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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pensar rápido ou devagar? Como melhorar a qualidade de nossas decisões para a construção de um mundo melhor

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Foto: Shutterstock

Todo final de ano meu pai elabora um texto no qual reflete sobre os 365 dias que se passaram e a influência que os acontecimentos recentes tiveram em sua forma de pensar e ver o mundo. Sou filha coruja assumidíssima, mas a verdade é que meu pai é um dos homens mais inteligentes e cultos que conheço e criou suas três filhas enfatizando a importância dos estudos, da educação e do pensamento crítico. Eu o agradeço muito por isso! Recebemos dos meus pais lições de vida que não tem preço. Sabemos que o que conta mesmo é a forma como agimos na prática, é a maneira como tratamos nossos semelhantes no dia a dia. É assim que revelamos quem somos.

Hoje tenho o prazer de recebê-lo novamente nesse cantinho para compartilhar com vocês o texto que ele enviou aos amigos e familiares no fim de 2012.

Seja bem-vindo mais uma vez, “Beto”!

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Caros amigos,

Aproxima-se o fim do calendário Maia, que alguns místicos entenderam que seria uma previsão de fim do mundo, mas que na verdade é simplesmente o fim do ciclo de longo prazo do calendário que foi concebido pelos Maias para poderem fazer previsões sobre os ciclos da natureza ajudando-os principalmente nas atividades agrícolas e religiosas.

Ao mesmo tempo chegamos a mais um fim de ano no nosso calendário que, ao contrário dos Maias, preferimos não ter um ciclo de longo prazo, onde a contagem volta ao zero. Esses momentos são propícios a reflexões e por isso na minha mensagem de Natal para os colegas e amigos mais íntimos, eu tomo a liberdade de impor um tempo maior de leitura para compartilhar algumas de minhas reflexões de fim de ano, fruto do que consegui de aprendizado em mais esse ano de caminhada.

Continuei nesse ano minhas leituras buscando um maior entendimento do funcionamento de nossa mente, procurando entender o porquê de algumas tomadas de decisão individuais ou coletivas se revelarem tão afastadas do que seria o mais racional, ou seja, o que logicamente seria o que traria mais benefícios tanto para o indivíduo como para um grupo de indivíduos.

Nesse sentido, li o segundo livro do Dan Ariely, o livro mais pesado do Antonio Damásio e finalizei com a leitura do livro do prêmio Nobel de economia Daniel Kahneman “Rápido e Devagar – duas formas de pensar”.

O que achei mais interessante nesse último que recomendo a todos é que de uma forma fácil de entender, ele sintetiza tudo o que os outros autores mostraram sobre o comportamento de nossa mente combinando os aspectos fisiológicos com os psicológicos, dividindo didaticamente o funcionamento de nossa mente nessas duas formas de pensar, uma rápida e intuitiva e outra lenta e racional.

O bom disso é que nos facilita o entendimento de algumas decisões humanas que impactam sobremaneira outras pessoas e que por uma análise racional nos parece tão injusta. Um exemplo forte disso é como entender a injustiça das turbas enfurecidas em Jerusalém que bradavam pedindo a crucificação de Jesus, que em sua passagem pela terra só pregara o bem a justiça e igualdade entre os homens.

Esse entendimento nos ajuda em determinadas situações a suportar melhor eventuais injustiças que entendemos estar nos afetando, livrando-nos de uma possível depressão mais ou menos na linha do que Jesus na Cruz disse com relação a seus algozes: “Pai perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem”.

Uma das assertivas que encontrei no livro do Antônio Damásio, um médico estudioso da fisiologia do cérebro buscando entender o processo cognitivo e a definição do “EU”, é que o cérebro humano é uma máquina que busca sempre o mínimo consumo de energia para a realização de determinada tarefa, isso é o que torna tão forte a conhecida lei do menor esforço, que alguns acabam chamando de preguiça.

Com base nessa premissa torna-se mais fácil entender o porquê dos dois mecanismos de pensar apresentados com farta evidência experimental por Kahneman em seu livro.

Se para todas as tomadas de decisão nosso cérebro precisasse usar o modo devagar, mais racional e lógico, a energia gasta seria incomensuravelmente maior, pois muito mais sinapses precisariam ser utilizadas e mais neurônios precisariam ser ativados para buscar todas as informações necessárias para aquela tomada de decisão, e também muito mais tempo seria necessário para a tomada de decisão, prejudicando sobremaneira sua eficácia.

Por isso o HOMO SAPIENS em sua evolução criou um mecanismo mais eficiente de tomada de decisão a partir do aprendizado contínuo. É assim que um motorista experiente toma decisões ultrarrápidas para evitar uma colisão quando sua visão periférica percebe a aproximação perigosa de outro veículo, ou um piloto de caça supersônico foge de um míssil. Em nenhuma dessas tomadas de decisão o modo lento racional foi acionado, o modo rápido intuitivo é sempre muito mais eficaz para essas decisões.

O problema surge quando devido ao seu menor consumo energético, nossa mente prefere sempre esse modo rápido e intuitivo para as tomadas de decisão. Mesmo decisões onde o aprendizado repetitivo, que molda algoritmos decisórios baseados em experiências anteriores e muitas vezes em preconceitos na sua acepção (Conceitos Prévios), nos leva a tomada de decisões emocionais e as vezes completamente irracionais, que virão a causar malefícios para terceiros e muitas vezes para nós mesmos.

O efeito manada que motiva investidores no mercado financeiro a massivamente vender ativos na baixa e comprar também massivamente na alta, provocando perdas bilionárias é um exemplo de tomada de decisão coletiva baseada em PRÉ-CONCEITOS gravados geneticamente na nossa mente desde nossos ancestrais que viviam em cavernas, o MEDO da perda e a EUFORIA do prazer de ganhar. Esses elementos emocionais estão gravados em áreas diferentes do cérebro, e por isso os pesquisadores do pensamento cognitivo puderam observar através de equipamentos de ressonância magnética nuclear quais as áreas do cérebro foram acionadas quando esses elementos emocionais de “medo” e “euforia” foram importantes na tomada de uma decisão completamente irracional.

Desejo portanto a todos vocês, um natal pleno de alegria e felicidade junto aos seus e um ano novo cheio de realizações e tomadas de decisão que tragam mais felicidade, paz e harmonia para vocês e os que os cercam.

Procurem ficar atentos em suas decisões de quaisquer naturezas para verificar se estão usando o mecanismo correto em cada caso. Será que preconceitos culturais, religiosos e de experiências anteriores em situações apenas similares não estão levando-os a um processo decisório que no final farão a vocês e a outros mais infelizes, sem atingir a eficácia pretendida?

Com melhor qualidade no nosso processo de tomada de decisão, certamente estaremos construindo um mundo melhor.

Públio Roberto Bonfadini

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Adorei esse resumão de três livros escritos por autores renomados em suas áreas de atuação! Eu me reconheci na seguinte afirmação: “O problema surge quando devido ao seu menor consumo energético, nossa mente prefere sempre esse modo rápido e intuitivo para as tomadas de decisão”.

Como sou uma pessoa bastante ansiosa e tenho dificuldade de pensar em um assunto de cada vez, volta e meia me encontro tomando decisões apressadas ou impulsivas. O objetivo normalmente é: “Vou resolver isso logo porque é menos uma coisa pra me preocupar”. Em muitos casos, o resultado é positivo e eu tenho confiado cada vez mais na minha intuição. Porém, em algumas situações do passado, precisei rever as decisões que tomei por medo de desagradar ou porque me sentia intimidada e pressionada. Em uma fase bem difícil, fui obrigada a assumir a covardia que fez com que a vida me levasse para onde eu não queria ir. E o arrependimento foi gigantesco!

Entretanto, penso que a capacidade de se arrepender, de assumir as falhas e aprender com os próprios erros é algo bom que nos impulsiona em direção a nos tornarmos pessoas melhores. Fiz as pazes com meu passado e recuperei minha paz de espírito. É por isso que tenho lutado constantemente contra a minha natureza ansiosa e, ao invés de responder sempre “Sim, claro. OK, vamos lá. Tô dentro, conta comigo. Tudo o que você pedir, eu faço.”, penso duas vezes e não tenho mais o mesmo receio de dizer “NÃO”.

