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sábado, 13 de agosto de 2011

Coelho com mostarda


Decidi que vou intercalar as receitas de courgette, só porque me apetece e já vejo courgette em todo o lado. Parece-me que o facto de não conseguir que os meus olhos foquem direito há quase dois meses, deve ser de ver tanta courgette no blog.
Comemos coelho cerca de duas vezes por semana, a carne branca tem sempre lugar de destaque. Dizem que é mais saudável, embora mais cara, e eu acho que se não morrermos da doença, vamos morrer da cura :)
Para acompanhar, uns cogumelos salteados, cuja receita aparecerá em breve por aqui. Merece um lugar de destaque até porque pode ser acompanhamento para os mais variados pratos.


Ingredientes:
700 g de coelho
1 colher (chá) sal
pimenta de espelta q.b.
2 colheres (sopa) de mostarda Dijon
1 colher (sopa) de farinha de trigo
2 cebolas (300 g)
6 dentes de alho
1 colher (sopa) de azeite
2 hastes de alecrim
2 dl de vinho branco

Preparação:
Corte o coelho em pedaços e tempere com o sal, a pimenta e a mostarda. Coloque num saco plástico ou numa tigela, junte a farinha e agite bem. Descasque as cebolas e corte-as em gomos finos. Esborrache os dentes de alho e tire-lhes a pele. Aqueça o azeite num tacho, junte o alho e a cebola até que fiquem amolecidos. Introduza o coelho e deixe alourar. Junte o alecrim e o vinho. Tape e deixe cozinhar em lume brando até estar tenro. Se necessário, adicione água a ferver.

Notas:
Receita inspirada num folheto Pingo Doce.
A pimenta de espelta pode ser substituída por pimenta preta.

Bom fim de semana a todos!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Frango marroquino com laranja e açafrão

Galináceos são bichos um bocadinho estúpidos e, mesmo assim, a minha batalha com a carne - seja de que tipo for - é quase perdida. Mas a guerra continua e, por isso, sinto uma grande necessidade de experimentar comer carne de maneiras diferentes, disfarçadas com temperos novos e cores apelativas. Dá-me muito mais gosto ter novidade no prato e esta é uma boa novidade. São sabores exóticos que vieram dentro de uma latinha, oferecida por uma amiga que me incentiva a descobrir o mundo gastronómico além fronteiras.

Ingredientes:
1 peito de frango
100 ml de azeite
1 cebola, picada finamente
1 dente de alho, picado finamente
1 colher (sopa) de gengibre ralado
2 colheres (chá) de NoMU Moroccan Rub
Sumo e raspa de 1 laranja
1 chávena de caldo de galinha (usei água)
2,5 ml de fios de açafrão em infusão em 1/2 chávena de água morna
1 laranja cortada em gomos com a pele
sal e pimenta q.b.

Preparação:
Coloque os pedaços de frango numa tigela, salpique-os com 1 colher de NoMU, sumo de laranja, zest e azeite. Envolva bem o frango, cubra com película aderente e leve ao frigorífico por 3 horas.
Num tacho, aloure os pedaços de frango com um pouco de azeite. Reserve e, no mesmo tacho, aloure a cebola, alho e o gengibre, adicionando outra colher de NoMU. Volte a juntar o frango ao tacho, juntamente com o açafrão em infusão na água morna. Tempere com sal e pimenta a gosto. Tape e deixe cozinhar coberto por 30 minutos. Coloque as fatias de laranja por cima do frango e cozinhe descoberto por mais 30 minutos ou até que as fatias de laranja estejam caramelizadas. O molho deve ficar espesso e o frango bastante tenro. Verifique os temperos e sirva com couscous.


Notas:
Inspirada nesta receita.
Infelizmente distraí-me e o molho que deveria ficar espesso, quase desapareceu.
A receita original pede coxas e sobre-coxas e também é cozinhado numa Tagine, que eu não tenho. Pedia passas e pistácios que eu optei por omitir. Dei umas quantas voltas à receita e ficou uma delícia, imagino se seguisse a receita fielmente!

Bom fim de semana.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Frango com alho


Não sendo eu grande fã de carnes, frango é a que mais vou comendo. É carne branca e barata, ao contrário do que a Elza Soares canta: "a carne mais barata do mercado não é a carne negra"!
As minhas partes favoritas são mesmo as asas, que costumam vir parar ao meu prato e que dizem ser aquelas mais cancerígenas, já que é nas asas que os bichinhos apanham a "pica" dos antibióticos. Estou morta e enterrada, mas as asas hão-de sempre ser minhas e, vá lá, uma coxinha de quando em quando também me agrada.
Depois há toda uma envolvência quando o prato pede alhos porque, à partida, sei que o sabor vai agradar e que me vai deixar nas mãos aquele cheirinho que teima em não sair. A mim, não há vampiro que me meta o dente ;)

Ingredientes:
1 kg de coxas de frango (usei um frango inteiro)
1 colher (sopa) de paprica
2 colheres (sopa) de azeite
8 dentes de alho com a casca
1/4 copo (60 ml) de brande
1/2 copo (125 ml) de caldo de galinha
1 folha de louro
2 colheres (sopa) de salsa fresca, picada

Preparação:
Apare o excesso de gordura das coxas do frango e corte-as em terços. Junte e combine a paprica e um pouco de sal e pimenta numa tigela, acrescente o frango e mexa para revesti-lo.
Aqueça metade do azeite numa frigideira grande em lume alto e deixe cozinhar o alho durante 1-2 minutos, até alourar. Retire-o da frigideira e reserve. Cozinhe as coxas em várias porções, 5 minutos para cada uma, ou até alourarem. Deite as coxas todas na frigideira, acrescente o brande, ferva durante 30 segundos e em seguida acrescente o caldo e a folha de louro. Reduza a temperatura, tape e deixe cozinhar em lume fraco durante durante 10 minutos.
Entretanto, deite a polpa de alho no almofariz (com o pilão) ou numa tigela. Acrescente a salsa e esmague a mistura ou mexa-a com um garfo até criar uma pasta. Adicione esta mistura ao frango, tape a frigideira e deixe cozinhar durante 10 minutos, ou até ficar tenro. Sirva quente.

Receita retirada d' "O livro essencial da cozinha mediterrânica".

