"Viver de Teologia não é fácil, difícil é viver sem ela"
A Missão da igreja de tantas outras é glorificar a Deus e apresentar os temas centrais da doutrina cristã. Muitas pessoas dizem que não gostam de estudar teologia por que ela é muito técnica, seu vocabulário é difícil. Alguns dizem que estudar teologia é aumentar a cabeça e esqueletizar a alma. O erudito Sproul analisando a história ratifica que os maiores gênios teológicos foram homens de profunda espiritualidade. Ele cita Lutero, Calvino, Edwards, John Wesley etc. Para ele o intelecto e o coração fazem parte da verdadeira devoção a Deus.O teólogo A.W. Tozer diz que a verdade é um pássaro de duas “asas” e afirma que um conhecimento sério de Deus é a base para todo cristão.
Todos nós devemos mergulhar na Bíblia ( Jer. 9.23). Teologia nada mais é do que conhecer os pensamentos de Deus e sua vontade para os diversos temas da vida, igreja, sociedade e Deus. Todos nós quando abrimos nossa boca para falar de Deus estamos fazendo teologia, pois estamos falando de Deus. A grande questão é como estamos refletindo o Ser de Deus e sua obra. Karl Barth disse que somente Deus pode falar de Deus, os homens falam de Deus através da Revelação e isso é teologia.
Na idade média a grande tragédia que pairou sobre aquela geração foi justamente teológica ou doutrinária. As pessoas aceitavam tudo que a igreja dizia, por que elas desconheciam as doutrinas centrais da Bíblia. Isso trouxe um grande prejuízo para aquele período. Houve reações contra isso, como no caso dos monges e tantos outros movimentos que ao longo do caminho se distanciaram da igreja católica.
Com o advento da reforma Deus usou homens que usaram a Bíblia e a teologia para derrubar os conceitos errados da igreja. A Sola Eclésia, foi modificada para a Sola Scriptura. Foi a teologia que muitos condenam que livrou a igreja das algemas da tradição e da ignorância, pois o tribunal das decisões doutrinárias estão na Bíblia.
Estamos vivendo um ressurgimento em nossa geração quase igual ao da idade média. Muitos ensinos errados estão dentro das igrejas, práticas anti- bíblicas estão sendo feitas na igreja e a maioria do povo acha que isso é correto, mas a Bíblia aponta para outra direção. Precisamos de uma nova reforma bíblica na igreja e Deus conta comigo e com você para levarmos para essa geração o Evangelho Santo da Sua Palavra. Nós como cristãos temos um grande legado teológico deixado por Deus na Sua Santa Palavra e também pela a história da igreja.
O Teólogo Karl Barth afirmou:
“Não podemos permanecer na igreja sem assumir tanto a responsabilidade pela teologia do passado, quanto pela teologia do presente. Agostinho, Tomás de Aquino, Martinho Lutero ( Calvino- Tomaz de Kempes) etc. eles não estão mortos mas vivem. Eles ainda falam e exigem ser ouvidos como vozes vivas, tão certo quanto sabemos que , eles como nós, pertencemos a mesma igreja”.
A teologia ( Theos- Deus; Logia – Estudo), estuda o Ser de Deus e tudo que se relaciona com a Bíblia em forma Sistemática. O nome teologia não existe na Bíblia ela serve de um termo técnico para descrever os vários temas Bíblicos. Assim também os primeiros cristãos não chamavam a Bíblia de Bíblia, mas de “Escritura” isso aconteceu com Jesus Cristo (Mt.21.42;Mc.14.49; Jo.5.39) ; os seus discípulos fizeram o mesmo ( Lc.24.32; At.18.24; Rm. 15.4). O apóstolo Paulo também referiu-se a ela como “As Sagradas Escrituras” ( II Tm. 3. 15), como “Santa Escritura” ( Rm. 1.2) e como “As Palavras de Deus” ( Rm. 3.2). Jesus Cristo também chamou as Escrituras de ‘Lei de Moisés, Os Profetas e os Salmos’ ( Lc.24.44). O A.T. também é chamado de “Lei e os Profetas” ( Mt. 5.17;11.13;At.13.15). Já o profeta Daniel refere os escritos proféticos do A.T. como os livros ( Grego – ta bíblia – 9.2). Cremos como cristão que a Bíblia tanto o Antigo Testamento que contem 39 livros como o Novo Testamento que contém 27 livros são Palavras de Deus para o seu povo, transmitida fielmente por mais de 40 autores num período de 1.200 anos.
O estudo das escrituras que nós chamamos de doutrina ( ensino) ou de teologia, serve para nós conhecermos o que Deus pensa sobre vários assuntos. “ Doutrina ou teologia”, é o que a Bíblia como um todo nos ensina hoje acerca de algum tópico específico”. A teologia é necessária no sentido que devemos não somente viver uma fé contemplativa mais devemos dar resposta claras sobre a nossa fé para as pessoas que nos cercam como diz Pedro. Ela também serve para o nosso crescimento diante de Deus. J.I.Packer diz que o estudo de Deus nos “Humilha” e nos “Amplia”.
O teólogo Dr. Roger Olson diz que a teologia surge para nós respondermos com fé aquilo que nos cremos a respeito de Deus. Ele diz que a teologia nasceu à medida que os herdeiros dos apóstolos começaram a refletir sobre os ensinamentos de Jesus e começaram a ensinar em outras regiões do Império. As pessoas indagavam a fé deles e neste sentindo eles tinham que formular um credo bíblico coerente e não uma filosofia especulativa-ideológica. O Apóstolo João, foi o último apóstolo vivo naquele período inicial da história da igreja, com a sua morte no ano 90 os discípulos se viram na obrigação de formular doutrinas bíblicas diante das heresias que estavam surgindo. Neste sentido o cristianismo entrou numa nova era, o elo de ligação era João e Policarpo. Até o ano 100 não havia ainda o Novo Testamento de forma agrupada como temos hoje. A igreja formulou alguns credos como espinha dorsal doutrinária
Nosso modelo maior de teólogo é o próprio Jesus Cristo, ele mais do que ninguém viveu, recitou, doutrinou e ensinou as escrituras. É verdade que Jesus Cristo realizou muitos milagres e maravilhas, é verdade que ele pregou com autoridade, é verdade que ele se relacionou com pessoas, é verdade que ele tinha uma vida de profunda oração, mas também é verdade que Jesus Cristo foi um mestre por excelência, de seus lábios saíram o perfeito ensino e ele foi a palavra encarnada que andou três anos pelo mundo revelando Deus e a si mesmo. (Jo.1.1)
Dr. Augustus Strong, diz que teologia é a ciência de Deus e das relações entre Deus, o universo e o homem. Strong afirma que: Ao definirmos a teologia como ciência indicamos o seu alvo. A ciência não cria, ela descobre. O estudo da teologia não é criar nada mais descobrir o que já existe. Ex. Cristovão Colombo. Ele não criou o continente ele descobriu o continente. Descobrir é tirar a cobertura e destampar, é dar a conhecer.
Dr. Wayne Grudem, diz que “Estudar teologia nos ajuda a vencer nossas idéias erradas sobre: “ Deus”, “ Universo” e o “ Homem”. Ele também afirma que estudar as doutrinas da Bíblia nos ajuda a perceber os erros religiosos e doutrinários e nos manter alinhado com a verdade Bíblica.
Sendo assim teremos uma clara “Ortodoxia”( ensino correto) que envolve a “Ortopraxia”(prática corrreta) e a “Ortopatia”( sentimentos corretos), isso lança por terra a “Heterodoxia”(ensino errado) e juntamente com ela a “Heteropraxia”(prática errada) e a “Heteropatia”(sentimentos errados). Viver a vida cristã sem as doutrinas cristãs é como jogar futebol sem bola ( Franklin. Ferreira, A. Myatt).
Por que Devemos estudar as Escrituras. Dr. Millard Erickson responde:
1) Crenças doutrinárias corretas são essenciais no relacionamento entre o cristão e Deus.
2) A doutrina é importante por causa da ligação entre a verdade e a experiência.
3) A compreensão correta da doutrina é importante por que hoje há muitos sistemas de pensamentos religiosos e seculares que disputam nossa devoção.
