quarta-feira, janeiro 09, 2008

Até ia tendo uma coisa

Foi demasiada emoção, pouco depois de acordar, para o meu enfraquecido coração. Não é que hoje, quando cheguei à banca, os jornais estavam todos cor de laranja?
Nota: A propósito, dei por mim em frente às capas todas iguais a recordar este fragmento de «Yes Minister».

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quinta-feira, dezembro 06, 2007

Em ca(u)sa própria


Leio hoje no Jornal de Negócios que a Assembleia-geral da Casa da Imprensa vai debater no próximo dia 12 uma proposta de alargamento dos seus associados. Faz sentido. Sem a comparticipação do Estado, a CI encontra-se financeiramente estrangulada e alguma coisa tinha que ser feita e depressa para impedir o descalabro das contas e garantir a prestação dos serviços.
Entre as classes profissionais que poderão passar a integrar a Casa, encontram-se «todos os trabalhadores das empresas de comunicação social» incluindo os meios audiovisuais e ainda os consultores em agências que o pretendem. Nunca entendi por que razão todos aqueles que também contribuem para a existência dos meios de comunicação estavam classificados como profissionais de 2ª e sem direito a entrada. Com esta proposta, paginadores, infográficos, administrativos e comerciais, passam a poder também pagar a sua quota e aceder às correspondentes consultas. Uma boa e democrática medida que já poderia ter sido adoptada mais cedo.

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Nem 8 nem 80

Esteve muito bem hoje a direcção do Público, no seu pedido de desculpas aos leitores pelo título da manchete de ontem. Mas nem tanto ao mar nem tanto à terra, meus senhores. O mea culpa pela excessiva assertividade não pode dar em legendas como esta: «A que se deveu a derrota de Chávez? À sua tentativa de reforçar o poder pessoal? Talvez...». Caramba! Para acompanhar uma fotografia daquelas não se pedia tanta dúvida existencial. Assim o leitor fica um bocadinho angustiado. Ou não ficará? Sei lá...Talvez não fique.

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domingo, outubro 14, 2007

E agora uma coisa completamente diferente

Dizem-me que o negócio de entrada da Cofina no capital do SOL está por dias.

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sexta-feira, outubro 05, 2007

Capelinhas

Não bastam à Fernanda Câncio os generosos espaços de opinião no Diário de Noticias e seus suplementos, para a senhora destilar a sua ressentida malignidade para com a Igreja e outros seus patológicos fantasmas? Como se pode entender, a não ser como gratuita (?) provocação do editor, que uma vez mais lhe seja atribuída uma reportagem a respeito da Igreja e o serviço espiritual aos doentes nos hospitais do Estado? E desculpem-me o desabafo, mas às vezes até o mais empedernido conservador altera os seus hábitos e muda de jornal.

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quarta-feira, julho 25, 2007

Às páginas tantas...

Ao contrário do que se possa pensar não sou um puritano, muito menos um moralista. Mulheres bonitas, maminhas, rabos e pernocas, quando justificadas pelo seu contexto, são graças com as quais convivo prazenteiramente, na medida possível a um comprometido marido e chefe de família.
Vem isto a (des)propósito das secções de classificados, “de RELAX” publicadas nalguns jornais chamados “de referência”. De há uns tempos para cá, estas páginas têm-se progressivamente transformado numa obscena montra da miséria humana, um profusamente ilustrado catálogo de prostituição. A diversidade de órgãos e membros femininos expostos é inúmera e a cores. A carne exposta como no talho.
Se bem me lembro, este tipo de publicidade surge ciclicamente como uma praga (lembram-se da publicidade às chamadas de valor acrescentado?) em resposta a um anónimo e vasto mercado de frustrados sexuais.
Por ora, aguarda-se que o legislador acorde um dia destes e decrete a regulação desta emergente(?) oferta publicitária. Até ver. Entretanto, é melhor preparar uma explicação de “bom gosto” para dar às minhas criancinhas, quando um dia destes, às páginas tantas, encontrarem os deprimentes anúncios ilustrados num qualquer diário generalista... de referência.

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quarta-feira, julho 18, 2007

Organizem-se!

«Marques Mendes conta com apoio de cavaquistas». Título do JN.
«Cavaquistas querem Rui Rio a liderar o PSD». Título do Público.
Confusos? «You won't be, after the next episode of...Soap»!

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quinta-feira, julho 12, 2007

Eu já, mas não consegui

«Já tentou hoje?». Título do artigo de Pedro Lomba, no DN.

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E ele? Como é que ficou?

«Costa levou Goucha às mulheres e elas ficaram felizes». Título do Público, pág. 10.

