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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pêras em vinho tinto


Foi a tropa que o pôs assim! Era o que toda a gente dizia dele. A tropa avariou-lhe os miolos e ele agora anda ao Deus dará. Metido nos copos e a pedir cigarros a quem passa. Com olhos raivosos, cantos da boca a sorrir e as mãos sempre atrás das costas, de estatura pequena e pele bem morena, só para assustar quem por ele passava ao cair da noite. É o andar para trás e para diante que lhe gasta os ossos, e o sol cravejado na pele fá-lo parecer muito mais velho e mau. Alimenta-se do vício com o dinheiro que o Estado lhe dá, uma pensão social atribuída por conta da "avaria" causada no serviço militar. Não sabe se chegou a ir para o mato, nem o país em que desembarcou mas sabe que esteve no chamado Ultramar. Só a palavra parece causar-lhe um sofrimento atroz. "A tropa vai fazer de ti um homem" - dizia-lhe a mãe que lhe amparava sempre a bebedeira juvenil. Morreu arrependida com aquelas palavras atravessadas, afinal a tropa roubou-lhe o menino e devolveu-lhe um rapaz que nunca mais conheceu.

Ingredientes:
Casca de meio limão, em fatias
1 pau de canela
100 gr de açúcar
375 ml de vinho tinto
250 ml de água
4 pêras maduras, peladas, descaroçadas e partidas ao meio

Preparação:
Combine os 5 primeiros ingredientes numa panela larga e leve a lume médio. Mexa até dissolver o açúcar, depois reduza o lume para o mínimo. Coloque as pêras dentro e deixe-as cozinhar por 15-20 minutos ou até estarem tenras. Deixe-as arrefecer no líquido, depois transfira para o prato de servir e reserve. Coe o líquido e leve-o a ferver até reduzir para 1/3. Deite o xarope por cima das pêras e refrigere até servir.

Notas:
Usei cerca de 10 pêras pequeninas e enfiei-as no wok.
Receita retirada do blog Kitsch in the kitchen.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Doce de figo


Há falta de Moscatel e de estórias, porque não se pode ter tudo na vida quando apetece. Mas o bom português arranja sempre maneira de dar uma voltinha à questão. Acho que é por isso que o país está enterrado em dívidas até à ponta dos cabelos. Mas chorar não vale a pena e prá frente é que é caminho. Um dos melhores vinhos do mundo não há-de estragar nenhuma compota, e à semelhança da do ano passado, fiz uns quantos frascos de compota aromatizada de canela e vinho do Porto. Baseada na compota da Margarida adocei os meus dias com os pingo de mel que colhi empoleirada nos ramos frágeis de duas figueiras carregadinhas. Depois de um bolo e de me empanturrar com figos frescos, só resta a compota para saborear devagar nos próximos tempos. 

Ingredientes:
500 g de figos maduros
200 g de açúcar
0,5 dl de Moscatel de Setúbal
1 pau de canela

Preparação:
Pelar os figos e triturá-los grosseiramente. Colocá-los numa panela com o açúcar, o vinho, o pau de canela e levar a lume brando durante 30-40 minutos até obter a consistência desejada. Não esquecer de ir mexendo ocasionalmente com uma colher de pau.
Guarde o doce em frascos esterilizados (escaldados em água a ferver) e secos, enchendo-os até 1 cm dos bordos. Limpe o excesso que possa cair na boca do frasco, enrosque a tampa e vire-os imediatamente de boca para baixo até o doce arrefecer.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Geleia de abacaxi


Os domingos aqui em casa, normalmente, estão pautados por ter à mesa rodelas de abacaxi que acompanham a carne assada. O ananás é bem mais caro e mais ácido. Domingo é doçura e o abacaxi, se for bom, preenche o almoço e embeleza a mesa. Que dizer então das cascas que sobram? Se o interior é doce e o exterior estiver em boas condições, poderemos aproveitar tudo que ele tem para nos dar. É assim que, com cascas de abacaxi, fazemos aumentar a nossa "casca de laranja" ;)

Esta é uma receita sem medidas certas. O que têm a fazer é cortar as cascas do abacaxi em tiras grossas, depois de lhe ter sido retirado a polpa, colocar dentro de um tacho e cobrir as cascas com água. Leve ao lume e deixe ferver durante 10 minutos, em lume brando.
Coe o líquido e verifique, através de um medidor, quanto é que obteve em líquido e junte-lhe a mesma quantidade de açúcar (por exemplo: para 1 litro de líquido adicione 1 kg de açúcar). Leve ao lume novamente e deixe ferver até obter ponto-fio forte. Coloque dentro de frascos esterilizados e feche hermeticamente.

Notas:
Acabo por diminuir sempre um pouco a quantidade de açúcar, mas leva mais tempo até atingir o ponto-fio forte (quando colocada uma gota da calda ligeiramente arrefecida entre o polegar e o indicador, forma-se um fio ao unir e afastar os dedos).
Vi a sugestão na revista Mulher Moderna na Cozinha nº 151, Outubro de 2008.
A geleia pode ser conservada à temperatura ambiente, por muitos meses, ao abrigo da luz. Depois de aberta deve ser colocada no frigorífico por cerca de 1 mês.

Continuação de boa semana.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Tiramisu


No livro "The Chocolate and Coffee Bible", de onde eu retirei esta receita, vem a descrição do nome Tiramisu. Diz que o nome desta sobremesa clássica é traduzido para algo como "pick me up" que em português do norte é como quem diz: "Alevanta-me filho que eu a modos que me sinto a desmaiar e estou a ver-me a bater com a testa na bancada da cozinha" :) E continua por dizer que, o nome deriva do facto de a sobremesa ser tão boa, tão boa que faz, literalmente, alguém sentir-se a desmaiar quando a prova.
Não querendo exagerar, até porque nunca desmaiei e ainda não cheguei ao ponto de bater com a testa na bancada, Tiramisu é mesmo um clássico que sabe bem em qualquer altura e que, não levando ovos, fez com que me levasse a prepará-la mais prontamente.

