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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Da Janela do Aposento 49: Paradoxos



Na vivência democrática sempre me incomodaram certos paradoxos que, de forma encapotada, se revelaram, desde cedo, no sistema educativo. Uma dessas incoerências, em que sempre tropecei com indignação, consta do seu enquadramento legal, ou seja, da sua Lei de Bases.

Alguém, de perfeito juízo, acredita neste palavreado incoerente, quando se afirma, em jeito de preâmbulo, que “O Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas (...)" ?

Olhando à nossa volta, e porque não concebo a realização de qualquer acção humana num espaço neutro, verifica-se que a chamada “crise dos valores” se aproxima, afinal, de uma profusão de “não valores” que resultam dessas directrizes de moralidades inconfessadas e encapotadas.

Exemplifiquemos.

Quando se institui, no Ensino Básico, uma carga horária de 3 h semanais para a disciplina de Educação Física, idêntica às disciplinas de Inglês ou Francês, de História ou Geografia, não estamos perante uma directriz a que subjaz uma valorização ideológica,  política ou até filosófica ? Valorizamos, pois, “os valores e princípios associados a uma vida activa”, ou como afirmou, recentemente na imprensa, uma representante do Desporto Escolar, o efeito “super-pedagógico” (sic) das aulas de Educação Física.

O perverso deste desconchavo constata-se diariamente. Dificilmente se encontrarão os efeitos da “Ética do Desporto Escolar”, com a sua proclamada formação orientada por valores como a Tolerância e o Humanismo, perante criaturas a dar “urros” em cada pontapé na bola, usando um precário e reduzido vocabulário do mais baixo nível de língua, sem respeito pelo sossego e ambiente do seu semelhante.

Falta explicar também o efeito “super-pedagógico” perante a ausência de qualquer sentido de tolerância nas hordas de “hooligans” que proliferam à volta do futebol e que, paulatinamente, se têm vindo a organizar em movimentos – numa mistura de Pegidas e Hogesas de má fama castanha - como os que vemos na Alemanha.

De facto, o Estado não pode atribuir-se o direito de falar em Humanismo, nem quanto à disciplina de Educação Física, nem no que se refere à sua acção política, porque é uma palavra demasiado elevada e cheia para sair de uma boca tão pequena.

Post de HMJ

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Apontamento 60: Heinrich Zille (1858-1929)



Não sabia que Heinrich Zille, na imagem acima, tinha também obra como fotógrafo. No seu último número, o jornal DIE ZEIT publicou algumas fotografias de um livro, dedicado à obra de Heinrich Zille como fotógrafo, de que retiramos a seguinte:



Os desenhos de Heinrich Zille, litógrafo de formação, conhecia-os pela sua crítica social e, sobretudo, pelo seu olhar sobre a sociedade berlinense, o “Miljöh” como ele se referia ao ambiente que o rodeava.



Heinrich Zille era amigo de artistas como Max Liebermann e Käthe Kollwitz. Os seus desenhos enriqueceram o jornal satírico Simplicissimus, cujo lado irreverente se encontra resumido, perfeitamente, na imagem com que terminamos esta breve nota.



Post de HMJ