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Costeletas aromatizadas

Não vos disse que os meus neurónios estavam todos a morrer com o calor?! Então não é que o chá gelado já tinha sido publicado no blog o ano passado e eu nunca mais me lembrei?! Até foi fotografado no mesmo copo e tudo! Juro que preciso de uma aragem fresca, ou um dia destes vejo-me ao espelho e nem sei quem sou :)

Há muito tempo a Casa do Sal da Figueira da Foz enviou-me uns produtos para experimentar e eu, infelizmente, não consegui testar logo. Primeiro porque foi na altura em que o Matias avariou de vez e eu perdi o apetite para a cozinha, depois o computador pifou, depois foi a vez da máquina fotográfica. Mas o que tem que ser tem muita força e cá estou eu, testei, aprovei e estou a mostrar o que pode ser feito.
Basicamente é muito simples, porque o que se pretende é facilitar. É só temperar umas costeletas do cachaço, ou outra carne ou peixe da vossa preferência, grelhar ou assar e têm uma maravilhosa refeição. O sal e o azeite aromatizado que usei contêm alho, sal, oregãos e alecrim. Fica bastante saboroso e as mãos ficam salvaguardadas do fantástico aroma a alho :)

Ingredientes:
4 costeletas do cachaço
sal aromatizado Casa do Sal q.b
vinho tinto ou branco
2 tomates maduros (usei tomate enlatado)
azeite aromatizado Casa do Sal

No noite anterior à preparação do prato é só temperar com o sal, tomate e o vinho. Deixar repousar no frigorífico e levar a grelhar com um fio de azeite aromatizado. Servi com salada de tomate e brócolos.

Nem consigo escrever mais nada, vou refrescar-me e ficar muito quietinha. Continuação de boa semana :)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Codornizes com cogumelos e bacon

Temos novo desafio na blogosfera! Se no ano passado tivemos cores, agora temos letras. A coisa ficou mais interessante e um bocadinho mais difícil. Confesso que já tinha esta receita pronta em lista de espera, senão não teria feito outra. Assim, aproveitando que tenho, aqui vai ela para participar no desafio do Delícias e Talentos.

Quando era criança, lembro-me da minha mãe, de longe a longe, comprar codornizes e fazê-las assadas no forno. Adorava aquilo! Depois passaram-se muitos anos sem ver as codornizes e, há umas semanas, estavam elas na montra do talho à espera de serem compradas. Antes de dizer que queria comprar, já o talhante estava a meter algumas dentro de uma saquinha. Cada uma custou 0.95€ e eu achei uma roubalheira para um bichinho tão pequenino, por isso pedi as mais gordinhas já que não eram vendidas ao peso :)
Para quem gosta de rapar ossinhos como eu, são simplesmente perfeitas e ficam absolutamente deliciosas feitas desta maneira!

Ingredientes:
1 colher (sopa) de azeite
8 codornizes arranjadas
1 cebola pequena picada finamente
2 fatias de bacon, sem gordura e picadas finamente
1 colher (sopa) rasa de farinha
4 dl de caldo de galinha
60 g de cevadinha (não usei)
1 cenoura grande cortada em bocadinhos
125 g de cogumelos cortados em bocadinhos
1 colher (chá) de sumo de limão
3 colheres (sopa) rasas de salsa fresca picada
Pimenta-preta moída na altura

1. Aqueça o azeite sobre lume forte numa caçarola grande que possa ir ao forno e aloure as codornizes de todos os lados, durante cinco minutos ou até ficarem acastanhadas. Retire as codornizes da caçarola e guarde.
2. Reduza o lume para brando e salteie a cebola e o bacon na caçarola durante dois minutos. Polvilhe com a farinha e depois junte o caldo, a cevadinha e a cenoura e deixe levantar fervura, mexendo sempre.
3. Junte os cogumelos, o sumo de limão e uma colher de sopa de salsa e tempere com pimenta. Ponha novamente as codornizes na caçarola, deixe levantar fervura, tape e leve ao forno aquecido a 180 Cº por 40 minutos ou até ficarem tenras. Polvilhe com o resto da salsa e sirva.

À falta de caçarola que vá ao fogão e ao forno, fiz primeiro na wok e depois passei para uma travessa de ir ao forno.
Pus as codornizes direitinhas, estavam tão bonitas alinhadas mas a minha mãe resolveu dar-lhes uma voltinha a meio do tempo e fui dar com elas fora da formação. Não interfere no sabor mas, esteticamente, a primeira foto teria ficado muito mais bonita :)
Servi-as com grelos salteados no alho e azeite. Não há necessidade de colocar sal, uma vez que o bacon já é salgado. Se vocês imaginassem como os cogumelos, a cenoura e o bacon ficaram bons... iam querer fazê-la de certeza!
Estas quantidades dão para 4 pessoas e a receita foi retirada do livro "Boas receitas para uma boa saúde".

A receita é boa, vamos lá ver se a saúde se porta em condições :)
O meu computador continua doente e ainda por cima não consigo formatá-lo. O "técnico" ficou de aparecer ontem e deixou-me à espera. Vamos lá ver se resolvo isto hoje.
Continuação de boa semana!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bôla de carnes


Sou uma fã incondicional de salgados e gosto de queijo como de água para sobreviver. Esta é a melhor bôla que já provei até hoje. Repeti-a já muitas vezes e, quem prova, aprova e pede a receita. Via-a a primeira vez no Sete Pecados mas já correu outros blogues.
É muito simples de fazer, não precisa de fermento de padeiro e os ingredientes encontram-se facilmente em qualquer cozinha. O melhor de tudo é que a massa não fica seca e, no dia seguinte, mantém-se fofa. Não há nada melhor e a receita está disponível para quem quiser experimentar :) E fica tão lindinha, não fica?
Aiii que orgulho he he

Ingredientes:
4 ovos
2 dl de óleo (usei apenas 1 dl)
2 dl de leite
330 gr de farinha autolevedante
3 colheres (chá) de fermento
400 gr de carnes variadas (usei fiambre, chourição e muito queijo)

Preparação:
Na batedeira coloque os ovos e o óleo e bata por 10 minutos (convém cumprir este tempo para que a massa fique fofinha). Depois deita-se metade da farinha e o leite alternados e, por último, a restante farinha misturada com o fermento.
Deita-se num pirex, primeiro uma camada de massa e depois, fiambre, queijo e chourição (ou presunto, sobras de carnes, bacon, etc). Por último, cobre-se com a restante massa.
Leva-se ao forno a 180º C até estar cozida. Se quiser pincele com gema de ovo (não uso).

Com esta receita participo na promoção do aniversário do blog da Fla, Arte na Cozinha. Ela pede que expliquemos porque esta receita irá revolucionar a cozinha dela. A minha resposta é:

Esta bôla que aqui apresento,
Na cozinha é uma revolução.
Deliciosa, faz-se num momento
Leva queijo, fiambre e chourição.

Em 20 minutos está feita
Come-se num segundo.
Fica aqui a receita,
Para que a veja meio mundo.

E mais não digo, nem vale a pena... façam, oiçam o que vos digo. Esta bôla não tem dilema :)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Espetadas de frango com sumac e iogurte


Hoje vai ser rápido porque ainda estou a recuperar do choque desta manhã. O Matias lembrou-se de cair ao poço, achei que ele morria e desatei a chorar desalmadamente. Quando ele já estava a perder as forças o meu irmão e a Cristina conseguiram puxá-lo para cima com o balde. Obrigada a vocês por não desistirem dele!