Ingredientes:
225 g de queijo mascarpone
25 g de açúcar em pó
150 ml de café forte, frio
300 ml de natas
45 ml/ 3 colheres (sopa) de licor de café
115 g de palitos la reine
50 g de chocolate negro
cacau em pó, q.b.

Preparação:
Unte uma forma de bolo inglês e forre-a com película aderente.
Coloque o mascarpone e o açúcar numa bacia grande e bata por 1 minuto. Adicione 2 colheres (sopa) do café frio e mexa bem.
Bata as natas com 1 colher (sopa) do licor até obter picos suaves. Adicione uma colher à mistura do mascarpone, envolva e depois vá adicionando o resto.
Deite metade da mistura na forma e alise a superfície.
Coloque o resto do café juntamente com o licor num prato sopeiro e "demolhe" aí metade dos biscoitos (apenas de um lado). Coloque-os por cima da mistura de mascarpone apenas numa camada. Coloque o resto da mistura por cima dos biscoitos e alise a superfície.
Demolhe os restantes biscoitos na mistura de café e arranje-os no topo da forma. Se sobrar algum café, espalhe-o por cima dos últimos biscoitos na forma (não aconselho porque vai ficar demasiado líquido). Cubra o topo da forma com película aderente e leve ao frigorífico por, pelo menos, 4 horas.
Cuidadosamente, vire o tiramisu para uma travessa de servir, retirando a película aderente, e salpique-o com o chocolate raspado e o cacau em pó. Sirva cortando em fatias.

Com esta sugestão participo no passatempo "Alquimia de Ingredientes" da minha amiga Ana do blog Eu Mulher. Se bem se lembram, fez agora dois anos em Abril que algumas blogueiras se encontraram pela primeira vez no Porto, para nos conhecermos e para conhecer o casal brasileiro que estava de visita :)

Fez também um ano em Abril que me deram a conhecer o Algarve pela primeira vez, e que consolidei amizades já feitas e outras que se fizeram a sul e que, por incrível que pareça, permanecem até hoje. A todas, o meu carinho e agradecimento por tão bons momentos ;)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Doce de melão

Um destes dias de Outono fiz-me à estrada, caminhei sem chuva mas com vento a zumbir nos ouvidos. À ida para a cidade vi folhas caídas, lindas, de um acastanhado dourado tipicamente Outonal e jurei que, na volta para casa, traria algumas no regaço! Pedi muito para não encontrar ninguém no caminho, apenas por vergonha que me vissem a escolher folhinhas à beira da estrada e para que não pensassem "mas quem é aquela maluca que ali está?". As pessoas recolhem-se na segurança dos lares e poucas, muito poucas, atrevem-se a meter o nariz na rua. Pensei para comigo que aquelas folhas tinham que ser aproveitadas, nem que fosse para usar numa má fotografia :) Vim de ramalhete na mão, seguindo orgulhosa deste aproveitamento que fiz, pouco preocupada do que haveriam de pensar, pronta a responder caso alguém perguntasse para que eram aquelas folhas!
Tudo na vida pode ser aproveitado, as folhas caídas e até os melões pouco doces. Todos nós sabemos bem o quanto é importante aproveitar tudo que é possível, sem desperdício e pensando no quanto somos privilegiados por ter acesso a comida, mesmo à fruta pouco saborosa!

Ingredientes:
1 1/2 kg de açúcar (usei apenas 600 gramas)
1 kg de polpa de melão em pedaços
1 casca de laranja ou tangerina

Preparação:
Envolvem-se os pedaços de melão no açúcar e deixam-se em repouso. No dia seguinte, escorre-se todo o líquido para um tacho, leva-se ao lume e deixa-se ferver até ponto de espadana forte. Adiciona-se os pedaços de melão e um pedacinho de casca de tangerina ou laranja, deixa-se ferver em lume brando e mexe-se sempre até descobrir o fundo do tacho.

Notas:
Não segui o procedimento à risca, coloquei o melão com o açúcar já no tacho e no dia seguinte de manhã levei a ferver tudo junto. Depois de ferver a primeira vez, reduzi para lume brando e fui retirando a espuma que se formava por cima, mexendo ocasionalmente. Depois de chegar ao ponto de descobrir o fundo do tacho, triturei com a varinha e guardei em frascos esterilizados.
A quantidade de açúcar que usei é, para mim, suficientemente doce.
Rendeu um frasco grande e um pequeno.
Baseei-me numa receita retirada d' O livro do Pantagruel.
Com esta receita contribuo para o projecto Reciclar do Delícias e Talentos, sem saber muito bem se isto que fiz foi reciclar ou reaproveitar :)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Potes de romã e baunilha

Se viesse cá alguém jantar
Levava de sobremesa,
Potes para saborear
Com romãs, que beleza!
A baunilha a acompanhar,
Depositou-se no fundinho.
Um creme de lambuzar
Para aconchegar o corpinho.

Isto agora é todos os dias, não? Óbvio que não mas, aqui há uns tempos atrás, alguém me desafiou a fazer algo do género. Não é bem bem isto mas está lá perto e eu ando parca na prosa :)
Resta dizer que vi esta receita no blog Sass & Veracity há muito tempo mas, infelizmente, a época das romãs acontece uma vez no ano e só agora tive oportunidade de testar. Como a minha mãe me disse: "podes fazer mais!". O creme é mesmo muito bom e as sementes de baunilha fazem toda a diferença, como se vê pela foto :)

Ingredientes:
1 chávena de leite
1 chávena de natas
2 vagens de baunilha
5 gemas de ovos
6 colheres (sopa) de açúcar
6 colheres (sopa) de bagos de romã

Preparação:
Pré-aqueça o forno a 180º. Prepare um tabuleiro com 4-6 ramequins. Unte-os com óleo e reserve.
Coloque o leite e as natas numa panela. Parta as vagens de baunilha ao meio, abra-as e raspe as sementes. Combine as sementes e a vagem vazia de baunilha com o leite e as natas, e leve a ferver em lume médio.
Numa tigela, mexa as gemas de ovos e o açúcar até estar bem misturado.
Quando a mistura do leite começar a ferver, retire as vagens de baunilha e descarte. Mexa bem a mistura e com a panela numa mão e um batedor na outra, ponha um pouco do leite quente sobre a mistura de ovos, batendo bem enquanto despeja. Continue a adicionar o leite um pouco de cada vez, mexendo rapidamente com o batedor. Faça com que todas as sementes de baunilha sejam retiradas do fundo da panela e adicionadas à mistura.
Divida pelos ramequins e salpique os bagos de romã em cada um. Coloque o tabuleiro no forno e adicione água quente até cerca de meio da altura dos ramequins. Deixe-os no forno por cerca de 1 hora ou até que os topos estejam dourados e o creme assente. Remova da água e deixe arrefecer.

