quinta-feira, 13 de março de 2025

Virginia Woolf

 


Coincidindo  com a recente saída, em tiragem especial, do volume da Pléiade de Mrs. Dalloway et autres écrits, o Lire Magazine dedica no seu último  número (538), de Março de 2025, o dossiê principal à escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941).

quarta-feira, 12 de março de 2025

Curiosidades 110

 

Cruzei-me, inesperadamente, com a palavra muleta, não no sentido usual do termo, mas como embarcação antiga e regional do Tejo, que tinha esse nome. Datando muito provavelmente dos séculos XVI-XVII era uma embarcação muito curiosa de pesca de arrasto à vela. Destinava-se à captura, principalmente, de azevias, linguados e solhas, no Tejo e no Sado.



Sob o patrocínio da C. do Barreiro, foi construída uma muleta nos moldes tradicionais, nomeada Álvaro Velho, e que proporciona passeios fluviais, desde o ano de 2022, entre 13/7 e 28/9.

terça-feira, 11 de março de 2025

segunda-feira, 10 de março de 2025

Filatelia CXXIII

 

Tirando as primeiras impressões filatélicas, de alguma qualidade, que foram produzidas nos E. U. A., os países da América do Sul, pela sua dependência económica, só mais tarde vieram a fabricar os seus próprios selos. São normalmente séries estampadas em papel de fraca qualidade e com desenhos, normalmente, muito toscos e, no geral, de estética que deixava muito a desejar. Argentina, Brasil, Colombia, por exemplo, estão aí para corroborar o que afirmo.


Estas características contribuiram também para a proliferação de muitas falsificações, umas melhores que outras na sua execução, que andam no mercado filatélico.
Em tempos já muito recuados, comprei a preço em conta e modesto o que seria um exemplar do nº 7 (Yvert) da Argentina (1862-64), novo sem goma. Apresentava aparentemente um erro (71 pérolas) que o classificaria como nº 7a (e ou 7d), atribuindo-lhe o catálogo francês de 1994 um valor significativo de 17.500 francos franceses (cerca de Esc. 525.000$00 portugueses).
Nunca acreditei muito nestes valores. E, aproveitando a ida de uns amigos a Buenos Aires, pedi-lhes que colhessem uma opinião abalizada numa loja filatélica da especialidade. Realmente, o selo era falso. E o seu valor era meramente residual.                                         

sábado, 8 de março de 2025

Protótipo exemplar do nosso nacional-porreirismo

 

Tudo é igual a tudo, para este jovem...

Citações DVIII

 

Os gatos e as crianças assemelham-se, eles raramente largam os maus costumes adquiridos na infância.

Abbé de Saint-Cyran (1581-1643), in Lettres a sa nièce.

sexta-feira, 7 de março de 2025

Para MR, que faz hoje anos




Estes pássarinhos piadores, para celebrar o aniversário de MR, apoiados pela mestria de Maria Tipo, ao piano, na execução de Domenico Scarlatti.


E como não há duas sem três, aqui vão mais umas violetas para embelezar o dia, desejando felicidades e muitos parabéns, dos amigos HMJ e APS, nesta data festiva.



quinta-feira, 6 de março de 2025

Versão para português de um poema de Derek Mahon (Belfast, 1939-2020)

 

The Snow Party

for Louis Asekoff


Bashô, vindo
Para a cidade de Nagoya
É convidado para uma festa de neve.

Ouve-se um tilintar de loiça
Da China, com chá;
Há as apresentações.

Então, todos se chegam
E comprimem à janela
Para ver a neve cair.

A neve cai em Nagoya
E mais a sul
Nas tílias de Quioto.

A leste, para lá de Irago,
Está a cair como folhas
Sobre o mar gelado.

Algures estão a queimar
Feiticeiras e heréticos
Em praças fumegantes,

Milhares morreram
Desde a manhã ao serviço
De reis bárbaros;

Mas há silêncio
Nas casas de Nagoya
E pelas colinas de Ise.



