Teve pouca divulgação mediática, pelo menos por cá, e ainda menos repercussão comentada, a notícia de que as autoridades italianas tinham decidido mandar tapar uma parte das estátuas de nus, em Roma. Este pudor gentil e amorável, muito caridoso e cristão, destinava-se a não chocar S. Eminência, o presidente do Irão, na sua visita à capital italiana, quando passasse por esses locais.
O incauto e não informado turista, que por lá andasse, haveria de pensar que se tratava de mais uma instalação ou intervenção do artista búlgaro Christo (1935) que, no passado, já tinha embrulhado o Reichstag, em Berlim, e a Pont-Neuf, em Paris. Porque, se estivesse ao corrente das verdadeiras razões, teria de concluir que o ditado "Em Roma, sê romano!" deixara de fazer qualquer sentido. Graças às gentilezas italianas da democracia.