Mostrar mensagens com a etiqueta protesto pcml. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta protesto pcml. Mostrar todas as mensagens

04/04/2022

Protesto por fachada chocante junto a chafariz Rua Mãe d'Água (MN)

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas,
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos,
Exma. Sra. Vereadora do Urbanismo
Eng. Joana Almeida


CC. AML, MC, JF e media

Questionando-nos como é que foi possível à CML e à DGPC terem aprovado a fachada a tardoz de que anexamos fotos, referente a um projecto de alterações e construção nova na Rua da Mãe d’Água, nº 43, com Tv. Conceição da Glória, nº 24-28, localizado praticamente em cima do chafariz respectivo e desfigurando um dos recantos históricos e belos da cidade de Lisboa.

O processo em causa (nº 2288/EDI/2017) foi aprovado em 2019 por Manuel Salgado (sem ser submetido a reunião de CML), voltou a ser aprovado pelo vereador Ricardo Veludo em 2020 (idem), e em 2021, já com a vereadora Joana Almeida, viu ser aprovada uma alteração em obra, perdendo-se aí uma excelente oportunidade para a CML, em sede de licenciamento dessa alteração, instar o promotor a refazer esta fachada, de modo a que a mesma não ferisse, como já fere, este notável recanto da nossa cidade histórica.

Por outro lado, é confrangedor ler-se o despacho da DGPC, entidade que, supostamente, existe para salvaguardar o património do país, mas que aprova este projecto de forma condicionada cingindo-se essa condicionante aos useiros “eventuais vestígios arqueológicos” omitindo, contrariamente ao que seria expectável, qualquer opinião ou parecer sobre a fachada a tardoz desta obra, muito menos sobre o escandaloso barramento a negro que lhe foi aplicado, desfigurando um chafariz que é parte integrante de um Monumento Nacional, o Aqueduto das Águas Livres!

Como é confrangedor ver-se afixada publicidade no próprio corpo central do chafariz (publicidade inexistente até há pouco tempo), MN e monumento elencado na Carta Municipal do Património anexa ao Plano Director Municipal em vigor (lote 45.58), plano director esse que se refere "n" vezes aos chafarizes de Lisboa como sendo, e bem, elementos centrais de um programa vasto de restauro dos chafarizes à guarda da CML na zona histórica, mas que na prática se resumiu a apenas duas intervenções desde 2012, uma no Chafariz de Dentro e outra no Chafariz da Esperança (ainda seco).

Independentemente de apresentarmos queixa a quem de direito, por este projecto não respeitar a zona de protecção de um MN (Aqueduto), nem as zonas especiais de protecção do Jardim Botânico (MN) e do conjunto dos imóveis classificados Avenida da Liberdade (CIP) e, no entanto, ter sido aprovado pela DGPC, apresentamos o nosso veemente protesto pelo sucedido, solicitando à CML e à DGPC para intervirem junto do promotor no sentido de se proceder a uma alteração na referida fachada, por forma a minimizar, tanto como possível, o impacto actual.

Recordamos as palavras de Siza Vieira sobre a realidade de Lisboa ser um edifício único, pelo que a introdução de elementos dissonantes, na forma ou na cor, a desarticula enquanto conjunto.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Miguel Atanásio Carvalho, Helena Espvall, Filipe Teixeira, Rui Martins, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira, Gonçalo Cornélio da Silva, Irene Santos

23/03/2022

Protesto por demolição antigos armazéns R. Vale Formoso 41-43

Exma. Sra. Vereadora Joana Almeida


C.C. PCML, AML, JF e Agência LUSA

Somos a protestar pela proposta nº 111/2022 que V. Exa. irá submeter à reunião de CML de dia 28 de Março, e que diz respeito a um projecto de demolição dos edifícios da Rua do Vale Formoso (de Baixo), nº 41 a 43, em Marvila, para construção de novo edifício.

Com efeito, e apesar dos edifícios (antigos armazéns) em causa serem neste momento apenas fachadas, apresentamos o nosso protesto pela demolição das mesmas para se proceder a uma construção nova, dissonante com o resto do quarteirão, em vez de se proceder à reabilitação e adaptação da pré-existência.

Somos assim contra este projecto, exactamente pelas razões opostas às defendidas pelo promotor e pelo atelier de arquitectura em causa, e que V. Exa. parece subscrever, ou seja:

Não consideramos que este projecto seja «uma mais valia arquitectónica» e que a «uniformização da frente de rua», por via do alinhamento de cérceas e da construção nova aqui proposta, seja de aplaudir.

Pelo contrário, consideramos que esta proposta afecta o ambiente urbano de carácter industrial daquele quarteirão, ao anular as fachadas em bico características deste tipo de edifícios.

Como é possível a CML ainda manter a «uniformização de cérceas/frente de rua» como argumento válido para justificar demolições em Lisboa uma vez que essa suposta «mais valia», na grande maioria dos casos, nada mais é que um empobrecimento da diversidade patrimonial da cidade, e uma cedência à maximização de lucros de promotores privados. Graças a essa tão defendida «uniformização» a CML tem validado a destruição de muitas realidades patrimoniais por toda a cidade - e o que se pretende agora em Marvila é apenas mais um exemplo dessa prática que é preciso questionar.

E que será perfeitamente possível desenvolver um outro tipo de projecto que integre as fachadas dos antigos armazéns, em vez de as demolir, e tornar ainda mais irreconhecível o ambiente urbano de cariz industrial que caracteriza e valoriza aquela zona da cidade. A reabilitação deve ser feita com, e não contra, os testemunhos do passado de Lisboa.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Teresa Silva Carvalho, Fernando Jorge, Helena Espvall, Inês Beleza Barreiros, Maria Teresa Goulão, Carlos Boavida, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Fátima Castanheira, Eurico de Barros, Martim Galamba, Maria do Rosário Reiche, Beatriz Empis, Pedro Formozinho Sanchez, Maria Ramalho

07/03/2022

Protesto pelo resultado final do projecto de alterações na Garagem Liz (IIP)

Exmo. Sr. Presidente da CML
Eng. Carlos Moedas
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Arq. João Carlos Santos

C.C. AML, Vereadora do Urbanismo, Continente e LUSA

Apresentamos o nosso protesto à CML e à DGPC, na pessoa dos seus actuais responsáveis máximos, pelo não acautelar das obras de alterações em curso na antiga Garagem Liz, para abertura de um supermercado da cadeia Continente.