Estou traumatizada com a visão de espreitar para o poço e ver o gato a afogar-se! Não me apetece fazer nada, nem sequer escrever mas, estas espetadas merecem ser publicadas e, afinal, o Matias está são e salvo depois de ser aquecido a secador e a calor humano... e a secador outra vez, porque as minhas lágrimas são molhadas :)

Aqui em casa é assim... as leis de Murphy andam à solta. Se já está mau, acaba por piorar e nós... vamos levando!

Para as espetadas:
Cubos de peito de frango (o peito de um frango deu para 2 pessoas), temperados com sal, sumac e uma colher de sobremesa de iogurte natural.
Deixa-se marinar por 1 hora.
Colocam-se os cubos nos espetos (que devem fica de molho em água fria por 1 hora) e leva-se a grelhar, besuntando-os com uma mistura de iogurte e azeite. Deixe a carne cozer e ficar dourada. Sirva com salada e quartos de limão.


Bom fim de semana a todos e mantenham os gatos afastados dos poços, ok? Eu vou tentar relaxar para ver se os joelhos deixam de tremer!


Notas:
- A receita veio daqui;
- Já apresentei o Sumac aqui;
- Resolvi colocar pimento vermelho e uns snacks de salame de alce fumado que a TitiSu comprou no Ikea e me ofereceu! Tadinho do alce... só me lembra as renas do Pai Natal :)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Lombo recheado de ameixas e legumes

Digam lá se não fica fantástico? Super colorido :)
As coisas têm andado muitos cinzentas pela blogosfera e na vida das bloguistas, então toca a colorir um bocado o panorama, senão a coisa vai descambar por completo.
Não é exactamente uma sugestão de receita, é mais uma sugestão de recheio e podem usar lombo de porco, vaca ou vitela. Convém é que a carne não seja muito seca, mesmo usando bastante marinada, correm o risco de não ficar suculenta.

Então, usem a vossa receita de lombo assado favorita e recheem-no com o que mais gostarem. Pedi no talho que me cortassem um lombo de porco e o abrissem de forma a ficar num rectângulo, mas sem o separar. Depois, é só rechear e enrolar como se fosse uma torta. Usei pimento vermelho, courgette, cenoura e ameixas secas. Podem também usar alho-francês ou outros.
Convém que o recheio seja cozinhado para que não leve mais tempo a assar do que a própria carne, uma vez que fica no seu interior (é só dar uma "entaladela aos legumes", também não queremos que eles se desfaçam). Como é óbvio, as ameixas não precisam ser pré-cozinhadas :)

Depois amarrem com uma corda própria ou uma "rede". Como sou uma pessoa muito bem relacionada, usei umas bandas de silicone fantásticas. Podem ver um bocadinho delas na parte superior esquerda da foto :)

Como o tempo está muito cinzento e hoje até já choveu, não é má ideia ligar o forno no fim de semana e saborear um belo lombo!

O post é pequeno que é para desenjoar das minhas histórias mirambolantes e, por vezes, muito compridas.

Aproveito para desejar a todos uma boa sexta-feira e um bom fim de semana :)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lombo com farinheira

Em jeito de seguimento do post anterior...
Ontem, fomos comprar o "folar" para a B. De manhã cedinho lá fomos nós, às compras! Isto de oferecer ramos de oliveira e, em troca, ir às compras é coisa que compensa e muito :)
Começamos com a ladaínha: "Escolhes o que quiseres mas tens que deixar vestir!", olhou desconfiada e lá aceitou a condição! Como eu já tinha contado neste post, achava que a miúda tinha uma paixão assolapada por saias e odiava vestidos. Esta confissão, se bem se lembram, foi feita em Fevereiro que é o mês do aniversário dela. Pois bem, 1 mês depois já só quer vestidos... muda de opinião como quem muda de cuecas! Vá-se lá entender a rapariga :) Escolheu um vestido amarelo florido e lá fomos experimentar. Gostou e lá fui eu toda lampaneira pagar com o cartão da madrinha dela, a minha mãe. Helooooo, qué dos cartões? Nem o da madrinha nem o meu!!! Fui roubada? Naaa, ninguém se chega a mim pahhh, eu assusto o próprio susto... ninguém quer ter insónias durante dois meses (no minimo!), não podem ter sido roubados. Perdi-os? Não me lembro de nada... Ficaram na outra bolsa, só pode! Eu já prontinha para ser atendida, a menina do balcão a olhar para mim e a perguntar se era para oferecer, eu só olhava para a carteira e a minha mãe só dizia: "Eu não acredito!" Eu, com cara de parva, lá perguntei se podia guardar que eu depois ia levantar. A menina foi simpática e apercebeu-se logo que eu me tinha esquecido dos cartões, disse que acontecia muitas vezes. Isto de ser gaja e ter muitas malas/bolsas/carteiras não dá jeito nenhum :)
Lá vim eu a olhar para a B. com uns olhos que diziam: "Onde raio é que nós vamos sem o MEU vestido amarelinho?"
Foi então que... num olhar, reparei na minha caderneta verdinha e fez-se luz! Helloooo, vou ali levantar dinheiro e já não preciso de ir a casa e voltar para pagar o vestido! Diz que mulher prevenida vale por duas, é verdade! Mesmo assim, ninguém me quer aturar e eu sou só uma... imaginem duas de mim! ;)
Lá fui eu toda contente levantar a encomenda! Os cartãos estavam em casa, tinham-me caído da carteira e ficaram a descansar. Agora a minha mãe deve-me um BALÚRDIO de dinheiro!!! Sim, porque aqui a espertinha, a semana passada pegou no cartão errado para pagar a conta do talho, levei o MEU e lá se foram uns valentes Euros... e fico por aqui que a minha vida, às vezes, é um grande stress, uma aventura e depois alargo-me nos textos e ninguém tem tempo para ler estas cenas tristes!
Tragam mas é o lombo, este não fui eu que paguei :)


Ingredientes:
1 farinheira
1 kg de lombo de porco
sal
pimenta
10 dentes de alho
50 g de margarina
1 dl de cerveja
800 g de batatas
500 g de cebolinhas (não usei)
1 colher de sobremesa de colorau (adicionei polpa de tomate também)
6 colheres de sopa de azeite
1 folha de louro

Preparação:
Pique a farinheira com um palito e leve ao lume num tacho com água. Deixe ferver cerca de 10 minutos, escorra e reserve. Entretanto, corte o lombo de porco de maneira a poder espalmá-lo num rectângulo. Tire a pele à farinheira e coloque-a no centro da carne, no sentido do comprimento. Enrole a carne, de modo a que a farinheira fique no meio, e ate com cordel de cozinha apertando bem. Descasque os dentes de alho e esmague-os com a margarina Vaqueiro, sal e pimenta, de modo a obter uma pasta. Tempere a carne com a pasta obtida e coloque-a num tabuleiro que possa ir ao forno e regue com a cerveja. Descasque as batatas e as cebolinhas e corte ambas em gomos. Tempere com sal, pimenta e o colorau. Disponha em redor da carne, regue com o azeite e junte a folha de louro, partida em bocados. Leve a assar em forno moderado (220°C) durante 1 hora e meia hora ou até a carne estar tenra. Vá virando a carne e as batatas com o molho que se vai formando.