Derek Mahon, in Snow Party (1975)



Interlúdio 104 : Evanthia Reboutsika - Um guarda-sol sobre o Bósforo

quarta-feira, 5 de março de 2025

A ler



Curiosa, no bom sentido da palavra, a Isabel (blogue Palavras Daqui e Dali) perguntou, no seu último poste, por aquilo que andávamos a ler. O meu comentário ainda não foi publicado e, por isso, vou adiantando a resposta, por aqui. A tradução desta obra (capa em imagem) de Walter Benjamin (1892-1940) é de João Barrento. Vou apenas na página 32, mas espero que o livro me traga gosto e proveito.

terça-feira, 4 de março de 2025

Uso pessoal 22

 

Se não estou em erro, este em imagem, é o meu 4º telemóvel. E sempre balancei por entre Nokia e Samsung, sem grande razão de queixa de qualquer das marcas.
Sou o segundo "donatário" do bicho e, por isso, ele acusa algumas marcas do tempo que já leva. Mas o que mais me surpreende é que, todas as noites e sem ligação à corrente eléctrica, a bateria dele perde cerca de 30% da sua energia, e é necessário recarregá-la, sempre, pela manhã.
E pergunto-me para onde irá toda essa preciosa energia que se perdeu no ar? Ou quem tomará conta dela?

segunda-feira, 3 de março de 2025

Divagações 203

 

O facto de termos conhecido pessoas da vida real, permite-nos avaliar a autenticidade próxima da reprodução pictórica, feita por desenhadores ou pintores, dessas figuras públicas.
Ao escolher, para encimar o poste anterior sobre Eugénio de Andrade (1923-2005), um desenho do murciano José Antonio Molina Sánchez (1918-2009), fi-lo pela semelhança indiscutível com o Poeta.
Imensamente retratado, Eugénio tem reproduções que são autênticos mamarrachos, ainda que, muitas vezes, sejam de autoria de artistas consagrados. Nem todos os pintores, porém, são bons retratistas...
Da galeria dos retratos, como os melhores pela semelhança, eu distinguiria mais cinco nomes, por ordem alfabética: Angelo de Sousa, Armando Alves, Augusto Gomes, Carlos Carneiro e Dordio Gomes.

domingo, 2 de março de 2025

Antologia 23



"... O primeiro poema de Nemésio que conheci foi o dos alciões*. Ouvi-o da boca de Manuela Porto, há muitos anos, juntamente com outros que esqueci. Só os alciões, que regressavam cansados da viagem, me ficaram na memória. E nunca nenhuns outros versos do autor de La Voyelle Promise me surpreenderam tanto, me abriram tanta janela para a aventura sempre nova da poesia. Muito diferente daquele sortilégio é A Águia, de Jorge de Sena, escrito em 1970 e publicado postumamente. É um poema de linguagem rigorosa, implacável, dura, a linguagem de grande prosa, mas que serve também a grande poesia:

No olhar verde e vazio de pupilas raiadas
pelo sangue a escorrer do bico para as penas sujas
pardas e grisalhas de um pó excrtementício
que as grossas patas cobre como lama sua...  "

Eugénio de Andrade (1923-2005), in Prosa (pg. 151), Ed. Modo de Ler (2011).


* para quem desconhecer o poema referido, poderá lê-lo no Arpose (20/2/2010): Favoritos IX: Vitorino Nemésio.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Muzio Clementi (1752-1832) / Maria Tipo (1931-2025)


A grande pianista italiana Maria Tipo faleceu recentemente a 10 de Fevereiro de 2025, em Florença. Pela qualidade do seu profissionalismo musical apelidavam-na de "Horowitz napolitana", até porque Scarlatti era um dos seus compositores favoritos, e mais tocados.

sábado, 1 de março de 2025

Adagiário CCCLXXVII



A balança quando trabalha não conhece ouro nem chumbo.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Osmose 142

 



