Ictiossauros, por Miguel e mãe do mesmo
No carro, eu e eles jogamos ao "o que eu gostei mais/o que eu gostei menos"
- o que eu gostei mais foi do Teatro, o que eu gostei menos foi de a V não me ter deixado em paz. - avança ela, continuando a deitar cá para fora os agrados e desagrados.
- o que eu gostei mais foi de descobrir os ossos! Sabes, achámos ossos de dinossauro, Joana!
- não achaste nada - diz ela num tom descrente.
- acharam Joana - interrompo tentando dar-lhe um sinal para entrar no jogo - ouve o mano.
- sim! estávamos na horta a cavar e batemos numa coisa muito dura! depois cavámos mais e cavámos mais e encontrámos um osso!!! Eu encontrei um! Eram três, Joana! E fiz muita foooooorçaaaa! E tirei o osso!
- olha mano, tu achas que eram ossos de dinossauro mas não eram.
- ERAM! - grita ele.
- oh Joana, não digas isso filha. ok?! - insisto a ver se ela pára com aquilo, mas não tenho sucesso e começa uma troca de galhardetes entre os dois. Ele que ela era mentirosa, ela que não, até que...
- olha, eu vou explicar-te tudo Miguel...
- JOANA!!! - digo sem paciência.
- deixa-a explicar mãe. Deixa-a! vá Joana, então diz lá!
- então é assim - diz com voz maternal - tu achas que encontraste ossos de dinossauro que estavam ali enterrados, mas isso não pode ser. de certeza que foi a Sofia, que
foi buscar os ossos de dinossauro a algum museu e que os enterrou na horta só para vocês descobrirem como é que se achavam os ossos e pensarem que eles estavam lá. Foi assim, Miguel.
E o que ela ouviu de volta?! Um "estás a mentir Joana! Mentirosa!"
Tentei a lição que há várias verdades e que cada um de nós escolhe em qual quer acreditar, mas parece-me que o mais pequeno não ficou convencido. Amanhã há alguém que vai ter muito que explicar... (é melhor ires começando a pensar no que vais dizer!)