Notas:
Ao invés de ramequins usei potinhos de iogurte para ver melhor o efeito dos bagos de romã e das sementes de baunilha.
Não os untei com óleo, achei que o sabor poderia ficar comprometido, mas se usarem ramequins e quiserem desenformar no final, aconselho a usar spray para untar.
Usei apenas meia vagem de baunilha porque era daquelas muito gordas, e nunca as deito fora depois de usar; passo-as por água, seco-as bem com papel absorvente e coloco-as em açúcar. Deste modo obtenho açúcar baunilhado.
Usei apenas 3 gemas de ovo.
Obtive creme suficiente para encher 4 potinhos de iogurte.

Continuação de boa semana!

domingo, 19 de setembro de 2010

Cheesecake de frutos do bosque

Receita vinda directamente de um pacote de gelatina de origem vegetal Gelly-Já - biba a alfarroba!!!- de frutos do bosque.
Aqui há uns tempos decidi que não ia deixar aquelas amoras silvestres serem comidas pelas cabritas. Todos os dias passava pelo caminho e via as amoras penduradas, ninguém as colhia e as cabras, se comiam os limões ali perto, em breve chegariam às amoras.
Envergonhada, pedi à minha mãe que me acompanhasse, caso aparecesse alguém e me quisesse correr à paulada. Na minha mãe sei que posso confiar, porque a mulher grita ao ponto de levantar um morto :)
Ora porra, num portão ao lado estavam uns senhores trabalhadores e eu já sem saber por onde começar. A minha mãe mete conversa, os senhores dizem que as amoras não prestam. Para comer assim não - diz Amélia com voz decidida - mas em bolinhos ficam muito boas!
Sou pequenina e a minha mãe ainda mais do que eu, os senhores, simpáticos e prestáveis, apanharam algumas das amoras que estavam mais altas. São amoras que nascem das silvas, piquei-me umas quantas vezes mas valeu a pena. Obrigada aos senhores pela amabilidade. Aqui fica o uso dado a algumas das amoras ;)

Triture 150 g de bolachas digestivas. Misture com 30 g de manteiga e espalhe a massa sobre o fundo de uma forma pequena, de mola. Triture 250 g de queijo fresco (usei queijo-creme) batido em creme e adicione 1 pacote de Gelly-Já de Frutos do Bosque diluído em 3 dl de água a ferver. Deite na forma, coloque no frigorífico e deixe solidificar. Enfeite com framboesas, amoras ou morangos e sirva cortado em fatias.

Esta cor remete-me para as centrais nucleares... comida azul é muito esquisita, lembra radioactividade, mas o sabor ficou muito bom. O problema é para aqueles que também comem com os olhos :) Se assim for, sugiro uma gelatina mais "normalzinha", tipo morango ou pêssego.
E para a outra saqueta que vem na embalagem de Gelly-já, sugiro a nuvem que continua a ser a minha favorita para usar gelatina.

Bom Domingo e bom início de semana!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Espirais de canela na MFP

Ando a arrastar-me um bocadinho nas postagens e até tenho dezenas de boas sugestões para publicar. É preguiça de final de Verão e demasiados blogs para ler... parece que não resta tempo para mais nada!
O melhor do Outono não é apenas a temperatura amena, a beleza dos tons avermelhados, o aconchego de um cobertor na cama ou a poesia que um arco-íris revela. É poder ligar o forno à vontadinha e ainda usufruir do ambiente quentinho!
Mas isso não interessa nada porque eu nem sequer fiz estes rolos agora :) Isto está tudo na fila de espera até que chegue a vez de verem a luz do blog.
Então, faça-se luz e espirais com o intenso aroma da canela!

As espirais podem ser feitas no dia anterior e levadas ao forno na manhã seguinte. Eu experimentei mas achei que levedaram demasiado e acabaram por abrir mais do que eu queria. No entanto, ficaram muito saborosas. Só não fiz o glacê porque cá em casa ninguém gosta das coisas meladas. Simplesmente pincelei-as com Maple Syrup (xarope de Àcer) e, não indo dar ao mesmo, ficou bem bom ao ponto de não descansar enquanto não tivessem terminado. A receita veio do Blogchef.net.


Ingredientes da massa:
3/4 de chávena de água morna (+ 2 colheres de sopa de água)
2 colheres (sopa) de manteiga
2 1/2 chávenas de farinha
1/4 chávena de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de fermento de padeiro ou liofilizado

Recheio:
1/3 chávena de açúcar
2 colheres (chá) de canela moída
2 colheres (sopa) de manteiga amolecida

Glacê (não usei)
1 chávena de açúcar em pó
1/2 colher (chá) de baunilha
2 colheres (sopa) de leite

Preparação da massa:
Coloque todos os ingredientes da massa na cuba da máquina do pão e ligue no programa "massa". Quando o ciclo terminar, estique a massa. Numa tigela misture o açúcar e a canela. Espalhe as duas colheres de manteiga sobre a massa e coloque por cima a mistura de canela. Enrole. Corte em fatias e ponha num tabuleiro untado. Cubra com filme plástico e deixe levedar por 1 hora. Remova o plástico e leve ao forno a 180ºC por 20 minutos.
Para o glacê é só misturar os ingredientes e aplicar.

Bom resto de semana :)

sábado, 28 de agosto de 2010

Tarte de figos

Este ano tive a grande sorte de poder colher figos do quintal de uns tios que estão emigrados. Duas figueiras enormes, quilos de figos para colher, fazer malabarismo em cima das árvores com a minha mãe a gritar para eu subir mais um bocadinho. Mas subir para onde se já não tenho mais degraus na escada? Para cima da árvore, pois claro! E lá ando eu, em cima das figueiras a tentar não me partir toda, porque tenho que usar as mãos para apanhar os figos. Depois há todo um ritual de apanha para ver se o leite dos figos não nos cai nas mãos, porque aquilo dá umas comichões e, se tiverem cortes nas mãos causados pelos papel, pica e arde como tudo. Mas a minha mãe, firme debaixo da figueira, grita: "O que arde cura e o que aperta segura!", anda lá e apanha esses aí :)
Colhi figos na base da ameaça - porque a minha mãe dizia: "Desce que subo eu!" - subi e agarrei-me aos galhos, puxava pelas folhas da figueira para tentar alcançar os figos mais maduros, alguns já debicados pelos passarinhos, ao descer prendia-se a t-shirt e eu com medo de ficar pendurada ali à espera de amadurecer he he
Seja como for, figos pingo de mel, para mim, são uma delícia ao natural mas com tanta quantidade em casa, atrevi-me a fazer esta tarte e correu muito bem.


Ingredientes da massa:
250 g de farinha
uma pitada de sal
70 g de açúcar
1 gema
125 g de manteiga
papel vegetal e feijão seco para a forma

Preparação da massa:
Numa tigela, junte a farinha com o sal, açúcar, a gema e a manteiga e misture muito bem. Faça uma bola com a massa, coloque-a dentro de um saco plástico e leve ao frigorífico durante uma hora.
Passado o tempo de repouso, estenda a massa com o rolo e com ela forre uma forma de tarte. Pique-lhe o fundo com um garfo, cubra com papel vegetal e encha com feijão seco.
Leve ao forno a 200ºC durante 15 minutos. Retire o papel vegetal e o feijão e deixe no forno mais 5 minutos a cozer.

Ingredientes do recheio:
1 ovo
1 colher (sopa) de natas (usei iogurte natural)
100 g de amêndoa moída (usei a amêndoa que veio no Cabaz do Paladares do Sul)
1 kg de figos (usei menos porque depende do tamanho da tarteira)
150 g de manteiga (acho desnecessário)
80 g de açúcar branco (usei metade)
80 g de açúcar amarelo ou mascavado (usei metade)

Preparação:
Bata o ovo com as natas (ou iogurte) e a amêndoa, deite a mistura dentro da tarte e alise.
Corte os figos em cruz e, em cada um, coloque um pedacinho de manteiga (acho desnecessário). Disponha-os dentro da tarte e polvilhe-os com o açúcar branco.
Leve de novo ao forno durante 15 minutos, depois retire e polvilhe com o açúcar amarelo ou mascavado. Sirva morna ou fria.

Retirei a receita da Teleculinária nº1176 de Setembro de 2001.
Gostei mais da tarte morna. O recheio de amêndoa faz lembrar os doces algarvios, achei-o delicioso.

Bom fim de semana.



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Manjar branco com calda de ameixas


Juro pela minha saúde - e sei que deveria deixar de o fazer, porque a coisa anda complicada e tudo que é bactéria, fungo e manhosice, aproveita-se de mim - que tinha uma fotografia da fatia do manjar, mas não faço ideia onde foi parar. Ou o computador comeu-a ou, com a bela memória com que ando, apaguei-a antes de a passar para o computador.
Seja como for, o manjar é igual por dentro e por fora, basicamente branco :)
Nunca tinha provado, não tinha leite de coco em casa mas, quando me dá a teimosia, a coisa ou vai ou vai mesmo! Fiz leite de coco caseiro com coco ralado e água e pus mãos à obra. De facto, este manjar tem o nome mais apropriado que poderia porque é, sem dúvida alguma, um manjar. Uma maravilhosa especialidade brasileira que passou a fazer parte da lista de sobremesas cá de casa.
Uma delícia gelada que sabe muito bem neste Verão intenso de 2010. Segui a receita que vi numa revista "Delícias da Culinária" nº11 de 2009.

Ingredientes:
1 lata de leite condensado
2 e 1/2 lata de leite (use a lata de leite condensado vazia para medir)
1 lata de leite de coco (200 ml)
1/2 chávena de farinha maisena

Calda (fiz só meia receita):
1 chávena de açúcar
1/2 chávena de água
200 g de ameixas secas sem caroço

Preparação:
Numa tigela, misture o leite condensado, o leite, o leite de coco e a farinha maisena. Leve a lume brando, mexendo sempre, até engrossar. Retire, despeje numa forma molhada e leve ao frigorífico por 4 horas.
Prepare a calda dissolvendo o açúcar na água. Leve a lume brando, sem mexer, por 5 minutos. Despeje as ameixas e cozinhe por mais 10 minutos ou até a calda engrossar ligeiramente e as ameixas incharem. Deixe arrefecer e leve ao frigorífico (não fiz isto porque queria a calda mais fluída). Desenforme o manjar e sirva em fatias acompanhado da calda.

Onde raio foi parar a fatia é que eu não sei!

Falando de outro assunto, queria avisar que tinha mais de uma centena de pedidos de amizade no Facebook que recusei/ignorei, simplesmente porque não conheço as pessoas/nomes. Peço desculpa, mas não dá para aceitar gratuitamente amizade de pessoas que não conheço. Por isso, queria pedir que, ao enviarem o pedido de amizade, deixem uma pequena mensagem a dizer quem são e se me conhecem do blog ou de outro lado. Eu agradecia, até porque me custa recusar amizades sabendo que podem ser de leitores do blog.

Obrigada e bom fim de semana a todos!

domingo, 11 de julho de 2010

Mango fool com cardamomo

Aproveitando o calor antes dele se ir embora de vez! Felizmente as temperaturas baixaram mas andamos na casa dos 30ºC e as sobremesas frescas são as que melhor sabem.
Não consegui perceber se o Mango Fool é uma bebida ou se é um doce de colher, mas sei que é bom e no calor sabe muito bem!
Baseei-me numa receita que vi aqui e apeteceu-me testá-la logo, já que tinha polpa de manga para usar, o cardamomo também me despertou uma certa curiosidade.
O único problema (há sempre um) é que eu bem tentei bater as natas, mesmo depois de terem estado no congelador junto com a tigela e as pás da batedeira, mas as gajas não se queriam pôr de pé. Pelos vistos não são só as pessoas que sofrem com o calor, a comida também faz greve nestes dias :)
Não ficaram batidas e eu acabei por juntar uma colher de chá de agar-agar. Ficou bem cremoso, achei que a gelatina ia deixar a sobremesa mais presa, acabou por não acontecer. Supostamente é mesmo para ficar cremosa, não é?
Então cá está... mango fool. Pelas fotos dá para perceber que ainda não acertei bem com a maquineta :) A primeira está um bocadito "exógerada" na cor, a última assemelha-se mais à realidade!

Ingredientes:
4 mangas médias (ou puré) - usei cerca de 2 chávenas de puré de manga
3 colheres (sopa) de açúcar granulado
4 bagos de cardamomo
1 colher (sopa) de sumo de limão
200 ml de natas
1/2 colher (chá) de chai masala (opcional)

Preparação:
Triture/moa o açúcar com o cardamomo (usei a 1,2,3). Junte a mistura ao puré de manga e ao sumo de limão até ficar uma mistura suave.
Bata as natas com o chai masala na batedeira até estarem firmes. Envolva no puré de manga cuidadosamente até estar bem misturado.
Divida o creme por copinhos e leve ao frigorífico por, pelo menos, 5-6 horas.

A frescura do cardamomo com a doçura da manga resultam bastante bem, fica uma delícia especialmente se estiver bem fresquinho. Não tenho chai masala ou masala chai mas, pelos vistos, é possível fazer a mistura de especiarias em casa. Preferi testar só com o cardamomo, quem quiser poderá "enlouquecer" um bocadinho mais o mango fool :)

Bom Domingo e bom início de semana!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nuvem de amoras

Amoras nem vê-las mas a nuvem está lá... em forma de pudim!

E tal como disse Baudelaire:

"Amo as nuvens... as nuvens que passam... as maravilhosas nuvens!"

Garanto que este tipo de nuvem passa demasiado depressa, num piscar de olhos o prato fica limpinho :) Fiz duas vezes, com um dia de intervalo, e ainda não enjoei. Acho que qualquer sabor de gelatina fica bom, é ao gosto de cada um. Estou tentada a experimentar novos sabores.
Esta receita foi baseada numa sugestão que acompanhava a embalagem de gelatina Royal. Sugerem que se juntem amoras à mistura mas eu não tinha as frutinhas. Foi mesmo simples e, nem por isso, deixou de ficar bom.


Ingredientes:
1 carteira de gelatina de Frutos Silvestres
2 colheres (sopa) de farinha maizena
1/2 litro de leite
5 ovos
5 colheres (sopa) de açúcar

Preparação:
Dissolva a farinha maizena num pouco de leite frio e misture no restante. Bata as gemas com o açúcar e acrescente à mistura de leite. Leve a engrossar em lume brando, mexendo sempre, sem deixar ferver. Retire do lume e dissolva neste preparado a carteira de gelatina. Deixe arrefecer. Misture depois as claras batidas em castelo, envolvendo suavemente. Deite o preparado numa forma passada previamente por água e leve ao frigorífico. Desenforme e decore a gosto.

Nuvens destas podiam cair do céu todos os dias :) Boa semana a todos!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sobremesa de chocolate

Estes dias têm sido um completo stress e só me tem apetecido chocolate. Ando completamente alucinada por chocolate, sinto-me verdadeiramente gaja quando só vejo chocolate à frente :)
Como tinha um pacote de natas para usar, nem pensei duas vezes e fiz esta receita do Manjar de Ideias Doces que já tinha guardada para experimentar há muito tempo. Além disso a cuajada estava mesmo em fim de prazo - para ser sincera já tinha passado da data limite, mas isto aqui não é nenhum filme do James Bond em que as coisas entram em autodestruição - e vi aqui uma excelente oportunidade de usar tudo!
Para quem não aprecia o sabor da cuajada, garanto que não se sente o sabor, palavra de Ameixa :)
Com esta receita dou os parabéns aos 3 anos do blog Receitinhas da Belinha Gulosa e participo no desafio do Eu Mulher, dedicado ao chocolate e ao creme de leite.

Ingredientes:
70 g de chocolate preto
15 g de cacau em pó
1/2 litro de natas
150 g de açúcar (diminuí para 100)
300 ml de leite
2 pacotes de cuajada (pode ser substituída por 5 folhas de gelatina neutra)
Preparação:
Levar os ingredientes todos ao lume, mexendo sempre com colher de pau até levantar fervura. Retire e deite em frascos, deixe arrefecer e ponha no frigorífico.

Preferi chamar-lhe sobremesa do que iogurte, uma vez que não leva iogurte e não vai à iogurteira. Mas o nome não me parece muito importante, o sabor garanto que cura quase todos os males :)

Ahhh, eu descobri a função "Comida" na máquina fotográfica mas saiu tudo em tom azul - acho que deve ter sido de a ter ido buscar ao Porto :) Biba!-, tentei remediar a coisa mas, mesmo assim, não ficou muito bom. Acho que a partir de agora sou capaz de lhe apanhar o jeito... digo eu com muita, mas muita confiança ;)

Já que estamos numa de aniversários, ontem fez dois anos que o Matias veio cá para casa. Mais uma vez, quero agradecer a todos quantos me ajudaram na batalha destes últimos meses. É graças a muitos de vós que ele continua connosco e eu espero que ele nos faça companhia por muitos anos :)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Gelatina de laranja e iogurte

Com o selo de qualidade Chucrute com Salsicha mas com um visual menos glamouroso e uma pequena alteração de citrino :)
Está calor, um sol tórrido e só apetecem coisas frescas. Nada melhor que gelatina e, para melhorar ainda mais, daquela que solidifica quase instantaneamente! São 15-20 minutos que esperamos, não mais, e está pronta a devorar.
Confesso que não sou fã de gelatina, é quase preciso meter requerimento para isso acontecer. A gelatina treme e, só de ver, eu tremelico também!
Mas esta soube-me muito bem, talvez porque foi feita com sumo e iogurte porque feita só com água dá-me uma certa agonia.
Fiz numa forma de bombons em silicone, só depois de retirar é que reparei que a coisa ficou um bocadinho pró erótica :) Parecem uma cambada de maminhas alinhadas he he



Ingredientes:
1 limão, casca ralada e sumo espremido (usei laranja)
1 chávena de iogurte natural
1 envelope de 4 gr de agar-agar (usei uma colher de chá de agar-agar em pó)
Adoçante a gosto (usei açúcar baunilhado)

Preparação:
Coloque o sumo que conseguir numa chávena (mediada padrão: 250 ml) e complete com água até encher a chávena. Mais ou menos 2/3 de sumo e 1/3 de água.
Numa panela coloque a chávena de sumo completado com a água, as raspas da casca de limão e salpique o envelope de agar-agar. Leve ao lume, misture bem e deixe ferver.
Retire do lume, junte a chávena de iogurte, bata bem com o batedor de arame. Junte o adoçante de sua preferência e misture até dissolver bem. Se usar açúcar é melhor ferver junto com o sumo e o agar-agar, para dissolver mais facilmente.
Coloque o líquido num molde molhado com água. Leve ao frigorífico. Quando solidificar, desenforme e sirva.


Fezoca, demorou para publicar mas aqui está. Obrigada pelas excelentes ideias de todos os dias!
Ando sem tempinho nenhum para ver os blogs amigos, surgiu um part-time - na verdade são dois - que me estão a ocupar. Não me perguntem acerca de salário porque não faço ideia. Quero ver é alguns tostões ao fim do mês. Talvez dê para a máquina fotográfica nova, depois de tirar dinheiro para as despesas do animal :)
Isto tudo para pedir desculpa pela ausência, é por um bom motivo. Até que enfim que algo apareceu, embora não seja nada na minha área. Nos tempos que correm só tenho é que agradecer :)
Bom resto de semana!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Arroz doce com custard

Foi ao fazer este arroz doce que dei conta que a minha máquina do pão estava pior do que eu imaginava. Ela já não estava só ciumenta, estava também incontinente, porque o leite a modos que verteu pela parte de baixo da máquina e molhou a bancada toda :)
Só tive tempo de fazer este arroz doce duas vezes, se a máquina estivesse boa já o teria feito muitas mais porque, para quem não gostava de arroz doce, estou completamente viciada! Mais um bocadinho e preciso de me inscrever numa clínica de reabilitação.
É de facto bom e é ainda melhor não ter que estar ao fogão a mexer o arroz até ele estar pronto.
A receita anda de blog em blog mas acho que a primeira vez que apareceu foi aqui. Eu dei o meu toque pessoal :)

Ingredientes:
1 litro de leite meio-gordo
200 gr de arroz carolino
100 gr de açúcar baunilhado
1 colher (sopa) de farinha custard
1 casca de limão
canela em pó q.b. para polvilhar no final

Preparação: Deitem tudo na cuba da máquina, programem a função "Doces e Geleias" e depois é só deixar terminar, colocar em tacinhas e polvilhar com canela.

Agora que já tenho a máquina outra vez... vou entupir-me de arroz. Ainda por cima é uma sobremesa baratinha que até dispensa os ovos. Garanto que a farinha custard dá-lhe um sabor fenomenal :)
Vou ali auto-flagelar-me por ter passado estes anos todos a recusar comer arroz doce. Mas confesso que a maioria dos que vejo, não me dá grande vontade de lhes meter a colher. Continuam um bocadinho pálidos. Afinfem-lhe com gemas de ovos ou com farinha custard para colorir um bocadinho esta vida :)

Bom fim de semana!
Continuo ausente, volto Domingo ;)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Brigadeiros

O meu cão está em todas he he Cheira-lhe a doce e lá vem ele ver o que se passa e ver se calha alguma coisa na rifa! Mas não, estes foram só para as gajas da casa! Estávamos descompensadas e nada melhor que chocolate para dar um outro ânimo.
Esta é mais uma de 2009 mas ontem comprei uma barra de chocolate a 0,50€ e metade já foi! Desperate times call for desperate measures :)

Ingredientes:
1 lata de leite condensado de chocolate
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de brande
missangas de chocolate q.b.

Preparação:
1. Num tachinho, leve ao lume o leite condensado de chocolate com a manteiga e o brande.
2. Cozinhe até obter ponto de estrada. Verta o preparado sobre um tabuleiro e leve-o ao frigorífico para solidificar.
3. Tenda pequenas bolinhas, passe-as pelas missangas de chocolate e sirva-as.

Receita retirada da revista Cozinhar sem Stress nº6.

É tudo muito bonito mas foi um stress para passar os brigadeiros pelas drageias. A certa altura, tinha drageias de chocolate espalhadas pela bancada toda... stress mais stressado não há! Mas valeu a pena! Também usei coco ralado em alguns e ficou muito bom. No entanto, já vi algumas pessoas a comerem brigadeiro da panela... vai dar ao mesmo e sempre fica mais fácil e bem menos stressante :) É que depois do stress de enrolar os brigadeiros, temos que fazer mais brigadeiros para compensar o stress de os ter enrolado!
E aí, caras colegas brasileiras, que tal me saí a fazer os famosos brigadeiros? Sei que esta receita não é a original mas para começar tinha que ser o mais fácil possível :)

Bom fim de semana!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mousse de manga da D. Hortense