O teólogo Henry Clarence Thiessen diz que podemos estudar Deus e sua vontade soberana por causa de dois motivos. 1) A revelação de Deus para o homem 2) Os dons que Deus tem dotado os homens. O teólogo Calvino afirma que todo homem tem dentro dele dois princípios “Sêmen Religionis; Sensus Divinitatis”.
A revelação de Deus se faz de duas formas: a Primeira é a revelação natural ou geral e a Segunda é a revelação Especial. Uma está na natureza e a outra está na Bíblia. ( Pascal – Deus absconditus; revelatus). Na revelação geral vimos as obras de Deus na natureza . Com revelação especial queremos dizer aqueles atos de Deus pelos quais Ele dá a conhecer a Si próprio e a sua verdade. Deus se mostra ao homem por que dotou este homem de dois tipos de dons. O primeiro é o dom natural e o segundo e o dom espiritual.
O Dom Natural é a capacidade humana de pensar, analisar, pesquisar, questionar, o homem é um ser pensante , cognitivo. Ele cria, projeta, tem escrutínio etc., o dom natural da razão uma vez que se afasta de Deus, gera o ateísmo, a idolatria, o materialismo etc.
O Dom Espiritual – No século passado surgiu um pensamento dizendo que o homem tinha uma luz interior, dele ou íntima que, independentemente da Bíblia poderia guiá-lo a uma vida piedosa e santa. (quakerismo). O homem é um ser espiritual por isso ele tem sede e fome de Deus, mas somente Cristo pode levar o homem a Deus. (I Co.2.12).
Dr. Wayne Grudem diz que é importante usarmos nosso dom natural e espiritual para estudarmos a Bíblia.
1) Estudar a Bíblia faz parte da grande comissão – Ide e pregai e ensinai (Mt.28.19-20). Ninguém pode ensinar aqui o que não sabe.
2) Estudar a Bíblia é benefício para a nossa vida. Ela nos livra de ensinos errados e faz nós conhecermos a vontade de Deus.
3) Estudar a Bíblia irá nos ajudar a crescer como cristãos, pois iremos conhecer a Deus, sua vontade, seu planos etc.
4) Os cristãos devem estudar teologia com muita oração. (Sal.119.18; II Cor. 2.14).
5) Os cristãos devem estudar teologia com humildade. ( I Pe. 5.5; Tg.3.13,17,18).
6) Os cristãos devem estudar a Bíblia com alegria e regozijo. Estudar teologia não é algo árido, frio, teórico. É um estudo do Deus vivo e das maravilhas de todas as suas obras na criação e na redenção (Sal.139.17;19.8;119.14;119.103; Rm. 11.33-36).
Que possamos juntos buscarmos com fervor e dedicação os profundos ensinamentos da Bíblia. Como sempre frisou O príncipe dos pregadores C.H. Spurgoen que juntos possamos mergulhar em Deus e sair dali revigorado pela sua magnifica obra em nós através de sua santa Palavra. Talvez alguem insiste: Por que devo estudar teologia?Nós pastores, professores, mestres da Bíblia e servos da Palavra devemos dizer: Por que precisamos a cada dia conhecer e prosseguir conhecendo ao nosso maravilhoso Deus, pois, Ele é fonte inesgotável.
O grande Teólogo e Apóstolo Paulo, brada dizendo: Ó Profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis sao os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que venha a ser restituído? Por que dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.
Estudo Realizado por Carlos Augusto Lopes
Teólogo pastor da Igreja ADI-Tubarão SC
e um dos coordenadores Da Aliança Evangélica Brasileira
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
J.I.PACKER: O CONHECIMENTO DE DEUS-FORMIDÁVEIS ANGLICANOS.
Em 7 de janeiro de 1855 o ministro da capela da rua New Park começou seu sermão matinal do seguinte modo: Já foi dito por alguém que "o estudo adequado da humanidade é o próprio homem". Não me oponho à idéia, mas creio ser igualmente verdadeiro que o estudo correto do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é a divindade. A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus, a quem chama Pai.
Nada é melhor para o desenvolvimento da mente que contemplar a divindade. Trata-se de um assunto tão vasto, que todos os nossos pensamentos se perdem em sua imensidão; tão profundo que nosso orgulho desaparece em sua infinitude. Podemos compreender e aprender muitos outros temas, derivando deles certa satisfação pessoal e pensando enquanto seguimos nosso caminho: "Olhe, sou sábio". Mas quando chegamos a esta ciência superior e descobrimos que nosso fio de prumo não consegue sondar sua profundidade e nossos olhos de águia não podem ver sua altura, nos afastamos pensando que o homem vaidoso pode ser sábio, mas não passa de um potro selvagem, exclamando então solenemente: "Nasci ontem e nada sei". Nenhum tema contemplativo tende a humilhar mais a mente que os pensamentos sobre Deus...
Ao mesmo tempo, porém, que este assunto humilha a mente, também a expande. Aquele que pensa com freqüência em Deus terá a mente mais aberta que alguém que apenas caminha penosamente por este estreito globo. [...] O melhor estudo para expandir a alma é a ciência de Cristo, e este crucificado, e o conhecimento da divindade na gloriosa trindade. Nada alargará mais o intelecto, nada expandirá mais a alma do homem que a investigação dedicada, cuidadosa e contínua do grande tema da divindade.
Ao mesmo tempo que humilha e expande, este assunto é eminentemente consolador. Na contemplação de Cristo existe um bálsamo para cada ferida; na meditação sobre o Pai, há consolo para todas as tristezas, e na influência do Espírito Santo, alívio para todas as mágoas.
Você quer esquecer sua tristeza? Quer livrar-se de seus cuidados? Então, vá, atire-se no mais profundo mar da divindade; perca-se na sua imensidão, e sairá dele completamente descansado, reanimado e revigorado. Não conheço coisa que possa confortar mais a alma, acalmar as ondas da tristeza e da mágoa, pacificar os ventos da provação que a meditação piedosa a respeito da divindade. Para este assunto chamo a atenção de todos nesta manhã.
Estas palavras, proferidas há mais de um século por Charles Haddon Spurgeon (que nessa época contava, inacreditavelmente, apenas 20 anos), foram verdadeiras do mesmo modo como são agora. Elas constituíram o prefácio adequado para uma série de estudos sobre a natureza e o caráter de Deus.
Extraído do livro " O Conhecimento de Deus", do Reverendo Doutor J.I. Packer. Eu, incentivo a igreja brasileira observar aquilo que o doutor Packer fala em seu livro. Dono de um charme literário e de um profundo conhecimento teológico, Packer, nos coloca frente a frente com doutrinas importantes que a igreja de Jesus Cristo jamais pode esquecer em pleno século XXI com toda a sua conturbação e abandono as santas doutrinas. Muitos líderes, pastores e membros de nossas igrejas, perderam a fé na teologia devido ao seu conteúdo rebuscado, técnico e árido. É verdade que isso nào é motivo para pesquisar as doutrinas centrais da fé cristã. Porém neste livro o doutor Packer mistura conhecimento técnico, pois, ele é um teólogo com uma finíssima praticidade, pois, ele é um apaixonado pela vida piedosa e santa sem a qual ninguém verá o Senhor. Anime-se e Leia este livro, e sairá dali renovado e mais apaixonado pelo nosso Deus.
O livro do Doutor J.I.PACKER é dividido de forma especial para termos uma bela compreensão da teologia de Deus. Ele é prefaciado pelo Doutor Russell Shedd que esteve na nossa igreja no ano de 2011.
PARTE I: CONHEÇA O SENHOR
1. O estudo de Deus 11
2. O povo que conhece seu Deus 18
3. Conhecer e ser conhecido 26
4. O único e verdadeiro Deus 36
5. Deus encarnado 44
6. Ele dará testemunho 58
PARTE II: CONTEMPLE O SEU DEUS
7. O Deus imutável 66
8. A majestade de Deus 74
9. Só Deus é sábio 81
10. A sabedoria de Deus e a nossa 89
11. A tua palavra é a verdade 99
12. O amor de Deus 106
13. A graça de Deus 119
14. Deus, o Juiz 130
15. A ira de Deus 139
16. Bondade e severidade 149
17. O Deus ciumento 158
PARTE III: SE DEUS É POR NÓS...