Com efeito, é inaceitável que as obras neste Imóvel de Interesse Público denunciem claramente más práticas de reabilitação e atentem contra a integridade de um Monumento classificado desde 1983.

A intervenção revela não terem sido adoptadas as metodologias específicas para o património arquitectónico daquela natureza por ser óbvio que se desprezou a necessidade de estudar o imóvel a fundo antes da tomada de decisões quanto aos materiais para reparações, acabamentos e até às cores de paredes e caixilharias.

Alertámos para estes riscos em Abril passado (http://cidadanialx.blogspot.com/2021/04/garagem-liz-vs-loja-continente-pedido.html), sem sucesso.

Conforme se vê nas imagens em anexo, as “reparações” em curso nas fachadas foram executadas com massas cimentícias e o promotor também não se deu ao trabalho de raspar as tintas velhas da fachada (tintas aliás inadequadas e que tinham sido aplicadas na última intervenção do séc. passado), aplicando simplesmente um barramento por cima!

Quanto a um dos locais mais emblemáticos e identitários do imóvel - a entrada principal - verificamos que também aqui foram ignorados por completo os alertas e sugestões que atempadamente a sociedade civil fez para evitar o empobrecimento patrimonial desta parte do imóvel: o portão original retractável em ferro foi removido ( terá ido para o lixo? foi para restauro e regressará? ) e, em sua substituição, instalada uma banalíssima porta de rolo metálica tirada de catálogo. Para a instalação desta nova porta teve de ser criado ainda um tecto falso que constitui outro elemento dissonante para a antiga entrada e as suas finas palas em consola. Foi entretanto aplicado o dispositivo publicitário do supermercado «CONTINENTE» que em letras monocromáticos surge como uma pequena concessão feita ao edifício, mas que não consegue esconder as más práticas infligidas ao imóvel.

Aquele que foi um dos primeiros imóveis do Movimento Moderno a receber classificação de valor público, sai desta grande intervenção com a sua identidade patrimonial comprometida apenas porque o promotor, CML e DGPC não se esforçaram o suficiente na sua defesa para as futuras gerações.

Reabilitar e conservar um edifício classificado não é simplesmente dar-lhe um aspecto de cara lavada e um uso. É acima de tudo garantir que o seu valor e identidade cultural são transmitidos às futuras gerações.

Em resumo, trata-se de uma reabilitação de faz-de-conta, uma oportunidade perdida para demonstrar o valor de uma reabilitação a sério num imóvel histórico e único na cidade de Lisboa, num eixo urbano que a CML pomposamente apelidou de “eixo prioritário”.

Acresce que esta obra medíocre está a ser levada a cabo por uma das mais ricas e prósperas empresas nacionais - CONTINENTE - que podia, e devia, dar o exemplo por uma intervenção de qualidade contribuindo assim para a elevação dos padrões da reabilitação do património Moderno em Portugal.

Concluímos colocando uma questão às duas entidades que é suposto defenderem e fiscalizarem o nosso Património: como foi possível deixarem chegar a obra a este resultado final?

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Fernando Jorge, Ana Celeste Glória, Helena Espvall, Jorge Pinto, Irene Santos, Eurico de Barros, Paulo Trancoso, Gustavo da Cunha, Fátima Castanheira, Inês Beleza Barreiros, Carlos Boavida, Maria do Rosário Reiche, Beatriz Empis, Virgílio Marques, Ana Alves de Sousa, Paulo G. Figueiredo, Pedro Cassiano Neves, José Maria Amador, António Araújo, Miguel Jorge

Fotos de Fernando Jorge

15/07/2021

Bandeiras electrónicas nos eléctricos históricos - estupefacção e protesto à Carris e CML

Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina
Exmo. Senhor Presidente do C.A. da Carris
Eng. Tiago Farias


C.C. AML e media

Serve o presente para manifestarmos a nossas estupefacção e apresentarmos o nosso protesto pela remoção em curso das bandeiras tradicionais da rede de eléctricos históricos da Carris, para efeitos de colocação de bandeira electrónica NSS, de que dá conta a foto em anexo, relativa ao eléctrico nº 557 da linha E-28, que supostamente será o primeiro eléctrico a receber essas bandeiras (fonte: Diário do Tripulante).

Com efeito, parece-nos uma péssima ideia que, a reboque de uma pretensa modernização do serviço de eléctricos históricos, se desvirtuem estes com um ferramenta electrónica completamente desnecessária neste tipo de eléctrico, destruindo parte importante de todo um imaginário à volta do eléctrico histórico da cidade de Lisboa, pois as bandeiras tradicionais fazem parte do seu encanto tal como a sua mudança manual pelos guardas-freios.

Parece-nos evidente que com esta medida de contornos provincianos os eléctricos históricos começam a deixar de o ser, para grande tristeza da cidade e de quem nos visita.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Virgílio Marques, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fernando Jorge, Pedro Jordão, Maria Teresa Goulão, Carlos Moura-Carvalho, Júlio Amorim, Nuno Vasco Franco, Maria João Pinto, Helena Espvall, Marta Saraiva, José Maria Amador, António Prôa, Miguel Atanásio Carvalho, António Araújo, Carlos Boavida, Cláudia Ramos, Ana Alves de Sousa, Maria do Rosário Reiche, Paulo Lopes, Jorge Pinto, Pedro Machado, Irene Santos (15.7.2021)

...

