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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Bolo de banana


Já a tinha visto no Botânico uns dias antes. Enquanto descia a rua vindo da faculdade de Letras, lembrava-se sempre da figura à sombra de uma daquelas árvores centenárias em dias de muito sol e calor, quando ela mostrava mais um bocadinho da pele pálida num corpo esguio e moderno. Passava despercebido e sabia-o. Não era como alguns dos colegas de curso que davam nas vistas e, mesmo os que não davam, sabiam fazer-se notar nas noites de festança e convívios. Enfiava-se num canto a observar, uma espécie de mirone tal como a velha Cabra que vigia sobre as almas dos que passam defronte da Joanina. Ela não era uma turista, não. Trazia livros e fotocópias soltas que pareciam ser estudadas meticulosamente sem que nada a fizesse levantar os lindos olhos e vaguear pelo espaço verdejante. Se tivesse que ser pago um bilhete de entrada, ela passaria a desembolsar a quantia que fosse só para visitar aquele espécime raro. Mas ela deixou de aparecer e ele foi encontrá-la umas semanas depois, ali, na mesma linha, na mesma carruagem, entre centenas de pessoas. Uma, duas, três vezes. Interpretou aquilo como um sinal e achou que poderia ser a última vez que a via. Já que pagou bilhete e já, encheu os pulmões de ar e com toda a sua filosofia, depois do comboio parar e de deixar que todos saíssem, aproximou-se e disse-lhe que ela era de uma beleza maior que a maior sequóia do Jardim. Ela agradeceu e, enquanto encontrava o caminho para casa, olhou para trás com receio que ele ainda estivesse a vê-la. Ele achou que era um banana, nem o número lhe pediu nem disse que o jardim tinha perdido metade da sua beleza desde que ela levantou raízes e o deixou meio despido.


Ingredientes:
2 colheres (sopa) de manteiga
1 1/2 chávena de açúcar
2 1/2 de farinha
1 colher (sopa) de fermento
1 1/2 chávena de leite
bananas q.b. (cerca de 2 ou 3)
açúcar e canela

Preparação:
Bater em creme a manteiga e o açúcar. De seguida, juntar o fermento e a farinha devidamente peneirados juntos e ir alternando com o leite. Quando ficar uma massa lisa, porém um pouco mais pesada que massa de bolo, coloque na forma untada e enfarinhada. Sobre a massa fatie bananas e polvilhe com açúcar e canela. Asse em forno moderado até dourar.

Notas:
Diminuí a quantidade de açúcar para 1 chávena.
O bolo não leva ovos. 
Receita retirada do blog Ora Pitangas!!!

Bom fim de semana.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pêras em vinho tinto


Foi a tropa que o pôs assim! Era o que toda a gente dizia dele. A tropa avariou-lhe os miolos e ele agora anda ao Deus dará. Metido nos copos e a pedir cigarros a quem passa. Com olhos raivosos, cantos da boca a sorrir e as mãos sempre atrás das costas, de estatura pequena e pele bem morena, só para assustar quem por ele passava ao cair da noite. É o andar para trás e para diante que lhe gasta os ossos, e o sol cravejado na pele fá-lo parecer muito mais velho e mau. Alimenta-se do vício com o dinheiro que o Estado lhe dá, uma pensão social atribuída por conta da "avaria" causada no serviço militar. Não sabe se chegou a ir para o mato, nem o país em que desembarcou mas sabe que esteve no chamado Ultramar. Só a palavra parece causar-lhe um sofrimento atroz. "A tropa vai fazer de ti um homem" - dizia-lhe a mãe que lhe amparava sempre a bebedeira juvenil. Morreu arrependida com aquelas palavras atravessadas, afinal a tropa roubou-lhe o menino e devolveu-lhe um rapaz que nunca mais conheceu.

Ingredientes:
Casca de meio limão, em fatias
1 pau de canela
100 gr de açúcar
375 ml de vinho tinto
250 ml de água
4 pêras maduras, peladas, descaroçadas e partidas ao meio

Preparação:
Combine os 5 primeiros ingredientes numa panela larga e leve a lume médio. Mexa até dissolver o açúcar, depois reduza o lume para o mínimo. Coloque as pêras dentro e deixe-as cozinhar por 15-20 minutos ou até estarem tenras. Deixe-as arrefecer no líquido, depois transfira para o prato de servir e reserve. Coe o líquido e leve-o a ferver até reduzir para 1/3. Deite o xarope por cima das pêras e refrigere até servir.

Notas:
Usei cerca de 10 pêras pequeninas e enfiei-as no wok.
Receita retirada do blog Kitsch in the kitchen.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Doce de figo


Há falta de Moscatel e de estórias, porque não se pode ter tudo na vida quando apetece. Mas o bom português arranja sempre maneira de dar uma voltinha à questão. Acho que é por isso que o país está enterrado em dívidas até à ponta dos cabelos. Mas chorar não vale a pena e prá frente é que é caminho. Um dos melhores vinhos do mundo não há-de estragar nenhuma compota, e à semelhança da do ano passado, fiz uns quantos frascos de compota aromatizada de canela e vinho do Porto. Baseada na compota da Margarida adocei os meus dias com os pingo de mel que colhi empoleirada nos ramos frágeis de duas figueiras carregadinhas. Depois de um bolo e de me empanturrar com figos frescos, só resta a compota para saborear devagar nos próximos tempos. 