18. O coração do Evangelho 168
19. Filhos de Deus 189
20. Tu, nosso guia 219
21. Estas provações íntimas 233
22. A suficiência de Deus 241
EDITORA MUNDO CRISTÃO
Carlos Augusto Lopes
Pastor da Igreja ADI- Tubarão Santa Catarina
Secretário Geral do Supremo Concílio das Assembléias de Deus no Brasil
e um dos Coordenadores da Aliança Evangélica Brasileira.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
EUGENE PETERSON: CORRA COM OS CAVALOS- PARA QUEM BUSCA UMA VIDA DE EXCELÊNCIA.
O filósofo e mártir tcheco, Vitezslav Gardavsky, morto em 1978, elegeu Jeremias como seu "modelo de homem" em sua campanha contra uma sociedade que cuidadosamente, planejava cada detalhe da existência material, porém eliminava o mistério do milagre, extirpando toda a liberdade da vida.
Ele escreveu em seu livro God Is Not Yet Dead, que a terrível ameaça contra a vida não é a morte, ou a dor, nem qualquer variedade de desastres contra os quais nós, tão obsessivamente, procuramos nos proteger com nossos sistemas sociais e estratagemas pessoais. A grande ameaça é "morrermos antes de realmente morrer, antes que a morte se torne uma necessidade natural. O verdadeiro horror repousa exatamente sobre essa morte prematura, após a qual continuamos a viver por muitos anos".
Há uma passagem memorável com respeito á vida de Jeremias quando esmagado pela oposição e mergulhado na autopiedade, ele esteve a ponto de capitular entregando-se á morte prematura. Jeremias estava pronto a abandonar seu único chamado divino e resignado a ser apenas uma estatítisca de Jerusalém. Naquele momento crítico, o profeta ouviu esta admoestação:
" Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro que farás na floresta do Jordão?" ( Jr. 12.5).
O bioquímico Erwin Chargaff atualizou as questões: "O que voce deseja alcançar? Grandes fortunas? Comida mais barata? Uma vida feliz, mais duradoura? É poder sobre os vizinhos o que persegues? Estará voce apenas procurando escapar á morte? Ou será que voce busca maior sabedoria e devoção mais profunda?
A vida é difícil, Jeremias. Voce irá desistir diante da primeira onda de oposição? Irá bater em retirada quando descobrir que há muito mais por que se viver do que três refeições diárias e um lugar seco para descansar, á noite? Procurará refugiar-se em casa no instante em que descobrir que multidões de pessoas estão mais interessadas em manter seus pés aquecidos do que viver sob risco para a glória de Deus?
Voce irá manter uma vida cautelosa ou corajosa? Eu o chamei para viver o seu melhor, para perseguir a justiça, manter a direção rumo á excelência. É muito mais fácil, como bem sabe, ser neurótico. É muito mais simples viver como parasita. É menos complexo relaxar e deixar-se levar pelos braços da maioria. Mais fácil, porém não melhor, não mais significante, não mais recompesandor. Eu o chamei para uma vida de propósito, muito além do que voce pensa ser capaz de viver e prometi dar-lhe forças suficientes para voce cumprir o seu destino.
Agora, ao primeiro sinal de dificuldades, voce está disposto a desistir. Se voce se sente fatigado por essa multidão comum de patéticas mediocridades, o que fará quando a verdadeira corrida começar, contra os velozes e determinados cavalos da excelência? O que voce realmente deseja Jeremias? Quer arrastar-se, acompanhando a multidão ou almeja correr com os cavalos? (...) A vida de Jeremias foi a resposta: " Eu correrei com os cavalos".
Extraído do livro "Corra Com os Cavalos", na íntegra pelo pastor Carlos Augusto Lopes da Igreja A.D.I. Tubarão Santa Catarina e um dos Coordenadores da Aliança Evangélica Brasileira.
Editora Textus/ Editora Ultimato.
Eugene H. Peterson pastoreia a Igreja Presbiteriana Christ Our King, em Bel Air, Maryland, é professor emérito de Teologia Espiritual no Regent College, Vancouver, Canadá. É autor de vários livros já publicados em portugués. Ele é leitura obrigatória para todo pastor, obreiro, líder, professor de teologia e o leitor atento. No Brasil Peterson ficou conhecido pelos seus livros importantes. Alistarei alguns deles que fazem parte da minha leitura:
O Pastor Que Deus Usa: O Trabalho Pastoral Segundo a Palavra de Deus - Editora Textus
O Pastor Desnecessário: Reavaliando a Chamada para o Ministério - Editora Textus
O Pastor Contemplativo: É Hora de Voltar ao Início de Tudo - Editora Textus
Trovão Inverso: O Livro do Apocalipse e a Oração Imaginativa - Editora Habacuc
A Maldição do Cristo Genérico: A Banalização de Jesus na Espiritualidade Atual - Editora Mundo Cristão
De Volta Á Fonte: Resgatando a Espiritualidade - Encontro Publicações
A Vocação Espiritual do Pastor: Redescobrindo o Chamado Ministerial - Editora Textus
"Nas coisas essenciais, unidade;
nas coisas não essenciais, liberdade;
em todas as coisas amor".
Ele escreveu em seu livro God Is Not Yet Dead, que a terrível ameaça contra a vida não é a morte, ou a dor, nem qualquer variedade de desastres contra os quais nós, tão obsessivamente, procuramos nos proteger com nossos sistemas sociais e estratagemas pessoais. A grande ameaça é "morrermos antes de realmente morrer, antes que a morte se torne uma necessidade natural. O verdadeiro horror repousa exatamente sobre essa morte prematura, após a qual continuamos a viver por muitos anos".
Há uma passagem memorável com respeito á vida de Jeremias quando esmagado pela oposição e mergulhado na autopiedade, ele esteve a ponto de capitular entregando-se á morte prematura. Jeremias estava pronto a abandonar seu único chamado divino e resignado a ser apenas uma estatítisca de Jerusalém. Naquele momento crítico, o profeta ouviu esta admoestação:
" Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro que farás na floresta do Jordão?" ( Jr. 12.5).
O bioquímico Erwin Chargaff atualizou as questões: "O que voce deseja alcançar? Grandes fortunas? Comida mais barata? Uma vida feliz, mais duradoura? É poder sobre os vizinhos o que persegues? Estará voce apenas procurando escapar á morte? Ou será que voce busca maior sabedoria e devoção mais profunda?
A vida é difícil, Jeremias. Voce irá desistir diante da primeira onda de oposição? Irá bater em retirada quando descobrir que há muito mais por que se viver do que três refeições diárias e um lugar seco para descansar, á noite? Procurará refugiar-se em casa no instante em que descobrir que multidões de pessoas estão mais interessadas em manter seus pés aquecidos do que viver sob risco para a glória de Deus?
Voce irá manter uma vida cautelosa ou corajosa? Eu o chamei para viver o seu melhor, para perseguir a justiça, manter a direção rumo á excelência. É muito mais fácil, como bem sabe, ser neurótico. É muito mais simples viver como parasita. É menos complexo relaxar e deixar-se levar pelos braços da maioria. Mais fácil, porém não melhor, não mais significante, não mais recompesandor. Eu o chamei para uma vida de propósito, muito além do que voce pensa ser capaz de viver e prometi dar-lhe forças suficientes para voce cumprir o seu destino.
Agora, ao primeiro sinal de dificuldades, voce está disposto a desistir. Se voce se sente fatigado por essa multidão comum de patéticas mediocridades, o que fará quando a verdadeira corrida começar, contra os velozes e determinados cavalos da excelência? O que voce realmente deseja Jeremias? Quer arrastar-se, acompanhando a multidão ou almeja correr com os cavalos? (...) A vida de Jeremias foi a resposta: " Eu correrei com os cavalos".
Extraído do livro "Corra Com os Cavalos", na íntegra pelo pastor Carlos Augusto Lopes da Igreja A.D.I. Tubarão Santa Catarina e um dos Coordenadores da Aliança Evangélica Brasileira.
Editora Textus/ Editora Ultimato.
