Mostrar mensagens com a etiqueta D. Pedro II. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta D. Pedro II. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 5 de março de 2014

Filatelia LXXXVIII : Brasil clássico


A Wikipédia regista para o dia de hoje a celebração do Dia do Filatelista Brasileiro. Atendendo às inúmeras visitas do País-Irmão - sempre silenciosas, embora se pelem pelas imagens insólitas, que vão aparecendo no Blogue -, resolvi dedicar-lhes este poste.
Como se sabe, o Brasil foi dos primeiros países a emitir selos (1843), apenas 3 anos depois da Inglaterra. Os selos, grandes, tinham o número da franquia e um desenho envolvente. Com sua habitual criatividade, os brasileiros chamaram-lhes: Olhos de Boi. A segunda emissão (1844-46) e seguintes adoptaram o mesmo critério iconográfico, mas em tamanho mais pequeno, de que mostramos, em imagem, 10 exemplares. Mais uma vez, a criatividade brasileira funcionou: apelidaram-nos de Olhos de Cabra.
Em 1866, apareceu a primeira emissão com a efígie do imperador Pedro II, exemplificados pelas 3 últimas imagens. Desta vez, os brasileiros respeitaram a emissão, que ficou sem alcunha....

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Prioridades


A cena clássica de prioridades, em ficção e para mim, é a disputa entre o gigantesco Little John e Robin Hood, na travessia de uma ponte de madeira. Discutiram a prioridade à paulada, foram os dois à água, mas por aí começou uma fiel e grande amizade, orientada contra a ditadura do King John e do xerife de Sherwood ou de Nottingham. O que se pode chamar um nobre objectivo, apesar do mesquinho início.

Ora, em Portugal, estes dissídios sobre prioridades, muitas vezes, também acabavam à pancada e, o vencedor ganhava direito a atravessar primeiro, mesmo que contuso. O que eu não sabia e o meu Amigo AVP, gentil e oportunamente, me deu a conhecer, foi que, para dirimir e evitar estas escaramuças, avisadamente, o nosso rei D. Pedro II (1648-1706), mandou colocar um aviso de trânsito, em 1686, na rua do Salvador, em Alfama - que, ainda hoje, se pode ver. Definindo, com força de lei, o regime de prioridades das seges e carruagens. Um caso notável de pioneirismo e clarividência régia...

com grato reconhecimento a AVP.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A iluminação em Lisboa


Já aqui se falou, a propósito de Pina Manique (27/2/2012), da iluminação em Lisboa, que foi resolvida eficazmente, embora de forma autocrática pelo Intendente, em Setembro de 1780. Mas já antes tinha havido tentativas para que a Capital fosse iluminada, devidamente, durante a noite, sobretudo por questões de segurança. A primeira tentativa documentada é do tempo do reinado de D. Fernando, numa carta régia de 12 de Setembro de 1383.
Ora, numa pequena (56 páginas) brochura do Eng. Abreu Nunes, intitulada "Em Guisa Q As Ruas Fossem Alomeadas" (Lisboa, 1945), dá-se conta, detalhadamente, de uma outra tentativa para melhor iluminar a Lisboa nocturna, no reinado de D. Pedro II (1648-1706), ocorrida em Outubro de 1689, mas que não chegou a bom termo. Inicialmente, foi o rei que se dirigiu ao Senado da Câmara de Lisboa para "...considerando os meios pelos quaes mais facil e suavemente se poderá conseguir alumiarem-se as ruas d'esta cidade de noite..."
O Senado de Lisboa contrargumentou, em prol dos futuros pagantes: "...para que não seja tão sensivel a extração do seu rendimento; assim se considerou nas ultimas côrtes sobre os quinhentos mil cruzados com que os povos deste reino serviram V. Magestade, depois de longas disputas, que, havendo-se experimentado ser insupportavel tributo o das decimas e nova contribuição..." e prossegue: "Que não está o povo com capacidade para experimentar novos impostos, porque, a miseria commum mais necessita de auxilio que de novas oppressões;..."
E o Senado da Câmara de Lisboa acrescenta, sobre a justiça, que: "...nestas cidades estrangeiras não é o temor das luzes o que defende; o respeito e medo da justiça é o que conserva em paz, porque se prendendo o deliquente, em trez dias se lhe dá o castigo que merece,..."
Como se pode ver, dantes como agora: impostos sobre impostos, morosidade e lentidão da justiça portuguesa - os remédios e vícios são antigos, e quase sempre os mesmos...
Por uma vez, o rei D. Pedro II foi clemente e sensível aos argumentos, desistindo da ideia. Mas as ruas de Lisboa continuaram mal iluminadas, pelo menos, até à drástica e autocrática decisão tomada pelo Intendente Pina Manique, em 1780.