Sugestão: Sirva acompanhada com esparregado de espinafres. Deixe arrefecer bem a farinheira antes de lhe retirar a pele para evitar que se desmanche (a minha desfez-se na mesma!).

Nota: este lombo da receita devia ser lombo de porco novo, só pode! É que antes de levar o lombo ao forno, levamo-lo a estufar por 1 hora nos ingredientes todos e, mesmo assim não ficou tão tenro como gostaríamos. Fica bom na mesma, tenham é atenção ao tempo. Não acredito que um lombo de porco asse numa hora e meia, pelo menos no meu forno! Acho que com morcela ou alheira também deve muito bom :)

Até logo, que eu bou ali à inbicta e bolto já ;)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Perna de perú recheada

No primeiro do ano 2009, decidimos fazer perna de perú recheada que eu tinha visto numa revista teleculinária nº 1185 de 2001. Lá fomos ao talho do costume para encomendar as pernas de perú. Pedimos duas por achar que uma seria pouco, poderia aparecer alguém para se juntar a nós. Afinal não, fomos só três, porque o meu irmão foi para a night e só apareceu de tarde ;) Andamos dois dias a comer perú recheado he he Isto foi mais olhos que barriga :) Mas estava delicioso e vamos fazer mais vezes cá em casa, com recheios diferentes para experimentar. Desta vez consegui tirar foto dos passos todos até ao produto final. Assim entende-se muito melhor o que é preciso fazer.


Peçam no talho para desossarem a perna de perú (basta 1 perna com 1 kg para 4 pessoas). Como não temos facas bem afiadas cá em casa e não queremos perder os dedinhos, pedimos a alguém que sabe trabalhar com isso :) O osso deve ser todo retirado excepto a pontinha da perna. No talho onde vou, eles também têm umas ligas especiais para apertar e segurar as carnes recheadas. Dão um jeitão e trouxemos duas (vê-se nas fotos abaixo).
Depois convém colocar as pernitas de molho para lhes retirar o sabor característico e desagradável. Para isso enfiam-se as pernas num balde com água fria, rodelas de limão, cebola e alho. Deixa-se ficar durante 24 horas.

Para o recheio:

200g de carne picada (vaca, porco, frango ou vitela - eu usei vaca)

1 colher (sopa) rasa de farinha

30 g de pinhões

1 ovo

1 cebola pequena picada

sal e pimenta q.b.

É só misturar todos estes ingredientes, amassar e colocar dentro das pernas.

Ate com fio incolor ou envolva a liga na perna, aconchegando bem o recheio dentro da perna de perú.

Na receita original dizem logo para colocar a perna no tabuleiro e levar ao forno com uma calda de temperos. Nós cá em casa preferimos colocar o perú a dormir no tempero de um dia para o outro.

Assim, partimos uma cebola grande às rodelas, alguns alhos, uma pimenta malagueta seca sem as sementes, oregãos secos, louro sem o veio central, azeite q.b. Colocamos as pernas de perú e depois regamos com duas cervejas, 1 cálice de vinho madeira, 1 cálice de aguardente, 1 cálice de vinho do porto.


No dia seguinte foi a estufar até estar tenro. Para isso vai-se espetando um garfo e regando a carne com o próprio molho que está no tacho. Para que a carne não fique seca é importante ir regando e virando as pernas.
Depois de sentirem a carne tenra, transfiram-na para uma tábua de cozinha, retirem a liga ou o fio e cortem-na às fatias. Coloquem-na num pirex, reguem com o molho que ficou (ainda é bastante e deve ser coado) e levem novamente ao forno para ficar douradinha.




Serve-se com batatinhas assadas que também vão sendo regadas com o molho do perú e fatias de ananás. Pode também usar como acompanhamento, fatias de laranja ou arroz árabe.
Não é um prato fácil, mas a ocasião exigia algo mais elaborado. Estes pratos que exigem algum tempo de cozedura, são sempre muito saborosos pois a carne vai cozendo devagar e toma bem o gosto dos temperos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Lasanha mista


Na onda das massas que eu adoro, aqui fica uma receita de lasanha que retirei de uma revista "Delícias da Culinária" nº8.

Tive mais uma aventura com as placas de lasanha mas desta vez foi por estupidez minha. Eu não me posso lembrar de tudo não acham? Tenho muita coisa enfiada neste cérebro e alguns neurónios vão definhando.

Como é que eu me poderia lembrar que depois de cozer as placas de lasanha por alguns minutos, eu tinha que as passar por àgua fria para não se colarem? Óbvio que não me lembrei e elas ficaram agarradinhas umas às outras e, por mais que eu as tentasse afastar, elas gritavam "Daqui não saio, daqui ninguém me tira!!!"

E eu não disse nenhum palavrão (em voz alta, porque eu pensamento já fervia por todo o lado), limitei-me a pegar na massa e tentei separá-la o mais que pude. Veio aos pedaços e é por isso que a lasanha não está altinha como era suposto, mas de sabor ficou excelente!

Passei alguns dias sem saber o que raio tinha falhado e, de repente, fez-se luz... algum neurónio ressuscitou e fez-me lembrar que tinha que ter mergulhado as placas em àgua fria. Insultei-me a mim mesma como se servisse de penitência e disse: "Ó Ameixa, miúda, tu estás mesmo velha e seca pá!" :)

E passou-se assim, para a próxima tenho que arranjar uma mnemónica (adoro esta palavra) ou escrever num papelinho e colá-lo nas lentes dos "ólicus"!



Ingredientes:

700g de carne picada (usei carne de vaca e pus menos, era o que tinha congelado e a desgraçada já fazia "muuuuuuuuu" porque estava esquecida no congelador)

1 cebola picada

5 tomates picados (usei de lata)

salsa, cebolinha e sal a gosto (usei salsa fresca, não tinha cebolinha)

Azeite para refogar

Margarina para untar

250g de massa de lasanha pré-cozida

100g de queijo mozzarella fatiado (usei limiano às fatias)

Cebolinha para decorar (usei oregãos)

Meia courgette picada (acrescentei eu)


Molho:

2 colheres (sopa) de farinha maisena

1 chávena (chá) de leite

2 colheres (sopa) de margarina

1 colher (café) de noz-moscada

2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

sal a gosto


Preparação:

Para o molho, numa panela, leve ao lume a farinha maisena dissolvida no leite, a margarina, a noz-moscada, o parmesão e o sal, até engrossar. Reserve.