Eugene H. Peterson pastoreia a Igreja Presbiteriana Christ Our King, em Bel Air, Maryland, é professor emérito de Teologia Espiritual no Regent College, Vancouver, Canadá. É autor de vários livros já publicados em portugués. Ele é leitura obrigatória para todo pastor, obreiro, líder, professor de teologia e o leitor atento. No Brasil Peterson ficou conhecido pelos seus livros importantes. Alistarei alguns deles que fazem parte da minha leitura:
O Pastor Que Deus Usa: O Trabalho Pastoral Segundo a Palavra de Deus - Editora Textus
O Pastor Desnecessário: Reavaliando a Chamada para o Ministério - Editora Textus
O Pastor Contemplativo: É Hora de Voltar ao Início de Tudo - Editora Textus
Trovão Inverso: O Livro do Apocalipse e a Oração Imaginativa - Editora Habacuc
A Maldição do Cristo Genérico: A Banalização de Jesus na Espiritualidade Atual - Editora Mundo Cristão
De Volta Á Fonte: Resgatando a Espiritualidade - Encontro Publicações
A Vocação Espiritual do Pastor: Redescobrindo o Chamado Ministerial - Editora Textus
"Nas coisas essenciais, unidade;
nas coisas não essenciais, liberdade;
em todas as coisas amor".
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
A VIDA E A OBRA DE AURÉLIO AGOSTINHO-SEQUÓIA DE DEUS.
“ Bem Aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha e tudo quanto ele faz será bem sucedido” ( Salmo 1.1-3)
J.I. Packer em seu livro “Entre os Gigantes de Deus- Uma Visão Puritana da vida Cristã”, usou a palavra “Sequóias” para falar dos Puritanos, um grupo de cristãos do século passado, que marcaram a história da igreja entre os períodos de 1550 à 1700.
O movimento puritano tem muito a nos ensinar nesses dias difíceis, pois, eles eram “Firmes, Bíblicos e Profundamente apaixonados pela obra do Senhor”. Por causa da sua vida de Amor a Cristo e fidelidade a Deus, eles foram perseguidos, mortos, expulsos das suas terras, porém, seus exemplos continuam até hoje.
A Sequóia é uma árvore admirável. Algumas atingem 110 metros de altura e alguns troncos têm mais de 18 metros de circunferência. Ela é uma árvore durável, de vida longa. Algumas chegam até centenas de anos e nos causam admiração.
Packer tem razão, ao comparar o movimento Puritano do século passado com este tipo de árvore chamado “Sequóia”. É com esta árvore que também comparo a obra e a vida de um dos mais notáveis teólogos da igreja em toda a história. Seu nome, Aurélio Agostinho, africano, de veia poética e robustez teológica, cuja a vida, é um livro aberto. Aurélio Agostinho é o personagem homenageado na conferência do Seminário Teológico do Sul.
2) Sentando Sobre a Sombra Agostiniana
Sentar ao lado de Agostinho e ouvir os seus ensinamentos bíblicos, é um privilégio para toda a igreja, pelo menos foi durante a idade média. Agostinho foi amado, citado, criticado e honrado. Tanto Lutero como Calvino, assentaram-se sob a sombra desta árvore frondosa e dela, retiraram os pilares da reforma protestante.
Seria de grande sabedoria, nós, cristãos do século XXI, imitarmos a humildade de Calvino, Lutero e tantos outros; nos assentar e nos debruçar sobre as delícias dos ensinos bíblicos de Agostinho, pois, fazendo assim, voltaremos a pesquisar a Bíblia de maneira séria, apaixonada, doutrinária e contemplativa, afinal, essa sempre foi a intenção de Agostinho. Ele jamais desejou trazer a glória para si mesmo, do contrário, buscou exaltar os escritos sagrados e bendizer o nome de Deus, glorificando sempre a Cristo.
3) O Rastro da Graça em Agostinho: Sem Mim Nada Podeis Fazer.
Hans Von Campenhausem salienta este temor de Agostinho dizendo: “ Ele mesmo reconhecia que sua própria história, aliada á essa sua capacidade interior, não eram dons naturais, nem o efeito de uma realização pessoal, porém, o resultado do trabalho da graça divina e da orientação interior e exterior que lhe foram concedidos”.
Neste sentido, Agostinho segue o rastro do Apóstolo Paulo, quando escrevendo as suas epístolas, nunca se exaltava, mas sabia que tudo que acontecia em sua vida e ministério, era por causa da graça de Deus ( Rm.1.5;Rm.5.2;Rm.15.15;I Cor.15.10; I Cor.15.57;II Cor. 12.9;Ef.2.7; Tt.2.11 etc).
Que Deus nos ajude nesta etapa importante de nossas vidas, de repensarmos a nossa caminhada cristã, para que o seu nome seja a cada dia mais, exaltado em nossas vidas,igrejas e ministérios, e que, como sequóias, possamos permanecer firmes diante das muitas tribulações e desafios da caminhada.
4. Sobre Águas Profundas – A Influencia de Agostinho
Aos 71 anos de idade, quatro anos antes de morrer, no dia 28 de agosto de 430, Aurélio Agostinho passou ao seu assistente Eraclius, os deveres Administrativos da Igreja de Hipona, localizada na costa norte da África. Em sua época, Agostinho já era um gigante no mundo cristão. Na cerimônia, Eraclius levantou-se para pregar, tendo atrás de si o velho Agostinho assentado. Tomado por um forte sentimento de inadequação na presença de Agostinho, Eraclius disse: “O Grilo Canta, o Cisne está Silencioso.”(Piper)
Estudar a vida e a obra do africano Aurélio Agostinho é um grande desafio e um prazer jubiloso. Grande desafio porque Agostinho é um escritor profundo, não dado a superficialidade. Seus pensamentos, sua teologia, sua mística e vida cristã prática, é uma árvore frondosa onde muitos se deliciam da sua sombra.Prazer jubiloso porque suas obras nos inspiram a querer uma vida mais intensa, mais envolvente diante do Deus Supremo, dando a Ele a glória merecida e digna.
Agostinho é uma montanha a ser escalada; é uma floresta a ser explorada. Sua lucidez de Deus e seus ensinamentos,vêm ao longo desses anos, ajudando e desafiando o mundo cristão. Não é em vão que os dois maiores vultos da Reforma Protestante, Martinho Lutero e João Calvino, tiveram em Agostinho e em sua teologia, o fundamento para desarraigar os falsos ensinos do clericalismo em seus dias.
Dr. John Piper em seu livro “ O Legado da Alegria Soberana: A Graça Triunfante de Deus na Vida de Agostinho, Lutero e Calvino” diz que: “Por 1600 anos, Agostinho não tem se mantido silencioso. Nos anos de 1500, sua voz cresceu e ecoou fortemente nos ouvidos de Martinho Lutero e João Calvino. Lutero foi monge agostiniano, e Calvino citava as palavras de Agostinho mais do qualquer outro Pai da Igreja”.
Piper, avança e mostra o quanto Calvino foi influenciado por Agostinho:
“ Lutero era monge agostiniano, e Calvino mergulhou nos escritos de Agostinho, como é possível perceber pelo aumento do uso dos escritos de Agostinho em cada edição das Institutas. Na edição das Institutas de 1536, ele cita Agostinho vinte vezes; três anos depois, 113 vezes; em 1543 foram 128 vezes; 141 em 1550 e , finalmente, nada menos que 342 vezes em 1559 (Apud,p.24,2005)
Isso deixa claro para nós a influencia de Agostinho na vida de Calvino e logicamente em sua teologia e vida mística. Se Lutero e Calvino que foram ícones de uma profunda reforma no tecido da igreja em épocas complexas se valeram dos escritos de Agostinho é sábio nós teólogos, pastores, professores da Bíblia seguir seus rastros educacionais e teológicos.
5. Mente e Coração: O Pássaro de Duas Asas
O estudioso reformado Dr. R.C.Sproul disse que, precisamos de um Agostinho ou um Lutero para nos falar novamente, caso contrário, a luz da graça de Deus será não somente ofuscada, mas, completamente extinta da nossa época.