Ingredientes:
500 g de figos maduros
200 g de açúcar
0,5 dl de Moscatel de Setúbal
1 pau de canela

Preparação:
Pelar os figos e triturá-los grosseiramente. Colocá-los numa panela com o açúcar, o vinho, o pau de canela e levar a lume brando durante 30-40 minutos até obter a consistência desejada. Não esquecer de ir mexendo ocasionalmente com uma colher de pau.
Guarde o doce em frascos esterilizados (escaldados em água a ferver) e secos, enchendo-os até 1 cm dos bordos. Limpe o excesso que possa cair na boca do frasco, enrosque a tampa e vire-os imediatamente de boca para baixo até o doce arrefecer.

sábado, 27 de agosto de 2011

Bolo turco de figos frescos


As manhãs começavam lentas e barulhentas com os gatos a esgaravatarem a porta do quarto em busca da ração diária. A vida sem animais de estimação fazia tão pouco sentido que, num só gesto, adoptou quem mais precisou dela. Dois gatos velhos, abandonados e tristes, caíram-lhe nas mãos e no coração. Ela sabia que o amor que lhes tinha não era igual ao que eles deixavam notar. Gatos crescidos são ainda mais desconfiados e matreiros a escolher o dono. Eles pouca escolha tiveram, era aquele casarão grande e quase vazio ou o gatil de onde vieram. Tinha sido uma escolha fácil. Tanto canto para cheirar, e cheirava bem naquela casa... principalmente quando ela insistia em colocar aquelas jarras de natureza viva em cima da mesa. O acesso ao jardim estava vedado, demasiado perigoso para uns gatos surdos e debilitados. O mundo lá fora era uma selva, e eles estavam domesticados há tanto tempo que nem se lembravam de como era antes. Nesta idade já só queriam esquecer, comer e preguiçar nos tapetes persas. Tapetes de elite, eles podiam ser persas mas não, eram apenas gatos comuns de uma dona incomum. E por isso, eram ainda mais valiosos.

Ingredientes:
4 ovos, separados
1/2 chávena de açúcar
3 colheres (sopa) de farinha, peneirada
1 1/2 chávena de iogurte grego
raspa e sumo de 1 limão
1 1/2 colher (chá) água de flor de laranjeira 
4 figos frescos, em metades


Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180ºC. Numa tigela bata as gemas com o açúcar até ficar cremoso e leve. Adicione a farinha e envolva. Junte o iogurte, raspa e o sumo de limão mexendo até combinar. Adicione a água de flor de laranjeira. Bata as claras em castelo e envolva gentilmente à massa, usando uma espátula. Unte uma forma de 18 cm de diâmetro com manteiga. Coloque a massa na forma e as fatias de figo por cima. Leve ao forno por 50 minutos ou até o topo ficar dourado. Deixe arrefecer antes de servir.

Notas:
Não usei água de flor de laranjeira.
É sugerida uma forma de 22 cm de diâmetro mas achei demasiado grande e acabei por confirmá-lo.
Os primeiros figos que coloquei, afundaram na massa. Deixei o bolo assar mais um pouco e voltei a colocar mais 4 figos em metades.
Embora pareça "enqueijado" a massa fica húmida e leve.
Receita retirada do blog My life love food.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Melancia marinada numa estória


Entrou acompanhado da esposa e do filho no que era o novo hospital. Tinham-lhe dito que a próxima consulta já seria nas novas instalações. Mas ele não esperava um edifício daquela dimensão! Teve que percorrer uma estradinha em paralelo até alcançar a entrada principal. Quando entrou, sentiu que aquilo era tudo menos um hospital. Tinha até um cabeleireiro no piso térreo. Imaginem só, um cabeleireiro num hospital! Acolheu-o um ambiente tão pacífico, tão amplo e limpo que mais parecia um shopping. Sim, de repente achou que era fim de semana e tinha sido arrastado pela esposa para ver as montras. Antes fosse! - pensou e suspirou nervoso.
O pior de tudo é a espera, sentar e aguardar que a menina chame. Na salinha, sentada na fila da frente, uma freira - denunciada pelo hábito - de livro aberto mas a piscar o olho para a televisão. Na fila de trás uma jovem lia pacificamente A Sentinela. Sem dúvida - pensou - Deus está aqui! Ele queria mesmo ser salvo, bastou a aflição da operação, a incerteza do futuro, o desnorte e as lágrimas. Da pior maneira tinha percebido que os homens também choram e não é pouco! Com ternura abraçava o filho ainda pequeno, senti-lo agarrado a si era o que tinha de melhor, isso e o resto da vida pela frente. Fora marcado para sempre e as duas cicatrizes na cabeça faziam-lhe lembrar disso todos os dias. Todos os dias era mais do que suficiente para abraçar os seus e para recuperar o tempo perdido. Daqui prá frente, ele sabia que todos os segundos contavam e ele fazia conta de os registar. Queria saborear tudo, incluindo o palato que Deus o fez recuperar através das mãos do senhor doutor :)

Ingredientes:
1 melancia
3 laranjas
canela em pó q.b.
1 ramo de hortelã pimenta
1 pau de canela

Preparação:
Corte a melancia e, com colher apropriada, retire-lhe a polpa em pequenas bolas. Coloque-as numa taça.
Esprema o sumo às laranjas.
Polvilhe com canela as bolinhas de melancia e junte-lhes o sumo das laranjas, o pau de canela e o ramo de hortelã.
Leve ao frigorífico e deixe repousar durante 30 minutos. Sirva assim com o sumo.



Notas:
Podem fazer com menos melancia, diminuindo a quantidade de sumo de laranja.
A colher que usei é a colher parisiense.
Receita retirada da Tele Culinária nº 1176, Setembro de 2001.

Bom fim de semana!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pêras em calda de açafrão


É um dos frutos que acho menos saboroso comer ao natural mas, em contrapartida, é o único que me apetece quando estou meia adoentada. Depois de ter bebido água fria na sexta-feira passada, e de ter passado uma bela tarde de Domingo num piquenique aos pinchos, berros, gargalhadas, sol na moleirinha, fizz de maracujá e etc, estou aqui cheia de dores de garganta e toda entupida. Resumindo, apetecem-me pêras :) Estas vi-as num dos blogs mais inspiradores e bonitos da blogosfera internacional, o Tartelette.
Escolhi pêras pequeninas, para que coubessem todas no tacho ao mesmo tempo e para que rendesse mais. Podem não curar gripes, mas ajudam a aguentá-las. 

