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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Retro (97)


Têm normalmente vida breve, os programas de cinema ou teatro, servindo fugazmente uma temporada. Por razões subjectivas ou esquecimento, às vezes, acontece que sobrevivem e surpreendem quem os conservou. Foi o que aconteceu, com estes dois programas, que correspondem a espectáculos memoráveis, a que assisti, no Teatro de D. Maria II.



Referem-se a representações de grande qualidade, com um elenco de luxo. O primeiro, encarte de cartolina com 3 faces, refere-se à peça Virginia (1985), de Edna O'Brien, e contou com um desempenho brilhante de Carmen Dolores (1924), na protagonista. O segundo é quase um livrinho, de 60 páginas, contextualizando a Mãe Coragem... (1986), de Brecht, interpretada por Eunice Muñoz (1928).
Aqui ficam as imagens, para recordar duas grandes actrizes portuguesas, felizmente, ainda vivas.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Um gráfico alemão com nome inglês


É por vezes classificado como pintor, que também foi, mas John Heartfield (1891-1968) é sobretudo conhecido pela sua obra gráfica de conteúdo político e satírico, em que sobressai uma arreigada coerência de combate ao nazismo e de defesa e apologia do comunismo.
Em 1916, em protesto contra os sentimentos anti-britânicos dos alemães, em plena I Grande Guerra, transforma o seu apelido germânico Hertzfeld para Heartfield. Nos anos 30, funda a revista Die Pleite onde combate a ascensão do nazismo através de foto-montagens muito sugestivas.


Inconformado com a situação política alemã, emigra para a Inglaterra, em 1938, onde permanece até 1954, regressando a Berlim Leste (RDA), onde virá a colaborar com o Berliner Ensemble, de Bertolt Brecht. É desse período inglês o cartaz de propaganda ao voto das Mulheres.




quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Citações CCLIII


A provocação é uma forma de repor a realidade em sentido.

Bertolt Brecht (1898-1956).

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Uma imagem / um poema, ou: "Nós não somos a Grécia!"


Primeiro levaram os negros,
mas não me preocupei com isso:
porque eu não era negro.

De seguida, levaram alguns operários,
mas não me preocupei com isso:
eu nem era operário.

Depois prenderam os malandros,
mas eu não me preocupei com isso:
porque eu não sou malandro.

Depois levaram alguns desempregados,
mas como eu tenho emprego
não fiquei preocupado.

Agora vieram para me levar,
mas já é muito tarde.
Como não me preocupei com ninguém,
ninguém se importa comigo.


Nota: versão muito livre do poema de Bertolt Brecht.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Curiosidades 31


A minha ideia de um Bertolt Brecht (1898-1956) folgazão, seguro de si, bom garfo, comunista convicto, alterou-se significativamente com a leitura de uma recensão crítica de Michael Hofmann (TLS nº 5811) à obra Bertolt Brecht - A literary life, de Stephen Parker. O dramaturgo alemão tinha, às vezes, ataques de pânico, faltas frequentes de apetite, conversas incoerentes, bem como movimentos descontrolados, provavelmente, por sofrer do síndrome de Sydenham (ou dança-de-são-vito). E, embora fosse adepto do marxismo, desde 1926, a sua forma prática na ex-R. D. A., merecia-lhe as maiores reservas. Daí ter mantido, até à sua morte, cidadania austríaca, dinheiro na Suiça, casa na Dinamarca, editor em Frankfurt e médico em Munique...
Surpreendeu-me também a sua fobia de ser enterrado vivo. Deixou escrito que queria ser sepultado em caixão à prova de vermes: de aço, e não de zinco. E que um médico desse um corte profundo na sua artéria femural, quando o tivessem considerado morto, para uma certificação absoluta. Esta última parte não me surpreendeu tanto, porque sabia de alguém, meu conhecido, que, nos anos 50 do século passado, também quis que lhe dessem um corte na carótida, aquando da sua morte, para certificação segura do estado do seu corpo, antes de ser enterrado.

Nota: o retrato de Brecht, que encima este poste, é de Rudolf Schlichter (1890-1955) e foi pintado em 1926. Acho-o magnífico.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Que se cuidem!...


Lembram-se de quando as iminências pardas (ou parvas) anunciaram, a dada altura, que iam legislar e morigerar os desmandos das Agências de ratos (Rating Agencies)? Claro, nunca mais fizeram nada...
Pois, um dos grupos de ratos (a Moody's) acaba de informar que pôs sobre observação nada menos que a Alemanha, a Holanda e o Luxemburgo. Ou seja, preparam-se para ir ao Gouda...
É o primeiro passo para lhes baixar o rating, obviamente...As cândidas almas dos governantes da Europa do Norte achavam que a questão era só com o Sul. Nunca leram, ou leram mal Bertolt Brecht. Agora, que se cuidem! Ou, in extremis, usem abundantemente raticidas para arrasar esses parasitas miseráveis.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Cuidem-se!


Portugal junta-se, hoje, à Irlanda e à Grécia, neste suicídio, para já, microcósmico europeu. Por erros próprios, é certo - também. Mas cumprindo uma estratégia obscura, de natureza económico-financeira que visa a destruição do euro, como moeda comum e solidária, e minar a coesão dos paises da Europa. Fatiar para enfraquecer, ressuscitar os egoísmos de sobrevivência, é o objectivo mais imediato. E recuperar aquilo que as ratazanas cinzentas perderam com a crise recente e anterior. Embora alemã, a Sra. Merkel nunca deve ter lido Brecht. Muito menos o napoleãozito de ascendência húngara, com os tacões das botas reforçados, que deve ter ficado todo contente por poder mandar bombardear a Líbia - ele, que nunca tinha entrado numa guerra. E já nem falo no "Camarão"...

Seguir-se-ão a Espanha, a Bélgica, a Dinamarca, a Itália... - a sequência é arbitrária para as agências de ratos (rating agencies), desde que consigam atingir os seus crapulosos objectivos.

Mas, à falta de solidariedade europeia, soma-se o provincianismo sedento de poder e a falta de coesão nacional portugueses. Seria pior o P.E.C. IV do que a entrada do F.M.I., em Portugal? Quem se lembrar dos anos de chumbo de 1983-4, com certeza, sabe a resposta.