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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

"O Médico"

Consequência de uma pausa...


Como seria um médico perfeito, ou melhor, um bom médico para você?
Talvez não seja aquele que apenas medica, mas sim aquele que orienta, escuta, observa, distribui atenção e carinho, preocupa-se, doa seu tempo e seus pensamentos para que o melhor seja proporcionado ao próximo.
Romantismo da minha parte? Creio que estamos muito mal acostumados com os ruins, de forma que os bons não estão tendo a visibilidade e os devidos merecimentos. Existem inúmeros espalhados mundo afora, e eu tenho o maior prazer em ter contato com muitos professores bons médicos na minha faculdade, os quais sabem orientar e ensinar seus alunos os caminhos a serem seguidos para tornarem-se médicos humanos, e não médicos,  apenas. Vale ressaltar que eles ensinam, tentam, estão dispostos a isso, no entanto, nem todos os alunos estão dispostos a receber essas orientações e a levá-las à sua prática.
Médico qualquer um que se forma pode ser, mas ser médico, ser um médico humano, é diferente, nem todos têm esse dom, nem todos são capazes ou estão aptos a tratar o próximo como gente igual a ele, como um ser humano que está sofrendo, que precisa de apoio, de auxilio, de ajuda, que precisa de alguém ao seu lado. E mesmo que o melhor não possa ser feito, que não exista condições, garanto que o esforço e a força de vontade em levar saúde - psíquica e física - para as pessoas já valem o bastante para ser reconhecido como um bom médico.
Pergunto-me, às vezes, o que me levou a querer ser médica. Por enquanto acredito que seja por gostar de conviver, por gostar de gente, por gostar de ajudar os que precisam, por sentir prazer em um sorriso recebido após um ato por mais simples que seja. Hoje, por exemplo, tinha um seminário de microbiologia para ir, fiquei esperando o elevador, e assim que a porta abriu, duas senhoras de idade, uma de muleta, inclusive, apareceram a minha frente, dei um sorriso e um bom dia, e fui retribuída com outros sorrisos e bom dias, com carinho, elas sentiram-se a vontade para me perguntar onde poderiam fazer o exame de ultrassom. Acho que é por aí que um bom médico é formado, quando as pessoas se sentem a vontade com ele, pois vejo e tenho contato, diariamente, com pessoas que não se interessam pelo próximo, que são indiferentes à dor de quem está ao seu lado e mesmo assim estão cursando medicina. O que as trouxe aqui? Dinheiro e status são as primeiras palavras que me vêm à mente. Estudantes de medicina que acham ruim ter contato com gente, que reclamam das práticas médicas na comunidade que temos durante o curso inteiro, que não se dão "ao trabalho" de desejar um bom dia aos pacientes que cruzam nos corredores do prédio em que temos alguns seminários, não deveriam ser estudantes de medicina. Apesar de tudo, ainda tenho esperanças de que durante esse processo em que são simples estudantes possam amadurecer e repensar suas atitudes.
Um bom médico não se faz sozinho, um médico só se torna bom médico com a ajuda dos pacientes, é um trabalho construído aos poucos, a cada consulta e, principalmente, juntos. Não imagino como seja perder um paciente, mas creio ser muito doloroso. E como se portar diante de tal acontecimento? Nosso médico da obra de arte observa, expressa tristeza, dúvida, talvez aquela sensação inacreditável de impotência, de que quem comanda tudo ainda é Deus, compartilho minha ideia sobre isso assim que estiver ganho mais experiência...
O interessante é que o bom médico também é relativo, de acordo com cada paciente. Quem nunca foi à um médico por indicação de um amigo ou parente e saiu do consultório decepcionado porque não foi o que esperava? Isso acontece, não é porque é um bom médico para um que será para todos, assim como, não são todos que estão prontos a receber os cuidados de um médico, seja ele bom ou não.
O que é ser bom ou ruim? O que é normal ou anormal? São questões próprias a cada um de nós, com certeza, entretanto, educação, respeito e dedicação ao próximo devem ser constantes. Tornam não só o médico bom, e sim toda a humanidade boa. E, tudo o que é trabalhado em conjunto, em sintonia, com vontade de todas as partes, possui chances de dar mais resultados positivos, satisfatórios. Acho que falta um pouco de coragem por parte dos próprios pacientes, em dizer ao médico o que está achando da consulta, o que achou disso ou daquilo. Pois saibam, médico não é o Deus na Terra, médico é um instrumento de Deus, assim como qualquer outra pessoa, de qualquer que seja a profissão, ele pode estar errado. Ele também é humano e tem seus problemas, também precisa de alguém para auxiliá-lo, ouvi-lo. Então, se algum dia não estiver gostando da consulta, por que não ir aos poucos dando sinais de que algo está te incomodando, por que não desviar um pouco o foco daquilo que está te causando mal estar, por que não falar ao médico que ele está diferente, que você esperava isso e aquilo? Não são todos os médicos que estão dispostos a receber críticas de pacientes, embora eu pense que isso ajuda na construção da relação médico-paciente. Muitos deixam com que o status que a profissão ainda tem em meio a sociedade subam à sua cabeça, tornam-se arrogantes, prepotentes e "donos da verdade", o que é lastimável, visto que muitas pessoas estão deixando de receber os devidos cuidados, de ter uma boa relação com seu médico porque o mesmo acha que está acima de tudo e de todos, que não precisa melhorar em nada e que "quem não gostou que procure outro e vá se arrepender longe". Sinceramente, esses não são médicos, esses são pessoas que sabem a teoria e desconhecem a boa prática. E, para mim, é uma desculpa esfarrapada aqueles que dizem que não recebem incentivos para melhorar, que o "sistema" o faz agir de tal maneira, que a falta de um salário digno o deixa desestimulado...O.K., desestimula, porém, não a ponto de esquecer todos os princípios, de acreditar que os sofrimentos da pessoa a sua frente são menores que os seus.
Enfim, ser bom médico vai muito além de apenas cursar uma faculdade de medicina com boas notas, ser bom médico é uma construção ao longo do tempo, que depende não só do médico e também de todos os que o cercam, de sua criação, educação e caráter. Ser bom médico é um desafio. Desafio esse que merece ser aceito por todos os estudantes e solucionado com louvor. Rubem Alves tem minha admiração, ao menos como escritor e emissor de mensagens reflexivas e verdadeiras, que podem, inclusive, orientar estudantes que estão perdidos em meio a um mundo de conceitos tão deturpados quanto o nosso!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

"Doutores"

Um fato, no mínimo, engraçado é quando se entra para a faculdade de medicina, os familiares já começam a fazer perguntas, brincadeiras, os amigos e até mesmo os desconhecidos idem. E mais real e engraçado ainda é o status que o estudante de medicina possui no meio social, mesmo que ainda esteja no primeiro período...

Sempre tive muito contato com pessoas mais humildes/de baixa renda. E não só o carinho e a fidelidade que elas têm pelos que as tratam com respeito e afeto chama a atenção, mas também a forma como se colocam submissas a estes que elas consideram superiores. Assim que cheguei de férias no interior de Goiás fiz algumas visitas com meus pais, dentre elas, fomos comer um frango caipira na casa simples de uma família muito querida pela minha. Fui recebida com abraços calorosos, perguntas de como está a faculdade e tratada como “Doutorinha”. Sempre respondo que não precisa falar assim, até mesmo porque, atualmente, ainda faltam 5 anos e meio para eu ser uma médica generalista, fora o tempo de residência e outros estudos. Só que as pessoas insistem no vocativo, e argumentam da seguinte maneira: “ah, mas você tem que ir se acostumando, e agora vai ser nossa Doutora né?!”.

No fundo, porém, eu entendo que isso é cultural, uma tradição. Apesar de contestar o vocativo, acho bonito quando bem empregado, porque é uma forma de prestígio, de orgulho que sentem por quem conseguiu "chegar lá". Não o acho necessário, entretanto, não fico contestando a todo o momento quem assim me chama, até mesmo para não causar algum constrangimento ou evitar mágoas. Nesse momento nada melhor do que sorrir, acenar e receber de mente aberta esse "elogio"!