Ingredientes:
4 chávenas de água
1 fava de baunilha
1 a 2 colheres (chá) de fios de açafrão
3/4 chávena de açúcar
sumo de 1 limão
4 pêras (usei cerca de 10 pêras pequeninas)

Preparação:
Descasque as pêras e regue-as com o sumo de limão, reserve.
Numa panela funda, junte a água, açafrão e açúcar. Abra a fava de baunilha ao meio e raspe as sementes da fava com a ponta de uma faca afiada. Adicione as sementes e a fava à mistura de açúcar e água.
Leve a ferver sob lume médio-alto, mexendo ocasionalmente para que o açúcar se dissolva.
Baixe um pouco o lume e junte as pêras com o sumo de limão. Cubra o tacho e cozinhe as pêras por cerca de 10-12 minutos, virando-as a meio do tempo para que cozinhem de todos os lados (insira um palito para verificar).
Remova as pêras do líquido e reserve-as num prato fundo ou pequenos ramequins.
Leve o líquido ao lume, mas sempre sem deixar ferver, até que o líquido fique reduzido a metade, cerca de 10 minutos. Remova a fava de baunilha e coloque o xarope obtido por cima das pêras. Sirva quente ou à temperatura ambiente. Podem ser acompanhadas de natas batidas em chantilly ou gelado.

Notas:
As pêras ficam maravilhosas, o açafrão dá-lhes um travo especial. Convém que não estejam muito maduras senão vão desfazer-se.

Pessoal, comé que é? Estão abertas inscrições para um encontro no Porto muito em breve, e outro em Lisboa. Quem quiser saber a data, envie-me e-mail, ok? 

Boa semana!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Geleia de abacaxi


Os domingos aqui em casa, normalmente, estão pautados por ter à mesa rodelas de abacaxi que acompanham a carne assada. O ananás é bem mais caro e mais ácido. Domingo é doçura e o abacaxi, se for bom, preenche o almoço e embeleza a mesa. Que dizer então das cascas que sobram? Se o interior é doce e o exterior estiver em boas condições, poderemos aproveitar tudo que ele tem para nos dar. É assim que, com cascas de abacaxi, fazemos aumentar a nossa "casca de laranja" ;)

Esta é uma receita sem medidas certas. O que têm a fazer é cortar as cascas do abacaxi em tiras grossas, depois de lhe ter sido retirado a polpa, colocar dentro de um tacho e cobrir as cascas com água. Leve ao lume e deixe ferver durante 10 minutos, em lume brando.
Coe o líquido e verifique, através de um medidor, quanto é que obteve em líquido e junte-lhe a mesma quantidade de açúcar (por exemplo: para 1 litro de líquido adicione 1 kg de açúcar). Leve ao lume novamente e deixe ferver até obter ponto-fio forte. Coloque dentro de frascos esterilizados e feche hermeticamente.

Notas:
Acabo por diminuir sempre um pouco a quantidade de açúcar, mas leva mais tempo até atingir o ponto-fio forte (quando colocada uma gota da calda ligeiramente arrefecida entre o polegar e o indicador, forma-se um fio ao unir e afastar os dedos).
Vi a sugestão na revista Mulher Moderna na Cozinha nº 151, Outubro de 2008.
A geleia pode ser conservada à temperatura ambiente, por muitos meses, ao abrigo da luz. Depois de aberta deve ser colocada no frigorífico por cerca de 1 mês.

Continuação de boa semana.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Compota de pêra

Falei em Primavera, em despachar os dias cinzentos e ela veio, quente e soalheira, animar o gato que, de tanto frio que tinha, conseguiu queimar os pêlos das sobrancelhas no fogão de lenha :)
O problema da Primavera não é o canto alucinado dos pássaros logo de manhãzinha, tampouco o pólen que viaja no ar, nem mesmo o desassossego das hormonas dos miúdos que os leva ao descontrolo total e moral, mas são os bichos que andam por aí!
Era bem capaz de gostar muito mais da Primavera, não fossem estes bichos malucos que se atravessam na minha vida. Numa das minhas caminhadas, ouvi algo cair à minha frente e levantar voo logo a seguir. Mal o meu cérebro se apercebeu do que era, soltei um audível "Ai!" e, automaticamente, olhei para os lados para ver se alguém tinha visto e ouvido a minha cena triste.
Era um gafanhoto e eu suporto tudo menos gafanhotos. Depois segue-se aquela dança estranha de olhar para trás para ver se o bicho me está a seguir ou se, loucura loucura, está agarrado ao meu casaco ou à minha imensa cabeleira ;)
Só de pensar que há quem coma estes - e outros - bichos como petisco, dá-me a volta ao estômago. Prefiro uma fatia de requeijão com compota caseira de pêra por cima.

Ingredientes:
4 pêras
300 gr de açúcar
1 dl de sumo de limão
1 casca de limão

Preparação:
Descasque as pêras e elimine-lhes os caroços.
Lamine as pêras e regue-as com o sumo de limão.
Leve este preparado a lume brando, num tacho, juntamente com o açúcar, a casca de limão e cinco colheres de sopa de água. Deixe ferver até obter ponto-fio forte. Retire do lume, elimine a casca de limão e coloque numa taça, se for servir. Para guardar coloque em frascos esterilizados.