Mudar não é fácil e infelizmente não viemos ao mundo com um botão que liga ou desliga um certo comportamento ou forma de pensar. Leva tempo para nos livrarmos de certos preconceitos arraigados. É por isso que gosto de ler mensagens como essa do meu pai, na qual me reconheço em alguns exemplos e consigo extrair uma lição positiva para a vida!

Um grande beijo pra todos com votos de um final de semana de reflexões e boas atitudes!

Bonfa-ass

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Olivia

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Alexandre Borim, mais conhecido como FROZEN… STOLICHNAYA é meu convidado de hoje e vai nos contar um pouco sobre seu último livro intitulado “Olivia”, com lançamento previsto para o dia 15 de fevereiro. Ele já esteve no “Bonfa Convida” antes e é o cara mais viajado que conheço. Cidadão do mundo, Frozen nasceu na Argentina, morou no Brasil, conheceu diversos países e fincou raízes na Alemanha. Ele é escritor e fala seis idiomas.

Minha outra convidada é a modelo Arianni Milano, que encarna a personagem Olívia na capa do livro escrito por Alexandre.

Vamos conhecê-los?

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Frozen...Stolichnaya (Alexandre Borim)

Olá pessoal, primeiramente quero agradecer a oportunidade e o convite da Katia Bonfadini, que sempre foi super gente fina comigo.  Já passei pelo "Casos e Coisas da Bonfa", quando lancei meu primeiro livro, o "Volta ao Mundo com Frozen... Stolichnaya 1".  Sou bastante conhecido pelos viajantes e mochileiros que sempre me pedem dicas de viagens, lugares e roteiros.  Após o lancamento do "Volta ao mundo", o tempo passou e através de uma parceria com uma empresa alemã, no ano passado, acabei firmando meus pés como escritor na Alemanha. Escrevi três contos infantis: "Thomas & Franzi", "Das Sammenkörnchen und die Sonne" (A Sementinha e o Sol) e "Pepita, die Hündin” (A cadela Pepita) - os dois últimos, me trouxeram muitos frutos e foram apresentados na VIII Märchentag de Hamburg (é como uma Bienal do livro na Alemanha) e "Pepita, die Hündin" foi indicado como o melhor livro infantil da Alemanha, em 2011.

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Mas hoje estou aqui para apresentar meu novo projeto, é bilingue e será lancado em português e espanhol, no dia 15 de fevereiro de 2012. "Olivia", é meu primeiro livro literário.  Um tiro no escuro e espero que eu alcance o alvo certo! "Olivia" conta a história de uma jovem que infelizmente foi encontrada morta e no decorrer da narrativa, o leitor vai descobrir quem era Olivia, porque ela foi morta e quem a matou.

A história se passa em Buenos Aires e a modelo Arianni Milano foi convidada para fazer as fotos do livro.  Após o lançamento, a Katia vai sortear um livro para os leitores do "Casos e Coisas da Bonfa".  Agora vou deixar a Arianni se apresentar ;)

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Arianni Milano

Meu nome é Arianni Milano, nasci em agosto de 1992, leonina nata, autêntica, avessa aos subterfúgios, com um espírito de liderança maior do que eu. Vim de uma família de classe média, muito unida e com uma sintonia incrível. Cresci em Bauru, uma cidade do interior de São Paulo. Dizer “minha família é perfeita” seria clichê! Eu prefiro dizer que sentimos muito orgulho um do outro e é exatamente isso que nos impulsiona todos os dias.

Sempre estudei em bons colégios, e foi em um deles, ainda com 14 anos que conheci o Alexandre (Frozen...Stolichnaya). Ele me deu além de aulas de espanhol, uma amizade que rendeu frutos inesquecíveis.

Ainda no colegial me interessei pela carreira de modelo. Fiz meu primeiro book e de trabalho em trabalho fui conquistando espaço.

Resolvi diminuir o ritmo em 2010, quando fui escolhida pela psicologia e comecei a faculdade.

Em agosto 2011 surgiu o convite da revista Tag de Bauru para divulgar um evento conhecido como “lingerie Day”. O que era uma equipe se tornou uma amizade e a exposição foi além do que esperado: Na mesma semana em que as fotos foram divulgadas surgiu o convite da revista VIP. Um desafio encarado com muita inspiração e determinação.

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Foto: Mariana Luz

Através do ensaio publicado na edição de setembro, surgiram trabalhos incríveis. Primeiro tive a oportunidade de participar de um quadro no “Pânico na TV”, um programa humorístico, da rede TV, e logo depois entrei pro “Super Pop” nos desfiles de lingerie. Ambos trouxeram muita coisa boa pra minha vida, as equipes são ótimas, estar ali significou muito! Uma experiência que nunca vou esquecer.

Voltei para Bauru em novembro, para concluir o semestre na faculdade e aproveitar as férias na minha cidade com a família e amigos. 2012 começou com muitos planos e oportunidades. Os convites aparecem cada vez mais e alguns contratos já estão fechados.

Divulgar “OLIVIA” sem dúvidas é minha prioridade.

Vou continuar conciliando o trabalho com as aulas, enquanto isso for possível, além de continuar entre São Paulo e Bauru. E quem sabe Argentina e Paraguai também não entrem nessa rota.

E é com prazer e paixão que eu concluo dizendo que é equilibrando satisfação e responsabilidade que eu continuo permitindo que os desafio estejam presentes. Confio muito na minha sorte, nos meus objetivos e na minha fé. Meu caráter me tornou uma aprendiz insaciável. Busco precisão dia após dia e isso faz com que meus planos e trabalhos se renovem sempre.

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Obrigada pela participação nessa seção, Alexandre e Arianni!!!! Desejo a vocês muito sucesso e conquistas tanto na carreira quanto na vida pessoal. Admiro muito quem possui o dom da escrita e a criatividade para elaborar tramas e histórias que prendem a atenção dos leitores. Parabéns pela trajetória incrível, Alexandre!!!! Seu blog de viagens é um dos meus preferidos e sua maneira de narrar aventuras em terras estrangeiras é deliciosa e cativante. Através dos seus relatos descobri lugares que eu nem sonhava que existissem. Estou esperando os outros volumes do "Volta ao Mundo com Frozen... Stolichnaya" pra viajar junto com você!!!!

Para conhecer um ótimo blog de viagens cheio de lugares fora do comum, basta clicar no seguinte link:

www.frozenstolichnaya.com

E para concorrer a um exemplar do livro a ser entregue na sua casa, basta responder à pergunta:

Porque você gostaria de ganhar Olivia?

O Alexandre e a Arianni escolherão a melhor resposta e eu vou postar o resultado aqui logo após o lançamento da publicação no dia 15 de fevereiro.

Um grande beijo pra todos com votos de um final de semana delicioso!!!! Vamos passar os próximos dois dias em Bento Gonçalves (RS) curtindo bons vinhos e a beleza da serra gaúcha!!!!

Volto na segunda!!!!

Bonfa ass

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Por que não vemos os cisnes negros?

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Imagem retirada daqui: http://rogerpielkejr.blogspot.com/2011/07/social-construction-of-black-swans.html

Bom dia, pessoal!!!! Deixei essa postagem programada antes de viajar e fiz questão de publicá-la próxima ao Natal por se tratar de uma tradição estabelecida pelo meu pai, um ser humano que amo e admiro na mesma medida. Todos os anos ele elabora uma crônica baseada em fatos que marcaram sua vida durante o ano e a envia aos amigos próximos e familiares. O tema de 2011 foi algo sobre o qual conversamos há alguns meses…

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Mais um ano se completa e eu gostaria de compartilhar novamente com os amigos as reflexões que sempre faço nessa época, em que normalmente todos abrem seus corações e mentes para comemorar o nascimento do Cristo e a chegada do ano novo.

