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sexta-feira, 2 de junho de 2017

A caridadezinha, fraterna e regional


Com a sua habitual isenção económica, The Wall Street Journal noticiou que a Goldman Sachs tinha comprado 2,8 mil milhões de dólares de dívida pública, ao Banco Central da Venezuela, por cerca de 865 milhões de euros. A oposição ao Presidente Maduro explodiu de indignação, ao saber do facto. Eu próprio fiquei varado. Mas, ao mesmo tempo, pensei, tentando ver o lado positivo dessa dádiva misericordiosa, que assim talvez esta compra, a preços de saldo, evitasse o regresso de tantos milhares de madeirenses à sua Ilha, como já foi acontecendo, pela insegurança de quase guerra civil que se vive na Venezuela. Mas continuei surpreendido: porquê, mesmo que indirectamente, ajudar os pobres emigrantes madeirenses?
E foi o clic. Só então me lembrei que a Goldman Sachs conta, nos seus altos quadros, com o nosso boy Durão Barroso. E deve ter sido a sua mão patriótica, fraterna e regionalista, a forçar o negócio. Podia ele lá esquecer ou abandonar os seus infelizes e desprotegidos compatriotas?

terça-feira, 2 de outubro de 2012

À guisa de explicação ( e justificação )

Correm, nos mentideros portugueses, histórias piedosas sobre o ex-homemdourado Sachs e sobre o agente Viegas da cultura. A primeira, de foro oncológico, o que justificaria o súbito emagrecimento da criatura; a segunda história, de foro fiscal, que explicaria a aceitação (pressionada de cima), para o cargo, do conhecido entertainer luso. No cepticismo temperado que me caracteriza, não acredito nos enredos. Penso que são meras manobras de contra-informação difundidas, expressamente, para que olhemos as duas criaturas com caridade, benevolência cristã, e atenuantes, em relação ao exercício político destas arrogantes e detestáveis criaturas. Ou seja, uma espécie de telenovela da coxinha infeliz ou folhetim do pobre ceguinho, postos a circular para que nos amerciemos deles e desculpemos as suas malfeitorias e oportunismos. Volto a dizer: não acredito.
E, mesmo que fosse verdade, não atenuariam, um milímetro que fosse, a sua responsabilidade cívica, ética e política, nem do ex-homemdourado Sachs, nem do agente Viegas.
Não é por ter sido corcunda e ter um braço inerte (segundo Shakespeare), que Ricardo III, com as suas atrocidades, teve absolvição. Nem Franco, já em agonia, terá merecido o reino dos céus, ao abandonar à morte, 2 etarras, sem lhes comutar a pena para prisão perpétua. O caudilho moribundo quis companhia, na morte...
Uma figura sinistra é, sempre, uma figura sinistra. Portadora, até ao fim, de uma responsabilidade moral, mesmo que tenha um cancro, em situação terminal. Ou que não tenha dinheiro para pagar ao Estado, o que deve, e seja encostado à parede. Há os ratos e há os homens. Lá por estar aleijadinho, o sr Schäuble, não tem direito a atenuantes humanas ou políticas, nem à nossa caridade cristã, pela sua intransigência anti-europeia.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O(s) Morgan(s)


A palavra, ou nome, Morgan tinha ainda para mim um encanto infinito. Está ligado à infância e adolescência, através duns folhetos (já aqui falei deles) baratos que eu lia, ou devorava, com imenso prazer: "As Aventuras do Capitão Morgan". Mas, como tudo na vida, as ilusões vão-se perdendo e o encanto, por esse nome, começou a desvanecer-se, irremediavelmente.
Tudo começou há pouco mais de um mês. Um reputado e isento pensador do mundo financeiro avisou e escreveu, preto no branco: "Se estiver numa sala com um homem da J. P. Morgan, fuja imediatamente". Ontem soube que foi a J. P. Morgan que "moscambilhou" as contas gregas, por chorudas prebendas, para que o País viesse a entrar no Euro.
Entretanto, Marc Roche conta a história da Goldman Sachs, a que pertenceu o nosso loiro e voluntarioso António Borges. A instituição financeira não sai nada bem do retrato...
E a Rádio Renascença titula, hoje: "FMI livrou-se de António Borges porque não estava à altura do trabalho". Felizmente, o correlegionário Passos  Coelho arranjou-lhe um lugar para chefiar o processo das privatizações, se não o pobre do homem ia ficar desempregado. 
Com isto tudo, o Capitão Morgan já se foi do meu imaginário. Cada vez se perdem mais heróis, com a idade...