Notas:
Para 300 gr de açúcar uso cerca de 500-600 gr de pêras maduras, mas não em demasia.
Se a fruta for muito sumarenta, vá retirando o líquido com uma concha, à medida que a fruta vai cozendo.
Pode ser adicionada uma colher de chá de canela em pó.
Receita retirada da revista Mulher Moderna nº151.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Panquecas de banana e canela

Que eu gosto de panquecas não é novidade, que eu não gosto de bananas também não. A novidade é que, de todas as panquecas que já fiz, as que são feitas com banana acabam sempre por ser as minhas favoritas. Nada se compara a panquecas de banana com uma pitada de canela. Foi no blog A Chef's Daughter que encontrei esta sugestão depois de ter visto duas bananas demasiado amadurecidas na fruteira. Estavam tão mais para lá do que para cá, que já nem as consegui fatiar em rodelas. Foram incorporadas à massa mesmo em quartos meios desfeitos e ficaram perfeitas para fins de semana frios, de chuva e muita preguicite aguda :)

Ingredientes:
1 - 1/2 chávena de farinha
3 colheres (sopa) de açúcar
1 - 3/4 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de canela
1 - 1/2 chávena de leite
3 colheres (sopa) de manteiga, derretida
2 ovos
1/2 colher (chá) de extracto de baunilha
2 bananas maduras, cortadas em fatias

Preparação:
Numa tigela misture os primeiros 5 ingredientes. Noutra, misture os restantes e coloque as bananas cortadas na mistura líquida e deixe repousar por 30 minutos antes de juntar os ingredientes secos e misturar mas não demasiado.
Aqueça uma frigideira antiaderente e, quando estiver bem quente, coloque 1/4 de chávena da mistura e deixe cozinhar até aparecerem bolinhas na superfície. Vire a panqueca, deixe cozer mais 1-2 minutos e retire. Continue o processo até a massa terminar.


Notas:
Usei 1 chávena de farinha para bolos e 1/2 chávena de farinha integral.
Diminuí a quantidade de açúcar porque as bananas maduras já são bastante doces.
Já fiz estas panquecas algumas vezes e nem sempre deixei repousar os 30 minutos, resultando na mesma.
Se as panquecas estiverem a queimar, reduza o lume para o mínimo.

Bom fim de semana!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cuca Gaúcha

Se é Cuca e se é Gaúcha, eu não faço a mínima ideia! Só sei que no lugar onde vi a receita, ela está com este nome. Para mim é um bolo de banana com uma farofa saborosa por cima.
Tem o intenso aroma a canela e a doçura de banana madura :) O meu bicho mal deu pela fatia, tratou de invadir o "palco". É um cheirinho no ar que até nos faz levitar de gula!

Ingredientes:
2 chávenas de açúcar
60 g de margarina
4 ovos
2 chávenas de farinha
1 chávena de maizena (amido de milho)
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 dl de leite
1 pitada de sal
1 cálice de conhaque

Recheio e cobertura:
3 a 4 bananas maduras
100 gr de farinha
50 gr de açúcar
1 colher (sopa) de canela em pó
50 gr de margarina

Preparação:
Ligue o forno e regule-o para os 220ºC.
Bata o açúcar com a margarina até ficar em creme. Adicione as gemas e continue a bater até a massa estar fofa e esbranquiçada. Entretanto, peneire a farinha com a maizena e o fermento e vá adicionando a pouco e pouco à massa alternando com 1 dl de leite. Em separado bata as claras em castelo bem firme com uma pitadinha de sal. Envolva delicadamente na massa e incorpore o conhaque.
Deite metade da massa numa forma redonda de mola, untada e enfarinhada. Espalhe sobre a massa metade das bananas descascadas e cortadas em rodelas. Cubra com a restante massa e por cima espalhe as restantes bananas em rodelas.
Misture a farinha com o açúcar e a canela. Junte a margarina cortada em pedacinhos e trabalhe com as pontas dos dedos até obter uma massa com a textura de uma areia grossa, Espalhe por cima das bananas e coza no forno durante cerca de 30 minutos.

Notas:
Diminuí a quantidade de açúcar e usei apenas 1 chávena.
Usei uma chávena de farinha para bolos e 1 chávena de farinha integral.
Substituí o conhaque por whisky.
Fica um bolo grande, quem quiser um bolo menor é só fazer meia receita.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Doce de melão

Um destes dias de Outono fiz-me à estrada, caminhei sem chuva mas com vento a zumbir nos ouvidos. À ida para a cidade vi folhas caídas, lindas, de um acastanhado dourado tipicamente Outonal e jurei que, na volta para casa, traria algumas no regaço! Pedi muito para não encontrar ninguém no caminho, apenas por vergonha que me vissem a escolher folhinhas à beira da estrada e para que não pensassem "mas quem é aquela maluca que ali está?". As pessoas recolhem-se na segurança dos lares e poucas, muito poucas, atrevem-se a meter o nariz na rua. Pensei para comigo que aquelas folhas tinham que ser aproveitadas, nem que fosse para usar numa má fotografia :) Vim de ramalhete na mão, seguindo orgulhosa deste aproveitamento que fiz, pouco preocupada do que haveriam de pensar, pronta a responder caso alguém perguntasse para que eram aquelas folhas!
Tudo na vida pode ser aproveitado, as folhas caídas e até os melões pouco doces. Todos nós sabemos bem o quanto é importante aproveitar tudo que é possível, sem desperdício e pensando no quanto somos privilegiados por ter acesso a comida, mesmo à fruta pouco saborosa!

Ingredientes:
1 1/2 kg de açúcar (usei apenas 600 gramas)
1 kg de polpa de melão em pedaços
1 casca de laranja ou tangerina

Preparação:
Envolvem-se os pedaços de melão no açúcar e deixam-se em repouso. No dia seguinte, escorre-se todo o líquido para um tacho, leva-se ao lume e deixa-se ferver até ponto de espadana forte. Adiciona-se os pedaços de melão e um pedacinho de casca de tangerina ou laranja, deixa-se ferver em lume brando e mexe-se sempre até descobrir o fundo do tacho.