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terça-feira, junho 26, 2007

Até que enfim


Desejo sinceramente um grande sucesso a João Cepeda e a João Miguel Tavares, os responsáveis por a partir de Setembro Lisboa ter, finalmente, uma edição da Time Out. Como afirma Cepeda hoje no Público, a Time Out Lisboa «já podia ter nascido há mais tempo». Pois podia. E houve várias pessoas tentadas a fazê-lo. Assim de repente, lembro-me de uma conversa que tive sobre o assunto com Paulo Ferreira, antes de ele lançar as suas revistas Blue.
A ideia da dupla - que reconhecem como ambiciosa - é a de fazer uma edição semanal. Mas não é no maior esforço editorial de fecho que está o risco e, isso sim, no perfil comercial do projecto. O modelo da Time Out vive muito dos pequenos anúncios: Concertos, bares, galerias, restaurantes...Um tipo de publicidade que em Portugal tem tabelas publicitárias muito baixas e uma elevada percentagem de incobráveis. Ou seja, a malta entrega os anúncios mas depois não os paga. Por isso, entre nós o êxito da revista dependerá de uma lógica de marketing associada a publicidade de qualidade, promoções e grandes campanhas, que salvaguarde as receitas e assente em comerciais experientes com conhecimento do público e do mercado a que se dirigem. Dito isto (assim de forma algo paternalista) parabéns aos Joões. Lisboa só tem a ganhar.

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segunda-feira, junho 04, 2007

Leitura recomendada

«Que fazer com o aeroporto da Portela?» de Adelino Gomes no P2. Um artigo pormenorizado sobre as propostas para os 500 hectares do aeroporto apresentadas na Trienal de Arquitectura.
«O regresso dos admiráveis matraquilhos», de Alfredo Mendes no DN. Duas páginas sobre um jogo criado por galegos durante a Guerra Civil e que já tem direito a um campeonato nacional entre nós.
Dois exemplos de como, mantendo a actualidade da agenda, se escapa à formatação e se conseguem abordagens originais, interessantes e bem escritas.

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Jogo semântico

Saúdo a distribuição de um cupão de desconto que o SOL passará a incluir, equivalente a 2 euros a menos na compra de um bilhete em qualquer sala Lusomundo. Coincidência das coincidências, 2 euros é também o preço de capa do SOL. O efeito psicológico pretendido, suponho, é o de um jornal a custo zero. Ora, dado que o semanário mantém a teimosia de que não oferece brindes nem faz promoções, só posso deduzir que esta iniciativa seja «uma oferta» (a demagogia lexical, aqui, é importante). Saúdo, como disse, esta «oferta», que muito jeito me dará como espectador assíduo de cinema. Agora a teimosia birrenta do «jornal que vale por si» em negar a evidência, essa é que não me parece de todo saudável para a imagem do jornal. Aos leitores, esses, já só nos dá vontade de rir.

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quarta-feira, maio 23, 2007

Não é que precisem que os defenda, mas...

Considero discutível a chamada de capa do DN com os Gato Fedorento, com o destaque que teve. Não acho que, independentemente das audiências, um país inteiro tenha a originalidade dos rapazes à cabeça da lista das suas prioridades informativas, da forma como está o país e o mundo em geral. Não considero, sequer, que a adaptação do genérico seja «o» tema. Quem observar os sketches com atenção, repara em diversas imitações de séries cómicas da BBC, por exemplo, como aliás também o fazia Herman no passado. No entanto, não considero que isso esteja errado. Aprendemos com os melhores e inevitavelmente imitamo-los e incorporamo-los, a sua linguagem e a sua criatividade. Na comédia como na música, na publicidade, na literatura. Se o que se pretende é dizer que os rapazes não são génios, penso que era desnecessário. São excelentes profissionais. São os melhores que por enquanto visivelmente temos. E para mim chega.

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sexta-feira, maio 04, 2007

Mon coeur balance

Como, para além de atraente e sexy, sou muito muito culto, descobri através da leitura do Le Monde que a campanha presidencial francesa está ser seguida em moldes muito originais aqui. Chama-se o blogue «Quel Candidat» e inclui um teste de perfil psicológico aos leitores, com o intuito de saberem com qual dos dois, Ségo ou Sarko, mais se identificam. E ainda «journalisme citoyen», uma urna de voto no Second Life e outras coisas mais. A seguir e a copiar (ou fazer o benchmark como se diz agora) para as eleições aqui em Lisboa. Pourquoi pas?
Ainda após a leitura do Le Monde, como não simpatizar com uma candidata que apela com tanta expressividade a que nos amemos uns aos outros? E como não copiar e afixar a entrevista a Alastair Campbell?, para quem não sabe o ex-director de comunicação e estratégia de Tony Blair, master spin doctor cum laude. E o artigo de André Glucksmann? E..? É incrível como se consegue, em apenas 32 páginas, ter tanto para ler e nem um bocadinho de palha.

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quarta-feira, maio 02, 2007

Prémio JV

Para o título mais confuso do dia: «Porco preto alentejano é branqueado e vendido como gato por lebre». Público, pág. 24. Mas, pelo menos e lido o artigo, fico a saber que existe um «Livro Genealógico Português de Suínos». Vou comprá-lo e lê-lo, por razões que prescindo de explicar.