O evolução do “homem”, ser com dimensões divinas e materiais que compõe a raça humana, criou a maravilha que é o cérebro com seus dois hemisférios, o esquerdo com um funcionamento de estrutura mental padronizada pela evolução cultural e onde reside a racionalidade humana, e o direito com funcionamento completamente caótico e sem padrões, onde reside nossa parte divina: a da intuição, da arte, da criação e da inovação.

Esses dois hemisférios, por possuírem características tão opostas, vivem um eterno conflito que, se bem administrado produz maravilhas, mas se não, pode trazer ao indivíduo e/ou conjunto de indivíduos, frustrações e infelicidade.

Entender e administrar bem esse conflito interno nos permite encarar muito melhor os problemas que surgem em nossa vida a fim de vivermos com muito mais paz e harmonia conosco e com todos os que nos cercam. Permite, por exemplo, acreditarmos que a maioria dos seres humanos é intrinsecamente boa e somente uns poucos ou talvez até ninguém poderia ser considerado "do mal".

Jesus Cristo nos deu esse exemplo de modo de pensar quando pediu a seu pai na cruz que perdoasse seus algozes, pois eles não sabiam o que estavam fazendo.

Esse conflito e o não aproveitamento da imensa sinergia que o funcionamento harmônico entre os dois hemisférios de nosso cérebro pode nos propiciar nos impedem que vejamos os cisnes negros num conjunto de cisnes brancos. O preconceito criado e consolidado no lado esquerdo do cérebro de que “se é cisne, então é branco”, faz com que os cisnes negros percebidos por nossos sentidos sejam descartados pela nossa mente e nós não os vejamos.

Isso faz com que mudanças estruturais importantes de cenários, às vezes representando rupturas sociais, políticas, técnicas, tecnológicas e econômicas só sejam percebidas nos primeiros momentos por uns poucos que tem suas idéias rejeitadas e são tidos como loucos, fora da realidade, sonhadores etc. Alguns como Jesus, Ghandi e outros foram martirizados simplesmente porque vislumbraram antes da maioria as grandes transformações políticas e sociais que estavam por vir.

Seu martírio muitas vezes até acelerou o processo de mudança.

Cada vez mais observamos no mundo mudanças abruptas que só acontecem dessa forma porque foram durante o longo período de sua gestação, cisnes negros, que somente uns poucos, aqueles que com mais intensidade usam o hemisfério direito do cérebro, os sonhadores e os visionários, perceberam.

A queda do muro de Berlim, a primavera árabe e as crises  econômicas provocadas por bolhas como a de 2008, já eram percebidas por alguns muito tempo antes de ocorrerem, porém estes eram ridicularizados pela sua persistência em mostrar o cisne negro que ninguém estava vendo. Até que às vezes um fato simples faz com que “a ficha caia” e gere um efeito “manada”, quando todo mundo corre feito louco em direção a um precipício.

Convido-os, amigos, nesse final de ano, a abrirem seus corações e mentes, a dar uma carta de alforria para o hemisfério direito de seus cérebros. Deixem-no comandá-los um pouco e façam algumas loucuras, liberem-se para ousar, para fugir dos padrões e do politicamente correto ou do estabelecido por regras, convenções, dogmas e paradigmas.

Deixem fluir a criança que existe dentro de vocês. Talvez assim seja mais fácil verem os cisnes negros e se prepararem melhor para as mudanças ou até mesmo direcioná-las para que elas tragam prosperidade e sucesso pessoal ou para o futuro das organizações que vocês de alguma forma influenciam, objetivando viver com mais harmonia, paz e felicidade.

Desejo-lhes um feliz natal e um ano novo pleno de felicidade e sem cisnes negros, somente cisnes.

Roberto Bonfadini

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Nosso papo há alguns meses girou em torno do fato de que eu e meu pai acreditamos que os seres humanos são intrinsecamente bons. Éramos a minoria em uma mesa com 6 pessoas. Nossos amigos pensavam o oposto: “se a maioria dos homens fossem bons, não haveria tanta miséria, guerra e injustiça no mundo”. Enfim, esse assunto pode ser debatido durante horas a fio sem que se chegue a uma conclusão, mas eu acho que, no fundo, a maioria de nós acredite na bondade alheia. Se não fosse assim, porque continuaríamos tendo filhos para submetê-los a um mundo que consideramos tão cruel?

Felizmente conheci poucas pessoas na vida que classifiquei como “do mal” e por isso penso que a gente deve sempre avaliar os dois lados da moeda antes de tomar partido ou de adotar uma postura de lealdade cega à alguém. Todos nós temos qualidades e defeitos, erramos e acertamos, agimos com generosidade e com egoísmo, somos humildes e arrogantes, compreensivos e intolerantes. Tudo depende da situação em que nos encontramos. Quando há um embate, ele acontece porque entram em choque duas maneiras de agir e de pensar diferentes. Quem está certo? Quem está errado? Quem é o bom e quem é o mal? Será que esses papeis são tão facilmente definidos assim? Eu acho que não. Já cometi injustiças ouvindo só um lado da questão e me arrependi muito. Mas como a vida dá voltas, tive a oportunidade de corrigir meu erro, de ouvir o outro lado e aí sim, de fazer uma escolha consciente sobre quem eu queria perto de mim. Vocês conhecem o ditado “aqui se faz, aqui se paga”, né? Outro dia, li uma frase ainda mais interessante: “aqui se faz, aqui se repara”.

Sobre os cisnes negros, penso que uso mais o lado direito do cérebro, até por causa da minha profissão, e admiro as pessoas que conseguem ver além do óbvio, do pré-estabelecido e do tido como “verdade absoluta”. Deve ser por esse motivo que eu assino a revista SUPERINTERESSANTE e adoro as reportagens sobre descobertas científicas. Em uma matéria recente intitulada “A vida sem números”, descobri que:

“Os numerais indo-arábicos não foram aceitos prontamente pelos europeus e chegaram a ser proibidos pela Igreja. Ela chegou a espalhar que, de tão engenhoso, o cálculo árabe era demoníaco.”

Imaginem se ainda hoje fizéssemos contas utilizando os números romanos, como por exemplo CCXXXII + MDCCCLII? Cálculos simples como uma adição só eram feitas por especialistas, mas a descoberta dos algarismos 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9 revolucionou o mundo e tornou o conhecimento matemático acessível às pessoas comuns.

Para mim, esse é um bom exemplo de cisne negro. Manter a mente e o coração aberto às novas possibilidades e oportunidades é o que desejo para mim e para a humanidade em 2012.

Meu pai também apareceu por aqui nos seguintes posts:

http://casosecoisasdabonfa.blogspot.com/2011/01/grand-design-reflexoes-baseadas-no.html

http://casosecoisasdabonfa.blogspot.com/2010/03/o-delicioso-peixe-do-beto.html

FELIZ NATAL e até a volta das férias!!!!

Bonfa ass

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Qual é a melhor idade?

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Imagem do filme Trois fois vingt ans (Late Bloomers), de Julie Gavras com William Hurt e Isabella Rossellini.

Minha convidada de hoje é uma senhora simpaticíssima, vibrante, inteligente, culta, viajada, antenada e uma pessoa que admiro desde a primeira vez que entrei em seu blog, curiosamente intitulado Blog da vovó ... mas não só. A “Helô”, como é conhecida entre os amigos, gentilmente permitiu a reprodução de um texto de sua autoria que gostei muito de ler e que me levou à reflexão sobre uma fase da vida na qual ainda não cheguei, mas que espero poder vivenciar de maneira serena, madura e com qualidade de vida, como faz a minha querida convidada… vamos conhecê-la?

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Convidada pela Bonfa, para participar dessa sua seção tão interessante, compareço para compartilhar, com todas vocês, um pouco da minha vida e do meu blog. De um modo geral, a Katia tem trazido blogueiras que se destacam nos artesanatos, na culinária e na produção de reuniões, e que têm blogs bem especializados.