Notas:
Não segui o procedimento à risca, coloquei o melão com o açúcar já no tacho e no dia seguinte de manhã levei a ferver tudo junto. Depois de ferver a primeira vez, reduzi para lume brando e fui retirando a espuma que se formava por cima, mexendo ocasionalmente. Depois de chegar ao ponto de descobrir o fundo do tacho, triturei com a varinha e guardei em frascos esterilizados.
A quantidade de açúcar que usei é, para mim, suficientemente doce.
Rendeu um frasco grande e um pequeno.
Baseei-me numa receita retirada d' O livro do Pantagruel.
Com esta receita contribuo para o projecto Reciclar do Delícias e Talentos, sem saber muito bem se isto que fiz foi reciclar ou reaproveitar :)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Panquecas preciosas

Uma das piores coisas que me pode acontecer, e que acontece muito frequentemente, é acabar o gás enquanto eu estou a tomar banho. Um destes dias gelados, mal tinha entrado na banheira, coloquei o shampô no cabelo e quando dei uma chuveirada, senti-me enregelar. A água estava completamente gelada e eu encolhi-me imediatamente. Dei uns quantos berrinhos até alguém me ouvir e perguntei, alto e bom som, se o gás tinha terminado. A minha mãe gritou: "Tens cá uma sorte, tem sempre que terminar quando vais tu tomar banho!"
Fiquei ali à espera, dentro da banheira, com o cabelo ensaboado, os neurónios quase catatónicos e a sentir-me a entrar em hipotermia. Lembrei-me do filme "O Senhor dos Anéis". Porquê? - perguntam vocês. Porque eu parecia o Gollum, dobrada sobre mim mesma, a olhar para a torneira de água quente e a pensar "my precious" :)
Preciosas são também estas panquecas com bagos de rubi que, apesar de deliciosas, não me salvaram da constipação mas dão-me um certo conforto nestes dias de frio intenso!

Panquecas de laranja e romã:

5 colheres (sopa) de manteiga
1 chávena de leite
2 ovos
1 chávena de farinha (usei 1/2 farinha para bolos e 1/2 de farinha integral)
1/4 chávena de farinha de milho amarela
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) + 1 colher (chá) fermento em pó
3/4 colher (chá) de sal
3/4 chávena de bagos de romã
2 colheres (chá) de zest de laranja

Preparação:
Aqueça o leite com a manteiga até que esta derreta. Reserve até estar morno, cerca de 15 minutos. Bata os ovos e, lentamente, adicione 1/4 chávena da mistura de leite. Junte o resto do leite e mexa.
Numa tigela junte as farinhas, açúcar, fermento e sal. Junte a mistura de ovos à mistura seca, um pouco de cada vez, mexendo lentamente até que os ingredientes secos fiquem misturados. Deve ficar uma mistura grumosa e começar a borbulhar.
Adicione os bagos de romã e o zest de laranja e mexa até ficarem misturados.
Aqueça a frigideira, unte com manteiga e adicione 1/4 de chávena da mistura. Cozinhe de um lado e de outro e sirva quente com maple syrup.


Notas:
Rende cerca de 12 panquecas, se usarem a medida de 1/4 de chávena.
Caso pretendam uma massa mais doce, adicionem mais 1 ou 2 colheres de açúcar.
Vi a receita no blog Minimally Invasive, embora a receita original venha do New York Times mas é feita com arandos frescos.

Continuação de boa semana a todos!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Potes de romã e baunilha

Se viesse cá alguém jantar
Levava de sobremesa,
Potes para saborear
Com romãs, que beleza!
A baunilha a acompanhar,
Depositou-se no fundinho.
Um creme de lambuzar
Para aconchegar o corpinho.

Isto agora é todos os dias, não? Óbvio que não mas, aqui há uns tempos atrás, alguém me desafiou a fazer algo do género. Não é bem bem isto mas está lá perto e eu ando parca na prosa :)
Resta dizer que vi esta receita no blog Sass & Veracity há muito tempo mas, infelizmente, a época das romãs acontece uma vez no ano e só agora tive oportunidade de testar. Como a minha mãe me disse: "podes fazer mais!". O creme é mesmo muito bom e as sementes de baunilha fazem toda a diferença, como se vê pela foto :)

Ingredientes:
1 chávena de leite
1 chávena de natas
2 vagens de baunilha
5 gemas de ovos
6 colheres (sopa) de açúcar
6 colheres (sopa) de bagos de romã

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180º. Prepare um tabuleiro com 4-6 ramequins. Unte-os com óleo e reserve.
Coloque o leite e as natas numa panela. Parta as vagens de baunilha ao meio, abra-as e raspe as sementes. Combine as sementes e a vagem vazia de baunilha com o leite e as natas, e leve a ferver em lume médio.
Numa tigela, mexa as gemas de ovos e o açúcar até estar bem misturado.
Quando a mistura do leite começar a ferver, retire as vagens de baunilha e descarte. Mexa bem a mistura e com a panela numa mão e um batedor na outra, ponha um pouco do leite quente sobre a mistura de ovos, batendo bem enquanto despeja. Continue a adicionar o leite um pouco de cada vez, mexendo rapidamente com o batedor. Faça com que todas as sementes de baunilha sejam retiradas do fundo da panela e adicionadas à mistura.
Divida pelos ramequins e salpique os bagos de romã em cada um. Coloque o tabuleiro no forno e adicione água quente até cerca de meio da altura dos ramequins. Deixe-os no forno por cerca de 1 hora ou até que os topos estejam dourados e o creme assente. Remova da água e deixe arrefecer.

Notas:
Ao invés de ramequins usei potinhos de iogurte para ver melhor o efeito dos bagos de romã e das sementes de baunilha.
Não os untei com óleo, achei que o sabor poderia ficar comprometido, mas se usarem ramequins e quiserem desenformar no final, aconselho a usar spray para untar.
Usei apenas meia vagem de baunilha porque era daquelas muito gordas, e nunca as deito fora depois de usar; passo-as por água, seco-as bem com papel absorvente e coloco-as em açúcar. Deste modo obtenho açúcar baunilhado.
Usei apenas 3 gemas de ovo.
Obtive creme suficiente para encher 4 potinhos de iogurte.