Resposta da Carris (19.7.2021):

«Caros (as) Senhores (as)

Agradecemos a vossa comunicação, rececionada via Câmara Municipal de Lisboa.

Considerando o teor da mesma, informamos que o tipo de bandeira referido encontra-se instalado apenas em um elétrico e trata-se de um protótipo, tendo por objetivo a eventual substituição das bandeiras de destino antigas nos elétricos de Serviço Público.

Tendo em conta a grande dificuldade em manter o sistema antigo de bandeiras constituídas por rolos de lona com todas as designações pintadas, fomos obrigados a procurar soluções alternativas e que fossem funcionais e esteticamente aceitáveis. Assim, esta solução com painel de LED´s, é uma das várias soluções que ainda estamos a avaliar, nomeadamente na legibilidade dos painéis à distância, na manutenção do equipamento e também na capacidade de mantermos um aspeto o mais próximo possível do original.

Por último, informamos que os elétricos de Museu manterão todas as suas caraterísticas de origem, incluindo as bandeiras.

Cumprimentos,

Lígia Querido
Núcleo Acompanhamento do Cliente
»

30/06/2021

Protesto por Licenciamento de obra de alterações em prédio oitocentista da Rua das Pretas

Exmo. Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo


CC. PCML, AML e DGPC

Tomámos conhecimento do despacho de deferimento exarado por V. Exa. em 12 de Fevereiro de 2021, sobre o licenciamento de obras de ampliação com alterações a realizar em edifício "pombalino tardio" (curiosidade referida na memória descritiva do projecto), sito nos nº 8-24 da Rua das Pretas (processo nº 2068/EDI/2017), cujo promotor é a empresa Splendimension, S.A.

Entretanto iniciaram-se as respectivas sondagens de estruturas, sendo possível observar desde a rua o estado calamitoso em que agora se encontram os interiores dos pisos das lojas (com fabuloso pé-direito) e 1º andar deste imponente edifício do século XIX, eventualmente já como consequências dessas sondagens, e onde existem ainda, respectivamente, um sistema estrutural de colunas de ferro altas originais, e alguns bons estuques, azulejos e cantaria.

Serve o presente, portanto, para apresentarmos o nosso protesto a V. Exa. e aos Serviços que tutela por, mais uma vez:

-Estimularem o esventramento de um prédio, ainda praticamente original, de uma Lisboa oitocentista, em vez de obrigarem a que os promotores recuperem os imóveis, respeitando os materiais e a compartimentação dos interiores, o que, manifestamente não é assegurado na memória descritiva do projecto, na qual, ao mesmo que se propõe a recuperação dos estuques e a retirada dos azulejos para recuperação e recolocação, se propõe uma nova compartimentação dos apartamentos;
- Não promoverem uma implantação mais inteligente do elevador - ao aprovarem a ocupação simplista na caixa das escadas que em nada contribui para a salvaguarda das qualidades espaciais da escadaria (já foram testadas outras soluções, em reabilitação de prédios desta época, ao se instalar o elevador numa zona adjacente à caixa de escada).
- Distorcerem o espírito do Plano de Urbanização da Zona Envolvente da Avenida da Liberdade, tornando-o num mero instrumento de manutenção de fachadas e alinhamento de cérceas empobrecendo progressivamente o património da cidade enquanto promotores milionários vão somando lucros crescentes;
- Não garantirem sequer a integridade da composição da fachada ao permitirem a destruição de um dos vãos em arco do piso térreo para dar lugar a uma nova porta de entrada de viaturas automóveis o que vai interromper a elegante métrica e composição da fachada principal.
- Aceitarem uma proposta de estacionamento para viaturas automóveis no logradouro que implicará a supressão integral do alçado a tardoz do piso das lojas (incluindo a demolição de parte dele), ficando os novos espaços comerciais sem janelas para o logradouro (que desaparece) ou com porta/janela a abrir directamente para o estacionamento - perguntamos como é possível que os serviços aprovem este tipo de propostas que nada mais são que o resultado de se forçarem os edifícios a receber programas que vão contra a natureza do imóvel.
- Violarem o espírito do Plano Director Municipal em vigor, incentivando a impermeabilização do solo, ao aprovarem a construção de estacionamento ocupando 100% do logradouro, aumentando ainda mais a propensão a cheias numa zona já ciclicamente fustigada por elas, em vez de obrigarem ao desmantelamento dos anexos existentes no logradouro para libertação do mesmo e assim se possibilitar a permeabilização dos solos.

Compreendemos que a CML, dada a já habitual ausência de pronunciamento capaz por parte da DGPC em termos de defesa do conjunto classificado da Avenida da Liberdade (CIP), não queira fazer o que, por lei, não lhe compete em termos de salvaguarda do Património Cultural de Interesse Público, na circunstância o edificado no século XIX, facto que em muito empobrece a cidade; mas continuamos sem compreender a razão por que a CML insiste em praticar o contrário do que defende em teoria no PDM, mais precisamente em matéria de percentagens mínimas obrigatórias de superfície de logradouro permeável e de ratio de estacionamento por habitante/apartamento, até porque se essas percentagens já eram obsoletas aquando da entrada em vigor do PDM, em 2012, muito mais o serão à luz do Urbanismo do século XXI.

Continuamos, pois, a aguardar pela respectiva actualização do PDM, nessa e noutras matérias, em prol de uma capital europeia defensora do Ambiente e do Património.