Numa panela, refogue a carne, a cebola, o tomate, salsa e cebolinha em azeite. Tempere com sal. Num recipiente untado, coloque um pouco de molho branco e alterne camadas de massa e do refogado da carne. Finalize com o restante molho. Espalhe o queijo por cima, depois os oregãos e leve a gratinar ao forno.

Ficou deliciosa :)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Escondidinho de frango


Ora cá estou eu mais uma vez a apresentar uma receita de intercâmbio cujo ingrediente adorado aparece com distinção :)
A minha parceira nesta nova empreitada é a outra menina que partilha a gestão do intercâmbio comigo e com a Nana... é a Axly!!!
Como a Axly sabe que eu desenvolvi uma paixão assolapada pela mandioca, ela enviou-me algumas receitas com esse ingrediente e eu escolhi o escondidinho de frango e não estou nada arrependida.
Mais uma vez passei um martírio para cortar e descascar a mandioca e descobri que um dos paus não estava em boas condições (às vezes acontece os paus não saírem como nós esperamos, né? eh eh), mas atrás de um pau vem logo outro (está a piorar, não está?) e consegui um escondidinho maravilhoso.
Vejam só a travessa a sair do forno... fantástico!!!



A receita canta assim:

1/2 kg de peito de frango

2 tabletes de caldo de galinha (não usei)

1 colher (sopa) de coentro ou salsa (usei salsa fresca)

1 kg de mandioca (macaxeira) cozida com água e sal

1 e 1/2 cebola ralada

1 lata de creme de leite (usei 200ml de natas light)

1 copo de requeijão

1/2 copo de leite (usei menos)

2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado (usei fatias de queijo limiano)

Polpa de tomate, cebola e alho q.b. (acrescentei eu)

Modo de Fazer:

Cozinhe o peito de frango com 1 xícara/chávena de água a ferver com as tabletes de caldo de galinha, se necessário coloque mais água fervente.

Desfie o peito e misture o caldo que sobrou do cozimento, a cebola e a salsa. Reserve (Aqui alterei a receita e levei o peito desfiado para refogar junto com a polpa de tomate, cebola e alho cortado pequenino e deixei apurar. Desliguei e reservei).

Passe a mandioca pelo espremedor ainda quente e coloque o creme de leite, misture bem até obter um puré. Despeje esse puré num recipiente refratário (20x30cm) untado com margarina e espalhe o recheio de frango e cubra com o resto da mandioca. Cubra com requeijão misturado com o leite, polvilhe com o queijo parmesão e leve ao forno para gratinar (usei queijo limiano em fatias e polvilhei com oregãos). Sirva a seguir. Pode substituir a mandioca por batata, use a variedade que fique mais sequinha (nada se compara ao sabor da mandioca, aconselho a experimentar).


Considerações finais:

A minha mãe disse que só depois de ter experimentado estes pratos é que começou a entender porque é que os povos indígenas do Brasil e do Continente Africano comem tanta mandioca. Eu e ela já sobrevivíamos só a comer disto, descascar e cortar é que é mais complicado eh eh

Mais um intercâmbio que enriqueceu a nossa mesa...

Quem ainda não participou, começe a considerar participar. Visitem o Intercâmbio Culinário, espreitem as receitas e as experiências que lá estão descritas e façam a inscrição :) Precisamos de sócias portuguesas. Atrevam-se ;)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Javali estufado



Não sei quantos de vocês conseguem encontrar carne de javali à venda. Eu nunca vi, nem sei se é possível encontrar. Certo é que há quem crie javalis em casa para depois comer.

Para estas coisas também é preciso ter conhecimentos e, já que não tenho cunha para mais nada, pelo menos tenho conhecimentos que me permitem comer uma carninha tenra de javali ;)

Não sei se já provaram, a primeira vez que comi foi numa feira de gastronomia e agradou-me. Mas gostei ainda mais de fazê-lo cá em casa desta forma.

O javali é o parente selvagem do porco... Na minha opinião ele é mais feio/menos bonito que o porco, será possível? Eh eh

Segundo a Wikipédia, javali era o prato preferido na aldeia gaulesa do Astérix e Obélix... esses sim é que eram uns porcos para comer... porcos a comer javali ;)

Eu não queria fazer javali assado... queria algo que ficasse menos seco. Não sei explicar a que sabe o javali... eu prefiro o sabor dele ao do porco. É uma carne mais escura e parece-me menos gorda. Então andei a fuçar/fossar porque se "Em Roma sê Romano" achei que com Javali tive que ser Javalina e fuçar também ;)

Nas minhas bíblias culinárias só encontrei no Livro do Pantagruel uma receita com javali, mas era para fritar e não costumo comer carne frita. Então fui ao site da Vaqueiro e encontrei o que se segue, depois fiz algumas modificações.


1 kg de javali

sal

pimenta (usei pimenta preta em grão)

1 cabeça de alhos

2 colheres de sopa de colorau/paprika

2,5 dl de vinho branco (usei vinho tinto)

4 cebolas

1 dl de azeite

50 g de margarina

1 colher de sopa de banha (cá em casa não entra banha, nem na barriga eh eh)

80 g de bacon

7 folhas de louro (sem o veio central)

1 cálice de conhaque (usei Whisky)

Preparação:

Corte o javali em bocados e tempere com sal, pimenta, meia cabeça de alhos, descascados e esmagados, o colorau e o vinho.

Misture bem a carne com todos os temperos, tape o recipiente e coloque-o no frigorífico durante 2 a 3 dias (deixei apenas 24 horas).

Durante esse tempo dê uma volta à carne de vez em quando.

Descasque as cebolas e os restantes dentes de alho e corte tudo em rodelas finas.

Num tacho grande de barro ou com o fundo espesso (usei um tacho comum), leve a refogar as cebolas e os alhos com o azeite, a margarina e a banha .

Junte o bacon cortado em bocadinhos e o louro e deixe alourar tudo sobre lume brando. Escorra o javali da marinada e deite-o no tacho.

Deixe a carne alourar de todos os lados. Regue com o conhaque e um pouco da marinada. Tape o tacho e deixe estufar sobre lume muito brando.

Vá acrescentando uns pingos de água quente de vez em quando para a carne não secar demasiado.

Acompanhei com arroz integral e batatas alouradas. Ficou assim... delicioso como dá para ver na foto. Dá não dá? Ás vezes as fotos não abrem quando clico nelas e não sei porquê.