Meu blog não trata de um único tema ou, pensando melhor, trata sim. Seu tema é a vida. Falo sobre família, sobre minha netinha, sobre momentos felizes e tristes, sobre filmes e livros, sobre artesanato, sobre culinária, temas atuais, e muito mais.

Justamente por isso, seu nome é “Blog da vovó ... mas não só”. Tenho muitas afinidades com a Katia. Como ela, adoro viajar (tenho, também, um blog de viagens), adoro receber em casa e arrumar mesas com capricho. E foi graças a esses gostos comuns, que eu cheguei ao “Casos e Coisas da Bonfa”.

Agora, ela me convida para que eu apresente, nesse seu espaço, um post que publiquei recentemente e pretendendo que ele sirva para uma reflexão. Preciso contar para vocês que há muito tempo ultrapassei a porta da chamada 3ª idade, o que me leva, às vezes, a escrever sobre questões dessa fase da vida. E que criei meu blog depois de um tempinho de aposentada. No post em questão, trato do assunto do envelhecimento, em paralelo com um filme de sucesso.

Ao deixar seu comentário, a Katia disse que “todos temos a expectativa de envelhecer”. E é bom que seja assim, porque acho que ninguém há de preferir a outra alternativa. Penso que pode ser oportuna uma reflexão sobre o tema, embora acredite que todas vocês estejam bem distantes dessa fase da vida. Então, vamos ao assunto, com agradecimentos antecipados pela atenção que estão me dando.
 
Melhor idade?

“De repente, sem perceber, passamos para o outro lado”.

"Envelhecer não é para os fracos".

Essas foram frases que me chamaram a atenção no filme "Late bloomers – O amor não tem fim".

A primeira, não sei se foi dita com essas palavras, mas o sentido foi esse. Quem a disse foi a personagem Mary (Isabella Rossellini) quando, vivenciando algumas dificuldades da idade, fala para o marido, com quem vive há trinta anos, que eles envelheceram. A impressão que fica é que os problemas surgiram de uma hora para outra.

E é assim mesmo.

Não se percebe com exatidão essa troca de lado, mas de repente estamos subindo, ou descendo escadas com mais cuidado, de repente estamos nos apoiando para levantar de uma poltrona, de repente estamos olhando, com atenção, para os lugares em que pisamos, de repente estamos tomando remédios de uso continuado.

A segunda frase, que até teve uma tradução meio tosca (para envelhecer é preciso ser macho), foi dita por um amigo do principal personagem, ao relacionar uma série de limitações que passou a ter com o envelhecimento.

Sim, para envelhecer é preciso ser forte, de preferência. Só assim os limites serão enfrentados com tranquilidade, as perdas serão aceitas, a solidão não pesará e a alegria de viver será mantida.

O filme é muito interessante, e é classificado como comédia dramática.

É a classificação adequada para os filmes que abordam o quotidiano da vida. Sim, porque toda vida tem sua parte leve, alegre, e tem sua parte difícil, pesada.

Os atores estão ótimos. William Hurt faz o papel de Adam, um arquiteto premiado.

Isabella Rossellini foi escolhida para o papel, porque era uma das poucas atrizes quase sexagenária que não havia se submetido a qualquer cirurgia plástica de rejuvenescimento.

Penso que o filme não agradará aos mais jovens, porque ainda não pensam na inevitabilidade da velhice.

Mas os mais maduros, e aqueles que romperam a barreira dos 60 anos, riem bastante e se identificam em muitas passagens, com os personagens.

E o filme, embora trate dos problemas da velhice com humor e leveza, também deixa claro, sabiamente, que a expressão melhor idade não é a mais adequada para essa fase da vida.

Melhor, por que?

Espero que tenham gostado, e que apareçam para visitar meu blog. Ressalto que, nele, os temas são variados mas, diante da reflexão proposta pela Katia, e para quem tem interesse no assunto, deixo o link de alguns posts sobre idosos e/ou envelhecimento:


http://blogdavovohelo.blogspot.com/2010/01/crepusculo.html

http://blogdavovohelo.blogspot.com/2010/08/idosos-e-prioridade-nas-filas.html

http://blogdavovohelo.blogspot.com/2011/07/fios-brancos.html
 

Helô

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Helô, obrigadíssima por me autorizar a publicar seu texto e pela bela introdução. Temos muito em comum mesmo e adoro ler sobre suas viagens, imaginando que poderei ser tão ativa e descolada daqui a vinte ou trinta anos. Sua energia é contagiante e o fato de você abordar assuntos diversos em seu blog o torna ainda mais atraente e interessante!!!!

Esse tema me levou à reflexão e vou copiar aqui o comentário que deixei em seu post:

Helô, seu relato me deu a maior vontade de assistir o filme! A expectativa de todo mundo é envelhecer um dia, né? E adoro ver filmes com a Meryl Streep e a Diane Keaton se relacionando com o Alec Baldwin, jack Nicholson, Steve Martin etc. Os filmes retratam mulheres bem sucedidas, de bem com a vida, praticantes de atividade física, saudáveis, maduras, inteligentes e que, aparentemente, souberam envelhecer com tranquilidade. Espero ter maturidade e serenidade suficientes para aceitar que a vida segue seu rumo e admiro muito a Isabella Rossellini por ter uma aparência natural. Ela continua linda!!!!! Com certeza, assistirei esse filme. Obrigada pela dica!”

Pegando carona no seu questionamento, confesso que sempre impliquei com o termo “melhor idade”, assim como implico com o termo “afro-descendente”, entre outros classificados como “politicamente corretos”. Algumas expressões criadas com o intuito de diminuir preconceitos, a meu ver, os evidenciam ainda mais e parecem querer “amenizar” uma situação tida como desconfortável ou constrangedora. Por que “negro” virou uma palavra que muita gente evita usar? “Mulatinho”, “moreninho” e até “marrom-bombom” passaram a substituir o vocábulo, que parece ter se tornado pejorativo. Como assim? Apesar de ter cara de árabe, sou bisneta de negros e loiros e adoro essa miscigenação!!!! Se o “politicamente correto” fosse justo, acho que “loiro” viraria “nórdico-descendente” ou algo similar.

Penso que qualquer idade deve ser vivida de forma equilibrada e com o intuito de aproveitar ao máximo suas particularidades. Meu pai e um amigo muito querido me disseram uma vez que a melhor fase da vida acontece entre os 30 e 40 anos, quando não somos mais imaturos, temos nossa personalidade formada, vivemos com mais responsabilidade e ainda conservamos uma aparência jovem. Bom, eu tenho 38 e, por enquanto, concordo com eles. Mas eu preferia continuar com meu corpinho magrinho de 25 anos, rsrsrsrsrs!!!! Sei que generalizei quando escrevi que “a expectativa de todo mundo é envelhecer um dia”, mas acredito que a maioria das pessoas não queira viver somente até os trinta e poucos. Tendo saúde, qualidade de vida e bons amigos, espero viver da melhor maneira possível até que chegue minha hora de partir…

Eu gosto de pensar que a “melhor idade” é aquela que estamos vivenciando no momento, até porque não podemos voltar o relógio, né? Então pra que reclamar, se lamentar, sofrer e remoer velhas mágoas? Eu conheço pelo menos uma maneira de fazer com que qualquer época da vida seja mais prazerosa: sendo otimista e dando ênfase aos aspectos e momentos positivos. Reclamar demais e viver no passado não fazem bem a ninguém e ainda afasta os outros.

Para conhecer melhor a Helô, basta clicar no seguinte link:

http://blogdavovohelo.blogspot.com

Espero poder envelhecer com sabedoria e aceitar o que a vida tiver a me oferecer. Se eu receber limões, torço pra ser criativa e fazer uma limonada! E é isso que também desejo pra todos vocês!!!!

Um grande beijo!!!!

