Pensamentos
literários
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O universo literário sempre me fascinou, ao
ponto de levar-me a querer obter o máximo de conhecimento possível.
Sabendo, de antemão, que dificilmente teria
acesso a tudo aquilo que vale a pena ler, fui construindo a minha biblioteca de
acordo com as possibilidades, tentando abastecê-la com a maior diversidade de
géneros e conteúdos.
Com este propósito, para além de muitos
clássicos da literatura, de diferentes épocas, origens e correntes literárias,
também procurei adquirir ensaios relevantes, de pensadores portugueses.
O problema que tenho enfrentado, nos últimos
tempos, é a escassez, cada vez mais evidente, de pensadores lusos
contemporâneos.
Depois de Agostinho da Silva e Eduardo
Lourenço, parece que se abriu um fosso na intelectualidade porque já quase
ninguém quer dissertar sobre o pensamento português.
Tendo refletido no assunto, e conhecendo os
diferentes ambientes literários nacionais, cheguei à conclusão que este vazio
deve-se, em grande medida, ao facto de estarmos a viver num tempo em que a
maioria das criações literárias carece de consciência autoral e, por essa
razão, não resultar de um pensamento crítico e coerente, mas sim de imediatismo
sensaborão sem qualquer dose de filosofia associada.
Até pode ser que me engane, mas não creio que
nos tempos mais próximos possamos assistir ao aparecimento de algum nome
importante nesta área, tal a preguiça de pensamento que grassa nas letras lusitanas.