Sproul, tem razão, pois, Agostinho levava o Reino de Deus a sério, era um poeta cristão e um teólogo fértil. Ele era profundamente comprometido com as sagradas Escrituras. Sua visão da graça de Deus e da pecaminosidade humana, é algo fantástico. Ele tratou de maneira séria a glória de Deus e sua soberania, todavia, Agostinho não era um teólogo árido, sem tempero, hermético. Do contrário, nutria uma vida de espiritualidade apaixonada, amava o seu Deus e dedicava sua vida à causa de Cristo.
Em Agostinho, aprendemos que a teologia não suga e nem mata nossa vida com Deus; em Agostinho, aprendemos que a teologia não mumifica e petrifica a nossa alma; em Agostinho , aprendemos que estudar sobre Deus é tão valioso quanto, estar com Deus e falar de Deus de maneira santa, apaixonada e íntima; em Agostinho, aprendemos que estudar e fazer teologia deve ter um único alvo: “glorificar a Deus e edificar a igreja de Cristo”, o que foge disso, em Agostinho, é pecado e humanismo excêntrico.
"Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em ti, não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste e a tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste tua fragrância e , respirando-a, suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede de ti. Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz.
Quando estiver unido a ti com todo o meu ser, não mais sentirei dor ou cansaço. Minha vida será verdadeiramente vida, toda plena em ti. Alivias aqueles a quem plenamente satisfazes. Não estando ainda repleto de ti, sou um peso para mim mesmo" ( Agostinho, Confissões 354-430)
6. Histórias Rasgadas: O Grave Erro dos Cristãos
Vivemos um momento de nossa época que, como cristãos, temos rompido com a história da igreja. Muitos desconhecem os caminhos de Deus pelo viés da história cristã. A igreja tem se esquecido daqueles que estiveram antes de nós, abrindo caminhos para andarmos sobre o pendão da verdadeira doutrina cristã, frente aos ensinos errados de épocas passadas.
Creio que é pecado, falta de respeito e consideração, rasgarmos a história da igreja ou até mesmo, desconsiderá-la. Creio que é um erro passarmos com os nossos pés atolados de pressa e orgulho por cima dos feitos de Deus, através dos seus servos no passado. Devemos, no mínimo, considerar e apurar o que eles falaram sobre Deus , conhecer as doutrinas centrais da fé, como também, as suas vidas.
A Palavra de Deus nos adverte dizendo: “Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a Palavra de Deus. Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé. Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” ( Hb. 13.7-8 NVI).
“ Escreva-se isto para as futuras gerações, e um povo que ainda será criado louvará o Senhor”. ( Sal. 102.18 NVI).
“Grande é o Senhor e digno de ser louvado; sua grandeza não tem limites. Uma geração contará á outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos”. ( Sal.145.4).
7.A Vida de Aurélio Agostinho: De Boêmio a Bispo – (354-430 d.C.)
“Todos os que ouviam falar disso se perguntavam: O que vai ser este menino? Pois a mão do Senhor estava com ele.” ( Lc.1.66).
“Fecisti nos ad Te et inquietum est cor nostrum, donec requiescat in Te - Criastes-nos para vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós.” (Agostinho – Confissões)
Antonino Tonna Barthet, um profundo estudioso da vida de Agostinho, traça em seu livro “ Síntese da Espiritualidade Agostiniana”, um perfil completo da sua vida. Ele inicia com o nascimento de sua mãe Monica, em 331 e encerra com a morte de Agostinho no dia 28 de Agosto de 430.
Agostinho, juntamente com Jerônimo e Ambrósio, são pais pós Nicenos do Ocidente. A influencia deles percorre até hoje o campo da doutrina cristã .Percorrer a vida de Agostinho desde seu nascimento, passando por suas crises, vocação, bispado e morte, é uma aventura prazerosa. Porém, iremos nos deter apenas nos pontos mais importantes de sua trajetória.
Agostinho nasceu no dia 13 de novembro de 354 no povoado de Tagaste, importante cidade da Numídia no norte da África. Esta cidade tinha influencia romana.
Seu pai Patrício, era africano romanizado, pagão, e se batizou na hora da morte. Patrício, segundo o historiador Hans Von Campenhausen, era descendente de algum veterano romano que havia se estabelecido numa região pertencente hoje ao interior da Argélia e próxima à fronteira com a Tunísia.
O pai de Agostinho queria que ele fosse advogado, porém, este seguiu uma carreira mais intelectual. Aos 19 anos tornou se professor de retórica. Já sua mãe, Mônica, era uma mulher cristã e piedosa que influenciou muito a vida do teólogo Aurélio Agostinho.
Seus pais se empenharam para dar uma boa educação para Agostinho. Ele estudou na capital Catargo e neste processo Agostinho se apaixonou por uma jovem que lhe deu um filho chamado Adeodato.
8.A Bíblia não Vale Nada: Agostinho e Sua Vida Maniqueísta
Para Agostinho a Bíblia não tinha nenhum atrativo, era simplória e primitiva. Ele não encontrou na Bíblia respostas para as suas inquietações.
“ O que senti nessa época, diante das Escrituras, foi bem diferente do que agora afirmo. Tive a impressão de uma obra indigna de ser comparada á majestade de Cícero. Meu orgulho não podia suportar aquela simplicidade de estilo” ( Confissões,p.65,livro III).
Agostinho, se volta então para o Maniqueísmo. Mani o seu fundador foi martirizado em 276, pois suas idéias eram anti-bíblicas, misturada com o gnoticismo. Agostinho foi maniqueísta durante nove anos de 374 a 383.
O historiador Bruce L. Shelley, em seu livro “História do Cristianismo ao Alcance de Todos”, sintetiza a doutrina maniqueísta.
“A crença fundamental dessa religião pintava o universo como cenário de um conflito eterno entre duas forças, uma boa e outra má. O ser humano como conhecemos, é um produto misto, a parte espiritual de sua natureza consiste do elemento bom, e a física, do mau. Sua tarefa é libertar o bem dentro de si do mal; e isso pode ser atingido pela oração, mas especialmente pela abstinência de todos os deleites do mal: Riquezas, luxúria, vinho, carnes, casas luxuosas e assim por diante ( p.143)
Um dos grandes problemas do Maniqueísmo, abraçado por Agostinho era a sua visão errada de Jesus Cristo. Para eles o verdadeiro Jesus espiritual não tinha corpo e não morreu. Jesus Cristo tinha somente uma tarefa que era ensinar os homens a sair do reino da escuridão e entrar no reino da luz. Eles também descartavam o Antigo Testamento.
9.A Cidade de Milão a Pregação de Ambrósio e a Conversão de Agostinho ao Cristianismo.
Em 383 Agostinho vai morar na cidade de Roma. No ano 384 ele se muda para Milão para ser professor na Universidade Estadual de Milão. Agostinho tinha nesta época 30 anos. Neste tempo ele começa a ser influenciado pela pregação cheia de poder e graça do bispo Ambrósio. Primeiro Agostinho foi para a igreja não com interesse em conhecer a Cristo, mais de aprender sobre a pregação de Ambrósio, todavia a Palavra de Deus transformou o coração sedento de Agostinho que deixa o maniqueísmo e abraça o cristianismo.
O erudito F.F. Bruce relata com maestria a conversão de Agostinho:
“ No verão de 386 d.C., Agostinho, com trinta e dois anos de idade, estava sentado, chorando, no jardim do seu amigo Alípio em Milão. Já há dos anos ele era professor de retórica nessa cidade , e tinha todos os motivos para estar satisfeito, com sua carreira profissional até então, mas ele estava consciente de uma profunda insatisfação interior. Ele estava praticamente persuadido a começar uma nova vida , mas faltava –lhe a resolução para romper com a antiga. Sentado ali, ele ouviu uma criança cantar numa casa próxima: TOLLE, LEGE! TOLLE, LEGE! “ PEGUE E LEIA PEGUE E LEIA. Tomando o rolo que estava ao lado do seu amigo – uma cópia das cartas de Paulo, por sinal seus olhos caíram sobre as palavras que conhecemos como as últimas de Romanos 13 “ Não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne mo tocante ás suas concupiscências. Agostinho então relata. Não quis ler adiante, nem precisava, instateneamente, no fim dessa frase, uma luz claríssima inundou meu coração, e toda a Escuridão da dúvida desapareceu.