Tenho vindo a reler, de forma continuada, os textos em prosa de Eugénio de Andrade (1923-2005) que a Modo de Ler editou em Abril de 2011, com um competente e útil prefácio de Luís Miguel Queirós (1962).  A temática ganha muito lida em conjunto e sublinha, indirectamente, a mestria e qualidade da prosa do grande poeta.
Das suas palavras saem nítidos retratos com evocações singulares e comoventes de Pascoaes e Pavia, justas, embora talvez um pouco cruéis, de Botto e Homem de Mello, entre outras figuras que ele conheceu de perto.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Citações DVII

 

Os presentes são como os conselhos: dão prazer sobretudo àqueles que os dão.

Émile Henriot (1885-1961), in Esquisses et notes de lecture (1928).

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Antonio Cartellieri (1772-1507)

Ideias fixas 93

 
Quanto à democracia, Churchill disse o essencial, de forma serena, equilibrada, racional e europeia.
Depois, vieram os palermóides dos fãs americanos endeusar  e ajoelhar-se perante o novo mundo.
A democracia vai de quem a pratica, sobretudo nas pastagens rasteiras da América do Norte.
A dos marcanos, muitas vezes, segue a lei natural (para eles) do mítico faroeste selvagem.
Que lhes faça um bom proveito, porque, para quem é, bacalhau basta - lá diz o ditado.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Desabafo (95)

 
O atendimentoo telefónico na Banca e nalguns Serviços Públicos (e não só...) é um labirinto kafkiano de irritação, uma incompetência pegada, servido talvez por gente ociosa que mal trabalha e nada faz de útil.
Se o SNS clínico especializado é um exemplo de competência e atenção aos utentes exemplar, ao contrário, a prática do pessoal burocrático das instituições hospitalares é uma miséria profissional em progresso.
Hoje, cá em casa, estivemos grande parte da manhã a tentar ligar para o Hospital de Santa Marta. Ou as ligações estavam ocupadas, ou uma voz pindérica gravada dizia, ao fim de 1 ou 2 minutos, inalteradamente: "Tente mais tarde!"
Tomem nota destes dois números telefónicos: 213594000 e 213594265, porque devem ser a fingir... Não se consegue obter qualquer ligação para aquela instituição hospitalar, através deles.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Regionalismos madeirenses (2)

 

Em sequência alfabética, aqui ficam mais cinco regionalismos da ilha da Madeira recolhidos da obra Palavras d'aquintrodia, de Ana Cristina Figueirdedo, já referida, no Arpose, anteriormente.

1. Alheta - tira pequena e estreita, em tecido, especialmente em algumas em algumas peças de vestuário (calças, saias e casacos) e que serve para passar um cinto, de modo a segurá-lo. (Conheço também a expressão "pôr-se na alheta", com o significado de: desaparecer, fugir.)
2. Apastorado - que se veste e se apresenta com esmero; que está arrumado, limpo, posto em ordem.
3. Aquintrodia - expressão que indica uma ideia de passado recente. Aqui há dias, há algum tempo atrás.
4. Atremar - captar e reconhecer sons através do aparelho auditivo; ouvir, escutar. Compreender, entender.
5. Azougar - deixar de viver, tratando-se de animais, morrer.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Estado da natura 2

 

Já por aqui escrevi que as nossas frésias, este ano, vieram mais tarde. Costumavam romper em Janeiro mas, desta vez, só agora floriram na varanda a Sul - já em Fevereiro. Mas houve uma novidade gratificante: pela primeira vez, creio, temos um pé de frésias vermelhas, de um aveludado lindíssimo.
Por outro lado, temos tido a visita diária de uma toutinegra pequena, provavelmente da nova geração, que pela varanda a Sul, saltita por entre o limoeiro, - que também se atrasou a florir - talvez para catar as folhas de algum bichito nocivo, e um arbusto antigo que tem umas flores bonitas alaranjadas e adocicadas.
E assim vai a natura, cá por casa...


