que bem entendem, tal como Heloisa o faz. Bela democracia, não?

Para ler no portal:

sábado, 4 de agosto de 2007

59% pelo direito de decidir

O IBOPE realizou uma pesquisa com 2.002 pessoas em 141 municípios a pedido do grupo Católicas Pelo Direito de Decidir acerca de temas relacionados ao aborto. O período da pesquisa foi entre os dias 17 e 21 de maio, 4 dias após a visita de Ratzinger ao Brasil.

Foram 8 perguntas, que vão desde a distribuição de anticoncepcionais e a promoção do uso de preservativos pelo governo até a questão do aborto, e os resultados de todas elas contrariam os mandamentos da "Santa" Igreja. Diante do questionamento de se concordavam com a Igreja ao condenar o aborto em qualquer caso 59% dos entrevistados responderam não.

Os resultados foram divulgados na edição de hoje do Estadão. O portal do Estadão disponibilizou também um painel interativo com os resultados da pesquisa.

Abaixo a imagem de duas das perguntas retiradas do portal do Estadão.


domingo, 29 de abril de 2007

Aborto não deve ser crime

No último dia 24 de março, as alas mais conservadoras da Igreja Católica em conjunto com seitas evangélicas e espíritas, promoveram uma manifestação na Praça da Sé em São Paulo contra a descriminalização do aborto em um movimento que chamam "em defesa da vida". A mesma Igreja Católica que é contra o uso de camisinha, e que assim tem colaborado para a contaminação de AIDS e demais DSTs em todo o mundo e em especial no continente africano, aproveita do momento que seu Papa vem ao Brasil para tentar barrar quaisquer avanços democráticos que as mulheres trabalhadoras brasileiras possam conseguir em relação à discriminalização.

Em Portugal, a lei do aborto entrou em vigor no último domingo, dia 22 de abril. Para alcançarem esse avanço as mulheres trabalhadoras portuguesas enfrentaram uma dura e ultra-reacionária campanha da direita encabeçada pela Igreja Católica. O referendo do dia 11 de fevereiro, deu 59% de SIM ao direito à vida das mulheres portuguesas.

Na última terça-feira, 24 de abril, foi a vez das trabalhadoras mexicanas, conseguirem o direito ao aborto na capital do México, mas não sem o enfrentamento com a Igreja Católica.

É em defesa da vida de mais 150 mil mulheres brasileiras que anualmente morrem ou ficam com sequelas graves que defendemos o direito ao Aborto, que já é a terceira maior causa de morte entre as mulheres no Brasil. É em defesa do direito elementar das mulheres decidirem sobre seu corpo que somos contra as leis que matam trabalhadoras e ainda permitem que se prenda as que sobrevivem.

Para ver:


Um dos videos da campanha pelo SIM em Portugal, realizado pelo grupo "Médicos pela Escolha"


Primeira parte do videodocumentário "Clandestinas" sobre aborto no Brasil


Segunda parte do videodocumentário "Clandestinas" sobre aborto no Brasil


Para ler: