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15.6.13

ALGURES NO ALTO MINHO

        Foto(C)J Moedas Duarte


Tudo ganhou sentido num momento...
Água mansa com choupos reflectidos,
teu olhar descansava no do Poeta;
e a poesia das coisas sem Poesia,
que no olhar do poeta dormitava,
de súbito nas coisas acordava
- tão natural, tão íntima, tão própria,
como se fora delas que nascera...

Sebastião da Gama
CABO DA BOA ESPERANÇA,
2ª edição, Edições Ática, Lisboa, 1968


11.7.12

VERMELHA FLOR TENRINHA...





LEMBRANÇA

Foi naquela tarde,
 já distante...

Mas foi tão nítido e tão vivo,
Amor!, o beijo que me deste,
que não consegue ser saudade.

Flor cálida, vermelha flor tenrinha
que nos lábios contentes me deixaste...

Triste, já o Outono se avizinha.

Só essa flor não quer tombar da haste...

(Sebastião da Gama,
Cabo da Boa Esperança,
Ed. Ática, Lx, s/d)
Foto (C) J Moedas Duarte

2.1.10

COMPANHEIRA





Não te busquei, não te pedi: vieste.

E desde que eu nasci houve mil coisas

que a meus olhos se deram com igual

simplicidade: o Sol, a manhã de hoje,

essa flor que é tão grácil que a não quero,

o milagre das fontes pelo estio...

Vieste (O Sol veio também, a flor,

a manhã de hoje, as águas...). Alegria,

mas calada alegria, mas serena,

entendimento puro, natural

encontro, natural como a chegada

do Sol, da flor, das águas, da manhã,

de ti, que eu não buscara nem pedira.

E o Amor? E o Amor? E o Amor?

-: Vieste.


Sebastião da Gama, Campo Aberto

Foto: "Andorinha do mar", do blogue "Look at the earth"

22.10.08


PLENITUDE

Sorri, sorriste. O Mundo era pequeno.
Mas bastava. Cabia nele, intacto,
o encantamento pleno
que te detinha ali, junto de mim,
que nos detinha ali, serenos, puros,
longe da multidão, longe do tempo
- rio que passava ao largo e nós ficávamos.

Sebastião da Gama, in Campo Aberto
Imagem daqui