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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Uma fotografia, de vez em quando... (132)


Nascido em Munique e de ascendência judaica, o fotógrafo Eric Schaal (1905-1994), naturalizou-se norte-americano em 1944. Trabalhou para as revistas Time e Life, mantendo porém a sua residência maioritariamente em Paris.

Cenas de interior de cafés, onde fotografou Woody Guthrie actuando, ou do Café Sacher, em Viena, em 1961, de que registou a singular atmosfera, são das suas fotografias mais conhecidas. Bem como significativos retratos de Dali, Zweig, Stravinsky...


Não esquecendo magníficos instantâneos dos poetas Robert Frost e Ezra Pound.

sábado, 19 de novembro de 2016

Livros ao Sábado


Com a noite de ontem, quem diria a soalheira manhã de hoje!?
Não imaginava ir ver a feira de usados na rua Anchieta, neste sábado ainda de Verão de S. Martinho. Mas achei mais caros os preços (proximidade do Natal?), embora houvesse várias bancas de livros a 5 euros. E, numa delas, inúmeros Vampiros a 1 euro: trouxe 6 Nicolas Freeling (1927-2003), meu actual escritor policial de estimação e mais 4 outros autores sortidos, que me estavam em falta. Para completar a antiga colecção da Livros do Brasil, faltam-me agora só 69 volumes.
Para coisa mais séria, ainda me abalancei a um Ezra Pound (1885-1972), que estava em conta - 3 euros. Que trouxe, para o fim-de-semana.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Versão (pessoal) de um poema de Ezra Pound (1885-1972)


Sub Mare

É, e não é, mas sinto-me bem agora,
Desde que chegaste até aqui e começaste a cavar à minha volta,
Esta construção feita de rosas de Outono,
Passou a haver, então, esta cor dourada, bem diferente.

E podemos afagar estas coisas tão macias
Como são as algas que chegam até nós e vão embora, submarinas,
Para onde há breves brilhos verdes sob as ondas,
Por entre esses sinais mais antigos do que os nomes que têm,
Estas coisas tão próximas, íntimas, familiares a deus.


Ezra Pound, in Selected Poems (Faber and Faber, 1967).

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Citações CLXVII


E uma boa tradução como esta* não é uma mera tradução, para o tradutor é dar o original através de si próprio, e encontrar-se a si mesmo através do original.

T. S. Eliot, na Introdução a Ezra Pound - Selected Poems.

* T. S. Eliot refere-se às traduções que Ezra Pound fez sobre poesia chinesa.


domingo, 9 de outubro de 2011

Um epigrama de Ezra Pound (1885-1972)


Meditatio

Quando eu cuidadosamente avalio os curiosos hábitos dos cães
Sou obrigado a concluir
Que o homem é o animal superior.

Quando considero os hábitos curiosos do homem
Confesso, meu amigo, que fico baralhado.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Marianne Moore


A propósito de Elizabeth Bishop, referi (5/2/11) que tinha sido amiga de Marianne Moore (1887-1972). A poesia desta escritora americana não é simples, embora pareça. Uma ironia, por vezes quase corrosiva, diluída em palavras suaves, é uma das suas marcas de água. As palavras deixam sempre algo por dizer, ou, pelo menos, sugerem-no. Há quem diga que a sua poesia tem como privilegiados destinatários, apenas, outros poetas de vocação. Não concordo, inteiramente, com esta afirmação. Alguns versos de Marianne Moore fazem-se-me eco, na memória, com o tom de alguns poemas de Fernando Assis Pacheco que não tem, de maneira nenhuma, uma poesia hermética ou ininteligível - bem pelo contrário.
Esta mulher singular que tinha uma forma de vestir muito própria e que usava, com frequência, um exótico chapéu tricórnio era, em quase tudo o mais, relativamente discreta. Gostava muito de desporto e frequentava espectáculos desportivos, com gosto. Agregou tertúlias literárias ao longo da sua vida, e era amiga de Ezra Pound. T. S. Eliot apreciava muito a poesia de Marianne Moore. Para que se faça uma ideia, vamos traduzir-lhe um poema:

