Mostrando postagens com marcador Nina Rizzi. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Nina Rizzi. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de setembro de 2013

casida a árbol de díana

coração das 22h

água morna em profundo
a noite no espelho regresso

alguma coisa em lentidão
busca o sensível

inalcançável

*

outra casida a árbol de díana

uma voz no silêncio da negra noite se insinua
silêncio presença que se embosca em minha letra-lembrança.

a duração de seu corpo, pássaro que se debate em fuga.

Nina Rizzi, in: A Duração do Deserto


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

roteiro

Djoka Ivackovic
a ave voa de dentro do poema, gargalhando, pra o meu ninho 
malemolente. 

lentos, dentes. dilacera.

Nina Rizzi, in: Tambores para N'Zinga. Ed. Multifoco

sábado, 1 de setembro de 2012

manoelana

Vânia Medeiros
transbordam em mim reminiscências:
águas que me secam, redundâncias de me sentir.

se o ocaso está repleto de ciscos, reticências,
serei eu mais que o completo vazio?

guardo meus olhos na sarjeta mais distante e suja.

Nina Rizzi, in: Tambores para N'Zinga. Ed. Multifoco

outro estudo pra o silêncio

Vânia Medeiros
a perene lembrança do teu nome deságua, diáfana
nas nascentes do meu rio mais comprido.

Nina Rizzi, in: Tambores para N'Zinga. Ed. Multifoco

domingo, 19 de dezembro de 2010

em lugar de carta

Vânia Medeiros
choro meus dedos, que cheiram os teus.
de saber tuas unhas de cor, salteadas.
fecho os olhos de insônia, ânsia, escuro.

que passar as noites ao teu lado,
saiba, foi perene verdade.

Nina Rizzi

sexta-feira, 26 de março de 2010

Calunga

meu corpo guarda teu cheiro.
tuas mãos pesadas, enormes.

das coisas que diz, só sabe teu sexo.
ele não te lembra: te é.

Nina Rizzi

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pra não sentir (auto) piedade

quero uma tarde de vento. ventania. um tornado. leve. que me leve ao chão. quero machucar o joelho. joelhos. terra carne sangue vento. minhas compras ao chão a encontrar novos livros. quero o cuidado de mãos estrangeiras. desconhecidas. um apartamento num prédio antigo. quem sabe um café de esquina. quero uma poesia arrancada. como um souvenir. aulas de cerâmica. algo que eu fizesse por mim mesma. um festival de filmes asiáticos. quero a alegria. o toque da descoberta. a primeira noite. a sensibilidade dos infiéis. a coragem dos suicidas.

Nina Rizzi