Muitos estudantes de medicina acham-se melhores do que os outros somente por cursarem medicina. O que também é cultural, afinal, as turmas de medicina são as que têm as formaturas mais esbanjadoras e caras (coitados dos meus pais) desde o início dos tempos, o curso mais caro, o curso de mais prestígio e o mais aclamado pela sociedade. Porém, até que ponto isso é necessário? Concordo que medicina é um curso magnífico, lindo, tanto que o escolhi para ser meu futuro, ao mesmo tempo é difícil, duro e cruel. Para quem ama de verdade, o retorno de todo o trabalho é o melhor e mais esperado, acredito que poucas coisas são melhores do que receber um sorriso sincero após salvar uma vida ou auxiliar no bem estar da pessoa, do que um abraço verdadeiro ou do que ganhar um pote de doce de presente – como ainda acontece no interior. Ah, sim, esqueci-me do dinheiro não é mesmo? Pois é, muitos estudantes ainda são ingênuos ao ponto de entrar para a faculdade acreditando veementemente de que sairão ganhando rios de dinheiro, esquecem-se do propósito da medicina, do juramento de Hipócrates, do objetivo humanitário e, principalmente, do quanto terão que “ralar” para conseguir essa quantia que tanto almejam. Um médico só ganha rios de dinheiro logo no início se tiver muitas influências e QI (quem indica), e olhe lá ainda! E mesmo assim, de qualquer maneira, terá que trabalhar mais do que imaginava que fosse capaz de aguentar, terá que enfrentar inúmeros plantões e adversidades, ou seja, terá que esperar para construir/fazer reconhecerem seu nome, que não passa da consequência do seu trabalho.

Estudantes de medicina são apenas estudantes, como outros quaisquer. Estão no mesmo barco dos estudantes de farmácia, biomedicina, fisioterapia, odontologia, direito, letras, música, engenharias e tantos outros cursos, pois estão todos aprendendo e fazendo acontecer para concretizarem seus sonhos, para no final poderem se orgulhar do canudo que encontrarão em suas mãos. Cursar medicina não os torna diferentes de ninguém, muito menos mais inteligentes ou melhores. Portanto, privilégios não se fazem necessários. Não é por estudarem medicina que são superiores do que os outros. Em termos informais, acho ridículo quem se acha melhor, o dono da verdade por estar cursando medicina. E entendo que é a própria sociedade que constrói, conserta e reforma esse pedestal para os estudantes, afinal, vivencio isso.

Essa história começa da tradição cultural presente na infância. Nasce uma criança e os pais já dizem: "esse(a) será nosso(a) futuro(a) Doutor(a)!". Incrustam na cabeça das crianças de que a melhor e maior profissão que existe em todo o mundo é medicina. Felizmente, medicina não é a melhor, muito menos a maior, é apenas uma dentre tantas profissões que move o mundo, a humanidade. Na verdade, ela só é a melhor e a maior para quem é capaz de amá-la com toda a verdade e a sinceridade que existe em seu coração. Enquanto adolescentes, na fase de escolha da profissão, soma-se a cobrança que surge por parte das escolas e cursos pré-vestibulares. Segundo a maioria dessas instituições, medicina é o melhor e maior curso também, já que quanto maior o número de aprovações em medicina maior a publicidade e maior o retorno financeiro para elas. Como podemos perceber, ainda hoje as pessoas possuem essa ideia deturpada sobre a medicina, pois ainda hoje as pessoas tratam diferente os estudantes de medicina e os médicos propriamente ditos, e enquanto houver esse tratamento diferenciado, haverá quem faça de tudo para ter um filho médico, mesmo que forçosamente a partir de ideias errôneas e vergonhosas.

É incrível a vaidade de muitos estudantes de medicina. São capazes de deixar de fazer algo ou achar que os outros o devem fazer por ser um futuro médico. Repletos de “não-me-toques” e frescuras. Acham-se, ainda, no direito de enfrentar tudo e todos. Também acreditam que o mundo inteiro deve saber que eles estudam medicina. Alguns insistem mesmo cursando os períodos iniciais do curso em sair dizendo "sou médico". Vale ressaltar que o número de estudantes de medicina que estão na faculdade ou no curso pré-vestibular em busca dessa vaga devido ao retorno financeiro e status social é, geralmente, maior do que o número de quem cursa medicina por aptidão e amor. E isso se torna cada vez mais claro à medida que conheço estudantes de medicina em faculdades particulares. Ah, ainda existem aqueles que só estão seguindo essa carreira porque os pais, os avôs, os tios e os primos também o fizeram, como se a aptidão passasse de geração a geração...

Dessa forma, constato que o estudante de medicina têm razões socioculturais para engrandecer a si próprio, ao contrário, também constato que a criação que os pais dão ao filho faz toda a diferença. Devo dizer que ao longo desse tempo e da minha trajetória também conheci pessoas indescritíveis, de enorme capacidade para amar a profissão, os estudos e os seres humanos, até mesmo porque, se a pessoa não gosta do ser humano, não devia ser médica.

Enfim, cursar medicina é indescritível, como qualquer realização de sonho, porém, isso não me torna melhor do que os demais, pelo contrário, me torna cada vez mais e mais humana - em seu sentido positivo -, mais e mais aprendiz. E não é por cursar medicina que vou exigir que me atendam melhor, que me garantam privilégios, que me chamem de doutora, visto que doutora só serei quando concluir um doutorado. Ser médico não significa ser melhor do que os outros ou ter privilégios, significa amar ao próximo de tal maneira que você seja capaz de doar-se a ele. Porque para mim medicina é doação, enquanto não houver doação por parte do médico não haverão ótimas consultas, ótimos tratamentos e pessoas saudáveis. Medicina é realmente para poucos, lamentavelmente muitos "poucos" não merecem, mas quem merece deve lutar até o fim, porque eu acredito - como paciente e como estudante - que são esses que fazem a diferença.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Dica do dia

Consequência de uma pausa...

Férias é sinônimo de ler, escrever, passear, dormir mais que o necessário, viajar, aprender algo novo ou reforçar o que já aprendeu, enfim, férias é padecer na folga e na preguiça! Por que não curtir esse período assistindo filmes? Bom, tenho uma lista enorme aqui, quatro já se foram!

Desses quatro primeiros já vistos, indico dois. Chocantes, talvez espetaculares. Porém, poucos são os que gostam, até mesmo porque, impossível se sentir confortável diante desses filmes...

O primeiro é um drama, muito bem escrito e dirigido. "Confi@r" é uma obra reflexiva, principalmente para quem já tem filhos. Ele mostra a realidade e a dificuldade de se criar filhos, principalmente com as novas tecnologias. Mas não só isso, vai além, faz-no refletir sobre as relações entre pais e filhos, sobre a compreensão de sentimentos. Outro ponto é a questão de saber onde mora o perigo, porque, ao contrário do que imaginamos, ele pode estar ao nosso lado ou onde menos esperamos. E, como suportar e superar uma tragédia? O título eu interpretei de várias formas:
1. Até que ponto podemos confiar em alguém que conhecemos pela internet?
2. Como criar uma relação de confiança entre pais e filhos?
3. Diante de uma tragédia, seria o suficiente confiar no poder público para solucioná-la?
4. Após essa tragédia, como confiar em mais alguém? Para quem contar segredos e compartilhar sua vida?
5. É possível confiar de olhos fechados em quem está "sempre ao nosso lado"? (Essa foi uma das últimas perguntas, irão verificar na última cena do filme, ao final de tudo. Foi também uma das cenas que me deixou mais surpreendida e chocada, diga-se de passagem!)
Ah, não se esqueçam do lencinho para secar as lágrimas!



O segundo está me fazendo ir em busca do livro que serviu de suporte - embora quase sempre me decepcione com filmes baseados em livros, visto que o filme, geralmente, foge muito do livro e até mesmo muda os rumos das histórias e as mensagens. "A pele que habito", dirigido por ninguém mais ninguém menos que Pedro Almodóvar, é motivo para muito debate, já que Almodóvar caiu no conceito da maioria depois do filme "Abraços Partidos". Sendo assim, muitas dúvidas surgiram em consideração a esse suspense, no mínimo, curioso. Em relação a maioria, no geral, digo que poucos gostam por não ser um filme hollywoodiano, porque querendo ou não, estamos mais acostumados com filmes americanos, infelizmente. Alguns não sabem o que estão perdendo com filmes franceses, indianos, espanhóis, e até brasileiros, que ultimamente têm ganhado pontos positivos comigo.
Voltando...Em A Pele que Habito uma estória extraordinária se desenrola aos poucos. Há algum tempo não via, em um único filme, tantos temas para debates e reflexão misturados ao terror e à ciência. Os encaixes se fazem ao longo do filme, e assim vamos decifrando enigmas e compreendendo ações e reações das personagens. São tantas surpresas e imprevisibilidades que ao final nos vemos boquiabertos.
No momento, citarei algumas das reflexões que perambulam em minha mente...
1. Até onde a ciência é bem vinda e até que ponto o homem pode usá-la ao seu bel prazer?
2. Seis anos é muito tempo! Muitas transformações podem acontecer...
3. O que é loucura? Quando devemos considerar alguém louco?
4. Vingança é loucura? Vingança: não é justo mas é correto? E a justiça pelas próprias mãos?
5. Segredos que podem interferir na vida de outrem devem ser revelados?
6. A fidelidade de uma mãe pelo filho deve superar atos inescrupulosos promovidos pelo filho?
Ah, atentem-se para as obras de arte/pinturas/quadros da mansão. E, uma cena que me deixou desconcertada/enojada - depois descobri que não fora só eu -, a do "tigrão com a Vera", vocês saberão identificá-la e o porquê...
Por último, sinceramente, na minha humilde opinião, Elena Anaya superou Antonio Banderas no quesito interpretação. Ambos surpreendem, entretanto, ela mais que ele!
Confiram essa crítica: http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/237267/a-pele-que-habito-almodovar-reitera-seu-potencial-de-contar-grandes-historias/



E questões que ambos os filmes geram: relação entre pai e filha e confiança.
1. O quanto um pai é capaz de suportar são/consciente atrocidades com sua filha? Qual a melhor maneira de agir?
2. Como se baseia a confiança de uma filha pelo pai em "estado de loucura"?