Finalmente, questionamo-nos sobre o destino a dar à farmácia Galénica, que ainda possui mobiliário e todo um programa decorativo do século XIX in situ, uma loja, refira-se, plena de história.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, fernando Jorge, Miguel de Sepúlveda Velloso, Jorge Santos Silva, Nuno Caiado, Júlio Amorim, Maria Teresa Goulão, Martim Galamba, Helena Espvall, Pedro Fonseca, Eurico de Barros, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Carlos Boavida, Gonçalo Cornélio da Silva, Gustavo da Cunha, Virgílio Marques, António Araújo, Miguel Jorge, Pedro Jordão, João Oliveira Leonardo, Maria Ramalho, Beatriz Empis, Pedro Machado, José Maria Amador, Teresa Silva Carvalho, Maria do Rosário Reiche (30.6.2021)

...

Resposta da CML (16.7.2021)

«Exmos. Senhores,

Em resposta à exposição apresentada ao Senhor Vereador Ricardo Veludo, a propósito da obra licenciada para o imóvel sito na Rua das Pretas, 8-24 cumpre-nos esclarecer os propósitos da decisão fundamentada que a Câmara Municipal tomou sobre o projeto, relativo ao processo n.º 2068/EDI/2017.

A operação urbanística em análise refere-se a uma obra de reabilitação com ampliação de um edifício com uso misto, adaptando-o ao uso predominantemente habitacional (20 fogos e 3 frações de uso terciário no piso térreo), incluindo a criação de lugares de estacionamento, com recurso a sistema de arrumação por meios mecânicos, num total de 15 lugares.

O imóvel localiza-se em área abrangida pelo Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), em Área Histórica Habitacional do Sector B.

A intervenção estrutural identificada no projeto tem como princípio base a preservação da identidade construtiva e estrutural do edifício, corrigindo danos existentes e melhorando o seu desempenho estrutural face às atuais exigências normativas e de utilização.

Será privilegiada a adoção de materiais compatíveis com os existentes (madeiras e argamassas à base de calou bastardas), limitando o uso de novos materiais como o aço e o betão às situações estritamente necessárias. As alterações decorrentes da nova arquitetura permitem manter na generalidade a tipologia estruturas existente, prevendo-se reparações e reforços estruturais de diversa natureza, inclusivamente para resistência anti-sísmica. Estas ações encontram-se detalhadamente descritas no Relatório de Intervenção Estrutural proposta, anexo à Memória Descritivo do projeto.

Do ponto de vista patrimonial será de realçar que, antecedente a este projeto, decorreu a apreciação do processo 272/EDI/2017, no âmbito do qual foi emitido um parecer desfavorável da Direção-Geral do Património Cultural porque:
“Os representantes da DGPC consideraram não ser possível uma apreciação completa do pedido de licenciamento atendendo a que:
O relatório prévio, elaborado nos termos do Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15-6 e da portaria de classificação da Avenida da Liberdade, deverá incluir um estudo mais profundo da condição estrutural do imóvel, indicando qual a metodologia para resolução das anomalias e para implementação das soluções propostas pelo projeto de arquitetura;
O relatório fotográfico dos interiores deverá ser sistemático e não seletivo e a impressão desse relatório deverá apresentar qualidade que permita a sua leitura; Deverá esclarecer-se a solução apontada nos desenhos de revestimento de todas paredes interiores; (…)”

O projeto submetido através do processo 2068/EDI/2017 incluiu alterações e mereceu uma ponderação favorável por parte da DGPC, condicionando ainda assim uma aprovação do projeto à verificação de aspetos de natureza patrimonial: “(…)o projeto é maioritariamente viável, atendendo a que a obra prevista permitirá utilizar o imóvel, mantendo as suas principais características autênticas e a sua contribuição para a singularidade do conjunto classificado. Contudo, importa ainda esclarecer qual o património integrado a preservar e os respetivos métodos de conservação e restauro, incluindo painéis de azulejo, tetos em estuque e pinturas decorativas em paredes. Também deverá ser encontrada solução estrutural de reforço que evite o encamisamento dos pilares metálicos do piso térreo com betão armado.”

No decurso da apreciação do processo, a entidade requerente foi igualmente notificada para esclarecimentos de diversa natureza, incluindo os relativos ao parecer da DGPC, à fundamentação para as demolições projetadas para os efeitos do art. 11º do regulamento do PUALZE, conjugado com o nº 1 do art. 45º do RPDML e à preservação das chaminés e dos tetos em estuque.

Os novos elementos entregues mereceram uma apreciação favorável da Comissão da DGPC que concluiu que o “aditamento em análise refere-se exclusivamente à proposta de restauro ou reconstituição do património integrado.”, e justificaram o enquadramento das demolições preconizadas na alínea d) do n.º 1 do art.º 11º do PUALZE (elementos degradados e sem valor patrimonial relevante).

Do ponto de vista patrimonial salienta-se assim o acompanhamento do projeto pela DGPC, devidamente caracterizado com relatório prévio de contextualização histórico-arqueológica, levantamento fotográfico, análise estrutural e estudo preliminar da estrutura e relatório técnico de conservação e restauro.

Sobre a ocupação do logradouro será de evidenciar a situação pré-existente, com as deficientes condições para a sua fruição pelo facto de os logradouros confinantes se encontrarem ocupados e a cotas superiores em 4 a 6 metros. Foi entendimento dos serviços que a proposta de ocupação do logradouro com estacionamento se enquadra na alínea b) do art.º 26º do PUALZE.

Alçado principal – proposta (peças desenhadas do projeto)

Situação atual – logradouros envolventes (MD do projeto)

Com os melhores cumprimentos.