Silêncio

Meu pai costumava dizer,
"As pessoas superiores nunca fazem visitas demoradas,
e devem ser vistas junto ao túmulo de Longfellow
ou nos canteiros floridos de Harvard.
Auto-confiantes como um gato -
que leva a sua presa para um lugar privado,
a cauda flácida oscilante do rato, suspensa da boca,
como um cordão de sapatos - às vezes
essas pessoas gostam da solidão,
e podem até perder a fala
diante de um discurso que lhes dê prazer.
O sentimento íntimo e profundo deve sempre manter-se
silencioso; não em silêncio, mas discreto".
Ele nem sequer era insincero quando dizia, "Faz da minha casa
a tua hospedaria". As hospedarias não são moradas.


sábado, 1 de maio de 2010

William Butler Yeats



W. B. Yeats nasceu em Dublin (Irlanda), em 1865, mas com 11 anos a família foi para Londres, onde fica até 1880. Regressam à Irlanda, mas em 1887 estão de novo em Inglaterra. Yeats convive com os intelectuais britânicos e Ezra Pound chega a ser seu secretário, em 1913. O Poeta irlândes interessa-se por ocultismo, teosofia e lendas antigas. Em 1923 é-lhe atribuído o Nobel. Morre em França, em 1939.
Foi, predominantemente, um poeta simbolista, mas se o quisermos comparar com algum poeta português, eu diria que está muito mais próximo de Teixeira de Pascoaes, pelo seu lado visionário e um pouco místico, do que de Camilo Pessanha que foi o nosso simbolista, por excelência. W. B. Yeats conviveu mal com a sua própria velhice e, isso é visível, sobretudo no poema "Sailing to Byzantium". Particularmente no primeiro verso do poema - "That is no country for old men...". Por outro lado, quero alertar que este poema não tem nada a ver com o recente filme dos irmãos Coen, "No country for old men". O título deve ter sido, apenas, uma piscadela de olho aos intelectuais nova-iorquinos e irlandeses. Aqui vai, portanto, a tradução de "Sailing to Byzantium" de Yeats.

Zarpar para Bizâncio

I

Este país não é para velhos. Os jovens
Trocam abraços e os pássaros nas árvores
- Aquelas gerações agonizantes - no seu cantar,
Cascatas com salmão, mares de golfinhos
Povoados, peixe, carne ou aves que louvam o Verão,
Tudo o que foi gerado, nasceu e vai morrer.
Seduzidos pela música sensual todos esquecem
As grandes obras que o espírito fez eternas.

II

Um velho não é mais que um empecilho,
Um casaco esfarrapado sobre um ponto fixo, a menos
Que a alma bata palmas e cante, cante forte
Por cada trapo velho do seu mortal vestido,
Porque não há escola de canto para o estudo
Das grandes obras na sua magnitude;
Por isso eu naveguei nos mares para chegar
À sagrada cidade de Bizâncio.

III

Ó sábios guardiões do sagrado fogo de Deus
Como no dourado mosaico da parede
Deixai o fogo sagrado, falcão de seu voo circular,
Sêde os mestres-cantores da minha alma.
Esgotai meu coração; doente no desejo
E preso a um animal moribundo
Que não se reconhece no que é; acolhei-me
No artifício próprio da eternidade.

IV

Para sempre abandonada a natureza, nunca
Mais regressarei à minha forma corporal,
Apenas relevo cinzelado por gregos artífices
No ouro martelado ou esmaltes dourados
Para manter desperto um Imperador com sono;
Ou talvez eu pouse num áureo ramo a cantar
Para os senhores ou damas de Bizâncio
Celebrando o passado, o presente, e o porvir.


Obsv.: o poema é datado de 1927.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Citações XXII : Ezra Pound



"Não importa qual das pernas da mesa fizeste primeiro, contanto que a mesa tenha quatro pernas, fique de pé e firme, quando a acabares."


Obsv. : retirado e traduzido de uma epígrafe em inglês, in "O Livro do Nómada Meu Amigo" de Ruy Cinatti.