
Uma fazenda que não está habitada, mas mantém condições mínimas para estar - e morar, caso queiram -, foi nosso local de passeio no domingo. Tudo muito simples e rústico, como a maioria das propriedades rurais do nosso país. Porém, do tamanho ideal para morar, cultivar amigos, plantar recordações, colher experiências.

E cheia de atrativos para os pequenos que amam a natureza bruta. O que mais prezo na educação que tenho tentado dar a meus filhos, é fazê-los entender que, onde que que estejam, em locais mais ou menos sofisticados, é possível ser feliz, curtir, aproveitar as melhores coisas que cada lugar tem. E eles têm mostrado que a lição é bem assimilada. Portanto, numa fazenda como esta, é subir em árvores.

Olhar ao longe e vislumbrar o horizonte, mesmo quando ele não parece nada amistoso. E saber que, sem nuvens carregadas, não vem a chuva e, tão pouco virá a bonança. A exuberância dos pastos verdes, a riqueza do gado gordo e das colheitas fartas. E não virá o refresco do calorão do Centro-Oeste.

Saber que os peixes pequenos também trazem felicidades para os pescadores de primeira viagem.

Que teremos que nos preparar para sermos também pescadores de homens e não temer pegar o peixinho, apesar de suas rabanadas no ar.

Saber que, às vezes, chafurdando é que se consegue o almoço.
Mesmo que ele seja só uns míseros lambaris na brasaNão foi, claro. Mas como a ansiedade dos pescadores era tão grande, mamãe teve que limpar, salgar e assar os peixinhos.
E nada como dar um rolê com vovô pelo meio do mato. Conhecer as gueirovas, estas palmeiras que produzem um palmito amargo, muito apreciado nestas bandas.

Não contei no post anterior que a família era tão grande que tivemos que ir de ônibus? Eis a prova... de que o tamanho ideal para morar, para viver, depende do tamanho das verdades que habitam a nossa mente e o nosso coração.
E mais flores de viés, dos - peraí, que vou contar: dos 19 colares que fiz para as moças da família.



O mais legal é que fui fazendo com platéia, algumas 'meninas' auxiliando, aprendendo. Cada qual escolhia o material, eu pedia aprovação, opinião, bem ao gosto da cliente rsrsrs. Dava meu toque, entregava ali mesmo, sem pacote. Natal gera estes mutirões familiares aqui na minha turma. Um faz a salada, enquanto outros cuidam dos assados, outros preparam a sobremesa. Quem não cozinha lava a louça. Neste ano, me encarreguei de um pavê de leite ninho para o almoço de Natal, de sucos para quem não bebe refrigerantes - como eu - e do artesanato. Caso tenha agradado a alguém, não mentirei, agradei a mim mesma muito mais. Como não consegui colocar em prática
este post, a saída, sem planejar, confesso, foi conquistada ao fazer os presentinhos na hora da entrega...
Queridos e queridas que me acompanharam neste ano, desejo que 2010 seja tudo de bom. Revisando 2009, posso dizer que foi maravilhoso, mesmo com momentos nada agradáveis. E, na verdade, sou facinha: nem me lembro direito dos males que me afligiram, dos momentos em que chorei, das neuras que nutri, dos medos que me assolaram. Acho que estes dias de Natal estão realmente me fazendo bem, me capacitando que o ano novo.... o mesmo desejo a vocês