Continuação de boa semana!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bolo mármore de amoras

Diz que é um bolo típico da Grã-Bretanha, mas também diz que é mármore e eu não descobri porquê! Mas isso agora não interessa nada. As amoras ainda são da altura em que os senhores ajudaram a apanhar :) Entretanto foram furando a fila outras receitas e o bolo ficou para trás, esquecido na pilha de fotografias que se vai amontoando no computador.
Se eu podia publicar uma receita, ou mais, por dia? Podia, mas não era a mesma coisa :)

Ingredientes:
125 g de manteiga
125 g de açúcar
3 ovos
3 colheres (sopa) de leite
150 g de farinha de trigo
80 g de abóbora cristalizada (não usei)
100 g de amoras
açúcar em pó para polvilhar

Preparação:
Dentro de uma tigela bata a manteiga com o açúcar peneirado, até obter um creme volumoso e claro. Separe as gemas das claras. Adicione o leite e as gemas, uma a uma, ao creme de manteiga, batendo sempre. À parte bata as claras em castelo firme e deite-as à colherada na tigela, alternando com pequenas porções de farinha misturada com o fermento em pó. Junte a abóbora cristalizada cortada em fatias finas. Deite a massa numa forma redonda e lisa, untada com manteiga e polvilhada com farinha. Por cima espalhe as amoras previamente passadas por água e muito bem enxutas. Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC durante 35 minutos, ou até o bolo estar cozido e dourado. Deixe arrefecer um pouco, desenforme sobre uma rede e deixe arrefecer completamente. Mude para um prato e polvilhe com açúcar em pó.

Notas:
A preparação refere fermento em pó mas tal não aparece nos ingredientes. Eu optei por usar uma colher de chá de fermento.
A receita foi retirada do livro "Os melhores doces do mundo - Bolos de Festa" publicada pela Activa.
Fiz o bolo numa forma redonda de 18 cm de diâmetro, fica pequeno, perfeito para acompanhar com um chá.
Usei papel vegetal em vez de untar a forma, o spray Espiga é perfeito para esse fim, mas eu ainda não o tinha.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Panquecas de dióspiro

Estamos a comer os últimos dióspiros da época e esta será muito provavelmente a última sugestão deste ano, com esta fruta, que apresentarei aqui. Mas devo dizer que termino em beleza :)
Os último estão guardados para saborear a polpa à colherada e, como não poderia deixar de ser, depois de ver umas panquecas de dióspiro no blog Eat This House, fiz sem pensar duas vezes!
Como sou daquelas que acorda esfomeada, juntei os ingredientes secos na noite anterior e, de manhã, tive apenas que preparar os líquidos e juntar à mistura. Rápido, simples e eficaz. Depois resta-me ligar a máquina do café e ficar impacientemente de espátula na mão em frente ao fogão :)

Ingredientes:
1 1/4 chávena de farinha (usei 1 chávena de farinha para bolos e 1/4 chávena de farinha integral)
2 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (chá) de fermento
1/2 colher (chá) de sal
1/4 colher (chá) de canela moída
1/4 colher (chá) de cardamomo moído
1 chávena de leite
6 colheres (sopa) de polpa de dióspiro (1 ou 2 frutos)
1 ovo
2 colheres (sopa) de manteiga derretida

Preparação:
Numa tigela junte os ingredientes secos. Reserve.
Noutra tigela combine o leite, dióspiro, ovo e manteiga. Junte os líquidos aos secos e mexa, mas não muito.
Coloque colheradas de massa numa frigideira, vire e sirva com maple syrup.

Notas:
A massa dá para 8 panquecas.
Se não quiserem sentir a polpa do dióspiro podem passar a polpa na varinha mágica ou liquidificadora. Eu gosto de sentir os pedacinhos.
O cardamomo dá-lhes uma certa "ardência" que eu adorei.
Servi com golden syrup mas podem usar qualquer tipo de cobertura, desde que vos agrade.

Continuação de boa semana!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bolo de iogurte e dióspiro

Supostamente seria um bolo light se eu tivesse usado iogurte natural magro. Mas usei iogurte natural caseiro saído da minha iogurteira. Portanto, passou a bolo de iogurte e dióspiro e ficou com a maravilhosa consistência de queijada.
Fi-lo com farinha normal e farinha integral, não está assim tão longe de ser light, já que o dióspiro também está cheio de propriedades benéficas! A foto mostra-o partido ainda a quente (é difícil esperar e eu não tenho auto-domínio!!), e notam-se alguns pedaços da polpa laranja do dióspiro. O aroma a canela torna-o irresistível, eu dei rumo a mais uns quantos dióspiros que precisavam de ser usados e tenho outros tantos a precisar de destino.
Fica aqui mais uma sugestão, desta vez encontrada no Cooking Books e que, caso alguém precise de usar dióspiros e nem goste muito de os comer ao natural, poderá experimentar sem receio porque o resultado é excelente. Além do mais é uma receita simples que é feita em 3 passos: líquidos, sólidos e "casamento" entre ambos :)

Ingredientes secos:
1 1/2 chávena de farinha (usei 1 chávena de farinha para bolos e 1/2 de farinha integral)
1/2 chávena de açúcar
2 colheres (chá) de fermento
1 colher (chá) de bicarbonato
1 colher (chá) de canela
1/2 colher (chá) de sal

Ingredientes líquidos:
1 chávena de iogurte natural
polpa de 3 dióspiros maduros, em puré (cerca de 3/4 de chávena)
2 colheres (sopa) óleo
1 ovo
1 colher (chá) de extracto de baunilha

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180º.
Unte e enfarinhe uma forma (usei óleo em spray Espiga).
Numa bacia combine os ingredientes secos e noutra os ingredientes líquidos.
Coloque os líquidos por cima dos secos e misture gentilmente, sem mexer demasiado.
Coloque na forma e leve ao forno por 35-40 minutos. Deixe arrefecer na forma por 10 minutos e depois retire para arrefecer completamente numa grade.

Notas:
Se quiserem um bolo mais doce, podem adicionar mais açúcar. Eu achei que com 1/2 chávena ficou perfeito.
Este bolo também pode ser feito com puré de bananas maduras.
Tal como a blogueira do Cooking Books diz: quem experimentar, não irá ficar desiludido!