Bonfa ass

 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os Bichos da Lúcia e a Síndrome de Noé

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Os primeiros dias de dezembro possuem um clima especial pra mim: é o começo do mês do Natal, que traz significados e sentimentos diferentes para cada um de nós. Para alguns, é tempo de festa e celebração junto à família e, para outros, é uma época meio triste, durante a qual nos lembramos dos amigos e familiares que partiram e deixaram saudades. De qualquer maneira, acredito que a maioria das pessoas, religiosas ou não, sinta algo diferente nessa data. Com a aproximação do fim do ano, é inevitável refletir sobre o período de quase 365 dias que ficou pra trás: quais foram nossos acertos, nossos erros, o que gostaríamos de mudar em nós mesmos ou no mundo, a que gostaríamos de dar continuidade etc.

Sei que campanhas de Natal existem aos montes nessa época e cada um se sente disposto a contribuir com a que mais lhe emociona ou cativa, dependendo de suas crenças e/ou valores. No meu caso, não tenho dúvidas de que os animais, esses serem que nos amam incondicionalmente e que aprendi desde cedo a respeitar e admirar, merecem uma menção e um pedido de ajuda tanto agora quanto em qualquer outra época do ano.

O “Bonfa Convida” de hoje é muito especial porque recebo uma pessoa bastante iluminada e generosa, que tem uma história curiosa e interessante para dividir conosco…

giany

Quem sou eu: Giany Gonze Tellini, moro em Santos desde 2004, sou fisioterapeuta e mãe de um poodle de 13 anos e um casal de gatos adotados numa manhã chuvosa, quando os encontrei recém nascidos dentro de uma caixa no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Provavelmente, assim como eu, você também nunca ouviu falar da Síndrome do Colecionador de Animais ou Síndrome de Noé. Só soube da existência desse distúrbio no dia que uma vizinha adoeceu e foi internada com um surto psiquiátrico, deixando abandonados em casa cerca de 90 animais.

Descrita em 1981, essa síndrome, também conhecida pelo nome em inglês “animal hoarding”, é um desvio de comportamento com sinais bem característicos. A pessoa, geralmente mulher com mais de 60 anos e com tendência ao isolamento, seja ele voluntário ou por não ter familiares próximos, passa a recolher animais mesmo sem ter condições para mantê-los. Recusa-se a doá-los por acreditar que ninguém poderá cuidar deles melhor que ela própria. Ela não reconhece o sofrimento e o adoecimento do animal e até mesmo pode negar a sua morte, escondendo corpos pela casa. Torna-se cada vez mais afastada das relações sociais e familiares e não se dá conta da deterioração do ambiente e até mesmo da própria saúde.

Ao ler essa descrição, talvez você tenha se lembrado de alguma história envolvendo uma tia-avó distante ou uma lendária “louca dos gatos” da sua cidade, velhinha e solitária, que vivia com seus 40 gatos em uma casa que ninguém gostava de ir por causa do mau cheiro e da sujeira.

Em um primeiro momento, pode até nos parecer consolador saber que mesmo em uma situação não ideal, essa pessoa se dispõe a acolher e abrigar pobres bichinhos abandonados, mas isso é um grande erro – aliás, dois – os animais estão sofrendo em cativeiro e a pessoa doente não está recebendo os cuidados que precisa.

Voltando ao caso da vizinha doente e seus muitos bichos, quando entrei pela primeira vez na sua casa humilde e deteriorada pelo tempo e pela falta de cuidados, a cena era de horror: 50 gatos assustados e famintos arranhavam e subiam pelas minhas pernas como que pedindo socorro enquanto aproximadamente 40 cães me cercavam, latindo e pulando em desespero. A sujeira e o mau cheiro eram gritantes e eu que sou “mãe” de dois gatos e um cão só conseguia pensar “meu Deus, por onde começar?”

De repente eu me vi no lugar de uma verdadeira colecionadora de animais!

Quando a situação foge totalmente do controle e os animais ficam em situação de abandono por morte ou doença do colecionador ou pela intervenção da família ou de órgãos públicos, tem-se um grande problema nas mãos. O que fazer com tantos animais doentes, desnutridos e traumatizados?

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Ao abraçar a causa dos animais da casa da Lúcia, descrita no blog “Os Bichos da Lúcia”, pude vivenciar a dificuldade e complexidade do resgate e encaminhamento de cães e gatos em situação de necessidades extremas. Os órgãos públicos e os não governamentais não estão preparados para essa situação, não existem lares temporários suficientes para acolher esses animais e nem a mais otimista das campanhas de adoção pode absorver a demanda crescente.

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Talvez seja necessário pensar não só no problema final, ou seja, nos animais em situação de maus tratos e/ou abandono, além da pessoa doente sem assistência, mas no que está no início de tudo e que desencadeia as condições para o agravo da situação. Será que não poderíamos nos ater mais no cuidar do que no remediar?

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A essência do ser humano reside no cuidado e na adoção de valores e atitudes que favoreçam o bem estar como um todo. A posse responsável, a castração dos animais, o combate ao abandono e outras medidas semelhantes de prevenção e controle são facetas de uma mudança macro que passam, necessariamente, pela informação, educação e orientação à população. Os instrumentos que coíbem e/ou penalizam condutas inadequadas no manejo de animais somente são úteis quando não se há conscientização e respeito aos deveres e direitos dos indivíduos, sejam eles humanos ou não. Infelizmente, a penalização só é possível depois que a agressão já ocorreu.

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A meu ver, depois de tudo que temos passado com os bichos da Lúcia, somente a mudança na forma de interpretar e abordar os problemas poderá evitar que casos semelhantes aconteçam ou minimizar situações de resolução tão complexa.

Mas enquanto isso a vida continua, os animais sentem fome e precisam de cuidados e o que temos feito desde então foi combinar ações de estímulo e sensibilização de seres humanos para adoção e ao mesmo tempo, manter o mínimo de atenção e manutenção aos animais que foram prisioneiros desse amor doentio da D. Lucia. O cenário atual é, graças ao apoio de pessoas como a Katia, de muitos animais já em novos lares. Contamos ainda com nove cãezinhos a espera dessa chance.

Nesse momento, quanto mais pessoas souberem como identificar e abordar um colecionador e que exijam atuações efetivas dos órgãos responsáveis pelo bem estar animal, vigilância sanitária e saúde coletiva, além do envolvimento efetivo da população, mais chances teremos para conquistar um cenário menos sombrio que o atual, pois não se trata apenas da adoção de ações isoladas, mas de cuidar do planeta, das águas, das florestas e do clima, há de se preocupar com o bem estar dos seres vivos, tendo em mente que “tudo o que existe e vive precisa de cuidado para continuar a existir e a viver: uma planta, um animal, uma criança, um idoso, o planeta Terra” (Leonardo Boff). 

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Querida Katia, serei sempre muito grata ao apoio que deu à nossa causa e pelo carinho com que nos recebeu no seu blog. Para conhecer os bichinhos que ainda estão sob nossos cuidados e também o relato da nossa “estréia” em resgate de animais, convido seus leitores a seguir o blog OS BICHOS DA LÚCIA. Toda ajuda será sempre muito bem vinda!

Giany

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Giany, eu agradeço muitíssimo sua participação no BONFA CONVIDA de hoje e espero que volte outras vezes com novos temas e alertas sobre os problemas que enfrentam os cães abandonados e/ou que sofrem maus tratos nas ruas ou mesmo dentro de casa. A adoção responsável é algo que defendo bastante e o primeiro post sobre minha posição quanto a essa questão foi o seguinte:

http://casosecoisasdabonfa.blogspot.com/2009/04/cachorro-e-tudo-de-bom-se-for-adotado.html

Gostaria de copiar aqui um trecho desse post que reflete o que penso sobre adoção:

“Todos os animais que meus pais possuíram, sem exceção, foram adotados. Sou contra o comércio de animais e penso que bicho não se compra, se adota. Quem ama não se importa com raça ou status. Bicho não é roupa de grife, não é objeto de consumo. Bicho é um ser vivo que merece respeito, carinho e cuidados apropriados. Na minha família seguimos esse princípio e agradeço demais aos meus pais por me ensinarem a amar esses pequenos seres pelo que são e não por sua aparência. A partir daí foi natural estendermos esse sentimento aos seres humanos.”

Sou radical mesmo, gente. Até porque, ao longo da vida, fui colecionando algumas histórias horrorosas, como as seguintes: uma pessoa queria entregar um cão de uma determinada raça para adoção porque ele não estava mais na moda!!!! Um rapaz queria que sacrificassem um poodle porque ele era da ex-esposa e ele queria se vingar dela!!!! Alguns canis que foram à falência deixaram centenas de animais abandonados à própria sorte e, em alguns casos, são realizados cruzamentos consaguíneos entre os espécimes mais belos para gerarem filhotes atraentes (somente por fora, porque carregam várias anomalias genéticas).

Conversando com minha mãe outro dia a repeito da campanha que fazemos de forma ostensiva entre pessoas próximas, constatamos nossa mútua decepção ao percebermos que essa atitude parece não surtir o efeito desejado porque muitos dos nossos conhecidos continuam preferindo comprar a adotar um bichinho. Eles nos elogiam por nossa postura, mas não pensam duas vezes antes de desembolsar algumas centenas (ou milhares) de reais para adquirir um filhote de “raça pura”.

Por todos os motivos explícitos nas palavras da Giany e porque existem muitos animais abandonados que só precisam de um pouco de carinho e atenção, peço que, ao menos, considerem outras opções antes de pensarem em comprar um animal. E se o desejo for ter um cão de raça, procurem se informar sobre a idoneidade de quem produz e vende os bichinhos, evitando e denunciando os lugares inescrupulosos. E, já que estão dispostos a gastar, que sejam também generosos e auxiliem uma instituição de assistência aos carentes.

Esse é o meu desejo oficial de Natal: que as pessoas se preocupem menos com a aparência e mais com a essência, em todos os sentidos!!!!

Para conhecer melhor a Giany e sua bela campanha, basta acessar o seguinte link:

http://bichosdalucia.blogspot.com

Para finalizar o post, deixo aqui mais algumas imagens do “bichos da Lúcia”…

miranda antes e depois

bilu3

marrom

laika

raposa3

papo2

snoopy

vermelho3

Quanto mais carente o olhar do bichinho, mais vontade eu tenho de acarinhá-lo e protegê-lo…

Um grande beijo pra todos com votos de um mês bastante especial!!!!

P.S.: Passarei o final de semana em Recife (PE), mas volto na segunda!!!!

Bonfa ass

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

De Recife, passando por Manaus e chegando a Grenoble, na França: a história da fonoaudióloga que virou doceira

Troco e-mails com a Liviany desde o início do ano e adorei saber um pouco mais sobre a história de vida dessa fonoaudióloga brasileira que foi parar em Grenoble, na França, onde descobriu uma paixão por doces que a fez embarcar em uma nova carreira, recém-saída do forno… vamos conhecê-la?

Liviany

Eu sou a Liviany Moura, fonoaudiologa por formação, e "doceira" por paixão. E isso não quer dizer que eu não ame a fonoaudiologia, mas ela não foi escolhida como profissão com a mesma paixão que os doces. E aliás, quando comecei a cursar fono na faculdade, nem sabia bem o que um fonoaudiólogo fazia. Já os doces..., essa paixão recente veio junto com o nascimento da minha filha, e tem menos de 2 anos de existência.

Todos os mêsversarios dela eram comemorados aqui em casa. E no começo, eu comprava muffins no supermercado e decorava com pasta de amêndoas (porque a pasta americana não é fácil de ser encontrada pelas bandas de cá). Daí a coisa foi melhorando... Comprei as formas e comecei a fazer tudo sozinha: os bolinhos, a pasta e a decoração. E cada festinha foi ficando melhor do que a outra. Foi quando surgiu a idéia do blog « Doce Sucré ». Nome que mistura o português com o francês, da mesma forma como é misturada a influência cultural na vida da minha pequena filhota (que é quem me inspira todos os dias, desde o começo) e até mesmo nas minhas receitas, onde procuro unir idéias francesas com o sabor que o brasileiro gosta de sentir.

E falando tanto em Brasil e França, vou contar um pouquinho da minha vinda pra cá. Vai que alguém mais quer se aventurar depois de ouvi-la ou até mesmo desiste, né?! Rs.

Saí de Recife, minha terra natal, pra morar em Manaus. Meu atual marido, que na época era namorado, recebeu uma proposta de trabalho lá, nessa terra tão querida. Dai, ele foi embora na frente e eu fiquei pra acabar a faculdade… depois casamos e fui também. Começamos uma vida a dois longe de tudo e de todos, e foi bom! Tenho muitas saudades do lugar, dos amigos, de tudo! Fizemos nossas pós-graduações lá, e um belo dia estávamos dentro do carro conversando bobagens e meu marido resolveu que queria aprender francês. Se matriculou num curso, e eu acabei me matriculando no inglês. Tinha vontade de aprender francês, mas achava mais importante aprender inglês, que ele já falava a língua fluentemente… e eu sofro até hoje porque não gosto da língua e isso acaba criando um bloqueio imenso. Enfim, nunca imaginei que de uma conversa boba eu viesse pra tão longe, que fosse falar francês, fazer mestrado e ainda levar de brinde o meu amor maior, uma gata, cursos de culinária e uma vontade imensa de montar meu próprio negócio.

Quando começou o curso, meu marido pensou em ir para o Canadá. Como trabalha com informática, seria fácil. Mas depois decidiu que queria estudar, e não trabalhar. Daí procurou a França, onde os estudos não são pagos mensalmente. Mandou a candidatura para duas universidades… e pra o meu «azar», foi aceito nas duas!

Eu resisti até onde pude. Estar em Manaus, longe da minha familia, já era demais. Sair de lá pra outro pais, ultrapassava os meus limites. Não aceitava a idéia de ficar sem trabalhar, e estudar, de ficar só e de não saber nada da língua. Estava mesmo desesperada com a isso. Masss… ele ja tinha dado entrada em todos os nossos papéis… E pra não me separar, por amá-lo tanto, resolvi vir e deixei parte da minha vida pra trás: família, amigos, consultório, trabalhos, propostas e sonhos... Vendemos tudo (carro, móveis, tudo!) e viemos embora começar nossa outra etapa da vida em comum.

Chegando na França foi tudo mágico… como tudo é no começo, né ?! Comecei um curso intensivo durante um mês. No mês seguinte, de tanto estudar em casa (aproveitando os dias frios de inverno pesado pra estudar), consegui subir muitos niveis do francês e passei pra um curso semi-intensivo à noite (metade do preço). Daí a novidade começou a esfriar e comecei a ficar cansada dos dias vazios e das noites de frio numa praça pra conseguir usar internet pública na rua, com o intuito de ligar pra minha familia pra amenizar um pouquinho da saudade (que dói muito, e só sabe quem sente!).

Não sabia o que fazer da vida. Como fono trabalha com linguagem, pra trabalhar na minha área eu precisava falar muiiiito bem. E pra trabalhar em outra área, não podia. O visto de acompanhante não me permitia trabalhar… e nós respeitamos isso porque tínhamos medo de perder todo o dinheiro que tinhamos investido.

Um belo dia, fui à padaria, e quando olhei pra um dos lados vi uma plaquinha que dizia «Orthophoniste». Isso mesmo, uma fonoaudióloga bem na minha rua! Vibrei muito porque vi a possibilidade de fazer pelo menos um estagio não remunerado ou de observação. Mandei uma cartinha com meu francês novinho em folha, explicando minha situação, o que eu queria e perguntando pra essa fono sobre possibilidades de mestrado aqui… Resultado: nada de estágio porque ela trabalhava com crianças e qualquer coisa distrairia, mas havia uma possibilidade de mestrado.

Ela me deu o contato de um professor de psicologia na faculdade que trabalhava com neurocognição, tudo o que eu queria! Na validação, disseram que tinha que fazer o último ano de psicologia pra poder entrar no mestrado. E eu fui! Fiz o primeiro ano aos trancos e barrancos. Tentando entender tudo, mas era muito dificil, pela língua e por estar no terceiro ano de um curso que não era o meu. Levei pau na estatística (na psicologia francesa, tudo é estatistica, gente! Coisa de louco!!!). Aqui em Grenoble, quando você reprova uma disciplina sequer, não precisa cursar as que conseguiu passar, mas se por acaso essa disciplina foi cursada no segundo semestre do ano, você só poderá refazê-la no segundo semestre do outro ano!). Foi o que aconteceu comigo. Tive que passar um semestre inteiro sem fazer nada, pra cursar estatistica no segundo. Não tive paciência e saí procurando outras coisas pra fazer. Achei um mestrado de Linguagem e Surdez, que terminei de acabar… com atrasos por causa da gravidez, mas enfim… Uma parte concluida!

O próximo passo agora é deixar a França. Em outubro estaremos de volta à minha terra natal, Recife. Esperando por dias melhores, muito melhores do que os que eu vivi por aqui. Não que a experiência não tenha seu lado positivo, claro que tem! Tem a língua, o contato com outras culturas, os amigos, a culinária e as minhas duas filhas (uma gata e minha filhota de verdade, que são as memórias mais importantes que levo comigo pra sempre!).

Acredito que muitas outras histórias mais felizes do que a minha existam por aqui. Especialmente as das pessoas que quiseram vir pra cá por livre e espontânea vontade. E quem tem o sonho de vir, desejo com todas as forças muita sorte e posso passar todas as informações que sei. As que não quiserem vir, sigam seus corações… porque a possibilidade de as coisas não sairem bem é muito grande. Satisfação profissional e pessoal são coisas muito importantes pra que possamos nos amar, e amar alguém consequentemente. Sem isso, tudo pode desandar… é preciso cuidado e muito amor!

Sera que ainda dá tempo de mostrar um pouquinho do meu trabalho? A Doce Sucré estará muito em breve atuando em Recife. Então, quem estiver ou passar por lá e quiser nos contactar, fique a vontade… será um prazer recebê-los! Forneceremos doces para casamentos e festas infantis de todos os gêneros: aniversários, batizados, chás de bebê e boas vindas etc. Pensou em festa, a gente vai voando até você ! =)

Voilà algumas fotos do que nos produzimos…

Cupcakes :

1

2

Macarons :

3

Cannelés de Bordeaux :

4

Cookies :

5

Bolos :

6

… E muito mais ! Querendo saber mais sobre nos, passa la no site: www.docesucre.com!

Aproveiando a passagem pelo Bonfa Convida, queria convidar vocês para participarem do sorteio de prêmios ja sorteados anteriormente lá no blog. Como as duas ganhadoras chegaram depois do prazo estipulado, deixaram de ganhar os prêmios abaixo :

7

Termômetro de panela, minuteira, gloss cupcake e pulseira com pingente de batata frita!

Pra concorrer basta ser seguidora do meu blog, curtir o Doce Sucré no Facebook e postar a abelhinha da doce sucre no seu blog, twitter ou FB falando da promo. O sorteio será realizado pelo Random.org no dia 5 de novembro !

Agora, quero te agradecer, Katia, pela oportunidade de participar do Bonfa Convida! Assim como por me servir de inspiração no dia a dia... Sim, porque não tem como não lembrar de você na hora de receber os amigos, de colocar uma mesa bonita ou de comprar louças e coisinhas fofas para a minha casa. Também lembro muito de você quando estou bolando uma festinha, quando penso nas etiquetas, e agora até na ilustração que fiz para o meu blog. Obrigada por tudo, mesmo pelas coisas que você nem se da conta que faz por mim! =)

Um beijo grande e parabéns pelo blog, pelas idéias e pela sua simpatia!

Liviany Moura

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Liviany, embora a gente tenha trocado muitos e-mails, foi através desse texto que conheci sua história de vida e achei seu relato bem interessante e sincero. Eu costumo dizer aos amigos que adoraria ter a oportunidade de morar fora por um ou dois anos e adivinha o país que eu escolheria? A França!!!! Tenho algumas noções de francês, mas gostaria de aprender a falar fluentemente o idioma que tanto admiro. Eu tenho paixão por viagens, mas sinto falta de passar por uma experiência real de intercâmbio que me fizesse mergulhar em uma outra cultura por mais tempo para conhecer diferentes hábitos e modos de vida.

Meu primeiro emprego “de verdade” foi em uma ONG que promovia essa experiência entre estudantes chamada AFS (American Field Service) e o trabalho despertou meu interesse em aprender sobre diferentes povos e países. Eu sonhava em um dia conhecer a fundo os lugares incríveis que via em fotos alheias. Minha rotina era acompanhar a experiência dos estudantes e dar o apoio necessário à continuidade do intercâmbio de forma harmônica. Eu tinha contato diário por telefone e e-mail com funcionários do mundo inteiro e, nessa época, fiz amizade com uma americana que dura até hoje. Quantas mensagens trocamos, como rimos, como nos divertimos e também choramos juntas na casa da mãe dela em Prospect Park, no Brooklyn. Ela é uma amiga muito querida que reencontrei depois de 11 anos via Facebook.

As experiências de quem mora ou já morou fora de seu país de origem variam muito. Alguns amam, alguns odeiam e outros se acostumam. Minha irmã do meio vive nos Estados Unidos há quase 12 anos e teve um difícil começo, mas hoje não pensa em voltar ao Brasil. Não tenho dúvidas de que a saudade da família e dos amigos é o fator que mais incomoda e dificulta a adaptação. Sou muito apegada e penso que também teria dificuldades em me afastar deles por um longo tempo. Mesmo reclamando do calor do verão no Rio e dizendo sempre que prefiro o frio, nunca estive em lugares com temperaturas abaixo de zero por mais de três semanas. Enfim, sei que a prática é bem diferente da teoria e, como tudo na vida, toda escolha tem seus prós e contras.

Liviany, gostaria de agradecer sua participação nessa seção e convocar os leitores a participarem do sorteio do seu blog!!!!!

Para conhecer melhor a DOCE SUCRÉ, basta acessar o seguinte link:

http://docesucre.blogspot.com/

Um grande beijo pra todos com votos de um final de semana bem doce!!!!!

Bonfa ass

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um dia de folga em plena terça-feira: meu presente de aniversário!

meuaniversario


Gente, sempre fico muito feliz na época do meu aniversário (tenho a sorte de não vivenciar o famoso “inferno astral”) e gostaria de agradecer por mais esse ano de vida, um ano que foi particularmente generoso comigo!!!!!!!

Penso que nada é garantido e que nossa vida pode mudar em questão de segundos. Por isso sou bastante agradecida por cada momento junto das pessoas que amo e por cada conquista ou oportunidade que surge no meu caminho, por menor que seja.

Através do blog, eu conheci muitas pessoas interessantes, com as quais estreitei laços, descobri afinidades, me diverti, desabafei, chorei e sorri. Algumas viraram amigas de verdade, o que eu nunca imaginei que pudesse acontecer quando entrei para esse “mundo virtual”.

Gostaria de agradecer as felicitações que recebi por e-mail, Facebook e Orkut! Desejo o mesmo pra vocês hoje e sempre: saúde, alegria, paz, tranquilidade, reconhecimento e momentos inesquecíveis!!!!

Minha mãe acabou de tocar "parabéns pra você" no piano da casa dela e colocou o telefone perto pra eu poder escutar. É uma tradição familiar e eu sempre me emociono!!!! Minha avó também estava lá e desejou que não haja pedras no meu caminho. Bom, eu disse à ela que pedras são uma realidade, elas aparecerão de tempos em tempos com tamanhos e formas diferentes, e o que eu desejo mesmo é saber tropeçar direito sem cair, rsrsrsrsrs! E como disse meu amigo Eduardo Nassife:

"Sou forte o suficiente para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar."

Penso que quando a gente ouve nossa intuição, segue nosso coração e faz o que gosta, o universo conspira a nosso favor e coisas boas acontecem!!!!