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segunda-feira, abril 30, 2007

Umbiguismo


A rubrica «Gente» do Expresso afirma que foi «ao baú e desencantou uma entrevista» dada por José Sócrates ao Dna em Setembro de 2000, para retirar de lá uma citação. A rubrica «Gente» omite que essa citação foi retirada do livro agora lançado e da autoria de João Pombeiro, «Pela Boca Morre o Peixe», que o Francisco já citou há vários dias aqui e nós depois disso também, para além de diversos outros blogues. Que o Expresso na sua habitual sobranceria ignore os blogues, é algo que não espanta. Mas que não cite o livro de onde retirou a citação, o qual foi distribuído a todas as redacções, já me parece umbiguismo a mais e desprezo pelo trabalho do autor. Ou então, a «Gente» foi mesmo ao baú. Ele, às vezes, há mesmo coincidências...

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sexta-feira, abril 27, 2007

A escassa minoria

Imagino que o João Pedro Henriques não tenha tido muito tempo, depois de receber e analisar os resultados da sondagem, para escrever este artigo de hoje no DN. Nele, fala-se por duas vezes numa «escassa maioria» que acha que Sócrates saiu fragilizado do caso UnI. A «escassa maioria» são 50,2% dos inquiridos e isso, de acordo com JPH, «choca com a opinião de alguns comentadores, que afirma que o caso produziu um abalo forte na sua imagem». Lido isto, fico com a impressão de que se cria uma discordância onde ela não existe. Quanto muito, seria a escassa minoria dos 41,8% a «chocar» com os comentadores. Ou não? Não quero armar-me em Paulo Gorjão, mas há aqui uma lógica qualquer um bocado desafinada.

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segunda-feira, abril 23, 2007

Este post não tem imagem

Tenho consciência de que isto, vindo de mim, pode parecer incongruente. Mas a revista FHM está uma decadência consumada. Podia desfilar aqui, e desfilo, o rol de motivos que estão na base desta polémica afirmação: As anedotas com décadas de estupidez transmitida ao longo de gerações; as pseudo histórias vividas pelas leitoras que já eu lia quando folheava as revistas pseudo pornográficas do meu pai; os conselhos de engate que parecem ser dados a rapazinhos que nunca viram uma mulher em 3D na vida ou, simplesmente, aquela entrevista à rapariga da capa que acaba com o jornalista a dizer «estamos satisfeitos». Para além, acrescente-se, daquele permanente salivar da prosa de quem priva com gajas boas todos os dias e ainda é pago para isso, mas continua ter a que parecer que tira daí alguma satisfação e nem precisa do ordenado.
É certo que, nos píncaros da mencionada decadência, a melhor peça do último número da revista (literariamente falando) é a experiência de um redactor da FHM no Second Life, na vã tentativa de abrir um bar onde se jogue aos dardos e ao snooker. Mas também é certo que o artigo é tão, tão desenquadradamente bom, porque é escrito por um inglês. Tudo o resto é triste e não é fado, mas antes uma música de elevador para entreter quem não pode comprar as t-shirts a cento e tal euros, os gadgets que custam balúrdios, ou as acompanhantes a 150 paus a hora. É a modos que assim triste, muito triste. Como se não houvesse lugar para o amor. E um homem e uma mulher fossem coisas tão artificiais como um ecrã de plasma, onde imagens e legendas só falam do que não queremos ter, a não ser que não tenhamos uma vida. Ou sejamos qualquer coisa de imbecil, olhando para uma mulher como cãezinhos ou engatatões ao bom estilo da Mouraria antes de começarem a levar estalo das ditas. Enfim...um anacronismo que se alimenta dos subúrbios da alma. Adenda: Caro Pedro, não linko o nome porque não me parece coerente ligá-lo para a Atlântico. Mas aqui estou, de braços e estômago abertos, pronto para o contraditório e tendo por ti a amizade e reconhecimento que sempre tive. Agora, ele há coisas que um homem tem que dizer quando as sente. E hoje, ao ler a revista de fio a pavio, senti-as. Um abraço.

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Prémio JV

Para o melhor título e entrada do dia.
Título: «Que tal legalizar a prostituição na África do Sul no Mundial de 2010?»
Entrada: «Haverá um binómio Campeonato do Mundo de Futebol/comprar sexo, do género ir a Roma/ver o Papa?». Ana Cristina Pereira, Público, pág. 20

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quinta-feira, abril 19, 2007

A entranhar

Há quem ainda não tenha entendido o P2, suplemento do Público. É aquele cliché pessoano coca-colense do «primeiro estranha-se e depois entranha-se». Em mim já se entranhou. Hoje, o caderno deu-me a ideia de levar os meus filhos a visitar uma prisão para lhes retirar da cabecinha eventuais comportamentos de risco. E, além disso, tem esta pérola da Kahleen Gomes, que de bom grado plagiaria se soubesse que ninguém dava por isso:
«Você, tu, vossa excelência, senhor doutor, senhor engenheiro, excelentíssimo senhor, sôtor, senhora dona...Como explicar a um não-português a diplomacia da linguística portuguesa?». Também fiquei a saber que este fim-de-semana há uma Feira do Livro no Second Life, mundo virtual onde a nossa Universidade de Aveiro, mais uma vez bem «à frente», já começou a construir as suas instalações.

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