Bom fim de semana a todos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O teu Reino por um dióspiro

Não faço ideia se nesse reinado apreciam dióspiros. Provavelmente farão parte da grande maioria que não lhes vê grande interesse. É uma das frutas de Outono que me faz subir à árvore e que me leva à triste figura de apanhar com os dióspiros mais maduros em cima da cabeça.
Lembro-me perfeitamente daquela impaciência própria da infância, que me levava a comê-los ainda meio-verdes, e de acabar com a língua-traçada devido ao travo adstringente que estes dióspiros têm quando ainda não estão bem maduros. Valia bem a pena e era uma risota deitar a língua de fora e vê-la bem laranjinha :)
Hoje, controlo-me e aguardo, pacientemente, que alguns descansem na fruteira até estarem no ponto! Mas aqueles, de um laranja vivo e hipnotizante, saltam-me para a mão e são devorados à colherada dentro de uma tigela. Quando vejo que a gula já é demasiada, guardo a polpa madura no frigorífico e uso-a numa sobremesa. Neste caso foi para um bolo.
Se não gostam de dióspiros isso não interessa nada, porque o bolo não sabe ao fruto. Segundo um amigo, ele sabe a Natal da Alemanha :) Poderia eu pedir algo melhor que isto para dar os parabéns ao blog da Sofia? Óbvio que não! São dióspiros coroas-de-rei que eu ofereço ao No Reino da Prússia, em forma de bolo e com o sabor reinante do Natal.

Bolo de dióspiro e especiarias (do blog What's for lunch, Honey?)

4-6 dióspiros maduros, pelados e em puré (cerca de 2 chávenas)
2 colheres (chá) de fermento
1 colher (chá) de bicarbonato
115 g de manteiga
200 g de açúcar amarelo
350 g de farinha
1 ovo
1 colher (chá) de canela moída
1/2 colher (chá) de cravinho moído
1/2 colher (chá) de noz-moscada moída
60 g de nozes ou pecãs aos pedacinhos (usei pecãs)

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180ºC.
Junte o bicarbonato ao puré de dióspiro (o dióspiro ficará com uma aparência mais sólida, mas é normal).
Numa tigela, misture a manteiga e o açúcar, batendo até ficar cremoso. Junte o puré de dióspiro e o ovo, batendo até ficar homogéneo. Usando uma espátula de borracha, junte os ingredientes secos restantes. Misture bem e junte as nozes partidas.
Coloque a massa na forma untada e enfarinhada, nivelando a superfície. Leve ao forno por 40-50 minutos ou até que um palito saia limpo. Retire e deixe arrefecer. Salpique com açúcar em pó e sirva.

Notas:
O dióspiro dá uma consistência húmida à massa. Se quiserem podem passar a polpa pela varinha mágica ou liquidificadora. Os dióspiros que eu usei estavam muito maduros, retirei a polpa e usei sem a desfazer.
Tal como a autora diz, o bolo fica melhor no dia seguinte porque os sabores vão-se harmonizar à medida que o tempo passa.
Só agora, ao ler novamente a receita é que reparei que a blogueira vive na Alemanha :) O meu amigo viveu na Alemanha e, por isso, disse que o bolo lhe fez lembrar o Natal de lá. Coincidências!

Sofia, o teu Reino por um dióspiro? Ou é uma troca injusta? ;)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pudim pegajoso de pêra

Nem sempre é fácil fazer a tradução do nome de uma receita. "Sticky pear pudding" remeteu-me a várias possíveis traduções como: pudim pegajoso de pêra, pudim aderente de pêra, pudim húmido de pêra, e eu cheguei à conclusão que ele é três em um, porque é húmido e adere ou pega-se a nós de tal forma que é impossível esquecermo-nos dele :)
Além do mais, vem do livro "The chocolate and coffee bible" que, por si só, já é sinónimo de resultado delicioso, quer seja pegajoso ou não. Resta-me dizer que ele não é bem um pudim, pelo menos não é daqueles pudins que estamos habituados a comer; mas também não é um bolo, digamos que é something in between. Com tanta indecisão de nome e de categoria, de uma coisa eu tenho certeza: é a cara do Outono ;)

Ingredientes:
30 ml de café moído, por exemplo: aromatizado de avelã (usei café sem aromatizante)
15 ml de água a ferver
50 g de avelãs torradas peladas (usei amêndoa)
4 pêras maduras (usar as mais pequeninas)
sumo de 1/2 laranja
115 g de manteiga amolecida
115 g de açúcar amarelo, mais 1 colher (sopa) para polvilhar
2 ovos, batidos
50 g de farinha para bolos, peneirada
uma pitada de cravinho da índia moído
8 cravinhos da índia (opcional)
45 ml de maple syrup/xarope de ácer

Preparação:
1- Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte uma forma de 20 cm. Coloque o café moído numa chávena e deite a água a ferver por cima. Deixe em infusão por 4 minutos e depois coe (usei café de dissolver, não é preciso coar).
2- Moa as avelãs no moínho do café até ficarem quase em pó. Descasque e descaroce as pêras. Fatie finamente as metades mas sem as cortar totalmente, de modo a que a metade da pêra permaneça inteira, tal como eu apresento na foto acima. Salpique-as com o sumo de laranja.
3- Bata a manteiga com as 115 g de açúcar até obter uma mistura fofa e leve. Gradualmente junte os ovos e envolva a farinha, o cravinho moído, avelãs e o café. Deite na forma e nivele a superfície da massa.
4- Seque as pêras em papel de cozinha e coloque-as em círculo sobre a massa pressionando ligeiramente.
5- Enfie 2 cravinhos da índia em cada metade de pêra, se usar (não pus). Pincele as pêras com os 15 ml de xarope de ácer.
6- Polvilhe as pêras com a colher (sopa) de açúcar. Leve ao forno por 45-50 minutos ou até estar firme.
7- Deixe o bolo arrefecer na forma 10 minutos, depois remova e coloque-o num prato de servir. Pincele novamente com mais um pouco de xarope de ácer antes de servir.