Rosália Russo
Diretora Municipal do Urbanismo»

09/06/2021

Projecto de alterações, ampliação e demolição em Edifícios Domingos Barreiro (Marvila)/protesto à CML

Exmo. Sr. Vereador
Eng. Ricardo Veludo


C.C.PCML, AML e media

Considerando que o projecto de alterações (Processo nº 1450/EDI/2019) relativo ao licenciamento de obras de alterações, com ampliação e demolição parcial do conjunto de edifícios que compõem a antiga Fábrica e os Armazéns Domingos Barreiro (Praça David Leandro da Silva, n.º 28; Rua Fernando Palha, n.º 3-23, Marvila), ainda se encontra em apreciação pelos Serviços da CML, vimos pelo presente apresentar o nosso protesto por o mesmo:

-Não estar, nem se prever que venha a estar, em discussão pública, ignorando-se, assim, o facto indiscutível de o projecto em apreço ter um impacte significativo no local, e ser na prática uma operação de loteamento, sem o ser formalmente, pelo que se lhe devia aplicar o disposto no artigo 6º do RMUEL (vide V/Informacão nº 21842/INF/DMURB_DepLPE_DivPE/GESTURBE/2020).

-Ter por base um Pedido de Informação Prévia (Proc. nº 424/EDI/2014) que já caducou, o que, portanto, pressuporia o reinício de toda a tramitação (ver mais uma vez a V/Informacão nº 21842/INF/DMURB_DepLPE_DivPE/GESTURBE/2020).

-Implicar uma intervenção bastante intrusiva num conjunto edificado histórico e valioso da cidade, e por isso mesmo presente na Carta Municipal do Património (item 21.27), isto porque implicará a demolição de parte significativa do conjunto, não existindo edifícios em estado de pré-ruína, um aumento de cérceas generalizado, e a transformação radical das coberturas características das oficinas e apartamentos dos funcionários da antiga fábrica.

-Estar já a ser comercializado sem haver a aprovação final da CML, pressupondo desta forma todo o processo camarário de licenciamento como sendo um facto consumado (https://rewardproperties.com/projects/marvilla).

Continuamos sem compreender como é possível que a Câmara Municipal de Lisboa permita que projectos desta natureza não sejam colocados em discussão pública e como é que se continua a insistir, em pleno século XXI, à completa secundarização da nossa arquitectura oitocentista, mais particularmente do Património Industrial, a qual, convém recordar, foi dizimada por anteriores executivos camarários (zona da Boavista, Alcântara, Sapadores) e agora faria muita falta a Lisboa.

Continuamos a crer que em Lisboa é possível termos projectos de reconversão de antigas unidades industriais e de armazenamento em habitação, comércio e serviços, sem ser preciso destruir e desvirtuar o património herdado. Cabe à Câmara Municipal de Lisboa garantir que isso aconteça.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Helena Espvall, Carlos Boavida, Júlio Amorim, Paulo Trancoso, Virgílio Marques, Gustavo da Cunha, Carlos Moura-Carvalho, Maria do Rosário Reiche, Maria Ramalho, Bruno Palma, Gonçalo Cornélio da Silva, Fernando Jorge, António Araújo, Irene Santos, Jorge Pinto, Marta Saraiva

19/05/2021

Hotel Memmo no antigo Convento das Mónicas - Protesto à CML e DGPC

Exmo. Sr. Presidente da CML
Dr. Fernando Medina,
Exmo. Sr. Vereador do Urbanismo
Eng. Ricardo Veludo,
Exmo. Sr. Director-Geral do Património Cultural
Eng. Bernardo Alabaça


CC. AML e media

Constatámos há poucos dias que começaram obras no antigo Convento das Mónicas, conjunto histórico da cidade de Lisboa, por isso mesmo inscrito na Carta Municipal do Património (item 51.01), e que está inserido na Zona Especial de Protecção do Edifício da Voz do Operário.

As obras em causa dirão respeito à execução do projecto de alterações e ampliação referente à transformação do antigo convento em hotel de 5****, do grupo MEMMO, com capacidade para 128 quartos e com estacionamento em cave para cerca de 160 automóveis.

Este projecto, da autoria do arq. Samuel Torres de Carvalho, foi aprovado em 2013 pelo então vereador do Urbanismo, em despacho da sua autoria, sem discussão em reunião de CML e, muito menos, discussão pública, à semelhança de alguns outros projectos em que valioso Património do Estado foi objecto de venda a privados e alteração de uso (ex. antigo Hospital da Marinha, com projecto do mesmo autor, antigo Convento do Beato, autor atelier Risco, etc.).

Mais uma vez, perguntamos a V. Exa., senhor Presidente, como é possível que um projecto desta envergadura, com este impacto visual e de tráfego, em pleno casco histórico de Lisboa, seja aprovado por despacho de vereador, sem ir a reunião de CML, sem passar pelo crivo da discussão pública, nem sequer em sede de Assembleia Municipal.

Mais uma vez, um projecto que viola várias alíneas dos artigos 27º, 28º, 29º, 30º do PDM, ao,

- Proceder a demolições de interiores, ampliações e alterações de fachadas, não cumprindo o estipulado pelo PDM em vigor para edifícios inscritos na Carta Municipal do Património, como é o caso.
- Proceder à edificação de construção nova, em pleno logradouro, recorrendo ao expediente de ser construção no local onde já existe construção espúria, contrariando o disposto no PDM, que defende a demolição de construções ilegais reconvertendo-as em solo o mais permeável possível.
- Proceder à construção de estacionamento em subsolo, em zona sensível (arqueologia e hidrografia) sem o mínimo estudo de impacte.
- Proceder à mudança de uso do edificado com forte comprometimento da manutenção das características urbanas, paisagísticas, históricas, construtivas e arquitectónicas da zona.

Não conseguimos compreender como é que este projecto aprovado em 2013 não foi declarado nulo pela nova equipa do Urbanismo, e devolvido à procedência, à semelhança de outros casos divulgados.

Não só isso não aconteceu como o projecto de Alterações durante a Execução da Obra, datado de 2018, continua hoje em apreciação pelos serviços de Urbanismo, não sendo liminarmente reprovado, como devia.

Incompreensível, também, é constatar-se que Lisboa «Capital Verde Europeia» pregue, e bem, a defesa dos valores naturais, com a renaturalização de zonas da cidade como no caso da Praça de Espanha, e ao mesmo tempo tolere na antiga cerca do Convento das Mónicas a construção de um edifício de grande volumetria com 10 pisos de altura sendo metade deles para caves de estacionamento automóvel. Tudo isto soa a conceitos e estilos de vida obsoletos, contrariando o futuro sustentável que se quer para as cidades europeias.

Finalmente, é confrangedor assistirmos, mais uma vez, à demissão completa da DGPC do cumprimento da sua missão e das suas responsabilidades, pronunciando-se apenas, e mais uma vez também, à emissão de parecer de aprovação condicionado à arqueologia, abdicando de se pronunciar sobre o impacto deste projecto na ZEP do edifício da Voz do Operário (MIP) como na leitura da colina que é feita a partir do Mosteiro de São Vicente de Fora (MN).

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Júlio Amorim, Bruno Palma, António Araújo, Nuno Caiado, Pedro Formozinho Sanchez, Helena Espvall, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Rui Martins, Gonçalo Cornélio da Silva, Virgílio Marques, Inês Beleza Barreiros, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Maria João Pinto, Irene Santos, Jorge Pinto, Maria do Rosário Reiche, Pedro Jordão, Fátima Castanheira, Pedro Machado, Teresa Silva Carvalho, Marta Saraiva

12/05/2021

Proposta de Alterações para Palácio Van Zeller - Reunião CML dia 13 - Protesto à CML e DGPC

Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina,
Exmo. Senhor Director-Geral
Eng. Bernardo Alabaça


CC. AML, JF, Vereador do Urbanismo, Atelier Aires Mateus e media

No seguimento do agendamento para discussão, e previsível aprovação, na Reunião de CML de amanhã, dia 13 de Maio, da proposta nº 281/2021, relativa a um Pedido de Informação Prévia (PIP) com vista à realização de projecto de alterações e ampliação, da autoria do arq. Manuel Aires Mateus, no Palácio Van Zeller, sito nos nº 18 a 24 da Rua de Santa Apolónia e Imóvel de Interesse Público desde 1997 e com ZEP desde 1999,

E uma vez que se constata no referido PIP que, a ser aprovado pela CML, o mesmo implicará a descaracterização do exterior do Palácio Van Zeller, dada a adulteração completa das coberturas que o mesmo promove nos edifícios que compõem o conjunto palaciano, alterando o seu desenho e altura e inclinação originais e seiscentistas,

Assim, e apesar do projecto actual, ao contrário do anterior, parecer contemplar a manutenção e valorização do logradouro do palácio, apresentamos o nosso protesto por, a nosso ver e uma vez mais, a CML e a Direcção-Geral do Património Cultural não estarem a cumprir as suas funções no que toca à salvaguarda intransigente do património classificado da cidade de Lisboa, demitindo-se assim das suas responsabilidades e, no caso da segunda, da sua missão, ou seja, da razão pela qual existe.


Com os nossos cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Fernando Jorge, Pedro Jordão, Miguel de Sepúlveda Velloso, Teresa Silva Carvalho, Júlio Amorim, Leonor Areal, Eurico de Barros, Helena Espvall, Carlos Boavida, Marta Saraiva, José Maria Amador, António Araújo, Pedro Cassiano Neves, Pedro Ribeiro, Fátima Castanheira

30/04/2021

Retirada dos cabos de telecomunicações das fachadas – Protesto por nada acontecer

Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina,
Exmo. Senhor Vereador do Urbanismo
Eng. Ricardo Veludo


C.C. AML, ICP-ANACOM e media

Constatamos que, passados 7 (sete) anos sobre as declarações públicas do ex-vereador Manuel Salgado quanto à obrigatoriedade de os cabos de telecomunicações, que conspurcam há décadas as fachadas dos edifícios da cidade de Lisboa, passarem a estar no subsolo, afirmando mesmo nessa altura que “o município tem de impor esta regra com força” e defendendo a aplicação de “sanções pesadas para quem não cumprir”, no âmbito do então Regulamento de Obras na Via Pública, a verdade é que tudo não passou do plano das boas intenções, reforçando quiçá o ditado popular acerca do número 7.

De nada valeu à cidade a oportuna intervenção do Provedor de Justiça junto da CML e do ICP-ANACOM, verificando-se mais um caso em que as suas recomendações não tiveram qualquer efeito prático, uma vez que nem a CML promoveu até hoje “a adopção de medidas municipais a fim de, progressivamente, serem eliminadas das fachadas das edificações todas as infraestruturas de telecomunicações que lesem a paisagem urbana (na aplicação do artigo 89.º, n.º 1 do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação e artigo 49.º do Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa)”, nem o ICP-ANACOM, supriu sequer “o vazio normativo que existe relativamente à conservação de cablagem anterior à introdução da fibra óptica nas fachadas dos edifícios e de promover a regulamentação do regime aplicável à adaptação dos edifícios construídos à fibra óptica, conforme previsto no artigo 104.º, n.º 5, do Decreto-lei n.º 123/2009, de 21 de maio (na redação do Decreto-lei n.º 258/2009, de 25 de setembro)”, isto no caso em que as operadoras não retiram os cabos quando a fibra óptica é instalada.

Estamos, assim, numa situação de anarquia confrangedora, impossível de aceitar numa capital europeia.

Perguntamos, por isso, a V. Exas., se a CML conhece o termo “benchmarking” e quando resolverá transpor para Lisboa as boas-práticas das cidades europeias em que não se vislumbram cabos de telecomunicações nas fachadas dos edifícios, sejam eles quais forem, e socorrer-se dessas realidades já consolidadas como forma de obviar à notória falta de coragem que tem em fazer cumprir a sua própria regulamentação (ponto 4 do artigo 49º do RMUEL), servindo essas realidades das cidades avançadas de “respaldo” para a CML.

Propomos a V.Exas. que, caso decidam, finalmente, avançar com empenho em prol da retirada efectiva dos cabos que desfiguram a nossa cidade, comecem por lançar algumas operações-piloto em bairros, quarteirões e edifícios singulares históricos e/ou de reconhecido interesse Municipal e/ou Público e/ou exista edificado com algum tipo de qualificação, por efeito demonstração, serem as próprias operadoras a avançarem por sua conta no demais edificado.

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Trancoso, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Nuno Caiado, Fernando Jorge, Inês Beleza Barreiros, Bruno Palma, Miguel Atanásio Carvalho, Pedro de Souza, Beatriz Empis, Carlos Boavida, Eurico de Barros, Alexandra Maia Mendonça. José Maria Amador, Gustavo da Cunha, Ana Alves de Sousa, António Araújo, Marta Saraiva, Teresa Silva Carvalho, Pedro Jordão, Paulo Lopes, Rui Pedro Martins, João Oliveira Leonardo, Fátima Castanheira, Maria Ramalho, Maria do Rosário Reiche, Filipe Teixeira, Jorge Pinto, Vítor Vieira

Foto de Fernando Jorge

21/02/2021

Demolição do chalet Froebel - protesto e pedido de esclarecimentos à CML

Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


Cc. AML, JF e media

Vimos pelo presente manifestar a V. Exa. a nossa estupefacção e o nosso repúdio veemente pela demolição integral do Chalet Froebel, no Jardim da Estrela, que foi concretizada ontem, conforme se documenta em fotos tiradas no local.


A nossa estupefacção prende-se com o facto de a CML ter anunciado publicamente (https://www.lisboa.pt/atualidade/noticias/detalhe/antiga-creche-do-jardim-da-estrela-da-lugar-a-biblioteca-do-ambiente?fbclid=IwAR1rKPBvw8MQUY-eYP8j53m8CAK8O5eAelO9uSfPM4dxoKju4yzQwZ2qnQQ) que aquele chalet histórico (http://www.monumentos.gov.pt/site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=7831&fbclid=IwAR3Z5-JuPquOOXeACfGxBMfDoWp0yvewmZxzAYre_5eXMktgH0Y5sEf3FqA), por cuja recuperação e bom uso há anos vimos pugnando, seria alvo, finalmente, de uma operação de conservação e restauro. Por isso, essa notícia foi oportunamente objecto do nosso aplauso, independentemente do uso pretendido - biblioteca "verde" - ser passível de discussão e de, mais uma vez, a CML não ouvir os munícipes para este tipo de projectos.


Daí a nossa maior estupefacção ontem, acrescida pelo facto de aparecer hoje mesmo na página da CML, após polémica acesa nas redes sociais, a justificação que "durante as obras de requalificação, verificou-se que cerca de 70% dos materiais de origem não estão em condições de ser restaurados, pois encontram-se comprometidos na sua integridade estrutural. De acordo com o projeto inicial, o material que pode ser reutilizado na reconstrução foi selecionado e guardado, e será utilizado no edifício".

Perguntamos como é possível que se avance com a obra sem haver relatórios prévios sobre o seu estado de conservação? Consideramos que uma explicação pública plausível e fundamentada sobre essas patologias, prévia ao anúncio de "intervenção de conservação e restauro" teria evitado toda esta situação. É do senso comum que são raras as estruturas de madeira em palácios e edificações antigas que não albergam térmitas, se for esse o caso, e em todas elas se intervém de modo a exterminar as pragas e recuperar e conservar as madeiras, pelo que se nos afigura caricata esta justificação, uma vez que em pleno século XXI as técnicas e os materiais para o combate adequado a este tipo de praga estão mais do que divulgados. 

Finalmente, ficam mais algumas questões de que gostaríamos uma resposta cabal da CML:

1. Esta obra é da responsabilidade de que Pelouro da CML?
2. No caderno de encargos estava prevista a destruição do chalet?
3. Qual é exactamente o mal de que padecem os materiais de origem, que levou à completa destruição do chalet?
4. A reconstrução vai reconstituir os interiores?
5. A reconstrução vai reproduzir fielmente as fachadas do chalet quer em materiais utilizados quer na qualidade dos mesmos?
6. Quais as madeiras do chalet destruído que vão ser reutilizadas?

Tememos que, mais uma vez, estejamos perante uma obra que privilegia o "pastiche", rápido e menos oneroso, o que sendo numa obra da CML, em património histórico, é de rejeitar liminarmente.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Jorge Pinto, Gustavo da Cunha, Nuno Caiado, Pedro Jordão, Júlio Amorim, Maria Isabel Ferreira, Rui Pedro Martins, Pedro Fonseca, Jorge Lima, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Inês Beleza Barreiros, Rui Pedro Barbosa, Fátima Castanheira, Helena Espvall, Marta Saraiva, Pedro de Sousa. Ana Celeste Glória, Carlos Moura-Carvalho, Paulo Trancoso, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Henrique Aparício, Rui Valada, Ricardo Mendes Ferreira, Pedro Cassiano Neves, Ana Alves de Sousa, Carlos Boavida, Bruno Santos Palma, Irene Santos, Beatriz Empis, Michael Hagedorn, Maria Ramalho, Fernando Jorge, Teresa Silva Carvalho, António Araújo, Irina Gomes, Paulo Guilherme Figueiredo e Matilde de Sousa Franco

20/12/2013

Ora aí está uma bela notícia:


In O Corvo (20/12/20313)
Por Fernanda Ribeiro

«PROPRIETÁRIOS E MORADORES CONTESTAM PROJECTO DE CONDOMÍNIO NAS JANELAS VERDES

Perto de 30 proprietários e moradores da zona das Janelas Verdes apresentaram uma reclamação formal à Câmara e à Assembleia Municipal de Lisboa, na qual apontam mais de uma dezena de irregularidades no planeamento do condomínio projectado para aquela zona – o chamado quarteirão dos Marianos, situado nas imediações do Convento dos Marianos, na zona histórica da Madragoa.

Naquela área, os moradores gostariam de ver nascer algo de novo e diferente, um pólo ligado às artes, articulado com o Museu Nacional de Arte Antiga, com oficinas e ateliers, capaz de atrair novos públicos à Madragoa. Uma ideia sugerida na reclamação entregue à câmara.

As irregularidades apontadas no processo de licenciamento – que foi aprovado pela câmara, mas ainda não deferido nas especialidades – não se limitam a questões de harmonia entre o património existente naquela zona de edifícios antigos e o que se pretende construir – um grande e moderno condomínio, com 43 casas duplex e 12 apartamentos, no interior do quarteirão delimitado pela Rua das Janelas Verdes, Rua Garcia de Orta e Rua de São Domingos à Lapa.

Para executar esta construção, os promotores do empreendimento – o Fundo Imobiliário Fechado Imoconvento, gerido pela Selecta, administrada por António José de Melo – pretendem demolir totalmente as instalações da antiga Fábrica Constância (incluídas na Carta de Património Municipal) e um edifício da Rua das Janelas Verdes. Deste deverá ficar apenas a fachada, a ser adaptada como entrada de garagem, num estacionamento previsto de três pisos em cave.

A escavação das caves, a uma profundidade de mais de 10 metros, leva os proprietários e moradores dos edifícios contíguos a temer perturbações no património envolvente à área do projecto.

A reclamação entregue ao executivo camarário, apresentada publicamente na sessão de câmara da passada quarta-feira, não se baseia, porém, em temores, mas em alegadas incompatibilidades do projecto com os instrumentos legais de planeamento. Desde logo, com o Plano de Urbanização do Núcleo Histórico da Madragoa, que foi especificamente elaborado pela câmara para a área em que se enquadra o projectado condomínio das Casas da Lapa, mas também com o Plano Director Municipal e com o Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU).

No entender dos reclamantes, estas irregularidades são susceptíveis de invalidar a aprovação do projecto. “O processo de licenciamento contém vícios, pelo que entendemos que deve ser revogado, tal como a unidade de execução” que o precedeu, disse na sessão pública de câmara a arquitecta que representou Alexandre Vassalo, um dos proprietários reclamantes, inscrito para falar.

Entre as irregularidades apontadas, os proprietários destacam que a “área delimitada do projecto não cumpre o Plano de Urbanização (PU) do Núcleo Histórico da Madragoa”, instrumento que, alegam, é igualmente desrespeitado em matéria de cérceas. Segundo o PU da Madragoa, quando há edifícios confinantes, o que é o caso, devem ser tidas em conta as cérceas desses prédios, que em várias situações é de dois pisos. No projecto, porém, prevêem-se edifícios homogéneos com quatro pisos. [...]»

16/05/2013

Ação sensibilização/protesto pelo atentado ambiental na Semana Académica de Lisboa


Chegado por e-mail:

«Bom dia


Tendo tomado recentemente conhecimento da iniciativa da Semana Académica e os seus impactes ambientais numa área do PFM (através de comunicado da Plataforma por Monsanto), bem como, pelo desrespeito pelo trabalho dos voluntários e técnicos da CML que desenvolveram intervenções de restauração ecológica no local do evento anos antes, informo que farei uma ação individual de protesto no dia 17 de Maio (hora ainda a determinar) na entrada do Festival.

Estou ciente que não conseguirei travar a iniciativa/destruição. Ainda assim, é o momento oportuno para despertar a consciências, despertar o espírito critico, sensibilizar para tal atentado os centenas de jovens adultos (estudantes) que afluirão nesse dia ao local, e, por sua vez, envergonhar a organização e a CML da decisão tomada.

O slogan do cartaz será “Semana Académica ajuda a destruir o Parque Florestal de Monsanto – Vem...junta-te à festa”.

Indignado...sinto dentro de mim esta necessidade.

Saudações

Luís Avelar»

28/02/2012

Protesto por resposta-t​ipo do Gab.PCML aos nossos e-mail

Exmo. Senhor Presidente da CML,
Dr. António Costa


As mensagens que o Fórum Cidadania Lx tem dirigido a V.Exa. dando conta das suas preocupações sobre as diversas áreas de intervenção da Câmara Municipal de Lisboa, têm sistemática e invariavelmente tido a mesma resposta por parte do Gabinete de V.Exa.: «...o caso foi remetido para o vereador X pelo que futuramente poderá contactá-lo ...». (ver anexo)

Isto independentemente de nessas mensagens fazermos sempre questão de notar que também, pela nossa parte, tivemos o cuidado de enviar cópia (CC) das mesmas ao vereador X, do pelouro em causa.

É nosso entendimento que tal prática sistemática por esse Gabinete e, por arrastamento, do Presidente da CML, defrauda as legítimas expectativas que os cidadãos têm sobre o modo como o Governo da nossa cidade se deveria relacionar com os seus munícipes; e, a nosso ver, mais grave, denota uma clara distorção do espírito da Lei:

Ao dirigirmo-nos ao Presidente da CML, é dele, e não de terceiros, que esperamos obter uma resposta. E caso haja inevitabilidade em delegar a resposta, ela deve ser assumida automaticamente pelo vereador respectivo, não devendo o cidadão ou organização tomar nova iniciativa sobre o assunto reclamado.

Convictos da sensibilidade do Presidente da CML sobre o que são as responsabilidades de V.Exa. para com os munícipes, aguardamos que seja corrigida tal prática, de modo a pautar-se pelas boas práticas que a CML deve seguir e não sob o signo da "não resposta".


Com os melhores cumprimentos

Nuno Caiado, António Branco Almeida, João Mineiro, Jorge Santos Silva, Alexandra Carvalho, João Filipe Guerreiro, Joaquim Torrinha, Jorge Pinto, Paulo Ferrero, João Pinto Soares e Beatriz Empis