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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Mercearias Finas 166


Peixes de rio, desde tenra idade, nunca fizeram o meu pleno: tinham muitas espinhas insidiosas e traiçoeiras. Ao sável, ainda dei algumas oportunidades, no Abílio, de Queluz, onde o fritavam à maneira, na altura dele, com um rico e verde arroz de grelos malandrinho, para acompanhar, ou então uma açorda muito bem apaladada. O lúcio é que nunca eu tinha experimentado.


 

 Veio à colação e experiência, no Domingo, em duas amplas postas bem cortadas, que o dono da banca, na Trafaria, prometeu terem espinhas leais e fáceis de excluir. Falou verdade e gostámos imenso da nossa vernissage deste peixe de rio, grandão e saboroso, com lascas alvas e largas. O vinho branco, que era também uma novidade, no regional Lisboa, fez-se também notar pela positiva dos seus 13º, com Arinto, Viognier e Sauvignon Blanc. Fique o nome: Pedro Álvares, colheita de 2018. Bem podemos repetir, quer o lúcio, de rio, quer o vinho do Carregado.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Mercearias Finas 137


Por muito alternativos que sejamos, ou inovadores na originalidade e maneira de ser, todos temos rotinas, ainda que bissextas. Quando vamos, no fim-de-semana, ao mercado da estrada de Almoçageme, frequentemente no regresso, refeiçoamos em Queluz, até para reencontrar o inamovível e insubstituível Fernando, que já vai nos seus 58 anos, sempre leves, bem dispostos, ágeis e simpáticos dos seus mais de 40 de bom serviço. Antes, eu cumpro o meu indeclinável dever de ir cumprimentar e ver a minha amorável ribeira do Jamor, com os seus patos que, às vezes, se aventuram do Palácio, mas nunca chegam a Belas... A ribeira, por sua vez, é dissimuladora: parece tranquila mas, quando ganha força e poder, pode transformar-se em destruidora e assassina. Como já o foi, no passado.



Desta vez, e como o "Abílio" tem sempre peixe fresco e de confiança, fomos nos filetes de Linguado e nas Pescadinhas contorcionistas, com um malandro arroz de grelos, bem verdinho. Quanto ao vinho, a decisão foi mais lenta. A garrafeira do restaurante já não é a que foi, embora a quinta do Cartaxo, do sr. Abílio, octogenário, continue a produzir tinto, branco e uma aguardente bagaceira, ainda estimáveis, embora de alta graduação. E é por aqui que começa a história...



Não nos apetecia o vinho da casa. Perguntei ao Fernando, que foi avô recentemente, quais seriam as opções, a princípio, de brancos. Referiu-me o banalérrimo JP que eu raramente aprecio pelo excesso de sabor a Fernão Pires. E o Planalto, duriense, que, pouco mais tarde, me referiu já não ter, desculpando-se.
Fomos então para tintos, desmanchando a regra e porque também estava frio.



Falou-me, então, de um Lybra, que tinha sido engarrafado à má fila, por um consagrado produtor do Ribatejo que, tendo comprado as uvas Syrah, ao sr. Abílio da sua quintinha do Cartaxo, o comercializava sob o seu nome, para lhe dar um estatuto maior.
O tinto monocasta era realmente muito bom. O "produtor"-engarrafador, pelos vistos, é que deixa muito a desejar...
Para sobremesa, optámos por Arroz-doce e Maçã assada. E ainda passámos, ao sair, pela "Marianita", para trazer uns Sonhos enriquecidos e umas belíssimas Broas Castelar - que o Natal já anda perto!