10. O BATISMO DE AGOSTINHO E UMA NOVA VIDA SURGI.
Depois desta experiência profunda, assim como foi na vida do Apóstolo Paulo na estrada de Damasco, Na véspera da Páscoa seguinte , em 387, Agostinho juntamente com o seu filho Adeodato e seu amigo Alípio, foram batizados por Ambrósio na cidade de Milão.
A sua mãe Monica sempre foi uma crente fervorosa que amava a Deus, grande foi a sua alegria em ver seu filho Agostinho e seu neto Adeodato se renderam aos pés de Jesus Cristo e te-lo como seu único salvador e senhor.
Agostinho que viveu uma vida cheia de pecado, liberal e mundana, depois do batismo disse: “ As inquietações da nossa vida passada acabaram”.
11. AS PERDAS E AS MORTES NA VIDA DE AGOSTINHO.
Agostinho, deixou a sua velha vida de pecado e agora é um novo homem. Depois desta experiência com Deus, Agostinho decide voltar para a África, mais a viagem sem ele saber seria dolorosa, cheia de marcas, cheia de lágrimas. Ele sai de Milão junto com sua amada mãe Monica, que era uma coluna na vida de Agostinho, contudo perto de Roma a mãe de Agostinho acaba falecendo antes de chegar na África. A morte de sua mãe feriu profundamente a vida do novo convertido que seria mais tarde o mais influente teólogo de todos os tempo.
Em meio a dor e a separação, Agostinho retorna para sua cidade. Mais no outono de 338, em Tagaste, Agostinho mais uma vez é ferido pela morte, seu amado filho que foi batizado junto com ele em Milão morre. A morte de Adeodato, faz o mundo de Agostinho infeliz, ele se desespera, entra em crise, a sua dor e desgosto é visível. Agostinho não tem mais prazer nesta vida esta ansioso em deixar este mundo de dor.
Mais os caminhos de Deus não são os nossos caminhos. Três anos depois a pedido da população Agostinho foi ordenado pastor. Ele era assistente do Bispo Valério. Após a morte de Valério, Agostinho é ordenado como Bispo de Hipona.
Ele tinha 43 anos de idade e pelos próximos 33 anos, até sua morte em 430, ele pregou, escreveu, combateu o donatismo, maniqueísmo, o pelagianismo e influenciou a igreja na idade média e ate os dias de hoje.
Agostinho, escreveu muitas obras importantes. Como o Sermão da Montanha, O Livro de Confissões, Cidade de Deus, etc.
O livro de Confissões, um dos livros mais famosos e lidos de Agostinho, trata de questões importantes da vida cristã e também da doutrina. Agostinho de madeira madura e teológica abre o seu coração, fala da grandeza de Deus, fala da graça e da pecaminosidade do homem.
Uma das frases mais famosa do livro é: Criastes-nos para Ti e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Ti.” “ Que eu te busque, Senhor, invocando-te; e que eu te invoque, crendo em ti”. “Mudas as coisas sem mudar o teu plano; recuperas o que encontras sem nunca teres perdido. (Agostinho – Confissões)
No livro Sermão da Montanha, Agostinho comenta ponto por ponto do Sermão proferido por Jesus Cristo. Foi o primeiro livro de comentários sobre o discurso de Jesus Cristo em Mateus 5-8.
O teólogo Agostinho morreu em Hipona no dia 28 de agosto de 430. Uma das grandes obras escritas pela pena de Agostinho foi “Sermone Domini in Monte”, ou seja, “o Sermão do Monte”, proferido por Jesus Cristo, registrado no livro de Mateus e Lucas.
“ Os dois livros que constituem o Sermone Domini in Monte, são frutos do início do ministério pastoral deste mestre da exegese, que teceu esta obra entre os anos 393-394, quando contava com apenas sete anos de batismo e se encontrava com a idade de quarenta anos” (OLIVEIRA,1992,p.7-9).
Agostinho foi entre os escritores da Antigüidade o primeiro a nos fornecer um comentário sobre o Sermão do Monte. Ele via o Sermão do Monte como um programa perfeito de vida cristã, ele mesmo menciona isto:
“Quem quiser meditar com piedade e recolhimento o Sermão que o Nosso Senhor Jesus Cristo pronunciou na montanha, tal como o lemos no Evangelho segundo Mateus, encontrará aí, creio eu, um programa perfeito de vida cristã destinado à direção dos costumes. Ousamos fazer tal afirmação, sem temeridade, pois nos baseamos nas próprias palavras do Senhor.”(AGOSTINHO,1992,p.23).
Agostinho, de maneira clara e teológica, nos mostra o Sermão do Monte como um agente contracultural e não intracultural . É também de grande valia notar que Agostinho inicia seu comentário falando de Mt.7:24-27 e termina seu comentário com Mt.7:24-27.
Tal fato evidencia que, não adianta só ouvir o Sermão, mas, acima de tudo, praticá-lo, afinal, era este o pensamento de Agostinho. A vida crista não é um amontoado de conhecimento técnico, mas, uma vida de prática e de ternura . É na praticidade do Sermão que se estabelece a contracultura e onde Deus é glorificado. Para Agostinho, Pai da igreja, este Sermão não é algo utópico mas, um programa de conduta cristã proferida pelo Senhor Jesus Cristo para a Sua Igreja.
Este programa de vida cristã, sintetizado por Agostinho, nos mostra de forma clara, a convicção que ele tinha das palavras proferidas por Jesus Cristo na qual, todo pastor deve ter. Neste texto, ele rompe com o conformismo de sua época e mostra que o cristão deve viver na contracultura e não na intracultura.
O próprio Agostinho, anos atrás vivia na conformidade de sua época.Ele era um cristão boêmio e isto fica claro no seu livro “ Confissões” na qual ele dizia que “cercado pelo um ruído fervilhar dos amores ilícitos”( 1984,p. Livro III - 59).
A conformação do sistema desgraçava a vida dele, todavia, Agostinho é encontrado por Cristo. Antes, ele dizia do fervilhar dos amores ilícitos, mas agora ele diz "Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti"(1984,p.Livro I,15).
A vida pastoral não é um amontoado de conhecimento técnico, mas, uma vida de prática e de ternura, dizia Agostinho.É na praticidade do Sermão que se estabelece a contracultura e onde Deus é glorificado. Para Agostinho, Pai da igreja, este Sermão não é algo utópico mas, um programa de conduta cristã proferida pelo Senhor Jesus Cristo para a Sua Igreja. O comentário de Agostinho após sua ordenação a seu superior Valério, tem ajudado na teologia pastoral e na sua visão de ver Deus:
“Antes de mais nada, peço que vossa santa sabedoria considere que não há nada nesta vida, e especialmente em nossos dias, mais fácil, agradável e aceitável aos homens que o ofício de bispo, sacerdote ou diácono, caso suas tarefas sejam desempenhadas de uma forma mecânica ou aduladora; mas nada é mas inútil, deplorável e digno de punição aos olhos de Deus. Por outro lado, nada nesta vida e , especialmente, em nossos próprios dias, é mais difícil, pesado e arriscado que estes ofícios; porém nada é mais abençoado aos olhos de Deus, se nosso serviço estiver de acordo com as ordens do capitão.” ( STITZINGER p.63)
No seu grande e famoso Livro Cidade de Deus, Agostinho, escreveu para dar uma resposta bíblica e teológica sobre a invasão da cidade de Roma. Ele tinha 56 anos de idade.
Ele comparou a tomada de Roma com o julgamento de Sodoma. Agostinho demorou 16 anos para escrever este livro e fazer comparações entre a cidade de Deus e as cidades do mundo “Roma”.
Agostinho escreveu: De Adão, ate ao final dos tempos, a humanidade habitará duas cidades. A cidade do mundo, são unidas pelo amor ás coisas temporais. Na cidade de Deus o que une é o amor apenas a Deus.
A cidade celestial ofusca a cidade de Roma, sem comparação. Lá, em vez de vitoria, há verdade, em vez de alta posição social, santidade; em lugar de paz, felicidade , em lugar de vida, eternidade.
Agostinho contribuiu de maneira brilhante para a teologia e suas varias expressões. Depois do Apóstolo Paulo foi a pessoa mais influente no mundo da cristandade. Ele chegou as raias do pensamento não somente de Deus, sua graça, soberania, beleza etc. mas também deixou um arcabouço ecoteológico.
