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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

As incertezas da agricultura

 

Acabámos de colher, já tintadas, a segunda pior safra de azeitonas, deste ano de 2024, que consistiu em apenas 4 frutos, que não justificava sequer curtir, para uso doméstico. Comparada com o ano de 2023, com 162 azeitonas (o recorde de sempre, desde 2012), a presente "colheita" é de uma pobreza franciscana... Oxalá o próximo ano nos compense!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Do que fui lendo por aí... 62



Tenho vindo a ler, paulatinamente, um grosso volume de Estudos em homenagem a Jorge Borges de Macedo (I.N.I.C., 1992), composto por mais de 30 trabalhos, sobretudo de História, de professores universitários. De conteúdos diversificados, alguns muito interessantes, eu destacaria uma pequena nota (13), inserta na página 104, do trabalho O domínio e o senhorio no couto de Alcobaça do professor Pedro Gomes Barbosa (1951), que nos informa, na prática, que a agricultura e a pecuária se podem congraçar com a impressão de livros... Vou, então, transcrever a referida nota de pé de página:

" Um documento sobremaneira importante é a carta de doação, infelizmente não datada (mas que pelo tipo de escrita pode ser colocada entre os finais do século XII e os primeiros anos do seguinte), que Fernando Anes faz ao mosteiro de Alcobaça e pela qual lhe doa uma granja em Cós, que ele próprio tinha mandado fazer, e com ela três vacas com o seu touro, seis bois, quatro porcas com três crias e o seu berrão, e duzentas e vinte e seis ovelhas, sendo o lucro da exploração dessa granja destinado exclusivamente à feitura de livros (CR, Al., m. 22, nº 24)."

domingo, 30 de abril de 2017

Discrepâncias e rectificações


Seja das alterações climáticas, do acaso metereológico ou dos desígnios caprichosos dos deuses, o facto é que este mês, que hoje termina, não fez jus ao seu célebre provérbio antigo: Em Abril, águas mil. Apesar da chuva nocturna que se prolongou, um pouco, ainda a manhã ia tenra. Mas foi só. Temem os agentes agrícolas, iniciaram-se já os fogos florestais e as barragens apresentam-se vazias ou quase. A escassez de água ameaça o futuro mais próximo, em Portugal.
É caso para dizer, rectificando: Em Abril, águas por um funil!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Agricultura, estilos, adubos e escatologia


Nem sempre a intenção do estilo, na sua origem, provoca o efeito desejado no leitor. Também o título, ainda que manipulador, consegue, sempre, o objectivo que inicialmente era pretendido. Um romancista há-de ler sempre um romance de forma a desmontar a sua construção; e um poeta, ao ler um poema, não fruirá da mesma liberdade nem do prazer que um leitor comum poderá experimentar.
Quando comprei o livrinho que encima este poste, moveu-me a curiosidade, mas também um lado lúdico que, certamente, nunca esteve na ideia do seu autor. Que pretenderia, provavelmente, resultados padagógicos e ajudar a quem o comprasse, para melhor tratar a terra e os campos.


Ora, logo no terceiro capítulo, o autor preocupou-se em abordar Differentes modos de adubar as terras, de forma o mais integral possível. Valerá a pena, por isso, transcrever uma parte do capítulo:
"...O esterco melhor é o das aves, excepto o dos ganços e das mais aquaticas; e o de superior qualidade pelo muito calor que encerra é o dos pombos. Depois do esterco das aves o melhor esterco que se encontra é o excremento humano. O esterco dos burros é o terceiro em qualidade, e a este se segue o das cabras, depois o das ovelhas, e logo o dos bois. O mais inferior de todos é o dos cavallos e machos, porém torna-se bom misturado com os outros. ..."
Para remate, direi que este livrinho de 1854, muito desgastado pelo uso, mas útil, para jovens e velhos agricultores, me custou 12 euros, num alfarrabista de Lisboa.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Retro (31)