Enfim, são muitos detalhes, muitas estórias, muitas reviravoltas, vale a pena assistir a ambos os filmes! Caso não gostem, peço desculpas de antemão, mas gosto, realmente, não se discute! E, férias ou folga, tudo está valendo para suprir o tempo!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Onde andará o meu doutor?

Hoje, irei apenas compartilhar uma poesia encontrada em uma página de relacionamento que me deixou estarrecida, principalmente por corresponder a nossa lamentável realidade...
Sinceramente, estamos vivendo em um mundo de doentes!

Onde andará o meu doutor?
Tatiana Bruscky

Hoje acordei sentindo uma dorzinha,
aquela dor sem explicação, e uma palpitação,
resolvi procurar um doutor,
fui divagando pelo caminho...
lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco
e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo...
o Meu Doutor que curava a minha dor,
não apenas a do meu corpo mas a da minha alma,
que me transmitia paz e calma!

Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta:
“Qual o seu plano? “
Ah, o meu plano é viver mais e feliz!
é dar sorrisos, aquecer os que sentem frio
e preencher esse vazio que sinto agora!
Mas a resposta teria que ser outra...o meu plano de saúde!

Apresentei o documento do dito cujo
já meio suado, tanto quanto o meu bolso, e aguardei...
Quando fui chamada corri apressada,
ia ser atendida pelo Doutor,
aquele que cura qualquer tipo de dor,
entrei e o olhei, me surpreendi,
rosto trancado, triste e cansado...
será que ele estava adoentado?
é, quem sabe, talvez gripado
não tinha um semblante alegre,
provavelmente devido à febre...
dei um sorriso meio de lado e um bom dia...
Sobre a mesa, à sua frente,
um computador,
e no seu semblante a sua dor,
o que fizeram com o Doutor?

Quando ouvi a sua voz de repente:
O que a senhora sente?
Como eu gostaria de saber o que ELE estava sentindo...
parecia mais doente do que eu, a paciente...
Eu? ah! sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação
e esperei a sua reação,
vai me examinar, escutar a minha voz
auscultar o meu coração...
para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
“peça autorização desses exames para conseguir a realização”...
quando li quase morri...

Tomografia computatorizada, ressonância magnética e cintilografia !

ai, meu Deus! que agonia!
eu só conhecia uma tal de abreugrafia...
só sabia o que era ressonar (dormir),
de magnético eu conhecia um olhar...
e cintilar só o das estrelas!
estaria eu à beira da morte? de ir para o céu?
iria morrer assim ao léu?
naquele instante timidamente pensei em falar:
terá o senhor uma amostra grátis
de calor humano para aquecer esse meu frio?
que fazer com essa sensação de vazio? e observe, Doutor,
o tal Pai da Medicina, o grego Hipócrates, acreditava que
A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR.
Olhe para mim...
bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
médico não é sacerdote...
tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano...
mas, por favor, me olhe, ouça a minha história!
preciso que o senhor me escute, ausculte
e examine!

Estou sentindo falta de dizer até aquele 33!
não me abandone assim de uma vez!
procure os sinais da minha doença e cultive a minha esperança!
alimente a minha mente e o meu coração...
me dê, ao menos, uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça... ando sim!
gosto de pisar na areia e seguir em frente
deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?
ou estarei com o verme do amarelão?
existirá umas gotinhas de solução?

Será que já existe vacina contra o tédio?
ou não terá remédio?
que falta o senhor me faz, meu antigo Doutor!
cadê o Sccot, aquele da Emulsão?
que tinha um gosto horrível mas me deixava forte
que nem um Sansão!
e o Elixir? Paregórico e categórico,
e o chazinho de cidreira,
que me deixava a sorrir sem tonteiras?
será que pensei asneiras?
Ah! meu querido e adoentado Doutor!
sinto saudades
dos seus ouvidos para me escutar,
das suas mãos para me examinar,
do seu olhar compreensivo e amigo...
do seu pensar...
o seu sorriso que aliviava a minha dor...
que me dava forças para lutar contra a doença...
e que estimulava a minha saúde e a minha crença...
sairei daqui para um ataúde?
preciso viver e ter saúde!
por favor, me ajude!

Oh! meu Deus, cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim...
porque da consulta só restou uma requisição
digitada em um computador
e o olhar vago e cansado do Doutor!
precisamos urgente dos nossos médicos amigos,
a medicina agoniza...
ouço até os seus gemidos...

Por favor, tragam de volta o meu Doutor!
estamos todos doentes e sentindo dor...
e peço, para o ser humano, uma receita de calor,
e para o exercício da medicina uma prescrição de amor!

Por fim, recomendo que assistam ao filme Patch Adams - O amor é contagioso. Muitos já devem ter visto, mas é sempre bom rever para refletirmos um pouco mais sobre nossas ações em prol do bem estar do lugar onde vivemos, das pessoas com as quais convivemos ou não e para a construção do mundo que queremos. Também recomendo que assistam à entrevista do "verdadeiro" Patch ao programa Roda Viva da TV Cultura, a qual está disponível no You Tube.

domingo, 9 de outubro de 2011

Entre escolhas e aprendizados

Consequência de uma pausa...
Hoje irei publicar mais uma redação minha, a pedido de uma amiga muito especial, não é Manu?! *-*
Um dia ainda irei reunir todas as minhas redações espalhadas por aí e começar a publicar por aqui, quem sabe ajude alguns estudantes país afora...agora já passei, não preciso me preocupar com concorrentes! hahaha

Tema: "Considerando o contexto social em que vivemos, é possível..." - - desculpa pessoal, mas o resto eu não anotei e não lembro agora...se alguém aí do cursinho ler e souber, deixa nos comentários por favor. Ah! É a proposta 02 do segundo semestre!

                                                                             ***

Todos nós, algum dia, já passamos por momentos difíceis, de conflitos, dúvidas, cansaço e desejamos "jogar tudo pro ar". É inerente ao ser humano a ânsia pela liberdade, pelo livre arbítrio, portanto, cabe a cada um deixar-se agir pelas vontades da mente - ou dos impulsos - e arcar com as possíveis consequências. São Francisco de Assis, por exemplo, foi capaz de abandonar tudo o que tinha, inclusive o conforto de casa e o amor da família, para passar grande parte de sua vida vagando pelas cidades disseminando as palavras de Deus. Assim como São Francisco, diariamente temos o poder e a chance de escolhermos como queremos viver, seja pela vida inteira, seja para as próximas 24 horas. No entanto, devemos estar cientes de que o livre arbítrio serve tanto ao bem quanto ao mal, e basta fazermos uma única escolha errada para sofrermos pelo resto de nossas vidas; desse modo, nada mais saudável do que estar em equilíbrio física e psicologicamente.

Com o advento de novas tecnologias e da globalização o mundo nunca esteve tão conectado quanto nos dias atuais. Através da internet e das redes sociais é possível manter contato com pessoas de qualquer parte do globo, bem como compartilhar desde fatos cotidianos aos mais inesperados. Sendo assim, é cada vez mais difícil nos desligarmos desse meio de comunicação, até mesmo porque ele já está integrado ao nosso dia-a-dia e aos nossos afazeres. É possível, ainda, que o distanciamento dessas conexões comprometam não só o futuro do indivíduo como também de toda a sociedade, visto que há um enorme fluxo de informações e utilidades diretamente relacionadas a esse método de contato, tornando-nos completamente dependentes desses equipamentos, o que a terceira revolução industrial nos comprova.

Um dos principais conflitos da sociedade moderna é o tempo. Mesmo com todo o aparato tecnológico criado com o intuito de otimizar nosso tempo, tornando nossas vidas mais práticas, e os inúmeros livros de auto-ajuda, muitos reclamam da "falta de tempo", o que pode ser traduzido como um sinal de que a cada dia nos tornamos mais escravos de imposições - por parte de familiares, relacionamentos ou nós mesmos. O problema é que grande parte do que nos é imposto fere nosso princípio de livre escolha, causando prejuízos ao nosso bem estar e convivência em sociedade. O filme "Antes que termine o dia" nos ilustra as diferentes interações do homem com o tempo. O protagonista, Ian, abdica de sua vida pessoal para se dedicar ao trabalho, ao contrário de sua namorada, Samantha, que está voltada para as relações pessoais; diante de tal conflito, Ian tem a chance de voltar no tempo e fazer escolhas diferentes - sabendo que ao findar do dia irão se separar - quando decide se dedicar totalmente à felicidade da amada, e percebe que também foi um dos dias mais felizes da vida dele. Portanto, é perceptível que somos nós que construímos nossas vidas e trilhamos nossos caminhos, a cada escolha feita ou "sim" ou "não" respondidos, de forma que torna-se impossível a existência de receitas prontas para o alcance da felicidade e do equilíbrio. Devemos considerar que nossa relação com o tempo é imprescindível à nossa formação, então, é preciso aprender a lidar com ele, ousando, experimentando, sentindo, vivendo e, principalmente, de forma que não haja dúvidas ou arrependimentos, pois o hoje será o passado repleto de recordações de um amanhã misterioso.

