ARTE DE - WILHELM AMBERG Anda em mim, soturnamente, uma tristeza ociosa, sem objetivo, latente, vaga, indecisa, medrosa. Como ave torva e sem rumo, ondula, vagueia, oscila e sobe em nuvens de fumo e na minh’alma se asila. Uma tristeza que eu, mudo, fico nela meditando e meditando, por tudo e em toda a parte sonhando. Tristeza de não sei donde, de não sei quando nem como… flor mortal, que dentro esconde sementes de um mago pomo. Dessas tristezas incertas, esparsas, indefinidas… como almas vagas, desertas no rumo eterno das vidas. Tristeza sem causa forte, diversa de outras tristezas, nem da vida nem da morte gerada nas correntezas… Tristeza de outros espaços, de outros céus, de outras esferas, de outros límpidos abraços, de outras castas primaveras. Dessas tristezas que vagam com volúpias tão sombrias que as nossas almas alagam de estranhas melancolias. ...