Em imagem, a contracapa do livrinho "Botanica e Agricultura Prática", publicado no Porto, no ano de 1916. Não fora um ultraje, face às circunstâncias que atravessamos,  seria de a dedicar, ao ganapo que bateu com a porta, à ministra sobrevivente, da dita, e ao rural de Boliqueime, hirto e inane. Ao serem despedidos, e para atapetarem a travessia do deserto, com florinhas e frutos.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Curiosidades 61


Anotem-se algumas indicações proveitosas para quem se dedica à agricultura, e que constam do "Lunario Perpetuo..." de Jeronymo Cortez, sobre este mês de Outubro que, há pouco, começou:
"...Desapparecem neste mez as culturas das plantas de primor, como tomates, melões, batatas, pepinos e aboboras, para dar logar aos trabalhos das cavas indispensaveis para a cultura das couves, favas, alfaces, cebolas e alhos. Deve empregar-se todo o cuidado na estrumação dos quadros que se cavarem n'esta estação, quer para as culturas immediatas, quer para as futuras. Os terrenos destinados à cultura das cenouras devem ser estrumados abundantemente, e com muita antecipação.
Semeiam-se e plantam-se n'este mez:- alhos, espargos, cerefolio, chicoria fina do estio, espinafres, morangos, alfaces, salsa, rabanos e rabanetes. ..."

domingo, 9 de setembro de 2012

Agricultura


Contrariando uma certa vivência citadina e o abastecimento em "grandes superfícies" com fruta e legumes sem sabor, procuramos, cá por casa, valorizar essas "raízes à terra" e comentamos, frequentemente, os efeitos do clima sobre a agricultura e o preço, por vezes ridículo, dos produtos, se atendermos ao esforço em cultivá-los.
Por relações de amizade e de estima entram-nos pela casa, com grande generosidade, produtos que levaram tempo, saber e trabalho a plantar e colher. Partilhamos, também, o desalento quando, ao fim de tanto esforço, a terra e o clima não premeiam o agricultor. São as maçãs e as batatas "bichadas", o calor e a falta de água que "não puxou" pelo fruto ou estraga, antes do tempo, a desejada colheita.
Depois das abóboras e das maçãs do Oeste, veio, entre outras, uma caixa de tomates dos lados de Constância.


O tempo, "esse grande escultor" em matéria petrificada, é, no entanto, implacável quanto à matéria viva. Mais uns dias e ca. de 20 kg. de tomates - de sabor belíssimo - acabavam no contentor do lixo. Perante tanta profusão de "pomos de ouro", o que fazer ? Consultar os canhenhos e meter mãos à obra !
E foi assim que nasceram frascos de doce de tomate, massa - ou concentrado - de tomate e, ainda, houve a tentativa de substituir o "ketchup industrial" por uma vertente caseira com a correspondente "canseira".
Numa próxima refeição, com esparguete "à bolonhesa", saber-se-á se o esforço caseiro conseguiu, devidamente, compensar o trabalho insano do agricultor.
Nota final: A mercadoria espiritual da oficina "Olex" prolongou-se, assim e criativamente, numa transformação  de mercadoria material.

Post de HMJ, dedicado aos benfeitores

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Em louvor da Hortelã


Num arroz branco, umas pequenas folhas de hortelã (Mentha spicata) dão-lhe uma garridice inesperada, e um aroma muito próprio. Bem retalhada, em tiras finas, as suas folhas dão às omoletas um sabor muito singular e agradável. Por si só, cheira bem. Mas também tem virtudes curativas. Senão, vejamos o que nos diz o Fr. Theobaldo de Jesu Maria:
"A Hortelã se planta de pedaços com raiz, e se conserva de hum para outro anno; tem virtude quente e dessecativa; pizada, e posta no estomago conforta: posta no nariz faz cobrar a respiração, e sentido perdido; suas folhas seccas, e bebidas em vinho branco matão as lombrigas."
(in Agricultor Instruido, Lisboa, 1790)