O músico Gonzaguinha, em sua célebre música "O que é, o que é?" já nos dizia como é belo ser um eterno aprendiz, além de que "somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser". Dessa forma, a música ratifica e reitera nossa realidade, na qual somos a consequência das nossas escolhas. Se a vida não está de acordo com os planejamentos, porque tememos às mudanças? O fato é que com o passar do tempo ficamos acomodados e resignados. Então, até que ponto podemos abdicar dos nossos sonhos, ou melhor, será que podemos esquece-los? De qualquer forma, não existe jeito certo ou errado de viver, mas existe o jeito próprio, de cada pessoa enfrentar a realidade que a cerca. É necessário termos conhecimento de que um dos fatores mais importante é viver o essencial que nos faça felizes e o bastante que nos faça completos, desconsiderando esteriótipos e críticas, que sempre irão existir, independente da decisão tomada. É certo que a ideia de "carpe diem" é muito atrativa, no entanto em nosso contexto social torna-se praticamente uma utopia, visto que todos temos responsabilidades a serem cumpridas. Dessa maneira, é possível apreender que vivemos entre escolhas e aprendizados diários que levaremos sempre conosco, alimentando a necessidade de equilíbrio, para que as recordações sejam boas o bastante para serem rememoradas com satisfação e para que o balanço final da vida seja positivo; e o autoconhecimento é a chave para melhores escolhas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Novidade!

Consequência de uma pausa...
A maioria aqui sabe que eu não gosto muito de me expor, apesar do modelo inicial do blog. Faço o possível para preservar a mim e a minha família. Entretanto, nesse final de semana passei por ótimas, inexplicáveis, indescritíveis experiências e sentimentos, não só porque passei no vestibular, mas porque pude compartilhar com minha família e com meus amigos um momento único na minha vida. Entremeio a esses momentos algumas pérolas do meu irmão mais novo tiveram grande repercussão, e por inúmeras vezes comentamos que devíamos anotar, arquivar, gravar algumas das coisas que ele diz, para que não se perdesse no tempo, até mesmo porque, ninguém tem memória boa o bastante para arquivar tantas gracinhas! Na verdade, muitas delas já se perderam...
Sendo assim, decidi que ia começar a publicar algumas dessas pérolas por aqui, para que fiquem guardadas e também para que possam alegrar ou surpreender os que por aqui passarem. Não é porque sou a irmã não, mas meu irmão, desde quando começou a falar já surpreendia a todos com sua inteligência, seu jeitinho de ser e agir, deixando a família, é claro, orgulhosa. As primeiras frases já eram no plural, cheia de concordâncias, o que deixava os vários educadores que conhecíamos admirados. A espontaneidade, em dizer o que pensa, o que sabe, o que conhece até mesmo sobre assuntos "de adultos", deixam as pessoas boquiabertas. Enfim, como criança ele tem todas as características de qualquer uma, mas, como dizem algumas pessoas, as características próprias, específicas dele, tal como a inteligência, é que surpreendem, são marcante e deixam a todos vislumbrados.
Vou começar pela mais recente...
No penúltimo final de semana, enquanto andavam pelos pastos da fazenda, meu pai disse que precisava ir olhar uma coisa e que ele podia ficar esperando no local em que estavam, ou seja, meu irmão ia ter que ficar um pouquinho sozinho.  Eis que ele encontra uma pena no chão, ao seu lado, a pega e diz para nosso pai: "pai, se o senhor voltar e encontrar só a pena aqui, é porque a onça me comeu!"  Naquele momento, imagino que muita coisa deve ter passado pela mente hiperativa dele (eu sei bem o que é ter mente hiperativa, ele teve a quem puxar!), inclusive as histórias de animais e principalmente a das onças; tudo num piscar de olhos, como se fosse uma coisa absolutamente natural e normal.

Como é a inauguração desse assunto de postagem, vou deixar outra história...
Meu irmão mais velho está prestes a se formar, em janeiro temos festa! E ele namora firme com uma mulher que toda a família gosta e admira, que curte as mesmas coisas de todos nós, e meu irmão mais novo adora ela, anda com ela pra todo lado, conversa até falar chega (se bem que isso não é difícil pra ele, tagarela que só vendo - e cansando! haha), fica no encalço mesmo. E, diante da formatura do nosso irmão mais velho ele vira pra nossa mãe e diz, como quem não quer nada, como se fosse tudo normal, na verdade, ele dizia isso enquanto tomava banho: "é mãe, agora, o Felipe vai formar, depois de uns 5 meses vai casar, ter um filho..." Minha mãe responde: "nossa Artur, será?! Aí você vai pra escola, vai sair na rua e todo mundo vai falar: 'olha lá o tio Artur, o titio, titio Artur!'. Resposta instantânea: "Aaaah nãão! Então ele pode casar só daqui 5 anos!" - Como quem diz: "eu ainda sou muito novo pra ser tio e vou ser motivo de zombação!" hahaha - - E outro fato interessante é que o banheiro, para ele, é um local especial, nunca vi ter tanta ideia e tantas tiradas nesse tipo de situação...sem contar que ele não consegue ficar calado, portanto, não consegue ficar sozinho, sem ter alguém pra conversar, daí o fato de sempre ter que ter alguém esperando do lado de fora, ou conversando por gritos! hahaha

Talvez muitos achem sem graça, mas, acontece que é impossível passar através da internet a entonação de voz, o jeito dele pra vocês, entretanto, podem ter a certeza de que quem o conhece, além de nunca mais esquece-lo, dá boas risadas na companhia do mesmo!
Ótimo término de semana a todos!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Notícia Boa: PASSEI!

Consequência de uma pausa...
Finalmente venho lhes trazer boas novas! Já era tempo, não é mesmo?! Pois então, declaro para todos os fins que às 2h da madrugada do dia 30/09 recebi a notícia de que tinha sido aprovada para MEDICINA nos dois vestibulares da UNIFENAS, ou seja, passei nas duas provas que tinha feito, e agora ainda posso escolher entre os 2 campus. Ainda tenho dúvidas: Alfenas ou BH? Bom, sobre isso eu deixo para conversar mais tarde, no momento, apenas quero compartilhar a minha FELICIDADE ABSURDA - que não cabe só em mim - com vocês, meus leitores, apreciadores e, por que não, amigos e conselheiros!
Fica a dica de que nunca vale a pena abandonar nossos sonhos, desanimar ou desistir. Tenham a certeza de que é melhor perseverar e ter esperanças, porque quem quer, consegue! Lógico que às vezes é difícil, dá uma vontade enorme de jogar tudo para o alto, de chutar o pau da barraca, mas, são perrengues que nos engrandecem, que aumentam nosso conhecimento e experiência de vida, não é bom, no entanto, também é importante passarmos por momentos assim...posso dizer que aprendi bastante nesses 2 anos de cursinho, adquiri uma experiência de vida enorme, conheci inúmeras pessoas maravilhosas e amadureci bastante.
Como muitos sabem, o início do blog aconteceu como uma válvula de escape para meus tormentos durante todo esse processo. Com o tempo fui diminuindo os desabafos e compartilhando outras coisas, outras informações, outros textos, mas, nunca me esqueci o principal motivo de o blog ter surgido na minha vida. E fico muito feliz por um dia ter tomado a decisão de criá-lo, afinal, ele também contribuiu para que eu atingisse meu objetivo principal dessa etapa da vida, e junto dele vieram algumas pessoas únicas e especiais, com dicas, conselhos, informações, apoio, força, experiência, que, com certeza, também contribuíram. Enfim, gostaria de agradecer a todos que um dia me levantaram, me fizeram sorrir e chorar, me apoiaram, me deram forças, confiaram em mim e sempre deixaram boas energias se propagando por aqui!
Compartilho com vocês esse momento de pura alegria, e espero que muitos outros eu ainda possa compartilhar. Como também espero que essas sejam apenas as primeiras vitórias de muitas que estão por vir, afinal, tenho mais uns 5 vestibulares para prestar! Foi um post feito às pressas, então relevem qualquer coisa, vale o intuito e a felicidade! Um enorme abraço e muitas bençãos a todos!

Fica a dica:
Não Deixe de Sonhar - Chimarruts


Se alguém te encontrar e perguntar por mim
Pode dizer que eu vim pra falar o que ninguém mais
fala e não quer acreditar
Quando ouvir alguém dizer que já não sonha mais é bom
saber rapaz que é capaz de morrer
Que não tem esperança e não quer fazer nascer.

Preste atenção não abra mão dos próprios sonhos
Não tem perdão,não deixe de sonhar
Não deixe de sorrir pois não vai encontrar quem vá

sorrir por ti.




domingo, 12 de junho de 2011

O lado cômico do vestibular

Consequência de uma pausa...

Como já faz um tempinho que não atualizava o blog, pensei em inúmeras maneiras de o fazer. Para primeiro post de junho, no dia dos namorados, por que não falar sobre essa data? Não, todo mundo vai falar, melhor fazer algo diferente. Que tal um conto, suave, bonito e inteligente? Talvez. E o vestibular que você prestou domingo, cujos detalhes estão ativos na memória? Sim, uma abordagem diferente, pode ser legal! Pronto, decidi!

Véspera e dia de vestibular são momentos de comicidade para muitos. Na véspera você se sente nervoso e ansioso, seu estômago já está te incomodando, sente que está precisando se expressar, se libertar de tudo o que te sufoca. Alguns choram, outros cantam, há os que dançam, tem aqueles que escrevem, os que vão para a balada (não indico!), os que precisam "dar uma última olhadinha no caderno", os que dormem o dia inteiro, aqueles que vão ao cinema ou apenas passear no shopping ou parque, uns que se trancam no quarto, outros que se reúnem com a família, aqueles que vão à igreja, enfim, cada um tem seu "ritual" de véspera de prova. Qual o melhor? Bom, cada um sabe de si, o melhor programa é aquele que vai te ajudar, que te fará sentir-se melhor e pronto pra "fechar" a prova no outro dia! No dia do vestibular, o que te incomodava na véspera, agora te desespera. Lógico que sempre tem aqueles tranquilos, que não se importam com nada, do tipo "tanto faz, tanto fez", que chegam a dormir durante a prova e estão o tempo inteiro sorrindo. Mas, a maioria, sente-se pressionada, sufocada, insegura, com medo de não conseguir obter êxito, da não realização de um sonho, dos julgamentos alheios. É nessa hora que os amigos e a família ajudam bastante, pena que muitos não reconhecem o valor e a importância que possuem na vida de alguém. Na verdade, ninguém é feliz no dia do vestibular, nem os mais confiantes, que se dizem com um pé dentro da faculdade, nem aquele candidato que fecha a prova tem certeza que vai conseguir, afinal, "tudo pode acontecer", "já fiz cursinho mesmo, pra fazer de novo não custa muito", muito menos o que se diz tranquilo ou passa essa ideia, porque tranquilo mesmo, ninguém fica, já que a prova é incerta, e diante das incertezas da vida, é impossível ter calma. E assim as coisas vão se encaminhando até o dia da divulgação dos resultados, pois, somente nesse dia tem-se a certeza do sucesso ou do fracasso, porque dentro dentro de si, todos tem a esperança brilhando.

Depois desse relato generalizado, vou direto ao ponto. Quem já prestou vestibular sabe que sempre acontece alguma coisa que te faz cair na risada (depois da prova, porque antes você fica tentando imaginar as questões e as respectivas resoluções - é uma pena que a gente custe a acertar nas adivinhações!). Depois de alguns ocorridos no último domingo, antes, durante e depois do vestibular da UFT, peguei-me recordando momentos "alegres" que já presenciei nas minhas maratonas prestando vestibular.

1. Os Novatos: Tem sempre aqueles novatos (diga-se os candidatos que estão prestando vestibular pela primeira vez) que não leem o edital. E então chegam totalmente desorganizados para realizar a prova, com alguns desrespeitos ao edital, usando boné, por exemplo. Os fiscais se aproximam e eles enchem os fiscais de perguntas, cujas respostas eles saberiam se estivessem se informado melhor antes. Chamam a atenção de todos pela curiosidade, ou medo de cometer algum erro e ser desclassificado antes mesmo de começar a prova. Alguns ficam muito nervosos e não compreendem o próprio sentimento, por ser a primeira vez sentindo aquela sensação que só quem já passou por isso sabe, por isso, ficam um pouco descontrolados, o que também chama a atenção. Enfim, é possível reconhecer alguns marinheiros de primeira viagem facilmente.

2. Os Super Comunicativos: Aquelas pessoas nervosas - ou não, prefiro acreditar que é nervosismo do que aceitar a existência de pessoas tão sem noção-, que não conseguem se conter e iniciam conversas com o desconhecido que está ao lado. Na maioria das vezes puxam assuntos sem pé nem cabeça. Geralmente são essas pessoas que riem demais, alto e desnecessariamente, que acham que já tem intimidade, que querem descobrir tudo da vida dos concorrentes, que ficam oferecendo balinhas, chicletes e chocolates, começam a dividir suas vidas e, pior, tentam passar o telefone, o orkut, o msn, o facebook, para se comunicarem e dizerem se foram aprovados...vai entender, né?!

3. Os "piqueniqueiros": Por falar nisso...sempre tem os ansiosos de plantão que não se contentam com uma simples barrinha de cereal e levam pacotes de bolachas recheadas, caixas de bombons, barras de chocolate, refrigerante, energético, uma caixa de balinha e inúmeros chicletes, é tanta guloseima que muitas vezes levam numa sacola - sacola, não sacolinha!. Como dizem alguns conhecidos: "tem gente que vai pra prova só pra comer e não fazer!". Lógico que todos estão ansiosos, mas, acredito que essa comilança, ou piquenique, mais atrapalha que ajuda. Além do quê, não atrapalha só o candidato mas todos que estão na sala, porque, convenhamos, é insuportável quando alguém fica o tempo inteiro abrindo esses pacotes, fazendo aquele barulhinho irritante, pior ainda quando tenta esconder e vai aos poucos, devagarinho...

4. Os modelos: Quanto às roupas...aaah se eu pudesse tirar fotos! Tem umas pessoas que sentem necessidade de aparecer e chamar atenção, isso é fato, mas no vestibular é demais! Esse tópico é voltado principalmente às meninas, aquelas que vão com a ideia de seduzir um fiscal, com super decotes, ou "barriguinha" a mostra - mesmo fora de forma!, mini-saias - daquelas que você não acredita que a pessoa vai ter coragem de sentar! Compreendo que devemos ir do jeito que acharmos melhor, confortáveis, entretanto, também acredito que é preciso ter bom-senso, né?! Já presenciei meninas de bota de cano alto em pleno verão goiano também, melhor nem comentar! Os meninos nesse quesito não aparecem tanto, ao menos nas minhas observações. Algumas se produzem tanto que você até imagina "essa aí nem dormiu, veio direto da festa". Maquiagem exagerada, roupa exagerada, acessórios exagerados, e eu só gostaria de uma coisa, que minhas notas sejam exageradas!

5. O plac-plac: Pior que maquiagens, roupas e acessórios exagerados, que além de alguma poluição visual não causam mais nada, é o salto alto. Sim, o salto alto de algumas fiscais, principalmente, é horrível. Elas ficam andando, verificando, observando, e o salto lá, marcando mais presença que a própria dona, com aquele barulho plac-plac-plac enquanto você está tentando resolver aquela questão absurda de física. Então, fica a dica, para fiscais e candidatas, não vão de salto alto, ok?!

6. Os necessitados: O nervosismo muitas vezes faz com que o organismo se desequilibre, assim sendo, não são poucos os candidatos que necessitam ir ao banheiro ou beber água de meia em meia hora, nesse caso, eu apenas digo o que dizem: "se não fosse trágico, seria cômico!"

7. Os Fotógrafos: Recentemente, numa prova de vestibular, uma menina - muito alegre diga-se de passagem - levou sua máquina fotográfica e chamou os "colegas" da sala de prova para tirarem uma foto de recordação!! Ao saber dessa história, foi impossível não rir, e fiquei sabendo a partir de uma testemunha que estava na mesma sala que a menina feliz! Agora me pergunto, como pode uma coisa dessas? O que ela tem na cabeça? Sem contar que o porte desse tipo de equipamento causa eliminação. Portanto, caros candidatos, nunca  inventem de querer tirar fotos no local de prova, não há necessidade disso, apenas passem no vestibular que todos irão saber que você fez a prova...

8. Os tranquilões: Os mais tranquilos chegam com boné, óculos escuros (sem prescrição médica), aparelhos eletrônicos e mascando chiclete de boca aberta. Aí, os fiscais se aproximam com as informações de proibições e consequências. Eles tiram o boné e deixam a mostra o cabelo desarrumado, colocam o óculos escuro e o celular dentro do boné no chão, ou, no saquinho disponibilizado, continuam mascando chiclete de boca aberta. Fazem a prova como se fosse algo normal, chegam e saem sorrindo. Geralmente vão de bermudões e chinelo. Você percebe que ao sair eles já tem um esquema ajeitado (uma festa pra ir, por exemplo). E, provavelmente ele tomará sua vaga, porque está tranquilo, relaxado, e você nervoso, pense nisso também!

9. Os derradeiros: Sempre tem aqueles que chegam de última hora, esbaforidos, com suor escorrendo, cara de cansados e assustados. Não são tão cômicos devido a situação, visto que por pouco eles perderiam a prova, mas, sem hipocrisia, a pessoa chega com uma cara engraçada. Alguns riem de nervosismo, rezam, vão contar a história, ficam vermelhos de vergonha e constrangimento. Também tem os que perdem a hora e não fazem a prova. É complicado isso, porque você estuda o ano inteiro para àquele momento, conta os meses, os dias, as horas e quando chega você simplesmente vacila?!! Nem que tenha que sair 1 dia antes de casa, se é o que você quer, tem que correr atrás, ou melhor, tem que ir com calma, chegar com antecedência, se concentrar e preparar, não dá para deixar tudo de última hora!

10. Os curiosos: Também ocorre de nos depararmos com candidatos que não estão corretamente ou tecnicamente preparados para a prova. Mesmo com todas as informações nos cartões resposta, com as informações que os fiscais transmitem, com as explicações dos editais, não param de fazer perguntas. Tiveram alguns que também erraram e fizeram o maior escândalo na minha sala, uma menina, por exemplo, simplesmente resolveu as 2 provas de lingua estrangeira e marcou as 2 no gabarito, sendo que deveria ser só uma, a que escolhemos no momento da inscrição, desse modo, a matéria que tinha pra marcar depois da prova de língua estrangeira, ela não marcou, ou seja, com gabaritos trocados e errados, ela não tinha chance. Vale a pena perguntar quando se tem dúvida, lógico, mas como vestibulandos devemos ler os editais, se informar antes da prova.

11. Os excessivamente inseguros: Alguns candidatos sentem-se mais confortáveis e preparados se estudarem até os 30 segundos antes do início das provas, daí, levam cadernos, livros, apostilas, chegam cedo, ficam lendo, escrevendo, falando em voz alta, entram pra sala, sentam e continuam, até o fiscal chegar e mandar guardar. Pode até ser que ajude, mas, é difícil né colegas?! Você vai fazer a prova com o que você sabe de verdade, com o que está guardado na sua mente, com o seu cérebro exercitado durante todo o ano. Não dá para aprender muito na reta final, concordemos...

Bom, provavelmente esqueci de alguns, deixei de contar alguns casos, mas, o que vale é a intenção, não é mesmo? Se alguém aí quiser completar, comentar, discordar, concordar, só deixar nos comentários. De qualquer forma, acreditem, tudo o que está aqui é a verdade. E, por favor, você que vai prestar vestibular, prepare-se beeeeeeem antes, pra não passar vergonha, não correr o risco de ser eliminado, não atrapalhar os outros que também deram duro ou não virar história contada num blog...

domingo, 29 de maio de 2011

O que há de errado com o homem?

Esse foi um dos meus melhores textos produzidos esse ano, então, pensei: "por que não compartilhar com o mundo?". Acredito que ele passa uma ideia e promove uma reflexão da qual todos nós sentimos necessidade. Afinal, quem não sonha em ser eternamente feliz?

Tema: O que há de errado com a felicidade?
Gênero: Artigo de Opinião
Trilha sonora: O que é, o que é? - Gonzaguinha

Diversas batalhas são travadas no decorrer do dia por inúmeras pessoas, que estão em busca da concretização dos sonhos e da conquista da felicidade. Dizem que a finalidade da vida é “ser feliz”, entretanto, alguns mal sabem como alcançar esse estado abstrato fortemente almejado e o quanto sua presença ou ausência é capaz de influenciar nossas vidas. Há quem se pergunta, inclusive, o que há de errado com a felicidade, pois eu acredito que a pergunta seria: o que há de errado com o homem?
 
O filme “Em busca da felicidade” é um exemplo da forma como muitos lidam com a falta de felicidade e até onde estão dispostos a ir para senti-la. Chris Gardner (Will Smith) é capaz de atropelar todas as dificuldades e obstáculos para conseguir uma vida digna a ele e, principalmente, ao filho. Essa história nos mostra claramente que a capacidade para encontrar a felicidade está dentro de cada um de nós e é relativa de um indivíduo a outro.

A relação do homem com a felicidade ultrapassa milênios. Desde os filósofos gregos que buscavam-na através da sabedoria, ao século XXI, no qual as concepções de vida a respeito da conquista da felicidade são as mais diversas possíveis. Desse modo, verificamos que esse sentimento não passa de um estado psicológico momentâneo regido por escolhas próprias. Ou seja, não é um sentimento eterno, se esvai com o tempo e conforme amadurecemos, mudemos de opinião ou encontremos algo que nos fará ainda mais felizes que dantes.

O fato de sentirmo-nos felizes está diretamente ligado às relações interpessoais que mantemos. As redes sociais, portanto, conquistaram um importante espaço no “precioso” tempo dos internautas. Não é à toa que empresas criam programas para motivarem e construírem um local de trabalho melhor e mais saudável, tudo fundamentado na idéia de proporcionar alegria aos funcionários que, em conseqüência, produzirão mais e com maior qualidade. Por outro lado, a internet e o meio midiático em geral, podem interferir drasticamente no modo de vida das pessoas. Através de propagandas publicitárias voltadas para “resolução de problemas” fácil e instantaneamente – tais como perca de peso rápida, transformação do corpo para se igualar a alguma famosa em uma semana, conquista de um grande amor – vendem ideais e padrões de consumo acrescentados da idéia de que de tal modo qualquer um poderá atingir um nível de felicidade plena. Creio que dessa forma conquistam “clientes” alienados e frustrados. É fundamental enxergarmos a felicidade naquilo que temos e não nos estereótipos impostos pelo “mundo”. A felicidade só será alcançada quando a pessoa estiver em harmonia consigo e com o mundo. Devemos ter a consciência de que muitos bens cruciais para sermos felizes não podem ser adquiridos em lojas, até mesmo porque, não possuem preço.

É claro que à medida que o homem evolui torna-se mais insaciável. A partir do momento em que os resultados desejados não são atingidos e a felicidade não se faz presente, a vivência torna-se uma tarefa complicada. Assim sendo, uma imperfeição no início dessa trajetória provoca caos quando percebe-se que a alegria não é completa e que a responsabilidade é individual. Nesse contexto de frustrações há chances de deturpações de valores que podem levar a transgressões, como uso de drogas e violência, alterando o bem estar social, afinal, vivemos em uma sociedade, na qual todos interferem no meio, independente da própria vontade e mesmo que o individualismo muitas vezes prevaleça sobre a coletividade.

Nada de errado há com a felicidade. São as atitudes inconscientes ou alteradas do homem que nos trazem essa falsa idéia. Acredito que a felicidade está no modo como decidimos enxergar a vida. Precisamos estar preparados para inúmeras adversidades e limitações. É devido a essa dificuldade em contornar obstáculos e visualizar o mundo com clareza que poucos realmente alcançam um estado de felicidade, sabedoria e sensação de bem estar.

sábado, 21 de maio de 2011

Um brilho no olhar

Consequência de uma pausa...
Tema: Os espaços urbanos das grandes cidades e a qualidade de vida.

Acordei atordoado, sequer soube reconhecer onde me encontrava. Não conseguia abrir meus olhos, nem me mexer, o que me deixou desesperado. Comecei a ouvir uns barulhos típicos de hospital e algumas vozes a minha volta, embora não soubesse distinguir as pessoas. Falavam em tom de preocupação e seriedade, imaginei que fossem médicos. Tentei me recordar como fui parar ali, mas, fui interrompido por uma visita.

Minha filha sentou ao meu lado e começou a conversar. Minha maior vontade era poder dizer o quanto a amava – há quanto tempo não dizia isso! - e perguntar o que estava acontecendo comigo. Sentia-me como uma criança indefesa, necessitada de colo e carinho. Percebi que ela se perguntava, com tristeza, como tudo tinha acontecido, como eu deixei chegar àquele ponto. Desse modo, fui recuperando minha memória a respeito de como estava agindo nos últimos anos.

Lembrei-me de quando a mãe dela ainda era viva e morávamos no interior de Goiás. Tínhamos nossa casa simples e confortável, conhecíamos todos os vizinhos e todas as semanas havia reuniões entre amigos. Não raro, no fim da tarde, sentávamos na porta de casa e ficávamos observando o movimento da cidade, que não era muito. Nos finais de semana íamos à fazenda, cavalgávamos e pescávamos. Também deixávamos que as crianças se esbaldassem na terra fofa. Incrível como todos se conheciam, se respeitavam, eram cordiais e estavam dispostos a ajudar uns aos outros. A cidade não tinha uma estrutura das melhores e estava longe de ser sinônimo de progresso, mas ainda assim proporcionava muita alegria aos moradores, ninguém queria se mudar. Entretanto, depois de receber uma ótima oferta de emprego, mudei junto de minha família para a capital.

Passamos a morar em apartamento, cercados por grades e câmeras de segurança. Os únicos que sabiam de nossa existência e rotina eram os porteiros, nem mesmo conhecíamos nossos vizinhos. Minha mulher começou a trabalhar e nossos filhos ficavam o dia inteiro por conta de empregados, escola e atividades extracurriculares. Quando chegava a noite queríamos apenas dormir e descansar. Não havia mais diálogo, muito menos família unida. Agora cada um tinha sua vida, sua rotina, seus amigos.

Após três anos morando em Goiânia senti os sinais da velhice se aproximando. Estava sempre cansado, sem fôlego, estressado, ansioso e dormindo pouco. O cigarro e a poluição faziam parte de mim e agravavam a situação do meu sistema respiratório. Tinha parado de caminhar e tornado um exímio sedentário.

Recordei-me, então, de um dos maiores sufoco pelo qual passei. O dia em que colidi com outro carro. Estava com muita pressa e com sono. Ao menos assumi a responsabilidade, o que não evitou xingamentos, desrespeito e quase agressão. Foi nesse dia que sofri meu primeiro enfarto. Dei-me conta de que esse não foi o único episódio em que me descontrolei. A briga no supermercado, a discussão com o síndico, as buzinadas no trânsito, o mau cheiro no prédio devido à grande quantidade de lixo, os empurrões na fila do banco, a briga com meu filho por causa das festas, bebidas e companhias, a morte da minha mulher e, por fim, o assalto.

De súbito lembrei-me porque estava na unidade intensiva. Fui assaltado e reagi, não esperava que ele fosse capaz de atirar em mim. Por um segundo acreditei que ainda estivesse no interior do estado e que fosse possível resolver os problemas apenas com uma conversa. Realmente, nossa vida tornou-se insignificante, assim como inúmeros valores foram deturpados e perdendo sentido.

Os médicos voltaram acompanhados dos meus filhos. O efeito do tratamento não estava sendo satisfatório. Para eles, era como se eu já estivesse morto. Percebi que eles choravam e se despediam de mim. Meu desejo era poder abraçá-los e pedir desculpas por todos os erros cometidos. Uma aflição terrível tomou conta de mim. Tinha que existir alguma forma de me expressar, de avisar que eu estava bem, que eu podia ouvi-los, que eu os amava e que me comprometia a mudar meu comportamento. Se fosse necessário, voltaríamos a ter nossa vida no interior – que saudade! Então, uma lágrima escorreu de meus olhos. Lembramos que Deus existia. O aviso foi dado. Sim, eu estava vivo. Sim, eu os amava. Sim, eu estava pronto para operar mudanças. Naquele momento, concentrava-me em poder abrir os olhos, renascer e enxergar o colorido da vida outra vez...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Quanto à discriminação

Consequência de uma pausa...

Um amigo, ainda num caminho de incertezas e aceitação, me indicou dois videos cujas campanhas são voltadas aos gays. Fui assistir e me encantei com as mensagens transmitidas. Acredito que ser ou não gay está acima de qualquer escolha que se possa fazer por influências externas, a pessoa nasce ou não gay. E quando se nasce de um jeito, não se muda. Certa pessoa me disse uma vez que por mais que achamos que estamos errados, não precisamos mudar, devemos apenas nos harmonizar conosco e com o mundo que nos cerca, simplesmente aprender a viver.





A homossexualidade já faz parte do nosso cotidiano, não temos o que discutir quanto a isso. O problema está no fato de algumas pessoas ainda rejeitarem e, pior, agirem com violência, achando que tem o direito de interferir nas escolhas dos outros e que vão mudar alguém a base de tapas, quanta ignorância! Ainda tem aqueles que por medo de represálias, discriminações, não aceitação, julgamentos alheios, tentam fugir do que realmente são, ou, esconder o máximo que puderem. Isso tudo só acontece porque mesmo vivendo em um país de enorme miscigenação e heterogeneidade, ainda há preconceito. Os homossexuais sentem-se reprimidos em assumir suas escolhas, simplesmente porque alguns acham-se os certos, os donos da "verdade absoluta" e enxergam-se no direito de julgar os outros por serem diferentes. Oops! Quem falou em diferença?? Nada disso, conceito errado, não existem diferenças. Homossexuais também amam, sentem, choram, sorriem, enfim, não são "bichos" estranhos, são humanos como quaisquer heterossexuais.

Aproveito o ensejo para esclarecer que não só o preconceito contra os homossexuais, mas qualquer tipo de precoceito e discriminação, qualquer tipo de bullying, em desfavorecimento à qualquer pessoa, é totalmente ultrapassado e inadmissível. Qual a dificuldade em aceitarmos as pessoas como elas são? Tudo bem se você não gosta de se relacionar (no sentido de manter amizade, trabalhar, conversar...) com homossexuais, sei lá por qual motivo, mas, se esse for o caso, basta distanciar para evitar qualquer constrangimento, pronto. Por que podemos viver bem em meio aos heteros e não em meio aos GLBT's? Por que os negros, os portadores de síndrome de down, os "gordinhos", os "magrinhos", os autistas e etc., são diferentes dos considerados normais? Na verdade, o que é ser normal? Sabe, adoro a propaganda dos portadores de síndrome de Down, que diz: "Ser diferente é normal", será por quê, né?!
- - Como a propaganda, acredito eu, todos já viram, posto aqui uma música da Xuxa (sim, a "Rainha dos Baixinhos" - apelido do qual eu não sou muito simpatizante, nem dela, mas, fica pra outra vez...rs), que fala sobre bullying, discriminação e preconceito e, que pode ser uma aliada para a conscientização das crianças e adultos ainda imaturos...



Também quero postar aqui, um texto de uma campanha, iniciada há algum tempo...

#eusougay

"Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só!
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —" 
(O prazo para enviar as fotos foi prorrogado até o dia 08 de maio!)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

História. Realidade. Tragédia.

Consequência de uma pausa...

A partir de 3 aulas recentes pensei nesse post. Uma aula de radioatividade (fissão e fusão nuclear = formação de bombas atômicas - produção de energia), outra de química orgânica com direito a saber dos poderes destrutivos do TNT (trinitroglicerina) e uma proposta de redação a respeito do papel das armas para a humanidade, com um ótimo intertexto com o filme Lord Of War (O Senhor das Armas - 2005). Acredito que vocês já compreenderam do que se trata os meus escritos de hoje, infelizmente, da nossa realidade, da capacidade destrutiva e autodestruição do ser humano.

Não é fácil falar de guerras, bombas, mortes, vidas - inocentes ou não -, desarmamento, armamento, destruição e tristeza. E, essa dificuldade maximiza-se quando, recentemente, uma tragédia ocorreu perto de nós, potencializada pelo uso de armas de fogo por pessoas civis. O infeliz acontecimento na escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, fez com que os discursos pró e contra o desarmamento voltassem mais veementes e categóricos. Estamos diante de um impasse, de difícil resolução, é certo alguns se desarmarem e outros não? E o direito a igualdade? Mas, e as mortes, as fatalidades, causadas por armas de fogo empregadas erroneamente? E as crianças que brincam com essas armas e acabam por machucar outras pessoas ou tornando-se mais violentas? E as reações a assaltos que poderiam não terminar em morte? E o direito a defesa que todo cidadão possui? E os bandidos, continuarão armados? O desarmamento, facilitará a ação policial? E aqueles subornos, vamos ficar livres deles? É possível (re)construirmos um país livre de armas de fogo e tudo o que as envolve? Como seria bom se pudéssemos prever o futuro tim-tim por tim-tim e assim evitar erros no presente...

Quanto ao desarmamento e toda a campanha, vale a pena ler pontos de vistas diferentes para que possam chegar a uma conclusão final. Eu prefiro não comentar muito sobre isso agora, se tudo der certo, posteriormente, publico uma dissertação a respeito disso, com a minha opinião, por enquanto, indico dois sites de opiniões opostas a respeito do tema:
Comitê Paz
Desarmamento: A Falácia

É sabido que as bombas atômicas lançadas no Japão pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial não eram necessárias, então, surge outra pergunta, por quê? Simples, demonstração de poder. O ex-presidente norte-americano H. Truman ao ser informado do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, disse: "Este é o maior evento da história". Já o alto oficial cujo nome em código era Manhattan District Project, afirmou: "Era importante que a bomba atômica fosse um sucesso. Havia-se gastado tanto para construi-la...Todas as pessoas interessadas experimentaram um alívio enorme quando a bomba foi lançada". Assim, essas afirmações são claras demonstrações do significado dessas bombas, ou seja, o governo norte-americano ingnorava os princípios éticos (já que se tratava do fim de uma guerra, em que já se tinha a certeza dos "vencedores e derrotados") para impor a sua primazia político-militar no mundo, que, por sua vez, daria início ao período de Ordem Bipolar, determinado Guerra Fria, onde se contrapunham duas grandes potências mundias: EUA (capitalismo) X URSS (socialista), um período de "equilíbrio do terror" ou, de "guerra improvável, paz impossível".