Estarei off-line durante quase todo o dia: daqui a pouco vou à academia, depois sigo para Ipanema a fim de tomar um café da manhã bem suculento em companhia da amiga Angela (mais uma pessoa especial que conheci através do blog) e mais tarde, passearei pelas ruas desse bairro charmosíssimo rumo às lojinhas de decoração que mais gosto com mami e vovó Carmota. Esse é um dos bônus de trabalhar como free-lancer, rsrsrsrs!!!!

À noite, tenho grandes expectativas e vou comemorar esse dia especial na companhia do maridão. Espero que a experiência seja inesquecível… vamos ver! Depois eu conto pra vocês!!!!

Um grande beijo!

Bonfa ass

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A decisão de ter um (só) filho

Bom dia, pessoal!!!! A convidada de hoje é minha conhecida desde os primórdios do blog e a acompanho desde antes de ela se casar e de ter tido o Eduardo, sua maior conquista. O texto da Rosi é bem interessante e leva à reflexão sobre a maternidade e o fato de querer ter um filho só. Vamos conhecê-la?

rosi

Venho de uma família grande, com muitas mulheres. Minha mãe sempre nos ensinou a trabalhar juntas, até nas brincadeiras ou afazeres domésticos. Mesmo sendo a caçula, sempre tive que participar, eram pequenas tarefas, mas o sentimento de pertencer me fazia muito bem.
 
Ter uma família numerosa requer abrir mão de algumas coisas, de brinquedos, de espaço e até de alimentação. Naquela época e partindo daquela história que "onde come uma boca comem duas", tive uma infância humilde e restritiva. Por longos períodos nossa alimentação era composta apenas do básico e compartilhávamos roupas, sapatos e até a cama para dormir. Nossa situação financeira só mudou quando eu e minhas irmãs começamos a trabalhar e ajudar meus pais.
 
Aí vieram os sobrinhos. O primeiro deles chegou junto com meus 15 anos. Eu fiquei maravilhada com aquele pequeno ser e me dispuz a auxiliar minha irmã nos cuidados com o bebê. Era meu boneco, adora trocar a roupinha, dar papinha, banho... O segundo sobrinho nasceu três anos mais tarde e me foi dado como afilhado. Se antes eu era uma tia dedicada, agora virei uma tia babona.
 
A família foi crescendo com a chegada de novas crianças. A cada notícia de gravidez, era uma comemoração. A cada nascimento, mais uma alegria. Contabilizamos nove crianças, sendo apenas uma menina de todo o grupo. Meu papel como tia aumentou, trabalhando fora e com um salário razoável, os sobrinhos sempre eram paparicados com presentes, passeios e custeio de seus estudos, gastos que minhas irmãs não conseguiam assumir sozinhas pela quantidade de filhos. Além disso, ocupei o papel de irmã mais velha mesmo sendo a caçula, sempre ajudei financeiramente minhas irmãs e talvez pelo meu rápido amadurecimento, virei a conselheira da família. Com isso vieram as responsabilidades e cobranças, família é um negócio complicado, quanto mais você se doa, mais recebe cobranças. Até que encontrei minha cara metade, e com 29 anos de idade, resolvi casar para espanto da minha família. Alguns acreditavam que ficaria, literalmente, "pra titia".
 
Se meu comprometimento com os problemas da família acabou? Claro que não. Mas tomou uma nova forma. Agora eu tinha que cuidar da família que havia criado. Mas faltava um filho. Dizem que o desejo pela maternidade surge quando chega a hora certa. A mais pura verdade. Sentia uma necessidade, um desejo inexplicável de me tornar mãe. Começaram as tentativas, fase que durou pouco. Logo recebi a notícia que teria um bebê. Compartilhar tal notícia com familiares e amigos foi muito gratificante. Me sentia plena, vitoriosa.
 
Desde sempre sabia que teria um menino. E Eduardo foi o nome escolhido. Um nome simples, fácil e sonoramente bonito. E Eduardo chegou a minha vida numa sexta-feira a noite. Dizer que aquele foi o momento mais emocionante de minha vida pode parecer piegas, mas só quem passa por ele entende sua intensidade.
 
Aproveitei minha licença maternidade o máximo que pude, mas ela chegou ao fim. Minha preocupação era com quem deixá-lo para poder voltar à trabalhar. Procurei escolas, pesquisei valores e localizações, e fiquei decepcionada com a maioria delas, se a escola oferecia uma boa estrutura, o valor cobrado era exorbitante, se tinha um preço justo, a distância de casa dificultaria nossa rotina. Me desesperei por semanas, como uma mãe consegue trabalhar sem ter a certeza que se filho está bem? Recorri à minha irmã que trabalhava como babá, fiz uma proposta de irmã mesmo e agindo pelo coração, ela aceitou cuidar do meu filho. Ela pediu dispensa do emprego anterior e eu me mudei de casa para facilitar a rotina dos dois, nunca me agradou a ideia de expor um bebê ao frio ou chuva para levá-lo à escola, assim como deixá-lo aos cuidados de estranhos. Consegui alugar um apartamento no prédio que minha irmã mora, tive sorte é verdade, mas tal mudança me obriga a enfrentar quatro horas diárias de trânsito para ir trabalhar e voltar para casa. Grande parte do orçamento de casa é destinado ao Eduardo. São compras semanais de fraldas, leite, legumes e frutas. Tenho ainda despesas mensais de materiais de higiene, medicamentos e roupas. Criança cresce e perde roupas muito rápido. Além disso, as peças infantis chegam a custar até mais caro que roupas de adulto.
 
Tudo isso me fez analisar muito o fato de aumentar a família. Decidi que o Eduardo será filho único. Sei da importância de ter irmãos e como é bom ter alguém para compartilhar a vida. Acho lindo aqueles almoços em famílias, as datas comemorativas sempre cheias de gente, mas definitivamente, planejei tanto ter um filho que, como toda mãe, quero oferecer o melhor a ele.
 
Algumas pessoas me dizem que criança precisa apenas de amor e atenção. Eu concordo. Mas sei muito bem o quanto é ruim herdar sempre objetos usados, viver desejando aquele brinquedo que passou na TV, desejar comer aquele doce e não poder. Meu filho merece ter uma vida tranquila dentro das minhas possibilidades, merece ter um médico para tratá-lo, uma escola para poder estudar, ter oportunidades de trabalho, de amigos, de vida que outros terão... merece ser cuidado com todo o carinho. Eduardo é a melhor parte de mim.

Rosi Costa Caleffi

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Rosi, agradeço muito o fato de você ter aceitado meu convite e de ter escrito esse texto tão interessante. Sou a primogênita de três filhas e a mais velha da minha geração, tanto do lado materno quanto do lado paterno. Enquanto crescia, percebia a responsabilidade, as preocupações financeiras e o jogo de cintura dos meus pais pra conseguir pagar escola, transporte, curso de inglês e até balé pra três meninas. Éramos uma família de classe média vivendo na zona norte do Rio. Não posso me queixar de ter sentido falta de alguma coisa, mas não tínhamos luxo: presentes só no dia do aniversário, no Dia das Crianças e no Natal. Nada de lembrancinhas fora de época. Viagens eram raríssimas. E foi assim que aprendemos a dar valor ao que recebíamos e a economizar água e luz.

Meu pai teve uma infância pobre e quis oferecer às filhas o melhor que podia, até mesmo um trenzinho FERRORAMA, que desconfio ter sido um presente pra ele mesmo, rsrsrsrsrs! Se não fosse pelo veto da minha mãe, eu poderia ter tido uma quarta irmã ou irmão, o sonho do meu pai. Mas penso que a natureza é sábia e o presenteou com um primeiro neto lindo, saudável, cheio de energia e que compartilha o mesmo sorriso. Quando dizem que o Gábi tem a mesma expressão do avô, ele fica todo bobo… e com razão!!!!! Ambos possuem um sorriso largo, generoso, maroto e espontâneo.

Para conhecer melhor a Rosi, basta clicar no seguinte link:

http://mundinhodarosi.blogspot.com/

Que a gente tenha um final de semana inesquecível junto às pessoas que mais amamos  no mundo!!!!!

Um grande beijo!!!!

Bonfa ass

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