Nota: Pode substituir o javali por pá ou perna de porco, limpa de ossos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Intercâmbio culinário - Arroz com suã



Pois é, mais uma vez participo do desafio de intercâmbio culinário. Depois da partilha que tive com a Nana, fiquei logo a pensar em qual seria a minha proxima vítima ;)
Entretanto, quando publiquei a história da Vaca Atolada, recebi um mail de uma menina que vive no Brasil e que descobriu o meu blog através do blog Manga com Pimenta da minha sempre parceira Nana.

A Samara percebeu que eu adorei mandioca e mandou-me uma receita com foto de um prato típico Brasileiro e pediu uma receita Portuguesa em troca. Eu disse que enviava as receitas por mail e quem sabe, um dia, ela participaria deste intercâmbio. Ela respondeu que não tinha blog, teve mas não tinha mais. Eu disse que gostava de conhecer a cozinha dela e, quem sabe, participar com ela no intercâmbio. Ela decidiu reabrir a cozinha e ficou esclarecido que faríamos parceria em mais um intercâmbio culinário.

Depois de trocar muito mail decidi fazer arroz com suã. Eu só usei suã para colocar nas sopas e caldos. O arroz pareceu-me boa ideia. Então tratei de pedir no talho um osso de suã pouco rapado, ou seja, com carne agarrada à espinha para poder comer alguma coisa, não é?
Desta vez confesso que foi mais fácil fazer o intercâmbio. A carne já veio partida do talho e o arroz todos temos em casa. É uma receita simples que pode ser feita em pouco tempo. A carne da suã é tenra e o arroz cozinha em poucos minutos.

Espero que a Samara tenha gostado tanto quanto eu de participar neste intercâmbio fantástico.
Deixo-vos a receita e as fotos de mais uma delícia Brasileira ;) Espero que gostem e que façam.

Arroz com suã


Ingredientes:

2 Kg de suã (serrilho de porco, é a parte central da costela, peça para o açougueiro deixar bastante carne no osso) Usei 1kg porque eramos apenas três pessoas

1 cebola média picada

3 dentes de alho amassados

1 xícara/chávena de cheiro verde (usei apenas salsa)

Sal, pimenta e cominho q.b.

5 colheres de óleo (usei azeite)

2 a 3 xícaras/chávenas de arroz parbolizado lavado (usei 1 de arroz carolino)

Preparação:

Num refratário temperar a carne com o alho, o sal, a pimenta e os cominhos se quiser pode colocar o sumo de um limão (coloquei meio limão) e deixar a tomar gosto por 30 minutos (deixei a noite toda). Numa panela grande aqueça o óleo (azeite), coloque aos poucos os ossos para dourar, depois de tudo estar dourado acrescente a cebola e deixe murchar, vá adicionando água aos poucos para cozinhar a carne mais ou menos por uns 30 minutos, depois coloque o arroz e misture bem, cubra com água até ficar uns 3 dedos acima de tudo, caso necessário acrescente mais sal, depois do arroz estar cozido jogue o cheiro verde por cima de tudo e sirva quente com muita salada de acompanhamento.





A Samara aconselhou: Se gostar pode colocar uma colher de sopa de colorau na hora que estiver murchando a cebola para ficar mais vermelhinho, e uma pitada de pimenta malagueta. Fica muito bom também! Eu não coloquei nada disto e arrependi-me. Para a próxima ponho o colorau/paprika para dar uma cor mais bonita ao arroz. Sobraram alguns ossos de suã e na refeição seguinte peguei neles e coloquei no forno a dourar e comemos assim ;) Nada se perde na cozinha... aproveitem o intercâmbio para aprender de que massa se fazem as cozinhas do Mundo :)

Nota: A Noémia publicou a sugestão do desafio literário. Vão lá espreitar que não se vão arrepender :)

sábado, 9 de agosto de 2008

Peru com grão em molho verde


Pois é, o Verão anda muito tímido mas, de quando em quando, vem umas ondas de calorzinho que temos que aproveitar. É nessas alturas que surgem umas comidas mornas/frias para comer com todo o vagar que o calor convida. Sinto-me tãoooo Alentejana quando a temperatura sobe :) Não me apetece fazer nada e até me custa cozinhar.

Assim, peguei num frasco de grão cozido e escaldei-o em água quente. Entretanto grelhei uns bifinhos de perú, previamente regados com sumo de limão, alho e sal. Deixei o grão arrefecer e coloquei os bifinhos por cima. Fiz o molho com azeite, cebola, pimenta, sal, salsa e uma colher de mostarda. Misturei bem e espalhei por cima da carne e do grão.


O Verão quer-se simples, vagaroso e descansado :)



Em representação dos habitantes desta casa o Matias deseja aos visitantes um óptimo fim de semana :)

domingo, 27 de julho de 2008

Bifes de perú em molho aveludado



Aqui em casa comemos muito perú. Tadinho do bicho que é discriminado por ser carne branca e fazer menos mal à saúde.

Como cansa fazer sempre da mesma maneira, resolvi consultar um dos livrinhos que o meu pai me ofereceu há alguns anos.

A receita pedia peitos de frango, mas resolvi-me por uns bifinhos de perú que estavam a olhar para mim fresquinhos. Mas na introdução da receita há uma breve explicação acerca da galinha ou frango que eu achei muito curiosa e que desconhecia. Fica aqui o texto:

"Em 1921-1922, uma expedição de arqueólogos encontrou, junto ao rio Ravi, na provínce paquistanesa do Penjabe, os restos de uma aldeia, invulgarmente desenvolvida, que deve ter tido a sua época áurea nos séculos IV-II a.C. Foram encontrados restos de balneários públicos e privados, um sistema de canalização perfeito e armazéns de cereais, entre os quais se contavam trigo, cevada e ervilha. Com a continuação dos estudos sobre essa civilização, concluiu-se que os seus habitantes possuíam elevados conhecimentos gastronómicos. Com efeito, foram os habitantes de Harappa, assim se chamava a aldeia, que domesticaram a primeira ave da floresta, a galinha-brava, agora criada em todo o Mundo."

in Cozinha Leve, 1993

Eu já estou a imaginar as galinhas a irem a banhos nos balneários públicos, acho que nos privados as galinhas seriam outras... Estas coisas interessam-me e eu transporto-me para essas épocas e fico a imaginar como é que os habitantes da aldeia domesticaram as galinhas e como as comiam. Teriam molhos aveludados ou espetavam-na na panela e já estava?

Para ser sincera gostei muito do nome requintado do molho aveludado. Parecia-me algo que devia ser experimentado em nome da civilização longínqua.