E quem é a D. Hortense? Pois que é a maravilhosa mãe das manas Marques! E quem são as manas Marques? São a Cláudia e a Isabel!
Foi em casa da D. Hortense que fiquei a pernoitar quando fui a Lisboa no Verão passado. Fui tão bem recebida e comi tão bem que é impossível não querer lá voltar :)
Esta foi uma das sobremesas servidas no almoço de Sábado, mesmo antes da nossa saída para ir ter com o resto das "cachopas" ao Parque das Nações.
Comi-a muito a correr e já estava de barriga cheia mas, ainda houve espaço para esta mousse he he De imediato pedi a receita mas só na altura do Natal é que a fiz!
Esta é daquelas de se lamber os beiços e vai ser repetida muitas vezes. Foi feita para servir de sobremesa aos meus amigos Mónica e Henrique, que adoraram e repetiram :)

Ingredientes:
1 lata de polpa de manga (uso uma lata pequena)
1/2 limão
2 dl de natas
5 folhas de gelatina (ou 5 colheres de chá de gelatina em pó)
4 claras
80 g de açúcar
Frutos vermelhos q.b.


Preparação:
Numa tigela misture o conteúdo da lata de polpa de manga com o sumo de limão e mexa bem. Bata as natas até ficarem espessas e reserve no frigorífico. Demolhe as folhas de gelatina em água fria durante 5 minutos. Escorra bem e derreta-as no microondas ou em banho-maria, mas sem deixar ferver. Incorpore depois a gelatina na polpa e mexa bem. Envolva as natas batidas ao preparado, mexendo delicadamente.
Bata as claras em castelo, junte o açúcar aos poucos, batendo sempre até ficarem bem firmes. Incorpore-as ao creme de manga mexendo com cuidado. Leve a mousse ao frio até ficar bem gelada e sirva com frutos vermelhos.

Aqui está D. Hortense
A sua mousse deliciosa.
Para que não pense,
Que tinha ficado feiosa!

Foi um prazer conhecê-la
E espero aí voltar.
Estou ansiosa por vê-la


Boa semana a todos!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Arroz doce com romã

Esta receita é de 2009 e foi escrita em 2009 também! Ainda não voltei à cozinha. A única coisa que tenho feito é pão, sempre a mesma receita, mas espero que isso mude este fim de semana :)

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No mínimo, merecia uma tareia. Andei meia vida a dizer que não gostava de arroz doce. De facto, há arroz doce que é uma mistela tão desenxabida, sem vida e pálida que me dá um certo arrepio.
Enquanto estudei em Coimbra, tinha que passar pelas prateleiras de disposição de comida quando ia às cantinas, e tinham sempre um arroz doce nojento nuns pratos minúsculos à disposição de quem quisesse. O mais incrível é que havia quem comesse aquilo. Mas já vi comerem de tudo. Digamos que partilhei casa com pessoas um bocadinho manhosas :)
O arroz à moda de Coimbra é mesmo assim, uma coisa sem cor e sem graça e, muito naturalmente, é-o porque não leva ovos!

No entanto, uma amiga que vivia comigo fez uma vez um arroz doce, naquele nosso fogão do século passado, que exigia um certo tempo de volta dele. Mas, tinha um aspecto tão bom, e os grãos não andavam a nadar no leite, que eu tive que lhe pedir para provar. Transformou uma coisa que eu achava horrível, num creme delicioso e delicado. Depois, terminei a faculdade e vim-me embora. O arroz doce continuou a não fazer parte da minha vida. Para branca e desgraçada já basto eu ;)

Até que, há uns tempos atrás fui encontrar a TitiSu de volta de uma panela, como se de um caldeirão se tratasse e mexia, voltava e mexer, remexia e eu intrigada. Achava que aquilo era leite creme de tão amarelinho e cremoso que estava. Mas não, era mesmo arroz doce que ela fez com um merengue por cima, e que eu não posso fazer porque o meu forno não tem grill e não ia ficar a mesma coisa.

Adiante, a TitiSu fez um arroz doce 5 estrelas!
Blá, blá, blá (é um atalho senão nunca mais saio daqui) e encontrei esta receita de arroz doce com romã e decidi que era desta que eu me atrevia a fazer arroz doce.
Pronto, fiz porque a romã é linda e eu adoro comer os baguinhos à colherada :)
Além do mais, o rosadinho do arroz era tão apelativo e em italiano tudo fica tão mais romântico, que me deixei levar!

Ingredientes:
250 gr de arroz arbório (usei carolino)
500 ml de leite
750 ml água (500 + 250)
100 gr de açúcar
1 romã
zest de limão (usei casca)
1 pitada de sal
corante cor de rosa (opcional)

Numa panela ferva o leite com 500 ml de água e o sal.
Junte o arroz e cozinhe-o por cerca de 20 minutos, mexendo ocasionalmente. Noutra panela aqueça os 250 ml de água com o zest de limão e o açúcar e mexa até que o açúcar se dissolva.
Retire o zest de limão (por isso usei casca, é mais fácil de retirar) e insira os bagos de romã (reserve alguns para decoração) e ferva por 5 minutos, filtre o sumo. Insira-o no arroz e continue a cozinhar até todo o líquido ter sido absorvido (junte o corante e misture).
Deixe repousar por alguns minutos. Divida o arroz por taça, polvilhe com bagos de romã e sirva.


Usei duas gotinhas de corante para ajudar a ficar mais rosadinho. O segredo para o arroz ficar cozido é não misturar o açúcar logo no início, porque há uma enzima que não permite que o arroz coza em contacto com o açúcar.

Este arroz não fica tão doce quanto o original. O sumo de romã dá-lhe um sabor bem diferente. Fica muito bom e eu comi com muito prazer. Finalmente fiz as pazes com o arroz doce :) Agora tenho que experimentar mais receitinhas, desde que não sejam pálidas! A minha vida precisa de cor ;)

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Se em 2009 eu achava que a minha vida precisava de cor, imaginem agora? Mas isto um dia passa e esse dia tem que estar para breve :) Se não ficar cor-de-rosa ao menos que fique lilás he he
Ainda não consegui agradecer pessoalmente a todos que ajudaram o Matias mas em breve vou fazê-lo!
Há notícias do possuído, aqui!

sábado, 2 de janeiro de 2010

O começo de um novo ano

Achei que 2009 tinha ficado para trás, com ele levaria todos os problemas, mágoas, tristezas. Mas não foi isso que aconteceu! Infelizmente comecei o novo ano a chorar, incrédula, desesperada. Não comi passas, não bebi champagne, não vesti cuequinha fio dental azul, não saltei para cima de uma cadeira, não quis começar o ano com superstições. Não sei se foi por isso que o primeiro dia do ano começou tão mal! Acredito que o que tem que ser tem muita força. E tem mesmo!

