O Palácio de Mafra era visitado regularmente pela Família Real que aqui vinha várias vezes ao ano, normalmente para caçar na Tapada. Todo o mobiliário e decoração desta sala é alusivo a este gosto dos reis.
O maior tesouro de Mafra é a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e uma coleção de mais de 30 000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. Abrange áreas de estudo tão diversa como a medicina, farmácia, história, geografia e viagens, filosofia e teologia, direito canónico e direito civil, matemática, história natural, sermonária e literatura.
Situada ao fundo do segundo piso, a biblioteca rivaliza em grandiosidade com a Biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Desenhada por João Frederico Ludovice, sendo as estantes de autoria de Manuel Caetano de Sousa, tem 88 metros de comprimento, 9,5 metros de largura e 13 metros de altura. O magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e branco. As estantes de madeira em estilo rococó, situadas em duas filas laterais e separadas por um varandim, contêm milhares de volumes encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento ocidental dos séculos XV ao XIX. Entre eles, muitas jóias bibliográficas, como incunábulos. Muitos deste volumes foram encadernados na oficina local. A biblioteca de Mafra é também conhecida por acolher morcegos, que ajudam a preservar as obras.[
Mafra, 15 de Agosto de 2019