 "A primeira bomba 'A' da história foi lançada pelos EUA sobre a cidade de Hiroshima no dia 06 de agosto de 1945. A explosão ergueu um cogumelo de devastação de 9000 metros de altura, gerando um calor perto de 5,5 milhões de graus centígrados. Na época, Hiroshima tinha 330 mil habitantes, o bombardeio matou cerca de 130 mil e feriu outras 80 mil pessoas".

Atualmente, as discussões em torno do enriquecimento de urânio e da geração de energia nuclear estão em evidência, principalmente pelo triste ocorrido no Japão. Então, ilustro com outro video a respeito dos testes nucleares, que nos faz imaginar o poder de destruição incrustado nessas bombas, que poderiam até mesmo disseminar a humanidade. O problema é: quando, afinal, o homem vai perceber que as guerras, as bombas atômicas, não passam de armas autodestrutivas incontroláveis? Quando o homem vai usar a ciência envolta nas bombas em favor da humanidade, em prol do bem estar social?




 Detalhe: Einstein no final indica uma expressão de: "como o homem é capaz de desviar progressos da ciência do bem para o mal?!" Já que Einstein era contra os testes nucleares e as bombas atômicas, inclusive, se não me engano, ele chegou a ganhar um Prêmio Nobel da Paz.





O filme O Senhor das Armas se passa nesse período (de Guerra Fria), e, trata sobre a indústria bélica e seus reflexos no mundo. Com uma crítica de alta qualidade, o filme é tanto para quem gosta de cinema e "bons filmes" como para quem gosta de filmes políticos, com vies de engajamento social e duras críticas, que vão desde o alto escalão da sociedade e do governo aos simples cidadãos envolvidos ou não em guerras - ou disputas de poder, mesmo que seja em um bairro ou favela (mais próximo da nossa realidade). Retrata o que se passava por trás das duas superpotências já citadas, suas indústrias bélicas, seus poderios e os efeitos de suas intervenções nos choques indiretos - guerras quentes que ocorreram sobre suas influências em outros territórios.



 


Enfim, a história nos mostra o quanto o progresso nos traz consequências boas e, também, ruins, tudo depende de como o homem irá usar o poder que tem em mãos. O mesmo posso dizer das armas, o homem a tem, só resta saber se vai ou não usa-la em prol do bem estar - por mais difícil que seja imaginar bem estar através de armas de fogo, pois sempre alguém ou algum animal termina machucado. Os filmes ilustram nossa realidade, e, assim, percebemos que vivemos cercados por tragédias. Imaginem quantos casos não noticiados existem a respeito de vítimas inocentes de armas, bombas, guerras e tudo o mais que o homem possui de ruim em seu interior e o externa através da violência, destruição e atos completamente irracionais. Espero que essa postagem de hoje sirva como reflexão para todos os que lerem e, a partir das reflexões, mudanças para o bem, por menores que sejam, ocorram a nossa volta, para podermos (re)construir um país, um mundo melhor, isso é o que verdadeiramente necessitamos!
Boa Quarta a todos!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Outro domingo...de Páscoa!

Consequência de uma pausa...

Confesso que iniciei um post sobre a Páscoa, mas foi ficando muito complexo, minha mente foi pensando a mil por hora, as críticas estavam pesadas (Senhor, perdoa-me! rs) e devido ao tamanho do post e o fato de eu ter que revisá-lo antes de publicar, mudei de ideia e de data para a publicação do mesmo.

Sendo assim, vou manter o ambiente mais leve por hoje, em contraste com meu peso após voltar a comer chocolates. Para quem comia chocolate diariamente, e não se contentava com apenas 30 gramas de chocolate amargo ou meio amargo (de acordo com as recomendações médicas), passar a quaresma e a Semana Santa sem se deliciar com essa "iguaria" foi bastante difícil. Sim, eu sou chocólatra, mas também sei me controlar, e, acho que depois dessa penitência, a ingestão desse produto vai até diminuir.

Não me satisfaz completamente dar margens à minha pressa e à superficialidade, mais uma vez, porém, é o que eu tenho para hoje. Espero, de novo, que não se sintam "desrespeitados" pela minha falta de presença nesse espaço e falta das minhas expressões, opiniões, ou, que seja, dos meus contos e devaneios. Logo, tudo voltará ao normal. Acho que assim que eu entrar nos eixos, o blog volta ao seu eixo também, não vou me prolongar nesse assunto agora, primeiro que não vem ao caso e segundo porque seria mais complexo que explicar minhas opiniões a respeito da Páscoa e de tudo o que a envolve, rs.

Sabe, se tem uma propaganda (das poucas que vejo) que me impressionou nesses últimos dias foi a da Coca-Cola. Já se vão quase 3 anos que eu não bebo refrigerantes, ou, bebidas gaseificadas. Nunca fui muito fã, mas, por fim, ingeria praticamente em todos os finais de semana, coisas de família. Tudo começou com penitência de quaresma que eu decidi prolongar. Aos poucos, percebi que realmente não me fazia falta, e nessa de não me fazer falta também ganhava em saúde, visto que esse tipo de bebida não é saudável, então, decidi parar de vez. Desse modo, posso dizer que hoje valorizo muito mais uma garrafinha de água mineral ou de suco. E, ainda, descobri que a maioria dos meus amigos também decidiram parar de beber refrigerantes ou já não bebiam, ao ponto de combinarmos de sair e 90% das pessoas da nossa mesa estarem bebendo suco ao invés de refrigerante. Enfim, o ponto principal é a maneira como as marcas vão se reinventando, tentam se aproximar dos consumidores, aumentar esse número e, agora, também tentam conscientizar a população para o bem, o que me admira - mas, não me faz voltar a ingerí-la, rs.


A partir da propaganda publicitária...
1. Não precisamos ser sempre negativos, pessimistas. Sempre temos a chance de olhar para o lado e procurar algo de bom, que nos motive, afinal, se tudo a nossa volta nos entristece, há algo de errado nisso aí...
2. As crianças são simplesmente seres divinos, capazes de mudar as atitudes dos pais, de propagar alegria, paz, amor e mudar toda uma história, ou, várias histórias e ambientes.
3. A corrupção deve ser sempre combatida, mas também não podemos nos esquecer de combater as doenças que nos cercam, de combater a falta de consciência das pessoas que tem medo de doar sangue e salvar vidas. Pessoal, doar sangue vai além de "ser furado" e retirarem "algo seu", doar sangue é salvar vidas, é praticar o bem (sem ver a quem), é fazer pessoas e famílias mais felizes, é dar a chance de sobrevivência para alguém, é dar uma segunda chance, é curar, é pensar um pouco mais no próximo e deixar o egoísmo e a ignorância de lado.
4. Destruir a natureza = destruir a si mesmo, pensem nisso. Embora 98% das latinhas de alumínio sejam recicladas, o Brasil ainda está longe do necessário para que o ambiente não sofra demasiado, muitas outras coisas precisam ser recicladas, inclusive, muitas vidas precisam ser recicladas, vidas que se encontraram no lixão, nas ruas, em meio a lixo que também poderia ser reciclado e não será...
5. Guerras são retrocessos, que poderiam ser evitados se soubéssemos viver em sociedade, se soubéssemos diminuir um pouco os interesses capitalistas, egoístas, dominadores e sobrepor os interesses de salvar o mundo do que há de errado.
6. Tá que eu tenho alergia dos bichinhos de pelúcia, mas, eles são fofos, representam coisas boas, marcam bons momentos e relacionamentos, então, que sejam produzidos a todo vapor e substituam as armas...
7. Que o amor seja propagado, disseminado muito mais que o medo, embora este também seja inerente ao ser humano. De qualquer forma, o amor é sublime, nos faz o bem, ajuda a formação de um mundo melhor, ao contrário do medo, que reprime, isola e muitas vezes (não todas) faz mal.
8. Para cada arma vendida, 20 mil pessoas são capazes de compartilhar algo do qual ambas gostam, isso é olhar ao próximo, é compartilhar alegria, mostrar amor, união e o bem.

Com certeza, há razões para acreditar que os bons são maioria. E, há muitas outras razões para acreditar que devemos aumentar o número de bons e disseminar essa maioria mundo afora, para que o bem chegue ao maior número de pessoas possíveis...
Sim, me encantei com essa propaganda da Coca. Que as pessoas não se lembrem só de ingerir a bebida, mas também se lembrem da mensagem que a propaganda passa e pratiquem o bem.

Uma ótima semana a todos que por aqui passarem!

Uma musiquinha para vocês: