As sardinhas, apesar de ainda magras, estavam, as seis, plenas de mílharas, como os jacarandás, cheios de folhas, mas ainda sem flores que se vissem. Ao contrário dos da 24 de Julho, em Lisboa, já floridos, mas despidos de folhagem, talvez por causa da poluição automóvel da avenida, que com as obras, na Ribeira das Naus, ainda está pior de trânsito.
Ora, Alcochete (Al Caxete[árabe]= O Forno) tem aquele rara harmonia de algumas (muito poucas) terras ribeirinhas, em que as águas, o céu e as areias se casam, em aliança equilibrada, com os ventos que sopram, purificando o ar. Para aqui veio, em 1469, D. Beatriz, fugindo aos ares empestados de Lisboa. E aqui deu à luz o venturoso D. Manuel, no último dia do mês de Maio.
Para próximo daqui, Barroca de Alva, veio também Jácome Ratton, em 1767, não já por causa dos bons ares, mas para explorar umas salinas, e para melhor tratar desses negócios, que o Marquês apoiava.
E eu que só queria falar das primeiras sardinhas que comi este ano... As palavras - dizem - são como as cerejas. E que boas que elas estão, neste ano da graça de 2014!...