No livro “Ecoteologia Agostiniana”, percebemos sua grande contribuição na área ecologia e da criação a partir do nada. Agostinho contribuiu na campo teológico, pastoral, exegético, espiritual etc.
Quando Agostinho esta com 76 anos, os vândalos varreram o ocidente ate Hipona. Em seus dias finais, Agostinho fixou salmos em seu quarto para que pudesse ler da cama. Ele acreditava que o fim do mundo estava próximo, e no dia 28 de agosto de 430, Agostinho morreu. Agostinho contribuiu de maneira brilhante para a teologia e suas varias expressões.
Agostinho viveu num época difícil onde os vândalos sitiaram Hipona durante 14 meses ate que os muros foram rompidos em 431 e a maioria da população estava morrendo de fome e muitas já mortas.
12.PILARES DA VIDA CRISTÃ – O CAMINHO DA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE. SETE DEGRAUS AGOSTINIANO.
Antonio Tonna Barthet estudioso na vida de Agostinho reuniu em forma sistemática os escritos de Agostinho que nos revelam a alma do pastor. A Síntese da Espiritualidade Agostiniana mostra Agostinho ensinando o caminho sadio da vida cristã.
O Bispo de Hipona revela o caminho da espiritualidade cristã que deve estar pulsante na vida do pastor e da igreja. Ele se refere a sete degraus que todo CRISTÃO deve pisar. Ao longa de 600 páginas de teologia e vida prática, Agostinho, orienta, ensina, exorta, educa a igreja a viver de maneira santa, teológica, apaixonada e vigilante diante de Deus.
Iremos apenas esboçar o olhar de Agostinho neste estudo para a nossa compreensão. Em virtude do espaço não iremos abordar exaustivamente os sete degraus mais apenas pontuar para a nossa reflexão.
1) “ Temor”. Para O grande teólogo Agostinho esse é o primeiro degrau para a perfeição cristã. De maneira profunda ele trabalha este ponto na vida da igreja e dos filhos de Deus.
2) Depois ele prossegue mostrando que o segundo degrau da vida cristã é a “ Piedade” que jamais pode ser negligenciada na vida do pastor e dos servos de Deus.
3) Agostinho diz que o terceiro degrau da vida cristã é justamente a “Ciência’ que é o reconhecimento da nossa finitude.
4) O quarto degrau para Agostinho é justamente a “ Fortaleza”. Que é a oração diante de Deus.
5) Agostinho prossegue mostrando que o quinto degrau da vida cristã é o “ Conselho” e com isso ele invoca o exercício da caridade, a ajuda aos necessitados, o perdão a misericórdia, o uso correto da riqueza. Ele nos mergulha nas Bem aventuranças como formatação da vida cristã .
6) O sexto degrau da vida cristã que todo pastor e toda a igreja deve observar é a “ Purificação do Coração”. Agostinho diz que devemos ser puros e agradar a Deus e não aos homens, devemos ter reta intenção no louvor, afastar de nós a soberba, a inveja, a hipocrisia, a adulação, a avareza, a ira o ódio, pois isso é um impedimento para a vida cristã.
7) Por fim ao longo de suas 600 páginas de orientação o Bispo de Hipona diz que o sétimo degrau da vida cristã é a “ Sabedoria”. Ele diz que somos felizes na exata medida que gozamos da felicidade de Deus. Ele diz que nós devemos ter bons olhos, pois olhos sadios nos isenta da mancha corporal e isso é sabedoria, pois á fé é que pode conferir a alma a necessária limpeza.
13. O Hedonismo Cristão em Aurélio Agostinho.
Agostinho também diz que a felicidade deve ser buscada e ela é uma possessão, aqui neste lado de cá a terra tem felicidade mas o gozo real reside em Cristo. Ele salienta que é sábio imitarmos a Cristo o filho de Deus. “ queres caminhar? Eu Sou a verdade. Recusas morrer? Eu Sou a vida, pois não existe lugar para onde ir, a não ser para mim.”
De fato todo o estudante de teologia, todo pastor e todos os cristãos devem trilhar o seu ministério pela estrada que é Cristo e buscar nele toda a verdade pastoral, pois nele encontraremos vida para o nosso ministério e para a igreja.
Agostinho também fala com maestria neste ponto da vida do pastor alertando a igreja.
Seja qual for a pessoa que vos governe, que é ela senão o mesmo que sois?, têm carne, é mortal, come, dorme, levanta da cama, nasceu vai morrer, por isso se cogitais o que ela é em si mesma, vereis que é simples homem no entanto diz Agostinho honrando – o como anjo, vós encobris o que ele apresenta de fraco.
Agostinho também se reporta para os pastores mercenários e diz que existem pastores que gostam muito de ostentar título de pastores, porém não desejam cumprir o dever de pastor.
O mercenário fala de si para si: que tenho eu a ver com isso? Cada qual faça o que quiser. Desde que meu sustento esteja salvo, resguardada a minha honra, para mim basta: cada um caminhe por onde puder (p.581). Mas Agostinho diz que devemos perseverar pois nisso reside a sabedoria em ser fiel e viver uma vida santa e de serviço.
Que Deus seja glorificado
Sola Deo Glória.
Síntese do estudo realizado pelo professor de teologia, pastor Carlos Augusto Lopes – Referente a Abertura da Conferência teológica do Seminário Teológico do Sul, Tubarão - Santa Catarina sobre a “A Vida e A Obra de Aurélio Agostinho”.Se for usar este trabalho favor citar a fonte.
Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo
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sábado, 26 de fevereiro de 2011
CONSTRUÍNDO PONTES DE AMIZADE SADIA.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na COMUNHÃO, e no partir do pão, e nas orações”. ( Atos dos Apóstolos 2.42).
A Comunhão é a Regra de Ouro dos relacionamentos humanos, portanto, devemos Construir Pontes de Amizades saudáveis, pontes em que possamos trilhar sem medo! Por isso, reservamos este momento para falarmos de relacionamentos. Já dizia um autor “ se você não sabe se relacionar, não importa o que você sabe”.
Dr. John Maxwell, nos traz uma reflexão importante a cerca disso:
Você sabe qual é a palavra menos importante de um relacionamento ( EU)
Você sabe a palavra mais importante de um relacionamento (Nós)
Você sabe as duas palavras mais importante de um relacionamento ( Muito obrigado)
Você sabe as três palavras mais importante num relacionamento ( Tudo esta perdoado)
Você sabe as três palavras mais importante num relacionamento (Qual a sua opinião)
Você sabe as cinco palavras mais importante de um relacionamento (Você fez um bom trabalho)
Você sabe as seis palavras mais importante de um relacionamento (Eu quero poder conhecer você melhor)
Como podemos ver, quando se trata de relacionamentos, o outro é sempre muito importante. É sempre em função de alguém e para alguém que se movimenta a nossa vida. Jesus sempre nos trouxe a importância do próximo em seu reino. Ele sabia que quando nos preocupamos com o outro, o outro também se preocupará conosco.
Afinal, se plantamos frutos bons, colheremos bons frutos. Jesus Cristo disse: “Nisto é glorificado meu Pai: Que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. ( João 15.8). Uma das maiores dádivas que Deus deixou para o homem é o relacionamento inter-pessoal.
Todos nós precisamos estar conectados, precisamos de amigos, precisamos de pessoas que se preocupem uns com os outros e os ajudem na caminhada. John Maxwell , escreveu:
“Seja gentil, cada pessoa que você conhece está lutando sua própria batalha. Todos precisam ouvir algo de bom, um elogio estimulante para despertar suas esperanças e seus sonhos. Não custa nada fazer isso, e o resultado é extremamente positivo” - ( Pratique a Regra dos 30 segundos- Livro “ 25 Maneiras de Valorizar as Pessoas).
O respeitado psicólogo americano professor Philip Zimbardo disse com razão que não conhece nada mais mortífero do que o isolamento. Nenhuma outra influencia tem ação mais destrutiva sobre a saúde mental e física que o afastamento entre as pessoas.