Notas:
O bolo/pudim fica meio caramelizado e, por isso, aconselham a servir morno. No entanto, eu gostei muito dele frio. É pequeno mas perfeito para acompanhar um café a meio da tarde ou mesmo após o almoço.
Com o bolo vem um creme de laranja para acompanhar, que eu não fiz porque não sou fã de natas. Se alguém quiser a receita, envie um e-mail que eu traduzo e passo.

Continuação de boa semana!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Compota de figo com vinho do Porto

Para mim, não há nada que se compare a comer figos frescos ao natural. Porém, com tanta produção, há que armazenar para saborear mais tarde. Para isso, nada melhor do que a compota. Fiz duas mas esta, com Vinho do Porto, foi a que mais me agradou. Felizmente, as figueiras ainda produzem, a época está no fim mas, durante mais uma semana, vou comer figos frescos alternados com compota :)
Usei o programa "Doces" da MFP apesar de precisar de programar mais meia hora após o término, porque achei que ainda não estava como devia. Inspirei-me na receita que vi no blog Inspired2cook, só não usei o alecrim, fica para a próxima!

Ingredientes:
900 gramas de figos roxos ou verdes, sem pés e cortados em quartos
1 1/2 chávena de açúcar
1/4 chávena + 2 colheres (sopa) de sumo de limão
1/2 chávena de Vinho do Porto (usei 1/4 chávena)
1 pau de canela (opcional, não consta da receita original)

Preparação:
Deitar tudo na cuba da máquina do pão, programar "Doces" e esperar que o programa termine. Caso veja que ainda não está na consistência desejada, programe novamente e vá verificando até chegar ao ponto que pretende.
Guarde em frascos esterilizados, deixe arrefecer à temperatura ambiente e conserve no frigorífico até 3 meses.
Para quem não tem ou não quer fazer na MFP, coloque os figos numa panela com o açúcar, deixe repousar 15 minutos, mexendo ocasionalmente, até que a maior parte do açúcar tenha dissolvido. Junte o sumo de limão e o pau de canela ou alecrim, e leve a ferver até o açúcar dissolver completamente. Baixe para lume moderado, mexendo ocasionalmente, até a fruta estar mole e até que o líquido esteja espesso, cerca de 20 minutos. Retire o pau de canela ou alecrim, guarde em frascos esterilizados, deixe arrefecer a temperatura ambiente e guarde no frigorífico até 3 meses.

Dá para cerca de 3 frascos de compota dos comuns que se compram nos hipermercados.
O sabor do Vinho do Porto faz toda a diferença. Podem usar branco ou tinto, eu só tinha tinto e foi o que usei.
Boa semana!

sábado, 28 de agosto de 2010

Tarte de figos

Este ano tive a grande sorte de poder colher figos do quintal de uns tios que estão emigrados. Duas figueiras enormes, quilos de figos para colher, fazer malabarismo em cima das árvores com a minha mãe a gritar para eu subir mais um bocadinho. Mas subir para onde se já não tenho mais degraus na escada? Para cima da árvore, pois claro! E lá ando eu, em cima das figueiras a tentar não me partir toda, porque tenho que usar as mãos para apanhar os figos. Depois há todo um ritual de apanha para ver se o leite dos figos não nos cai nas mãos, porque aquilo dá umas comichões e, se tiverem cortes nas mãos causados pelos papel, pica e arde como tudo. Mas a minha mãe, firme debaixo da figueira, grita: "O que arde cura e o que aperta segura!", anda lá e apanha esses aí :)
Colhi figos na base da ameaça - porque a minha mãe dizia: "Desce que subo eu!" - subi e agarrei-me aos galhos, puxava pelas folhas da figueira para tentar alcançar os figos mais maduros, alguns já debicados pelos passarinhos, ao descer prendia-se a t-shirt e eu com medo de ficar pendurada ali à espera de amadurecer he he
Seja como for, figos pingo de mel, para mim, são uma delícia ao natural mas com tanta quantidade em casa, atrevi-me a fazer esta tarte e correu muito bem.


Ingredientes da massa:
250 g de farinha
uma pitada de sal
70 g de açúcar
1 gema
125 g de manteiga
papel vegetal e feijão seco para a forma

Preparação da massa:
Numa tigela, junte a farinha com o sal, açúcar, a gema e a manteiga e misture muito bem. Faça uma bola com a massa, coloque-a dentro de um saco plástico e leve ao frigorífico durante uma hora.
Passado o tempo de repouso, estenda a massa com o rolo e com ela forre uma forma de tarte. Pique-lhe o fundo com um garfo, cubra com papel vegetal e encha com feijão seco.
Leve ao forno a 200ºC durante 15 minutos. Retire o papel vegetal e o feijão e deixe no forno mais 5 minutos a cozer.

Ingredientes do recheio:
1 ovo
1 colher (sopa) de natas (usei iogurte natural)
100 g de amêndoa moída (usei a amêndoa que veio no Cabaz do Paladares do Sul)
1 kg de figos (usei menos porque depende do tamanho da tarteira)
150 g de manteiga (acho desnecessário)
80 g de açúcar branco (usei metade)
80 g de açúcar amarelo ou mascavado (usei metade)

Preparação:
Bata o ovo com as natas (ou iogurte) e a amêndoa, deite a mistura dentro da tarte e alise.
Corte os figos em cruz e, em cada um, coloque um pedacinho de manteiga (acho desnecessário). Disponha-os dentro da tarte e polvilhe-os com o açúcar branco.
Leve de novo ao forno durante 15 minutos, depois retire e polvilhe com o açúcar amarelo ou mascavado. Sirva morna ou fria.

Retirei a receita da Teleculinária nº1176 de Setembro de 2001.
Gostei mais da tarte morna. O recheio de amêndoa faz lembrar os doces algarvios, achei-o delicioso.

Bom fim de semana.