Ingredientes:

1 colher de chá de manteiga

3 bifes de perú (depende das pessoas)

2 colheres de sopa de vinho branco seco

1/8 de litro de caldo de carne (nem imaginam o filme para saber quanto era 1/8 de litro. A minha àrea não são os números nem as medidas. Eu e a minha mãe chegamos a acordo e usamos 4dl de caldo. Usei um quadrado de caldo em 4dl de àgua. Continuo a achar que os caldos deixam a comida demasiado salgada. Não estou habituado e vou começar a ignorar este pormenor)

1 colher de chá de farinha

sal,pimenta, noz moscada q.b

2 colheres de sopa de natas

Preparação:

Temperei o perú com sal e pimenta, pu-lo numa frigideira onde a manteiga já estava derretida, juntei o vinho e o caldo de carne e deixei cozer em lume brando tapado por 15 minutos.

Retirei o perú e mantive-o quente. Polvilhei a farinha e juntei ao caldo de cozer, deixei ferver. Rectifica-se o tempero de sal e pimenta e junta-se as natas. Deixa-se engrossar e rega-se o perú com o molho. Salpiquei com noz moscada moída na hora.

Acompanhei com macedónia de legumes, mas com arroz ou puré de batata também fica delicioso.

domingo, 29 de junho de 2008

Intercâmbio Culinário: História de Cozinha Vaca Atolada


Depois de aceitar o grande desafio de cozinhar um prato brasileiro, chegou a vez de preparar a receita que escolhi: vaca atolada.
A primeira curiosidade que tive foi saber porque é que a receita se chamava de vaca atolada? De tanto procurar encontrei uma que me satisfez a curiosidade. A história deixou-me bem disposta. Este é um prato típico da região de Minas Gerais. Na altura da chegada da Coroa Portuguesa ao Brasil, eram os tropeiros (condutores de tropas/comitivas) que carregavam as carnes (e outros bens) nas suas carroças. Quando eles iam da serra para a cidade de Minas Gerais, passavam por terrenos irregulares e íngremes. No período das chuvas os terrenos ficavam em lama e o gado que empurrava as carroças ficava encalhado e não prosseguia. Como transportavam carne de vaca e tinham que se alimentar quando encalhavam, fizeram um prato com mandioca e vaca ao qual chamaram de vaca atolada.


Bem... eu nunca tinha provado mandioca, nunca tinha comprado mandioca, não sabia a que cheirava mandioca. Mas tava com muita vontade e entusiasmo para saber ;) Fui ao supermercado e vi a mandioca lá na prateleira. Fiquei a olhar... como um burro para um palácio. Como é que eu saberia que aquela mandioca ali à venda estava boa para consumo? Depois de pensar e andar ali às voltas a fazer que escolhia bem a mandioca (eu armada em conhecedora do produto em causa eh eh) peguei em duas mandiocas e vim embora ;)


Quando cheguei a casa a minha mãe perguntou se "aquilo" é que era a mandioca. "Aquilo" não tem muito bom aspecto, não é uma visão super agradável nem nada disso. Mas disse à minha mãe que, se o meu pai não se portasse bem, ela podia usar o pau de mandioca para acertar nele eh eh ;)


Em seguida telefonei para o meu talho/açougue de confiança a perguntar se tinham costela de boi. Disseram que sim, mas que não costumam vender isso, porque é duro e ninguém quer. O homem deve ter pensado "tanta carne boa e esta quer levar os ossos com carne dura". Mas ele nunca tinha provado vaca atolada e eu também não. Restava-me descobrir o sabor.


Decidi fazer a vaca no Domingo. No sábado começei os preparativos e resolvi partir a mandioca. Aiiii, que tortura! Mandioca é muito duro. Fiquei com a minha mão toda vermelha de tanto esforço para parti-la. A Nana, depois disse que já compra ela partida e lavada (sorte hein?) é só cozinhar. Ela também me avisou que a mandioca tem uma espécie de fio no meio e que convém cozer antes e retirar esse fio. Também pouparia no tempo de cozedura com a carne. Fiz esta receita para mim e para a minha mãe. O almoço de Domingo foi só nosso :)



Fiz assim com estes ingredientes:


1 kg de costela de boi (cortada aos pedaços)


2 unidade(s) de cebola picada(s)


6 dente(s) de alho picado(s)


2 tablete(s) de caldo de carne


quanto baste de Óleo de soja (usei azeite)


800 gr de mandioca em pedaços grandes


quanto baste de cheiro-verde picado(s)


Tive que perguntar à Nana o que era cheiro verde. Eu não sabia! Afinal é salsa e cebolinho :)



Preparação:


Primeiro cozi a mandioca com uma pitada de sal durante 10 minutos na panela de pressão. Deixei arrefecer, retirei os fios e reservei.


Temperei a carne com alho e sal. Coloquei no fogão uma panela de pressão sem a tampa, o azeite e fui colocando aos poucos a carne para dourar. Fritei metade, reservei e depois fritei a outra metade. A carne deve ficar bem dourada, bem fritinha, mas não queimada. Isso é muito importante, que ela fique bem dourada por todos os lados. Depois disso, adicionei a cebola e o alho para dourar também, sempre mexendo. Coloque os dois cubos de caldo de carne (demasiado para nós que não estamos habituadas a usar caldos na comida, um cubinho é mais que suficiente). Pus água na panela de forma a cobrir a carne (não cobri a carne, pus menos água) e tapei a panela para cozinhar em pressão. Quando começou a chiar, deixei cozinhar por 20 minutos (40 minutos é demasiado tempo, eu não como carne de vaca dura e em 20 minutos esta ficou tenrinha). Cozida a carne, coloquei a mandioca em pedaços, para misturar dentro da panela. Dei uma mexida com a panela para misturar a vaca e a mandioca, retirei salpiquei a travessa com bastante cheiro verde picado.


Agora vou dizer-vos o que eu fui achando ao longo da preparação da vaca atolada. Quando a mandioca começou a cozer, veio um cheiro ao meu nariz que me encantou. Quando a mandioca está crua ela não cheira muito bem. Mas quando coze cheirou-me a algo muito parecido com castanhas. É um cheiro muito bom... abriu logo o apetite.