Construir pontes de amizades sadia é uma tarefa sublime que está ao nosso alcance. Nós fomos chamados para construir pontes de amizades e não destruir pontes na qual um dia nós já passamos. Somos por natureza, seres gregários e não uma ilha. Precisamos e devemos nos relacionar uns com os outros em santo amor.
Deus, foi o próprio a estabelecer a comunhão, o relacionamento entre pessoas. Sabemos que a Bíblia sempre mostra dois tipos de comunhão. A primeira comunhão é com o próprio Deus. Deus nos chamou e nos salvou para nos relacionarmos com Ele em santo amor.A segunda manifestação da comunhão, é com o meu irmão na fé com o meu próximo.
Ninguém pode viver uma vida isolada, individualista, privada sem se preocupar com o outro. Pelo contrário, devemos ao longo da nossa vida desenvolver amizades saudáveis. No Reino de Deus, não deve existir as chamadas panelinhas, onde um grupo esta fechado em si mesmo. No Reino de Deus todos devem se sentir amados, incluídos e valorizados.
Uma pessoa que esta firmado nas mãos de Deus irá sempre valorizar a amizade, a comunhão e o relacionamento sadio. Nós, enquanto jovens, não podemos viver uma vida solitária, e sim coletiva.
A igreja de Atos dos Apóstolos deixa um rastro de modelo para nós no que tange a comunhão, a amizade a conexão. Em várias passagens diz que eles estavam juntos, unidos, congregados. Um dos textos clássicos diz “que todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum” ((Atos.2.43-45).
O nosso adversário tem mais chance de nos vencermos quando estamos afastados, isolados e distantes.
Todavia se tivermos juntos, iremos desenvolver os mandamentos recíprocos escritos na Bíblia que diz: Devemos ajudar o outro, incentivar o outro, levar a carga um do outro e assim, vamos vencendo as nossas lutas do dia a dia. Como diz o dito popular “ o graveto fora da fogueira esta mais apto a apagar.”
A comunhão é uma benção. As pessoas mais fortes e animadas são aquelas que entenderam que não podem viver afastada do grande grupo e precisam estar conectada com Deus e com as pessoas.
Um psicólogo cristão famoso chamado Larry Crabb disse em seu livro que o “Lugar mais Seguro da Terra” é a comunhão. Talvez você diga: mas, eu sou tímido! Eu não consigo! Eu não sei me enturmar! Queremos dizer para você que a amizade é uma avenida de mão dupla. Você deve se esforçar para conquistar amigos.
Amigos cristãos são o maior presente que nós podemos ter. Um amigo cristão é melhor do que as iguarias deste mundo. Deus tem nos dado a comunhão , então, devemos nos apropriar dela. Deus deseja que façamos amigos para toda a vida.
Alguém um dia disse: “Ó Senhor morar no céu, com os irmãos amados, isso será uma grande benção. Mas viver aqui na terra e na igreja com os irmãos aí já é outra história”. Todavia mesmo sabendo que somos limitados e falhos, o desejo de Deus é que vivemos como uma família onde a bandeira do amor e da comunhão seja levantada na aste da Cruz.
Para você se relacionar bem com Deus e se relacionar bem com o seu próximo, você deve se relacionar bem com você mesmo. Você deve se aceitar, deve se amar, deve compreender que Deus criou você e você é um amado de Deus.
Não importa qual o conceito que o mundo ou as pessoas têm de você, o importante é como Deus te olha. Deus nos amou de tal maneira que enviou Jesus Cristo para nos salvar. ( João 3:16) . Nos Salvar dos nossos complexos, nos salvar dos nossos pecados, nos salvar das nossas crises, nos salvar de nós mesmos!!! Deixe Deus cuidar de você. E assim você poderá desfrutar de uma grande comunhão com Ele e com o seu irmão.
Mas, para isso , não o perca de vista. Não deixe sua mente vagando, não se distancie da presença do Senhor e das pessoas que estão a sua volta. Seja persistente na sua caminhada. Charles Spurgeon, mencionou: “ Foi pela perseverança que o Caracol atingiu a Arca”
Um dos grandes segredos de vivermos uma vida firmada nas mãos de Deus é termos uma compreensão da pessoa Bendita de Jesus Cristo. Ele é o Caminho a Verdade e a Vida (João 14.6). Como jovens que queremos ficar firmes diante de Deus.
Devemos seguir as pegadas de Jesus conforme diz a Bíblia. “Por que para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu por nós, Deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” ( I Pedro 2.21).
Ele amou a Deus acima de todas as coisas. Ele foi amigo dos que não tinha amigo; Ele tinha uma vida regrada de oração; Ele participava da vida das pessoas; Ele foi humilde; Ele evangelizou; Ele glorificou a Deus em tudo. De Sua boca nunca saiu palavras de baixo calão e nem de murmuração (I Pedro 2.22-23).
Ele adorava a Deus em todos os momentos de sua vida. Ele levou a sério o seu ministério; Ele soube enfrentar os problemas da vida. Ele foi um exemplo para nós de amor, de perdão, de adoração, de consagração e de ternura.
Jamais poderemos perder Jesus de vista. Um dos grandes problemas de muitos jovens hoje, é que eles começam bem a sua vida cristã e depois tiram o seu olhar de Jesus Cristo naufragando como o Apóstolo Pedro, no mar da dúvida, da incredulidade, do desanimo etc.(Mateus 14.22-31) Deus nos chama para não nos esquecermos jamais do principal, que é Jesus Cristo o nosso salvador.
O nosso namoro, as nossas amizades, a nossa família, o nosso estudo etc, jamais podem tirar o nosso olhar de Jesus Cristo. Devemos permanecer firme como diz o livro de Hebreus. “Olhando para Ele autor e consumador da nossa fé” (Hb.12.1-2).
Os homens podem-nos decepcionar, as pessoas podem-nos decepcionar, todavia Jesus Cristo não nos decepciona por que ele nos ama com amor eterno. Ele morreu por nós. Ele conhece a nossa vida e a nossa história.
Ele sempre estará conosco nos momentos de alegria e também nos momentos de dificuldade, basta nos colocarmos diante Dele em reverência, em amor, em reconhecimento de tudo aquilo que Ele fez por nós.
Pois, assim, poderemos estar mais fortes firmes diante deste mundo que se apresenta todos os dias diante de nós com ofertas tentadoras para nos afastar de nosso alvo que é CRISTO.
John Kells, afirmou: “ Somente quando nos ajoelhamos diante de Deus é que nos tornamos aptos para por-nos de pé diante dos homens” .Que possamos dobrar os nossos joelhos, nossa mente e nosso coração diante de Deus, entendendo que Ele é, e deve ser sempre, soberano sob a nossa vontade e nossa vida.
Para isso, devemos olhar para o alto que é de onde nos vem o socorro, e para o lado, que é de onde nos vem os amigos e irmãos. Façamos a Eles, o que podemos,o que está ao nosso alcance , pois o Senhor certamente nos recompensará. “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” ( Mt.7.12).
Um dos textos Bíblicos mais significativos para os relacionamentos inter-pessoais, é justamente este na qual o nosso Senhor Jesus Cristo , proferiu no Sermão da Montanha. Os estudiosos chamam esta passagem de “Regra de Ouro” dos relacionamentos. Ele é válido para nós cristãos do século XXI e devemos obedecer este princípio bíblico para as nossas vidas e para a nossa comunidade.
Que possamos caminhar dizendo o que disse Martin Luther King: não digam que sou um premio Nobel, isso não tem importância. Digam que fui porta voz da justiça, digam que procurei dar amor, que procurei amar e servir a humanidade. Assim, também queremos servir a Deus e ao próximo, pois estamos firmados nas mãos do grande Deus.
Encerramos com a oração de Martinho Lutero
“Vê, Senhor, eu sou um vaso vazio, que carece ser enchido. Enche-me, meu Senhor. Sou fraco na fé,.Fortalece-me. Sou frio no amor, aquece-me, faze meu coração arder para que meu amor transborde, envolvendo o meu próximo. Em minha carência só há pecado; em ti, Senhor, há plenitude da justiça. Por isso permaneço contigo. A ti não preciso dar. De ti posso receber” - (Martinho Lutero, reformador protestante)
Extraído do Livro do pastor Carlos Augusto Lopes - Firmados Nas Mãos de Deus.
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