( A avezita pode ver-se do lado direito desta última fotografia de HMJ.)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Últimas aquisições (58)

 



Nem sempre o Lire Magazine aborda as temáticas que escolhe, a meu gosto - acontece...
Só espero que este número de Fevereiro, que comprei recentemente, com um dossiê sobre o Humor, me venha a agradar. E valha a pena.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Esquecidos (19)

 

Por mero acaso, cruzou-se comigo o nome e memória de José Terra (1928-2014), poeta discreto que passou grande parte da sua vida em França, e aí faleceu. Professor universitário e investigador, os seus versos eram apreciados, por cá, no meio literário dos anos 60/70 e não só. Da obra Espelho do Invisível (1959), transcrevemos um soneto, a lembrá-lo.

XI

Ao amanhecer todos os anjos morrem
sufocados de luz  e, sós, os homens
circulam, sôfregos do tempo,
abrindo o espaço como ferida aonde

os joelhos se quebram de fadiga
e a náusea intérmina da vida
só o movimento a esquece, a dissimula.
Engrenagem viva a que o intervalo

de passo a passo é único repouso.
À noite, buscam-nos de novo
e os anjos regressam do obscuro

com as flores mirradas e tardias
e um pranto retido como um rio
e um olhar profundo e desolado.

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Uma fotografia, de vez em quando... (193)



Nascido em Nova Iorque, e oriundo de uma família judaica, o fotógrafo Arnold Newman (1918-2006) destacou-se sobretudo pelos retratos que fez de celebridades. Preparava os enquadramentos de forma minuciosa. Trabalhou para a revista Newsweek, mas talvez a sua obra mais famosa seja o retrato que fez de Igor Stravinsky, ao piano, e que, insolitamente, foi recusado pelo magazine Harper's Bazaar.




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Apontamento 180: Quem não se sente, não é filho de boa gente

 

O nome da terra, no Palatinado da Alemanha, completamente anódino, foi o berço do avozinho do Trump, criatura, segundo consta, enriquecida com negócios de prostituição e jogo.

Tornou-se. pois, AMERICANO, pelas leis que, parece, o descendente agora contesta.

Agora, depois de um passado tão ILUSTRE, não me parece que semelhante bimbo tenha aproveitado qualquer "escala social" da DEMOCRACIA DA EUROPA para se civilizar.

Se calhar, bem fez o bimbo do avó para se pirar, certamente para fugir às regras da DEMOCRACIA europeias, ccondenando, certamente, o negócio ilícito da prostiruição.

Ora, por vezes, "o algodão infestado" da origem não engana ! 

Que a EUROPA DA DEMOCRACIA E DAS NAÇÕES SE LAVANTE PERANTE TAMANHA OFENSA. AO BOM NOME DAS PESSOAS E EM DEFESA DA DEMOCRACIA.

O abuso dos ditadores tem limites e a EUROPA tem de responder !

Post de HMJ

Villa-Lobos / Andrés Segovia

Civilização e barbárie, o seu a seu dono

 

A coluna semanal de António Guerreiro na ípsilon do jornal Público contém sempre, ao fundo, uma espécie de P. S., em que o cronista comenta um dito anterior de um publicista; este último, de Miguel Sousa Tavares.
Esqueceram-se ambos, provavelmente, de referir que o tema já tinha sido abordado, de forma competente e mais aprofundada, aqui há alguns anos atrás, pelo ensaísta George Steiner (1929-2020).

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Alturas

 

Lá diz o ditado que "os homens não se medem aos palmos." E Napoleão media apenas 1m56. Sarkozy que tinha 1m60, no entanto, usava saltos altos para não ficar abaixo da sua Carla Bruni, que era esguia e elegante.
Mas vale a pena reparar que grande parte dos meia leca têm quase sempre um andar de bamboleio, com movimento de balanço dos braços que quase parece que querem levantar vôo. Putin (1952), apesar do seu 1m70, é um caso exemplar de tentativa de levitação...