Portanto, aconteceu! Hoje voltei com o Matias ao veterinário. Já no Domingo passado deu sinais de desequilíbrio e perda de força nas patas. Ontem piorou, caía e ficava estendido. É um gato epiléptico, achei que seria algum problema derivado da doença. Hoje levei-o e, para já, vamos diminuir a dose de luminaletas porque pode estar a ser uma dose excessiva para ele. É bom que melhore senão só uma ressonância nos poderá dizer o que ele tem no cérebro. É que os veterinários também não sabem bem como surgiu a epilepsia e até poderá ser outra coisa que ele tem e que esteja a causar epilepsia. Resta-me orar para que seja apenas epilepsia!
Não me vou queixar da falta de dinheiro, só quero que o bicho fique bem. Não faço ideia quanto custa a ressonância, sinceramente não quero saber!

Quero um novo ano, uma nova vida! Dou o melhor de mim e o meu bichinho não tem culpa se eu fui má peça na outra vida he he Portanto, deslarguem-nos e ide chatear outra freguesia, ok?

Adiante... a mesa de doces da passagem de ano teve (do centro para a esquerda), rabanadas recheadas (desta vez com creme de pêra), bolo-raínha, tarte de coco coberta, frutos secos, bolo de frutos secos, iogurte e limão, aletria e mousse de manga que não apareceram na foto. As receitas surgirão a seu tempo, espero que seja em breve :)

Aqui está o prato dos frutos secos com uns fabulosos figos vindos do Algarve e que são uma delícia, avelãs, amêndoas, pinhões e nozes.
Claro que houve bacalhau cozido, roupa-velha e cabrito no dia seguinte. Perguntam vocês como é que eu não engordo? E eu respondo: é simples, se tiverem um gato como eu tenho, dia 1 começam logo a fazer dieta, porque a vontade de comer vai pró brejo :)
Fiquem bem e tudo de bom, o mau parece ter ficado por aqui!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Rabanadas recheadas com creme de maçã

Ai que é Natal e a tosse não passa. Já me estou a ver à mesa, com o bacalhau na boca, a tosse a atacar e eu a cuspir de perdigotos quem estiver à minha frente :) Mas Natal é isto, perdão e benignidade. Além do mais... o bacalhau já vai mastigado, podem aproveitar para a roupa-velha he he

Já estou a sair dos eixos :)
Este ano as rabanadas são estas. Muito provavelmente não se lembram mas, o Natal passado, publiquei umas rabanadas recheadas mas não eram bem aquelas que eu queria, apesar de terem ficados muito boas. Este ano, testei outras, dica de uma leitora atenta e, são uma deliciosa maravilha.

Olhem, estou parva! Agora ao ir buscar a receita é que reparei que a foto que lá têm é a foto das primeiras rabanadas recheadas que fiz e que não correspondem à receita. E eu feita estúpida ainda fui fazer a receita... tiveram o trabalho de recortar a fotografia para não aparecer a marca d'água.
Está bem que as minhas rabanadas ficaram lindas (modéstia à parte!) mas bem que podiam dar os créditos. Só lhes ficava bem! Agora têm que vir cá buscar as novos fotos. Vejam lá se não é a mesma fotinha, aqui e aqui.
Ó seus manhosos, estas que apresento hoje é que correspondem à receita! Haja paciência.

Enfim, é Natal... blá blá blá, mereciam levar com a estrela nos cornos mas tá bem! One, two, three... passou :)

Ingredientes:
1 dl de água
1 litro de leite
15 carcaças/papo-seco com 2 dias
2 paus de canela
250 gr de açúcar
3 maçãs
3 ovos batidos
40 gr de manteiga
50 gr de passas (what? Não obrigada!)
açúcar e canela para polvilhar
raspa e casca de limão

Preparação:
Descasque as maçãs, retire-lhes o caroço e corte-as em meias luas finas. Leve-as ao lume, juntamente com a manteiga, passas, raspa de limão, pau de canela, 80 gr de açúcar e a água. Deixe cozinhar, sem tampa, mexendo de vez em quando, até as maçãs estarem brilhantes e sem líquido, mais ou menos 15 minutos. Retire do lume e reserve.
Ferva o leite com o restante açúcar, a casca do limão e o pau de canela. Retire a côdea às carcaças, mergulhe-as no leite, já morno (não deixo ficar muito morno senão não ensopa bem), até que fiquem bem ensopadas. Retire uma de cada vez e aperte-as com as mãos para libertar o excesso de líquido. Faça um corte central em cada uma, sem chegar à outra extremidade e recheie com a mistura de maçã. Molde em forma de bola para que o recheio fique bem escondido. Passe-as pelos ovos batidos e frite em óleo quente até ficarem douradas. Escorra-as em papel absorvente e, ainda quentes, passe-as por açúcar e canela.

Apesar de parecer complicado não é, e ficam muito melhores que as comuns. Para experimentar, fiz apenas metade da receita e, agora achamos melhor fazer a receita a dobrar porque não sobra nenhuma :)
No fundo, acho que podem rechear com qualquer compota ou outra coisa que gostem. Maçã com nozes também deve ficar muito bom. É uma questão de gosto :)

Ainda vão a tempo de comprar a bela da carcaça para experimentar as rabanadas. Da maneira que eu tusso, pareço é uma carcaça velha e tuberculosa mas... isto passa até quinta, espero! Afinal, só faltava eu ficar doente nesta casa, o frio entra por tudo que é frincha ;)