Como eu e a minha mãe nunca tinhamos provado mandioca, tratamos de experimentar logo que a retiramos cozida da panela. Só há uma palavra: maravilhoso. Eu e a minha mãe de volta da mandioca a comer assim mesmo. Como eramos as duas ao almoço, ainda sobrou para o jantar. Até o meu pai comeu e gostou ;) Bom sinal... Aconselho todos a fazer e a provar. A carne de vaca fica óptima e a mandioca com o cheiro-verde dão um toque super especial. Na foto dá para ver que eu levo tudo à letra. Quando diz que é bastante cheiro verde, eu coloquei mesmo bastante cheiro verde e ainda tinha um pratinho junto a mim para espalhar mais cheiro verde no meu prato. Gostei muito mesmo... gostamos todos! E agora vou passar a utilizar mais mandioca cá em casa ;)


Para quem ainda está reticente em aceitar participar deste intercâmbio, eu aconselho vivamente a aceitar e a fazer parte desta "cozinha". A sensação de cozinhar algo que não é típicamente nosso, é extraordinária e enriquecedora. Este intercâmbio aproximou-me mais da Nana e, creio que é uma experiência que permite desenvolver e fortalecer laços com pessoas que contactamos através da net. Atrevam-se :)

sábado, 7 de junho de 2008

Arroz de favas e tomate com panado


Finalmente publico uma receita com favas! Eu que adoro favas e tenho a sorte de ter recebido algumas dos vizinhos. Ontem comi uma sopinha de favas espectacular e hoje foi a vez do arroz malandrinho :)

Nada de muito especial e sem qualquer segredo: é só fazer um refogado com alho e cebola picadinhos. Levar a alourar com um fio de azeite e depois regar com um copo de àgua. De seguida junta-se os tomates maduros aos pedacinhos (eu usei 2 tomates pelados de lata) deixa-se levantar fervura. Entretanto mete-se o arroz (cerca de 200g), tempera-se de sal e ajusta-se a quantidade de àgua de forma a ficar um arroz soltinho e não seco. Deixa-se cozer e só quase no final é que se deitam as favas (usei cerca de 150 a 200g de favas descascadas). Entretanto fritam-se os panados (usei de frango) que trouxe já prontinhos do talho. Aproveito os peitos do frango e peço para fazer os panados. Mas em casa também é fácil, é só temperar de sal, pimenta, sumo de limão ou um pouco de vinho branco e alho picadinho. Passa-se os filetes de frango por um ovo batido e depois por pão ralado (pode ser normal ou com ervas aromáticas) e leva-se a fritar no óleo ou a assar no forno que é mais saudável. Está pronto a comer e que maravilha que ficou :) Acabaram-se as favas cá em casa :(

domingo, 25 de maio de 2008

Bifinhos de peru com cogumelos

Ontem foi noite de Festival da Eurovisão e antes de começar fiz uma comidinha rápida. A versão que pus em prática é um pouco diferente das que tenho visto. Primeiro não são bifes de porco. Em honra de um peru que foi cantar à primeira semi-final e que, quando o vi e ouvi, apeteceu-me fatiá-lo e cozinhá-lo, fiz com bifes de peru. O país que representava era a Irlanda e o peru chama-se Dustin. O Festival já não é o que era e passou a ser um Festival de cromos. Alguns dos concorrentes estavam bem era numa companhia de circo ou numa companhia de teatro itinerante (sem querer ofender os circos e teatros itinerantes). Isto foi perus, piratas, anjos e demónios, mulheres barbudas e uma cambada de cromos. Foi dos poucos anos em que tivemos uma canção com grande potencial para chegar a um lugar cimeiro. Ganhar não, porque isto de cantar em Português não ajuda. Embora eu continue a defender que cada país deveria cantar na língua oficial. Não concordo com a votação do público porque não me pareceu que a Rússia tivesse uma grande canção para ganhar. Mas quanto a Portugal, foi bem melhor que a do ano que passou, com a falta de gosto musical que representou a menina que lá foi. O nosso país é mais "Senhora do Mar" do que "Dança comigo (vem ser feliz)".

Enfim... já divaguei... Vamos aos bifes:


Ingredientes:
4 bifes de peru
10 ou mais camarões cozidos
1 lata de cogumelos
1 pacote de natas
1 café expresso
2 cabeças de alho
pimenta q.b
sal q.b.
vinho branco q.b.


Preparação:
Como o bife de peru é mais seco optei por parti-lo às tirinhas. Reguei com o vinho branco, os alhos cortados em rodelas, sal e pimenta preta moída. Entretanto coloquei um fio de azeite numa frigideira e levei as tiras de peru e os camarões a alourar. Depois retirei e reservei. Escorri e pouca gordura da frigideira e levei os cogumelos ao lume, juntei o pacote de natas. Mexi até engrossar. Rectifiquei de sal e pimenta e no final juntei um café expresso curto para cortar o enjoativo das natas. Fácil e económico. Servi com batatas fritas.

domingo, 18 de maio de 2008

Rojões à moda do Minho



A receita é da minha mãe e varia um pouco dos tradicionais rojões minhotos. Usamos o saudável azeite para substituir a banha. Adicionamos algo que eu adoro e, sem o qual, para mim não há rojões. Mas passo a explicar de forma mais concreta. A quantidade de ingredientes depende daquilo que eu trago do talho. Peço um bocado disto e daquilo. Por isso, as quantidades não são certas. É uma questão de ver se chega ou não, ao comprar no talho.

Ingredientes:

Carne de porco (não sei a quantidade ao certo, mas cerca de 2 kg)

1,5 kg de redenho (ou redanho) que é o meu ingrediente favorito

300 g de tripas

sal q.b.

alho q.b

2 folhas de louro

whisky ou vinho do porto q.b (meio copo é suficiente)

oregãos q.b. (a minha mãe põe oregãos em tudo :-p)

polpa de tomate q.b

azeite q.b.

1 cerveja


Preparação:
Cá em casa faz-se tudo em tachos separados para não se misturarem as gorduras. Nós somos muito arrumadinhas, cada coisa no seu sítio :-)

Então começamos pelo redenho que, por si só, tem bastante gordura e, por isso mesmo, fica a cozinhar num tacho com um pouco de sal. Ao ínicio põe-se o tacho ao lume até que o redenho começe a estourar (cuidado ao retirar o testo para ver como está, podem queimar-se), depois coloca-se no minímo até que fiquem tostadinhos e durinhos.

Os rojões de cá de casa são extraídos da parte da pá do porco. Nem muito secos nem muito gordos. E ficam melhores se estiverem a marinar durante a noite, no alho, no louro, oregãos, polpa, vinho do porto/whisky e cerveja.

Depois é so colocar no tacho com azeite e o sal e deixar cozer em lume forte até estarem lourinhos. Destapa-se um pouco o testo e põe-se em lume brando. Quando o redenho já estiver pronto e sequinho junta-se aos rojões. Corta-se a tripa em pedacinhos pequenos e frita-se em óleo quente. Às batatas para acompanhar não cortei a pele porque são batatinhas novas. Só passei por àgua e raspei a pele com uma faca. Cozi-as ligeiramente em àgua e sal e depois foram alouradas no óleo. Também é servido com grelos cozidos e salteados em alho e azeite. Mas hoje não havia. Foi mesmo com uma rodela de ananás e sem arroz.
Para mim rojões sem redenho, não são rojões à moda do Minho.
E agora vou começar a torcer pelo meu clube :-)
Bom fim de semana a todos e obrigada pelas mensagens. Já estou muito melhor. Não digo pronta para outra, porque não me apetece outra "cena" assim.